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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

QUALITTAS
CURSO DE HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

TÓPICOS RELEVANTES NA SUINOCULTURA ATUAL

Janiele Mendonça Matos

Campo Grande, set. 2008


JANIELE MENDONÇA MATOS
Aluna do curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal da UCB

TÓPICOS RELEVANTES NA SUINOCULTURA ATUAL

Trabalho monográfico de conclusão


do curso de Especialização lato sensu
de Higiene e Inspeção de Produtos de
Origem Animal (TCC), apresentado a
UCB como requisito parcial para a
obtenção do título de Especialista,
sob a orientação do Prof. Eduardo
Hofstatter.

Campo Grande, set. 2008


TÓPICOS RELEVANTES NA SUINOCULTURA ATUAL

Elaborado por Janiele Mendonça Matos


Aluna do Curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal da UCB

Foi analisado e aprovado com


Grau:...................................

Campo Grande, 18 de julho de 2008.

____________________________________________
Eduardo Hofstatter
Professor Orientador

Campo Grande, set. 2008


ii
Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais,
Aos meus professores e colegas por me
orientarem e darem condições para torná-lo
possível.

iii
Agradecimentos
A Deus, o que seria de mim sem a
fé que eu tenho nele;
A minha família que, com muito
carinho e apoio, não mediu
esforços para que eu chegasse até
esta etapa de minha vida;
Ao meu orientador, Prof. Eduardo
Hofstatter, pelo apoio e pela
paciência na orientação que
tornaram possível a conclusão
desta monografia.

iv
MATOS, Janiele Mendonça

Tópicos relevantes da suinocultura atual

RESUMO

A carne suína é a mais produzida e consumida no mundo, respondendo por cerca de 50%
do consumo global de carnes. Entretanto, no comércio internacional, participa com menos
de cinco milhões de toneladas anuais, sendo o mercado importador bastante concentrado e
com um menor número de países, perdendo em volume tanto para carne de aves como para
a bovina. A carne suína tem seu consumo prejudicado por conceitos errôneos de que é
gordurosa e faz mal à saúde. Tais conceitos devem ser esclarecidos e desfeitos, para não
privar a nossa população de um alimento tão gostoso e saudável. A carne suína é um
alimento que atende às exigências do consumidor moderno e enriquece as refeições de
maneira nutritiva, saudável e saborosa. O presente trabalho fez uma breve analise sobre
aspectos de economia, produção e mercado da carne suína brasileira, bem como da sua
evolução e dos seus desafios tecnológicos para acesso aos mercados. Para que o mercado
de suínos continue crescendo ações de defesa sanitária são muito importantes. A evolução
tecnológica da cadeia da suinocultura tem tido forte contribuição das áreas relacionadas á
sanidade animal. Foram desenvolvidas ações que visaram à identificação e o controle de
doenças de importância econômica, de doenças que representavam riscos ao consumidor
ou que originassem barreiras ao comércio. Entre os méritos que fazem do Brasil um grande
competidor internacional, a sanidade está em primeiro lugar. A conquista de novos
mercados e a manutenção dos atuais, passam especialmente, pelas ações de defesa sanitária
(ABIPECS, 2007).

v
MATOS, Janiele Mendonça

Relevant topics of the current pig breeding

ABSTRACT

The pork is most produced and eaten away in the world, answering for around 50 % of the
global consumption of meats. Meantime, in the international commerce, it participates with
fewer five million annual tons, being the quite concentrated importing market and with a
less number of countries, losing in volume both for meat of birds and for the bovine one.
The pork has his consumption damaged by erroneous concepts of which it is oily and does
badly to the health. Such concepts must be explained and undone, not to deprive our
population of such a tasty and healthy food. The pork is a food what it attends to the
demands of a modern consumer and makes rich the meals of nourishing, healthy and tasty
way. The present work did a short analysis on aspects of economy, production and market
of the Brazilian pork, as well as of his evolution and of his technological challenges for
access to the markets. Why does the market of pigs keep on growing are actions of sanitary
defense very important. The technological evolution of the chain of the pig breeding has
been having strong contribution of the connected areas á animal health. There were
developed actions that aimed at the identification and the control of diseases of economical
importance, of diseases that were representing risks to a consumer or which were giving
rise to barriers to the commerce. Between the merits that do from Brazil a great
international competitor, the health is first of all. The conquest of new markets and the
maintenance of the current ones, they pass specially, for the actions of sanitary defense
(ABIPECS, 2007).

