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A SECA NO NORDESTE

FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA MATA SUL


CURSO DE LICENCIATURA PLENA E HISTÓRIA
ALUNO: ANTÔNIO DA SILVA ARAÚJO NETO
PROFESSOR: MARCONDES CALAZANS

PALAVRAS CHAVES: seca, animais, homem, nordeste, semi-árido, sudene.

ANIMAIS

No Nordeste brasileiro existem vários animais que habitam essa região, nas
caatingas, o gato encontrou um excelente habitat. As arvores de pequeno porte e a pouca
densidade deixam espaço para que o sol atinja o solo e estimula o crescimento de um
pasto de grande valor nutritivo para os animais. Muitas plantas xerófilas também
oferecem ao gado uma boa alimentação. Assim, os rebanhos multiplican-se. O gado era
criado solto, não havia cercas. O trabalho do vaqueiro restringia-se a amansar e ferrar os
bezerros, curalos das bicheiras, queimarem os campos alternadamente, na estação
apropriada, extinguir onças, cobras e morcegos, conhecer as malhadas escolhidas pelo
gado para ruminar gregariamente, abrir cacimbas e bebedouros.
No inverno o gado alimenta-se do pasto nativo e com ramas dos arbustos e os
restos das lavouras de feijão, milho e algodão. O Gado caprino também é criado
extensivamente, devido a sua grande rusticidade. A cabra que foi trazida da península
ibérica e encontrou no semi-árido nordestino ótimas condições de adaptação.
O jumento, também trazido peloscolonizadores ibéricos, foi, porém o animal que
melhor se adaptou as caatingas, e é ainda mais resistente que as cabras. O carneiro
também foi outro animal que se adaptou às condições de solo, clima e vegetação do
território tropical semi-árido. Criado solto tem com ele o homem nenhum trabalho, além
de marcá-lo para definir sua propriedade.

ECONOMIA

Nos sertões nordestinos vive-se ainda quase que num regime pré-monetário. A
economia é baseada praticamente num sistema de trocas. O sertanejo tem no plantio do
milho, feijão e algodão sua quase única atividade econômica além da pecuária. Nos
anos de boas colheitas, o agricultor guarda em seus paios parte do feijão e do milho para
o consumo doméstico e leva da cidade mais próxima. Com o dinheiro da venda,
adquirem na própria feira todos os demais produtos e objetos de que necessita. De volta
a casa, traz consigo pouco ou nenhum dinheiro. Também o algodão é negociado da
mesma maneira. A única poupança é representada pelo milho e pelo feijão, que
armazena em seus paios.

AS CHUVAS

A temporada de chuvas nos sertões começa, com pequenas antecipações ou


atrasos, em dezembro ou janeiro, e se estende por três, quatro, cinco meses, no máximo.
É nesse curto espaço de tempo que ocorre a germinação e o crescimento do milho e do
feijão, até a época da colheita.
Em apenas quatro de cada dez anos ocorre um bom inverno no semi-árido
nordestino, isto é, as chuvas são regulares e capazes de garantir a colheita de 100% do
que foi plantado. Em outros três anos, a irregularidade das precipitações provoca a
frustração de cerca de metade do plantio. Nos outros três anos, o excesso ou a falta –
mas quase sempre a falta – de chuvas implica uma quebra de safra que varia de 80 a
100%. Mesmo nos anos de bom inverno, as chuvas cessam geralmente em abril ou
maio, e nos restantes meses do ano não caio um só gota d’água. Os rios e riachos secam
a água açulada nos açudes, barreiros começam a diminuir o volume pelo consumo e
evaporação excessivos.
As primeiras chuvas da temporada são sempre tempestuosas. Chegam
acompanhadas de relâmpagos, raios e trovões que reboam nas encostas nuas das serras.
Verdadeiras enxurradas. Três dias depois, a natureza rebenta num fenômeno somente
comparável à primavera européia.

