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Como já vimos à aposentadoria constitui direito personalíssimo, sob o qual não se admite
transação ou transferência a terceiros. O que não significa que a mesma seja um direito
indisponível do segurado.
Entretanto, outro dado deve ser anexado ao estudo: a natureza alimentar das verbas
recebidas a título de aposentadoria. Como já definimos no item 2.1, a aposentadoria se
destina a prover a subsistência do aposentado.
Assim, a análise da devolução dos valores não é simples, como querem fazer
parecer alguns julgadores. E tampouco estaria atrelada a possibilidade de utilização do
tempo com a devolução dos valores recebidos. Isso porque, não se podem considerar
indevidos os vencimentos pagos pelo INSS à época da aposentadoria, tampouco, pelo
caráter alimentar, pode ser considerada válida a vinculação da nova utilização do tempo
com a devolução das verbas recebidas.
1
18 STJ, AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 697633, Processo: 200401512008 UF: SC Órgão Julgador:
QUINTA TURMA, Relator (a) FELIX FISCHER. Data da decisão: 07/04/2005, DJ DATA:16/05/2005 PÁGINA:399.
2
19 STJ, AGRESP - - 723228, Processo: 200500205672 UF: SC Órgão Julgador: QUINTA TURMA, Relator (a) GILSON DIPP, Data
da decisão: 07/04/2005, DJ DATA:02/05/2005 PÁGINA:414.
PONTOS LEVANTADOS PELO INSS E DEMAIS OPOSITORES A
DESAPOSENTAÇÃO
Entretanto, é patente que um Decreto, como norma subsidiária que é, não pode restringir a
aquisição de um direito do aposentado, prejudicando-o, quando a lei quedou-se omissa.
Alguns doutrinadores sustentam sua posição no entendimento que a renúncia não poderia
ser configurada como renúncia posto que depende de requerimento e concordância da
Administração (órgão pagador e gestor do benefício), excluindo-se assim a necessária
unilateralidade do instituto.
Nesse tópico devemos lembrar que restando pacificado o entendimento da disponibilidade
do direito a aposentadoria não haveria que se falar na impossibilidade de renúncia. E assim,
a anuência do poder ou órgão gestor deveria ser automática. Isso porque, como vimos
anteriormente, a aposentadoria, apesar de influir no direito da coletividade (fundo
previdenciário do regime geral, caráter solidário do sistema) é um direito eminentemente
pessoal e individual, sendo intransferível.
Portanto, se adotarmos tal entendimento, a Autarquia poderia apenas criar requisitos para a
anuência da desaposentação, como por exemplo a devolução dos valores, desde prevista a
necessidade em lei. Entretanto, não haveria que se falar no interesse público, até porque não
nos parece lógico pensar que o interesse público (no caso, da continuidade da
aposentadoria) poderia se sobrepor ao do indivíduo (que seria o da desaposentação).
Não se pode portanto, obrigar alguém a continuar aposentado, da mesma forma que não se
poderia obrigá-lo a continuar trabalhando uma vez implementadas as condições para a
concessão de uma aposentadoria.
Por óbvio que no caso em análise o direito individual se sobrepõe ao público, ainda que
subsistam lado a lado.
Também é invocado pelo INSS bem como pelos opositores da desaposentação o princípio
da legalidade de observância obrigatória para a administração pública, nos termos do artigo
37, caput da CF/88. Sob esse enfoque, a ausência de previsibilidade legal para o
procedimento de desaposentação e suas implicações no sistema de seguridade seria
impeditivos da concessão do requerimento por parte da Autarquia.
Ou seja, uns defendem que no tocante ao segurado ela seria possível porque ninguém é
obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Já outros defendem que à
Administração pública somente é permitido aquilo que a lei prevê. Logo, pela ausência de
previsão, não haveria que se falar em direito a desaposentação. Até porque, assim como a
concessão do benefício, a desaposentação também seria um ato vinculado feito pela
Autarquia Previdenciária.
Inclusive, há quem diferencie a renúncia simples (no caso, sem o interesse de utilização do
tempo, e portanto, sem a necessidade de devolução dos valores), da desaposentação, que
seria a desistência da aposentadoria com o intuito da utilização do tempo na busca de uma
melhor aposentadoria.