vi
SUMÁRIO

RESUMO.......................................................................................................................... v
LISTA DE TABELA ...................................................................................................... ix
1. OBJETIVOS ......................................................................................................................1
2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................2
3. ORIGEM E EVOLUÇÃO ................................................................................................4
4. MELHORAMENTO GENÉTICO ..................................................................................6
5. ORGANIZAÇÃO, ASPECTOS TECNOLÓGICOS E DE PRODUÇÃO DA
CADEIA DE SUÍNOS DO BRASIL ................................................................................9
6. NUTRIÇÃO .....................................................................................................................11
7. SANIDADE SUÍNA.........................................................................................................13
7.1 FATORES DE RISCO ................................................................................................14
7.1.1 Fase de Maternidade ........................................................................................14
7.1.1.1 Manejo na maternidade ..........................................................................15
7.1.2 Fase de Creche ..................................................................................................16
7.1.2.1 Manejo na creche....................................................................................16
7.1.3 Fase de Crescimento e Terminação ................................................................17
7.1.3.1 Manejo no crescimento e terminação .....................................................17
7.1.4 Fase de Reprodução .........................................................................................18
7.1.4.1 Manejo na fase de reprodução ...............................................................18
8. VACINAÇÃO ..................................................................................................................20
9. SISTEMAS DE COBERTURA......................................................................................21
9.1 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL ..................................................................................21
9.1.1 Fatores que Justificam a Adoção da Inseminação Artificial ........................23
9.1.2 Custos de Implantação de uma Central de Inseminação Artificial .............24
9.1.3 Estágio Tecnológico da Inseminação Artificial..............................................24
10. MANEJO PRÉ-ABATE DE SUÍNOS ...........................................................................28
vii
11. ASPECTOS NUTRICIONAIS .......................................................................................30
12. ABATE CLANDESTINO ...............................................................................................32
13. CARNE SUÍNA – MITOS E VERDADES....................................................................34
13.1 O COLESTEROL......................................................................................................35
13.2 A CISTICERCOSE .........................................................................................................37
14. A SUINOCULTURA EM 2008 ......................................................................................39
15. CONCLUSÕES................................................................................................................41
16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................42

viii
LISTA DE TABELA

1. Programa mínimo de vacinação para um rebanho suíno.....................................................24

ix
1. OBJETIVOS

O objetivo do presente trabalho foi fazer uma breve análise de aspectos de


economia, produção e mercado da carne suína brasileira, bem como da sua evolução e dos
seus desafios tecnológicos para acesso aos mercados.

Além de evidenciar o perfil do consumidor, destacando as principais características


de aceite e/ou rejeição, constituindo-se em possível contribuição para a cadeia produtiva de
suínos, na tentativa de aumentar o consumo e aceitabilidade da carne suína.
2. INTRODUÇÃO

A carne suína é a mais produzida e consumida no mundo, respondendo por cerca de


50% do consumo global de carnes. Entretanto, no comércio internacional, participa com
menos de cinco milhões de toneladas anuais, sendo o mercado importador bastante
concentrado e com um menor número de países, perdendo em volume tanto para carne de
aves como para a bovina.

A produção mundial de carne suína apresentou entre 2000 e 2007, crescimento


médio anual de 3,5% e deve alcançar, neste último ano, 101,9 milhões de toneladas. A
produção está localizada em áreas tradicionais, bem definidas sendo que mais da metade
ocorre na China, que somada a União Européia e dos 25 países, deve atingir 75,8 milhões
de toneladas ou 74,4% da produção mundial de 2007. Os Estados Unidos e o Brasil são o
terceiro e quarto maiores produtores com produções previstas de 9,8 e 2,9 milhões de
toneladas respectivamente para este ano (USDA, 2007).