POLÍGONOS DAS SECAS

As secas manifestam-se com maior intensidade nas do agreste ou do sertão, ou


seja, no semi-árido. Essas duas regiões naturais juntas formam um polígono das secas,
para definir a área nordestina sujeita às estiagens. Nos grandes ciclos secos, municípios
situados em outras regiões também sofrem com as secas, até alguns anos atrás esse
fenômeno só ocorria apenas no polígono.

Os municípios que formam o polígono das secas são aqueles situados nos
Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio
Grande do Norte e Sergipe, compreendendo grande parte do Nordeste brasileiro
geoeconômico. É reconhecida pela legislação como sujeita à repetidas crises de
prolongamento das estiagens e, conseqüentemente, objeto de especiais providências do
setor público. Constitui-se de diferentes zonas geográficas, com distintos índices de
aridez. Em algumas delas o balanço hídrico é acentuadamente negativo, onde somente
se desenvolve a caatinga hiperxerófila sobre solos delgados. Em outras, verifica-se
balanço hídrico ligeiramente negativo, desenvolvendo-se a caatinga hipoxerófila.
Existem também áreas, de balanço hídrico positivo e presença de solos bem
desenvolvidos. Contudo, na área delimitada pela poligonal, ocorrem, periodicamente,
secas anômalas que se traduzem na maioria das vezes em grandes calamidades,
ocasionando sérios danos à agropecuária nordestina e graves problemas sociais.

O Nordeste já enfrentou secas assim em 1983, quinto ano consecutivo da


estiagem que assolou a Região a partir de 1979. O ano de 1993, quarto de inverno
irregular, também trouxe um longo período de seca para os nordestinos. Nesta época,
houve falência total das lavouras e esgotamento das reservas hídricas. O Semi-Árido,
onde se pratica agricultura de sequeiro, é a área mais duramente atingida pelas estiagens
prolongadas. Mas não é apenas o Semi-Árido que sofre com os efeitos da seca. O
fenômeno atinge também o agreste, a área canavieira e cacaueira e até as serras úmidas.
Com toda esta abrangência, agrava-se a situação econômica regional e ocorre a
crescente descapitalização do homem do campo. A alta pressão atmosférica na parte
central nordestina dissipa as massas de ar, impossibilitando a concentração de umidade
causando por grande parte a seca no nordeste brasileiro.
O HOMEM NA SECA

Quando consome os derradeiros grãos de milho e feijão que haviua armazenado


da última safra e percebe que não havera colheiota, o sertanejo sem terra – e mesmo o
pequeno arrendatário ou proprietário de terra – sai de casa em busca de alimentação.
Tem só duas opções emigrar para outra região onde exista trabalho de emergência
frentes de trabalho de emergência que o governo sempre instala quando ocorre uma
seca. A demora na abertura de uma frente ou alisamneto de um número de pessoas
menor do que o de necessitados provoca as “invasões” e mais raramente, os saques.
Uma “invasão” acontece quando, desesperados pela fome, grupos de trabalhadores
abandonam o campo e dirigen-se às cidades em busca de comida. Não tem mais crédito
nas biodegas e a unica solução é pedir o que comer.

As frentes de trabalho de emergência pelos sertanejos, vem sendo adotadas


desde o século passado, como uma forma de evitar que os flagelados morram de fome
ou emigrem para as ciadades grandes. A pretexto de construir-se uma obra publica
qualquer de engenharia, os homens, mulheres e as vezes até crianças, são empregados
com um salário apenas suficinete para qeu sobrevivam, embora desnutridos. A partir de
1979, houve uma mudança de política de socorro às vitimas das secas. Em vez de se
construirem obras para serventia da comunidade, o programa passaria a dar prioridades
rurais. Com essa mudança de diretriz, os fazendeiros do semi árido passaram a obter
empréstimos em longo prazo, com a obrigatoriedade de aplicarem um minimo de 50%
do financiamento com mão-de-obra. E defesa da mudança, alegava o governo deferal
que no método antigo, eram gastas grandes quantias se qualquer beneficio para a região
e seus habitantes, uma vez que as obras não tinham utilidade. Com a nova politica, as
fazendas se tornariam mais produtivas, beneficiadas com a consytução de pequenos e
médios açudes, caçimbões, poços tubulares, cercas, etc. O novo método de assitencia
imaginativa fortalecer economicamente as propriedades rurais e como consequencia, a
economia da região.