Mas, como já vimos, a natureza alimentar das verbas recebidas a titulo de aposentadoria
impossibilitam a devolução das parcelas recebidas.
CONCLUSÃO
Não restam dúvidas, portanto, quanto ao direito dos beneficiários de renunciarem a suas
aposentadorias, fazendo uso do instituto da desaposentação. Encontra-se fundamento
doutrinário, jurisprudencial e legal (permissiva omissiva), além de uma expectativa de
fundamento legal, tudo a respaldar o direito de renuncia à aposentadoria para a
desaposentação e o conseqüente direito de aproveitamento do tempo de serviço que tenha
dado origem ao benefício para efeitos de nova jubilação.
Como o assunto ainda não é pacífico, e a própria jurisprudência difere nos entendimentos
sobre a necessidade ou não da devolução aos cofres públicos, somente uma resolução
legislativa poria fim à discussão. Entretanto, o Projeto de Lei nº 7.154/2002, pelo menos
como se encontra até o momento, não parece trazer solução para esse problema.
Outro ponto importante a ser atentado pelos aposentados é que a legislação previdenciário
tem sofrido inúmeras modificações 28 tanto para o regime geral quanto para o regime
próprio, que acabaram por transformar de forma marcante o cálculo de renda mensal dos
benefícios previdenciários.
Atualmente, nem sempre um benefício com mais tempo de contribuição resultará num
valor de renda mensal maior. Assim, a análise sobre a benéficie da desaposentação deve ser
feita caso a caso, já que ainda que legalmente cabível, pode ser mais vantajoso ao segurado
permanecer aposentado pelas regras anteriores.
Desta forma, ainda que reste comprovado o direito dos aposentados que continuarem a
contribuir em optarem pela desaposentação visando um aumento de seus benefícios, a
análise deve ser cuidadosa de forma a prever as modificações legais que poderão afetar o
valor final desse novo benefício.
Pessoas que se aposentaram mais jovens e tiveram seus benefícios reduzidos por conta do fator
previdenciário ou por receberem aposentadoria proporcional apostam na "desaposentação" para
tentar melhorar seus vencimentos.
Segundo advogados e entidades consultadas pelo G1, esse tipo de processo é recente no país e
começa a proliferar nas varas previdenciárias. Poucos casos já chegaram ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ), mas ainda não há consenso no próprio tribunal sobre o tema.
A desaposentação nada mais é do que o ato de renunciar ao atual benefício para obter um novo em
condições mais favoráveis. Mas só vale para quem continuou trabalhando ou trabalhou por algum
tempo depois de aposentado. Ao fazer as contas anos depois, a pessoa percebe que seu benefício
seria melhor se fossem consideradas as condições atuais. Como, uma vez aposentado, não é possível
pedir uma revisão ao próprio Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), esses beneficiários optam
por ir à Justiça.
O presidente tem até a próxima terça-feira (15) para decidir se concorda
com o fim do fator previdenciário
De acordo com advogados ouvidos pelo G1, ações do tipo começaram a ser protocoladas alguns
anos depois da adoção do fator previdenciário, em 1999, quando aposentados sob o mecanismo
refizeram as contas após atingir mais idade e perceberam que podiam ter um benefício maior. O
mesmo aconteceu com que se aposentou com benefício proporcional, o que era permitido até o fim
de 1998.
No fim de maio, o Congresso Nacional aprovou o fim do fator, que, na prática, reduz o benefício de
quem se aposenta mais jovem, independentemente do tempo de contribuição. O mecanismo tenta
inibir as aposentadorias precoces para ajudar as contas da Previdência. O governo reagiu e
os ministros da Fazenda e do Planejamento recomendaram que o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva vete o fim do fator. O presidente tem até a próxima terça-feira (15) para decidir, segundo o
governo - pela Constituição, o prazo é de 15 dias úteis após o recebimento do projeto.