A cadeia produtiva de carne suína no Brasil apresenta um dos melhores


desempenhos econômicos no cenário internacional, com um aumento expressivo nos
volumes e valores produzidos e exportados. Esse desempenho se deve aos avanços
tecnológicos e organizacionais das últimas décadas, e ainda pela qualidade e baixo custo de
seu produto.

As exportações brasileiras de carne suína passaram de 127 mil toneladas no ano de


2000 para 625 mil toneladas em 2005, maior marca atingida pelo país nesse período, e
deve se situar ao redor de 600 mil toneladas em 2007, correspondendo a cerca de 12% das
exportações mundiais e representando um grande avanço na conquista do mercado
internacional.
No ano de 2005 o Brasil teve problemas com focos de Febre Aftosa nos estados de
Mato Grosso do Sul e Paraná, com isso o país sofreu com o embargo da Rússia as carnes
brasileiras. Esse embargo prejudicou de forma significativa o mercado de carnes suínas,
sem este problema certamente os índices de exportações seriam bem maiores.

Os importadores da carne suína brasileira têm sido principalmente Rússia, com


cerca de 60% do total, seguida por Hong Kong com 12%, Argentina com 8%, Singapura
com 3% e Uruguai com 2%. Em 2002, a Rússia chegou a absorver 80% das exportações
brasileiras, mas a posterior imposição de cotas e a redução das importações no ano
seguinte obrigou o Brasil a buscar novos mercados, tendo sucesso nessa missão, inclusive
com a ampliação das exportações.

Para que o mercado de suínos continue crescendo ações de defesa sanitária são
muito importantes. A evolução tecnológica da cadeia da suinocultura tem tido forte
contribuição das áreas relacionadas á sanidade animal. Foram desenvolvidas ações que
visaram à identificação e o controle de doenças de importância econômica, de doenças que
representavam riscos ao consumidor ou que originassem barreiras ao comércio. Entre os
méritos que fazem do Brasil um grande competidor internacional, a sanidade está em
primeiro lugar . A conquista de novos mercados e a manutenção dos atuais, passam
especialmente, pelas ações de defesa sanitária (ABIPECS - Associação Brasileira da
Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, 2007).
3. ORIGEM E EVOLUÇÃO

Os suínos foram domesticados primeiramente na China, por volta de 4900 a.C.


Todas as raças conhecidas são descendentes de dois grandes grupos específicos:

Raças Célticas (Sus scrofa) – Originárias do Javali Europeu

• Orelha caída

• Exemplo: Landrace e Wessex

Raças Asiáticas (Sus vittatus) – Originárias do Javali Asiático

• Orelha elevada

• Exemplo: Large White, Hampshire, Pietran

Raças Ibéricas (Sus mediterraneus) – Cruzamento dos dois

• Orelha intermediária

• Exemplo: Duroc e Poland China

Chegaram à América em 1493, trazidos por Cristóvão Colombo, e ao Brasil em


1532, trazidos por Martim Afonso de Souza, estabelecendo-se em São Vicente-SP. Dentre
as principais raças portuguesas introduzidas pelos colonizadores que participaram da
formação das raças nacionais, destacam-se a Alentejana, a Transtagana, a Galega, a
Bizarra, a Beiroa, a Macau e a China. Essas raças cruzaram-se desordenadamente e deram
origem às raças nacionais. Essas, além da influência das do tipo Ibéricas, Célticas e
Asiáticas, também sofreram interferência das raças americanas, tais como: Duroc e Poland
China (ANUALPEC, 2005).
No final do século XIX e início do século XX é que o Brasil recebeu os efeitos
melhoradores dos países com Zootecnia mais avançada. Inicialmente vieram as raças
inglesas (Berkshire, Taworth, Large Black e Yorkshire). Posteriormente vieram os
reprodutores Poland China e Duroc. Na década de 30 e 40 chegaram espécimes de Wessex
e Hampshire. E, finalmente, na década de 50, chegou o Landrace.

Nos últimos cinco anos o Brasil foi alvo de atenção por parte de grandes empresas
de melhoramento genético de suínos. Atualmente mais de 10 empresas multinacionais
atuam no mercado de vendas de reprodutores suínos melhorados (machos e fêmeas),
produtores de carne magra (AGROCERES, 2007).