A SUDENE

Criada orginalmente pela lei 3.6921 de 1959, o órgão foi idealizado no governo
do Presidente Juscelino Kubitscheck, tendo à frente o economista Celso Furtado, como
parte do programa desenvolvimentista então adotado.

Seu principal objetivo era encontrar soluções que permitissem a progressiva diminuição
das desigualdades verificadas entre as regiões geo-econômicas do Brasil. Para tal fim,
foram engendradas ações de grande impacto, tais como a colonização do Maranhão, os
projetos de irrigação em áreas úmidas, o cultivo de plantas resistentes às secas, e outras.
Absorvida pelas administrações que se seguiram, durante a Ditadura militar de 1964 foi
mais tendo, cada vez mais, seu uso desviado dos objetivos primaciais, sendo
considerada uma entidade que, além de não realizar os fins a que se propunha, era um
foco de corrupção. Por conta disso e após uma sucessão de escândalos, em 1999 a
imprensa iniciou um debate sobre a existência do órgão, extinto finalmente em 2001 por
Fernando Henrique Cardoso. A retomada das propostas de Juscelino e Furtado, porém,
foram defendidas pela administração do Lula [1], e finalmente o órgão foi, em 2002,
recriado, desta feita com o nome de Agência do Desenvolvimento do Nordeste e a
sigla Adene.

A Sudene tem um longo histórico de luta contra a seca na região nordeste, que
remonta à sua própria fundação, em 1959. A partir das grandes secas de 1952 e 1958, o
governo federal decidiu criar uma instituição capaz de coordenar as ações globais para o
desenvolvimento da região, deslocando o enfoque de puro combate à seca. Assim, a
criação Sudene da visava a coordenação das ações do Governo Federal com os objetivos
de implementar a industrialização na Região e resolver os problemas agrícolas do
Nordeste, agravados pela ocorrência de secas.Para industrializar a Região foi criado um
sistema de incentivos fiscais, consolidados no FINOR - Fundo de Investimentos do
Nordeste.

Visando solucionar os problemas agrícolas da Região, foi adotada a estratégia


formulada pelo GTDN - Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste,
precursor da Sudene, que se resumia nos seguintes Programas:

• olonização das terras despovoadas existentes no Maranhão e no Oeste da Bahia;


• aproveitamento das bacias dos açudes e irrigação nos vales dos rios São
Francisco e Parnaíba;
• aproveitamento dos tabuleiros costeiros do Nordeste;
• reorganização fundiária do Semi-árido e da Zona da Mata.

À parir de 1974 a Sudene passou a tratar o tema da desertificação através da


coordenação da elaboração do Relatório Brasileiro para a Conferência de Nairobi de
1977. Esse relatório foi elaborado pelo Profº Vasconcelos Sobrinho, que passou a
chamar a atenção, de forma veemente, das autoridades brasileiras para o problema.

Nos anos 80, foi iniciado trabalho junto às Secretarias Estaduais de Meio
Ambiente e Universidades e, em 1986, a SEMA (Secretaria Especial de Meio Ambiente
da Presidência de República) estabeleceu parceria com a UFPI (Universidade Federal
do Piauí), SUDENE e Ministério da Agricultura, para elaboração de "proposta de ação
para estudos de desertificação no Nordeste". Com a criação do Instituto Desert, a
SUDENE passou a ter importante parceiro para o desenvolvimento de estudos,
pesquisas e implementação de ações no âmbito da luta contra a desertificação. A partir
de 1998 foram desenvolvidos dois significativos trabalhos enfocando: a desertificação
em Gilbués (Zoneamento agroecológico da região) e as potencialidades dos cerrados e
vale do Gurguéia, fronteira emergente de desenvolvimento agrícola. Abaixo as ações
desenvolvidas pela Sudene:

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