Não há nenhuma lei que permita a desaposentação, mas não também não existe proibição de se
tentar obter uma nova aposentadoria na Justiça. Consultado pelo G1, o Ministério da Previdência
disse que "não é contra nem a favor da desaposentação. A legislação brasileira é que não permite. De
acordo com a legislação, a aposentadoria é irreversível e irrenunciável a partir do recebimento da
primeira parcela", informou a assessoria da pasta por e-mail. Segundo especialistas, a preocupação
do governo é de que os gastos públicos podem aumentar.
O principal argumento das ações sobre o tema que tramitam na Justiça é o de que é injusto que os
beneficiários que continuam trabalhando não tenham como reaver as contribuições feitas após a
aposentadoria.
É o caso do analista de sistemas Carlos Paes, de 58 anos, morador de São Bernardo do Campo, no
ABC paulista. Ele se aposentou em 1998, antes do fator previdenciário, com 46 anos de idade. "Fiz
os cálculos e percebi que não compensava esperar porque ia entrar a nova lei do fator previdenciário
e o valor da aposentadoria ia cair muito."
Eu não vou ficar esperando regulamentarem isso, porque acho que é meu
direito (obter uma aposentadoria melhor)"
Carlos Paes, que entrou na Justiça pedindo desaposentadoria
Paes disse que, depois de se aposentar, trabalhou cerca de seis anos com um negócio próprio. Em
2004, conseguiu um emprego para voltar ao mercado de trabalho com registro em carteira. "Foi uma
sorte conseguir emprego. É que na área que trabalho, mainframe (computador de grande porte), a
garotada não se interessa muito e acaba sobrando espaço para pessoas mais experientes."
Recentemente, soube que podia tentar melhorar o benefício se levasse em conta os últimos anos que
trabalhou. Foi aí que entrou na Justiça com pedido de desaposentação. "Eu não vou ficar esperando
regulamentarem isso, porque acho que é meu direito (obter uma aposentadoria melhor)." Segundo os
cálculos feitos pelo advogado de Carlos Paes, se ele se aposentasse com a situação atual, seu
benefício seria 70% mais alto.
Para Benedito Marcílio, vice-presidente da Federação dos Aposentados do Estado de São Paulo e
membro do Conselho Nacional de Previdência Social, a desaposentação é uma alternativa para os
aposentados que continuam trabalhando.
Segundo dados do IBGE, em 2008, os aposentados e pensionistas no país somavam 22 milhões.
Entre eles, 6,7 milhões estavam ocupados - cerca de 30% do total.
"O ideal seria se tivéssemos aposentadorias com critérios justos onde o cidadão que trabalhasse 30,
35 anos, recebesse uma aposentadoria que lhe garantisse a sobrevivência. (...) Hoje em dia os
critérios são perversos com esse fator previdenciário. Quem se aposenta tem perda de cara de mais
de 35% do que se tivesse trabalhando. (...) São mais de 2 milhões de aposentados com carteira
assinada. A desaposentação acaba sendo uma forma de corrigir distorções."
Benedito Marcílio diz que o fim do fator previdenciário é uma das bandeiras do movimento de
aposentados. "Se o Lula vetar vai ter que assumir os desgastes desse veto. A responsabilidade é dele
e ele vai pagar por isso, afinal é ano de decisão política", afirma.
Ação na Justiça
Como a procura por processos de desaposentação começou a crescer, no fim do ano passado a
Defensoria Pública da União (DPU) no Paraná entrou na Justiça para possibilitar que todos os
aposentados possam pedir por via administrativa a revisão do seu benefício, sem necessitar do
processo por desaposentação.
A ação pedia uma liminar para que o INSS começasse a revisar os benefícios de imediato, mas a
Justiça negou. O Ministério Público Federal no estado opinou pela rejeição do processo por entender
que não é dever da DPU fazer pedido em prol da coletividade. O processo está com juiz para uma
decisão.
O defensor público Alfeu Eleandro Fabiane diz que se a Justiça considerar o pedido procedente
(válido) na 1ª instância, mesmo que a Previdência recorra, pode ser um "precedente positivo" para
ação individual. "Mas conto com a possibilidade de que seja improcedente na primeira instância. Se
acontecer, vamos recorrer. No TRF 4 (da região do Paraná), há entendimento de que a
desaposentação possa ocorrer, mas eles dizem que o aposentado tem de devolver todos os valores já
recebidos. Somos contra porque não recebeu indevidamente, tinha o direito."