O rebanho suíno brasileiro pode ser caracterizado em dois estratos distintos quanto
à sua composição genética:

a) Raças especializadas na produção de carne (Duroc, Large White, Landrace, Hampshire,


Pietran e seus cruzamentos);

b) Animais de raças nativas ou nacionais (Piau, Canastra, Nilo, Tatu, Pereira, Pirapitinga,
Caruncho, Estrela etc.), que são voltados à produção de gordura.

Como em outros países, o rebanho suíno brasileiro está localizado nas regiões onde
existe maior disponibilidade de grãos (milho e soja), concentrando-se mais nas regiões Sul
e Sudeste (PR, RS, SC, MG, SP).

A suinocultura é um importante setor da pecuária nacional. Encontra-se em 46,5%


das 5,8 milhões de propriedades existentes no país, empregando mão-de-obra tipicamente
familiar. Porém, a maior parte do rebanho apresenta baixo desfrute porque a maioria dos
criadores que utiliza mão-de-obra familiar não investe em tecnologia. Ao contrário desses,
os que apostam na Suinocultura Industrial com alta tecnologia e exploram a atividade de
forma empresarial, obtém ótimos rendimentos.
Com o mercado consumidor cada vez mais exigente, as granjas se reestruturaram e
submeteram os suínos a rigorosa reeducação alimentar. A resposta veio em forma de
produtividade. No lugar da gordura, entrou a carne, com uma vantagem a mais: custos cada
vez menores, já que o limite de engorda é estabelecido pelo próprio criador. Até 1960, o
suíno era destinado a produzir gordura e comia todos os tipos de alimentos, inclusive restos
e sobras sem cuidados higiênicos. Hoje, a alimentação é balanceada (ROSTAGNO, 2005).
4. MELHORAMENTO GENÉTICO

A produção de carcaças com grande quantidade de carne de boa qualidade é o


principal objetivo comercial e industrial da moderna criação de suínos. Em outras épocas,
porém, como no decorrer da II Guerra Mundial, a gordura, ou banha, era o produto de
maior interesse comercial. Com o advento das gorduras de origem vegetal, verificou-se um
declínio sensível no consumo de gordura de origem animal, passando a enfatizar-se a
produção de suínos com mais carne e menos gordura. Esse interesse cresceu na década de
70 e se firmou no decorrer dos anos 80 e 90, com as indústrias frigoríficas incentivando a
produção de suínos com alto rendimento de carne e baixo rendimento de gordura.

A carne é o resultado da transformação das células musculares em produto


comestível, o que ocorre após o abate dos animais. As células musculares são constituídas
por um grande número de fibras, cada qual constituída de numerosas fibrilas. A massa
muscular presente nos suínos representa a soma de todos os processos celulares individuais
e de crescimento molecular que ocorrem dentro do músculo. O crescimento muscular, na
fase fetal, ocorre por proliferação das células musculares (hiperplasia), enquanto que após
o nascimento, e até o abate dos animais, o crescimento das células musculares não depende
mais da divisão do núcleo destas células, mas sim do aumento da massa muscular das
células (hipertrofia) em torno do DNA.

Em alguns genótipos de suínos, a relação negativa entre o rendimento e a qualidade


da carne pode estar relacionada ao crescimento radial excessivo das células musculares.
Em outros, o aumento da quantidade de carne na carcaça parece estar relacionado ao maior
crescimento celular longitudinal, sem qualquer efeito deletério sobre a qualidade da carne
(EMBRAPA, 2002).

Um resumo sobre as diferenças entre as principais raças de suíno quanto à


qualidade da carne, é apresentado a seguir:
Large White: apresenta freqüência muito baixa, praticamente nula, do gene Hal-n, declínio
lento do pH muscular post-mortem, e pH último normal, com rendimento tecnológico de
carne superior a Pietrain e inferior à Landrace. Estudos sobre a qualidade de presuntos
defumados têm demonstrado a superioridade de Large White em relação às demais raças,
especialmente em animais mais pesados.

