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A TEORIA DE CAMPO (DE LEWIN)

Para Kurt Lewin a teoria de campo é um conjunto de conceitos por meio dos
quais se pode representar a realidade psicológica. Estes conceitos devem ser
bastante amplos para serem aplicáveis a todas as formas de comportamento e,
ao mesmo tempo, bastante específicos para representarem uma pessoa
definida em sua situação concreta.
As características principais da teoria de campo de Lewin podem ser assim
resumidas: 1) o comportamento é função do campo que existe no momento em
que ele ocorre; 2) a análise começa com a situação como um todo, e da qual
são diferenciadas as partes concretas; 3) a pessoa concreta, em uma situação
concreta, pode ser representada matematicamente.

Por outro lado Lewin fala também do princípio de concreção que afirma que só
os fatos concretos no espaço vital podem produzir efeitos e do princípio de
contemporaneidade, segundo o qual só os fatos presentes podem criar um
comportamento atual. Além das noções de energia (força presente no ser
humano localizada em algum sistema), tensão (estado alterado de uma região
com relação a outra região), valência (valor que se dá a necessidade) e vetor
(força que pode operar mudança e que possui direção, energia e ponto de
aplicação).
A teoria de campo de Lewin também contribuiu para algumas formulações da
Gestalt-terapia. Tal contribuição, a nosso ver, faz-se a partir dos conceitos
dinâmicos desta teoria e não a partir da parte mais difundida da mesma que
são os seus conceitos estruturais e topológicos. Tais conceitos, ousamos dizer,
são no fundo supérfluos posto que face ao dinamismo da vida humana, de
nada vale um retrato que se faça da mesma. Como dizia Heráclito de Êfeso
não se toma banho duas vezes no mesmo rio. Face a milhões de
possibilidades que minha vida pode assumir que fazer com o retrato estático do
que fui um segundo atrás.
Por outro lado vemos grande valor terapêutico nos princípios de concreção e
de contemporaneidade. Leva-nos a lidar com o que existe e está presente
agora, evitando especulações arqueológicas que podem ser um
empreendimento interessante mas desnecessário, pelo menos em
psicoterapia.
Igualmente importante são as noções de energia, tensão, necessidade,
valência e vetor. Como bem colocou Jorge Ponciano Ribeiro “após o cliente ter
descoberto algo, com que tipo de energia ele pode contar, onde exatamente
começar ou o que exatamente fazer. Ele tem que saber o que, de fato, quer.
Não basta o cliente saber que descobriu o que o preocupa. O problema é como
sair do conflito”.

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