Eleandro Fabiane diz que o tema deve ter um consenso em breve no STJ ou chegar ao Supremo
Tribunal Federal (STF). "Como a questão da aposentadoria é tratada como direito fundamental,
provavelmente isso vai acabar gerando questão constitucional para o STF. É uma questão nova.
Pontualmente algumas pessoas conseguem esse direito, mas pontualmente. Não há decisões de maior
alcance." Segundo o defensor, só na DPU de Curitiba (PR) há cerca de 20 casos de pessoas pedindo
desaposentação em andamento.
Ela afirma, porém, que trata-se de um processo longo. "Demora entre cinco e sete anos. É um
processo longo e deve ir ao Superior Tribunal de Justiça, uma vez que muitos juízes de primeira e
segunda instância têm negado os pedidos." A advogada disse que a ação deve pedir a renúncia do
benefício por outro melhor, e não a revisão. "Desaposentação não é revisão.
A revisão ocorre por um erro cometido. Na desaposentação, é preciso provar que contribuiu depois
de se aposentar e que espera um novo benefício." Melissa afirma ainda que é necessário fazer
adequadamente os cálculos para saber se o processo vale a pena.
Regulamentação
O G1 identificou pelo menos dois projetos no Congresso que criam regras para a desaposentação,
mas ainda estão em estágios iniciais de tramitação.
Zambitte também crê no veto ao fim do fator e considera que pelo sistema atual, o melhor é que o
mecanismo continue vigorando. Ele afirma, porém, que a implantação de uma idade mínima poderia
para aposentadoria poderia resolver a questão.
Preocupação
Para os advogados que atendem aos aposentados que buscam melhorar o benefício, a preocupação é
sobre o tema chegar ao Supremo Tribunal Federal.
O advogado Danilo Perez Garcia afirmou que atende diversos aposentados com esse perfil e já
chegou a obter uma sentença favorável na primeira instância, mas a Previdência recorreu. Nesse
caso, o benefício atual de R$ 1,5 mil iria para R$ 2,9 mil se considerados os últimos anos de
trabalho.
Garcia destaca que muitos tribunais têm aceitado a desaposentação, mas determinando que o
segurado devolva todos os valores recebidos anteriormente. "A Previdência alega que se for
concedida a desaposentação, o segurado tem de devolver. Mas entendemos que a aposentadoria
naquele momento foi legal. Só se deve devolver valores no caso de concessões indevidas ou fraude."
O advogado destaca que em um caso que chegou ao STJ o tribunal opinou pela não devolução.
"São processos novos. Nós começamos a mexer com desaposentação em 2008 e é agora, 2010
2011, que começa a chegar nos tribunais superiores", afirma Garcia. Para ele, quando muitos casos
começarem a aparecer pode ser publicada uma súmula que delibere sobre o assunto.
Ela afirmou que explica aos clientes que se trata de um processo novo, mas não esconde a
preocupação com o STF. "Já temos decisões favoráveis no STJ. A preocupação é o STF, se não vão
ser revertidas."
Contra
Contrário à tese, o advogado Mauricio Maluf Barella, especialista em direito tributário, afirmou que
é procurado para fazer as ações de desaposentação, mas se recusa. "Acho que não vale a pena porque
pode cair mais para frente. (...) Eu não costumo brincar com o direito dos outros. Acho que pode
acabar piorando a vida de muita gente. Não posso enganar o cliente, tem muitas decisões que pedem
a devolução dos valores."
ENTENDA A DESAPOSENTAÇÃO
O que é?
É o ato de renunciar a atual aposentadoria para que passe a receber um novo benefício que leva em consideração
a situação atual, como idade e recolhimentos feitos à Previdência após ter se aposentado. Ou então para utilizar o
tempo de contribuição em outro regime previdenciário, como por exemplo, passar do regime geral, no setor
privado, para um próprio do setor público.