Landrace: a qualidade de sua carne depende da freqüência do gene Hal-n presente na


população, pois a taxa de declínio do pH muscular post-mortem depende da freqüência do
gene. A carne de Landrace foi sempre considerada de qualidade inferior a de Large White,
mas a redução do gene Hal-n, de 15-18% entre 1970 e 1980, para menos de 1% em 1990,
tem diminuído sensivelmente a variação entre as duas raças, tanto no rendimento
tecnológico de carne como em características organolépticas.

Duroc: é resistente à susceptibilidade ao estresse, apresentando pH inicial e último


semelhantes a Large White. O conteúdo de gordura intramuscular na carne de Duroc é
muito alto para a fabricação de presunto cozido, mas adequado em carnes para consumo
"in natura". A utilização de machos híbridos de Duroc na produção de suínos para o abate
tem proporcionado redução no teor de gordura intramuscular. O teor, porém, ainda é maior
do que o observado na progênie de outros genótipos paternos. O uso de Duroc na produção
de suínos para a fabricação de presunto deve ser mais bem avaliado.

Pietrain: com raras exceções, apresenta alta freqüência do gene Hal-n, e,


conseqüentemente, queda acentuada do pH muscular post-mortem. A acidificação rápida e
extensa dos tecidos musculares conduz à desnaturação das proteínas musculares e a uma
grande proporção de carne PSE. A perda de água da carne por exsudação é
significativamente maior do que em Large White e Landrace. Devido a isso e à
susceptibilidade ao estresse e morte súbita, recomenda-se a utilização de Pietrain primeiro
para produzir machos híbridos ou sintéticos, que então podem ser utilizados na produção
de suínos para o abate. Nesses casos, deve-se redobrar a qualidade do manejo pré e pós-
abate de suas progênies. A maciez da carne de Pietrain é considerada de qualidade inferior
a da carne de Large White e Landrace.

Hampshire: apresenta taxa de declínio do pH post-mortem semelhante a Large White,


porém menor rendimento tecnológico de carne. Isso se deve ao baixo pH 24 horas post-
mortem e ao menor conteúdo protéico dos músculos, que resulta em uma relação muito alta
entre a quantidade de água e de proteína no músculo.

Genótipos de alto rendimento e baixa qualidade de carne, tais como Pietrain, podem
ser usados temporariamente para proporcionar melhorias rápidas e significativas na
quantidade de carne nas carcaças, sempre que as condições de manejo pré e pós-abate
forem adequadas. A médio prazo, porém, enquanto novos genótipos são desenvolvidos, ou
os em uso estiveram sendo geneticamente melhorados, a decisão entre genótipos deve
considerar não apenas o aumento do rendimento de carne, mas também a produção de
carne de boa qualidade, tanto para consumo in natura como para processamento industrial
(VICENTE, 1999).

A produção de carcaças com menor quantidade de gordura favorece a


comercialização de sua carne em forma de cortes, segmento bastante lucrativo. Mesmo
assim, os derivados industrializados (salsicha, lingüiça, presunto, mortadela, salame,
fiambre, entre outros) ainda correspondem a 70% da produção.

São oito os cortes principais da carne suína - pernil, paleta, lombo, carré, costela,
copa, filé mignon e barriga -, mas existem cerca de 50 cortes possíveis. Nessa perspectiva,
só o pernil - com ou sem osso, com ou sem gordura - pode originar diversos cortes: coxão
mole ou duro, alcatra, lagarto, patinho e músculo.

As contas de dividir não se limitam ao pernil. Há dois tipos de lombo, o inteiro e o


refilado. A barriga pode ser vendida com ou sem costela e a paleta possui outras quatro
versões: com ou sem couro, com ou sem osso. Também tem carré inteiro ou fatiado e
carcaça com pele ou carioca (sem pele).

