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Sociedade &
Natureza, Uberlandia, 19 (1): 81-89, jun/2007.
Isabela Souza1
O autor mostra que nas décadas de 60 e 70, a economia era apontada como prejudicial
ao meio ambiente, visto que constatou-se na época “a contraposição das leis que regem a
economia àquelas que regem os ciclos naturais.” (FILHO, 2007. p.82), e logo em seguida Filho
aponta o autor J.O’Connor (1998) contradizendo esta teoria, ao afirmar que a retração
econômica também pode prejudicar a questão ambiental. Filho ainda aponta a questão dos
custos altos de uma gestão ambiental e que com baixo crescimento econômico, os empresários
podem justificar a falta de zelo ambiental.
A partir da década de 70, de acordo com Filho, houve, no mundo todo, um aumento
considerável das movimentações socioambientais, em que se estabelecia, “através de congressos
1
Discente do 7º período do Curso de Bacharelado em Administração com ênfase em Marketing, do
Centro Universitário do Pará. Contato: live.publicidade.eventos@gmail.com
internacionais um conjunto de princípios [...] que formou base para a legislação ambiental
instituída em muitos países.” (FILHO, 2007. p.82), basicamente a busca era por crescimento
econômico aliado à melhoria social e com o cuidado ambiental, que nada mais é o conceito
básico de desenvolvimento sustentável.
Essas questões evoluíram, e não apenas a lei passou a ter exigências específicas quanto
ao desenvolvimento sustentável, o próprio consumidor passou a exigir mais responsabilidade
sócio-ambiental por parte das empresas, e Filho ainda afirma que a partir da década de 90,
muitas empresas passaram a ver essas imposições como estratégias para atingir mercados.
De acordo com Filho, as restrições nas atividades podem ser estabelecidas pela
legislação ou pelo próprio mercado, o ultimo diz respeito “ao comportamento do consumidor,
pessoas e de países importadores” (FILHO, 2007. p.84), que colocam como critério na decisão
de compra, o comprometimento que a empresa ou país tem com as questões ambientais e sociais
no meio em que vive. As oportunidades surgem basicamente das restrições mercadológicas, em
que uma exigência de mercado ao ser atendida passa a ser um diferencial competitivo perante à
concorrência que não possui tal comprometimento sócio-ambiental. Mesmo com toda essa
evolução, Filho afirma que ainda precisa se formar um mercado mais forte, em que os
compradores possuam uma maior consciência desta questão.
Filho aponta que a economia “isolada” das ONGs e associações ainda não possuem
força suficiente para enfrentar a macroeconomia, e que apesar de existir leis específicas, as
mesmas muitas vezes são abrandadas para atender os anseios econômicos, e que em um
contexto histórico pode-se constatar, que em relações entre mercado e sociedade-natureza, a
ultima sempre sai prejudicada.
O que faltou no artigo foi, mostrar a partir de analises diferenciadas, e estabelecer uma
teoria que desse conta das tendências de globalização do capitalismo nas áreas não econômicas,
e que refletiriam políticas e ações globais que dominassem o econômico em favor da
humanidade e do meio ambiente.
Dessa concepção, pode-se concluir que quaisquer que sejam a vertentes estudadas e as
diferenças entre elas, a tendência é a de identificar desenvolvimento e crescimento econômico e
mesmo sem a supremacia de um ponto de vista sobre o outro, a temática do
subdesenvolvimento terminou por impor a necessidade de elaborar concepções do
desenvolvimento como um processo complexo em que a superação do “atraso” torna-se
problemática e incerta, e que apesar das controvérsias existentes, o desenvolvimento sutentável
manteve-se como um objetivo fundamental para as sociedades.
KUHN, Thomas. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1978.