ENTENDA A DESAPOSENTAÇÃO
Não está prevista em lei e portanto não basta pedir revisão administrativa ao Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS). Atualmente, a desaposentação para um novo benefício só pode ser pedida pela via judicial. Alguns
advogados pedem para a Previdência e incluem a negativa como parte do processo.
Considera que a aposentadoria é um "ato jurídico irreversível e irrenunciável". Diz não ser contra, mas afirma que
a lei não permite a desaposentação.
Que os aposentados no Regime Geral da Previdência (por exemplo, os funcionários de empresas privadas) que
começaram a trabalhar no serviço público após a aposentadoria pudessem abrir mão do benefício e contar o
tempo de serviço antigo para se aposentar no regime próprio com uma condição mais vantajosa. A partir disso,
começaram a ser protocoladas também ações de aposentados pelo Regime Geral que continuaram contribuindo
no mesmo regime e buscavam o direito de ampliar seu benefício.
A partir de 1994, foi extinto o benefício do Pecúlio Previdenciário, que é a devolução das contribuições
previdenciárias realizadas após a aposentadoria quando fosse comprovado o fim da atividade por meio da
rescisão do contrato. Isso significa que atualmente, pela lei, não há possibilidade de o segurado aposentado obter
retorno sobre as contribuições feitas após 1994.
Homens podem se aposentar com benefício integral com 35 anos de contribuição e as mulheres, com 30. No
entanto, quem se aposenta mais jovem tem o benefício reduzido por conta do fator previdenciário. É possível pedir
aposentadoria só por idade para homens com 65 anos de idade para mulheres a partir dos 60, respeitando a
carência de 180 contribuições em qualquer dos casos. Atualmente, só pode pedir aposentadoria proporcional - 53
anos e 30 de trabalho para homens e 48 anos e 25 de trabalho para mulheres - quem se filiou à Previdência antes
de 16/12/1998. Na aposentadoria proporcional, além do tempo mínimo é exigido trabalhar mais 40% do tempo que
faltava para a aposentadoria em dezembro de 1998. Quem se filiou à Previdência após esse período, não pode
mais obter aposentadoria proporcional.
Geralmente o segurado que se aposentou mais jovem com o benefício proporcional. Com as contribuições feitas
depois, esse beneficiário passou a ter condições de obter um benefício melhor.
A adoção do fator previdenciário, em 1999, reduziu os benefícios de quem se aposenta só por tempo de
contribuição, sem atingir a idade mínima de 65 anos para homens e 60 para mulheres. Muitos continuaram a
trabalhar mesmo depois da aposentadoria e, dessa forma, mantiveram as contribuições ao INSS. Ao atingirem a
idade mínima, alguns beneficiários refizeram os cálculos e perceberam que os benefícios podiam ser bem
maiores.
ENTENDA A DESAPOSENTAÇÃO
Segundo advogados e especialistas, a maioria dos juízes de primeira e segunda instância tem rejeitado o pedido
de desaposentação. Alguns magistrados, porém, aceitam a desaposentação, com a condição de que os
aposentados devolvam todo o dinheiro recebido da Previdência, para ter direito a um novo benefício. No entanto,
um processo que chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou válida a desaposentação e rejeitou a
necessidade da devolução dos valores. Nenhum processo sobre o tema foi analisado pelo Supremo Tribunal
Federal (STF).
Entre os especialistas e advogados consultados pelo G1, há poucos casos de ações transitadas em julgado, sem
mais possibilidade de recurso, em que o aposentado já esteja recebendo uma aposentadoria com valor maior do
que a anterior. A Previdência não soube informar quantos.
Segundo advogados consultados pelo G1, é preciso fazer cálculos para saber se realmente vale a pena renunciar
à aposentadoria por um novo benefício. O pedido judicial também deve deixar claro que se trata de uma renúncia
por uma nova aposentadoria. Há possibilidade de pedir desde o começo que todo o dinheiro já recebido não tenha
de ser devolvido. Todos os especialistas consultados pela reportagem temem que a possibilidade de pedir nova
aposentadoria por esse mérito seja suspensa pelo STF caso alguma ação chegue ao tribunal.