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A busca do verdadeiro sentido do natal e da tolerância

Tolerância é uma virtude inerente ao ser humano?

A natureza humana para se realizar, implica a cultura no sentido mais


amplo. O corpo biológico de cada ser humano pós-nascimento também se
humaniza culturalmente enquanto o sujeito psíquico vai se constituindo.

A Psicologia que nos primeiros meses o bebê é autocentrado vivendo uma


relação simbiótica com a mãe. Ele, a mãe e o ambiente são para ele uma
coisa só. Logo descobre que é um ser separado e encontramos ai raízes
psicológicas para explicarmos à tendência a intolerância. Ele projeta no
outro tudo que é mau, que não da prazer, que não pode ser sentido como
parte do seu "eu". É desse ponto que partem as maiores resistências e
intolerância ao outro.

O que é enfim a intolerância?

A tolerância é o respeito, a aceitação da diversidade de nossos modos de


expressão. É fomentada pelo conhecimento, a abertura de espírito, a
comunidade e a liberdade de pensamento de consciência e de crença. A
tolerância é a harmonia na diferença. Não é só um dever de ordem ética,
mas uma virtude que torna possível a convivência construtiva e pacifica.

Significa trocar uma relação fundamentada no conflito por relação de


espíritos desarmados, prontos para a empatia, para exercer a capacidade
de se colocar no lugar do outro para sentir como outro sente, sem pré-
julgamentos apressados. Exercer a tolerância é também saber ouvir a
mensagem do outro e perceber o que a mesma tem verdadeiro e sobre
tudo não atribuir à mesma significados que ultrapassem os códigos de
comunicação. É ter a capacidade de se questionar o sentido de perceber
se não esta atribuindo ao outro uma mensagem negativa que não existe. E
não se permitir acatar discurso do outro como arma de agressão, quando
o mesmo for uma ponte para compreensão e esclarecimentos de
conflitos.

A tolerância não é concessão. É, sobretudo uma atitude ativa fundada no


reconhecimento do direito da liberdade do outro que exclui toda forma de
imposição de pensamento único. Ser tolerante não significa renunciar as
próprias convicções nem fazer concessões indevidas. Significa isto sim,
compreender as razões do outro. A pratica da tolerância deve ser um
suporte para aceitação e nunca, para exclusão do outro, respeitando os
limites da moral e da ética.

Por que trazer esse tema nas proximidades do natal?

É para nossa reflexão sobre a dificuldade de perceber o outro em sua


grandeza e também em suas limitações. Todos percebem o artificialismo
das nossas confraternizações, a maioria delas sem qualquer sentido de
respeito e aproximação. Para muitos o natal não passa deum intervalo
entre conflitos. Todos ficam bons no natal. Na verdade o natal representa
uma paz passageira e não verdadeira.

Não seria o momento de reconciliação do individuo consigo mesmo para


poder compartilhar da verdadeira comunhão entre o Criador, e o homem
e entre todos os homens que devem conviver em harmonia para maior
percepção do sentido da vida?

Enfim reflitam qual o sentido do natal para cada um de nós e para


Humanidade.

Vamos esquecer um pouco as luzes das ruas de Paris, Nova York, da


Avenida Paulista e outras tantas bombardeadas na TV, pregando alegria e
consumismo.

O maior presente nosso ao próximo não esta no shopping, esta dentro de


cada um que pode oferecer afeto harmonia e solidariedade ao outro, tão
diferente e tão igual a nós mesmos, pois todos temos a mesma essência,
as mesmas carências e expectativas de autorealização.

Que nosso natal seja um momento de encontro no seu mais profundo


sentido.

Breno Benedito Andrade Freire

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