Porém mesmo com boa formação genética, o suíno detém alguns depósitos de
gordura na barriga e no lombo, que são fonte, respectivamente, do bacon e do toucinho.
Trata-se de um suíno bem manejado, alimentado com ração balanceada, mas que não
possui gordura marmorizada, alojada no meio da carne (KAUFFMAN, 1998).
5. ORGANIZAÇÃO, ASPECTOS TECNOLÓGICOS E DE PRODUÇÃO DA
CADEIA DE SUÍNOS NO BRASIL

A produção de suíno vivo no Brasil é realizada preponderantemente no sistema de


integração produtor e agroindústrias e em menor proporção por produtores independentes.
A produção integrada usada por empresas privadas e cooperativas indistintamente, segue
diversos modelos de relacionamento entre o produtor e a integradora, sendo a mais antiga a
modalidade tradicional e a mais recente a da parceria, com ou sem comodato de animais ou
de outros bens.

Na integração tradicional os criadores têm o compromisso de vender os animais


para o integrador, e se executarem apenas a terminação dos suínos, devem adquirir os
leitões de uma granja também integrada. Os produtores podem ou não ser proprietários dos
animais e ter liberdade de adquirir alimentos, genética e obter assistência técnica fora da
integração (MIELE E WAQUIL, 2007) .

Na parceria, os produtores de suínos entram com as instalações e a mão de obra,


não produzem os animais e todos os insumos, incluindo a ração, genética, assistência
técnica e outros que são fornecidos pela integradora. Os criadores são remunerados por
valores baseados em critérios estabelecidos no contrato com a integradora.

Em geral a agroindústria lidera a integração bem como coordena todas as operações


de produção dos animais e realiza o abate, a industrialização e a comercialização dos
produtos.

A região sul do Brasil é sede dos maiores grupos empresariais e cooperativos da


suinocultura, respondendo por 72,0% dos abates sob inspeção federal (MIELE E
WAQUIL, 2006).
Em anos recentes, tem ocorrido expansão da produção de suínos para as regiões
Sudeste e Centro Oeste, motivada pela abundante oferta de milho e soja e propriedades
com maior área, o que facilita a utilização dos dejetos como fertilizante do solo. O estado
de Minas Gerais com 9,0%, São Paulo com 6,0%, Goiás com 4,4%, Mato Grosso do Sul
com 4,0% e Mato Grosso com 2,0%, praticamente complementam a totalidade da
produção com inspeção federal no Brasil. A produção é pouco expressiva nas regiões
Norte e Nordeste, pois a escassez e o conseqüente alto preço dos insumos para a
alimentação, têm limitado a expansão da atividade.

Ao se analisar a evolução das áreas da tecnologia, relacionadas á suinocultura


brasileira, cabe destacar o papel da genética, pois se sabe que grande parte dos avanços
obtidos na produtividade depende do potencial genético dos animais. A nutrição é outra
área de grande impacto na produção de suínos, pois a alimentação dos animais representa
perto de 70,0% do custo de produção. A sanidade dos animais assim como sua reprodução
e alojamento, a busca do equilíbrio entre os efluentes da produção e o meio ambiente, são
outros grandes desafios tecnológicos e condicionantes essenciais da sustentabilidade da
produção suína (MIELE E MACHADO, 2006).
6. NUTRIÇÃO

Avaliando a série histórica dos custos de produção de suínos no Brasil, em média, a


alimentação nas granjas estabilizadas e de ciclo completo corresponde a 65% do custo. Em
épocas de crise na atividade o valor atinge a cifra de 70 a 75%. Neste aspecto a
possibilidade de auferir lucros com a suinocultura depende fundamentalmente de um
adequado planejamento da alimentação dos animais. Isso envolve a disponibilidade de
ingredientes em quantidade e qualidade adequada a preços que viabilizem a produção de
suínos.

A obtenção de lucros também exige a combinação adequada dos ingredientes para


compor dietas balanceadas nutricionalmente, para cada fase de produção, visando atender
as exigências nutricionais específicas.

A aplicação dos conhecimentos de nutrição deve contribuir para a preservação do


ambiente e isto significa que o balanceamento das rações deve atender estritamente as
exigências nutricionais nas diferentes fases de produção. O excesso de nutrientes nas
rações é um dos maiores causadores de poluição do ambiente, portanto, atenção especial
deve ser dada aos ingredientes, buscando-se aqueles que apresentam alta digestibilidade e
disponibilidade dos nutrientes e que sejam processados adequadamente, em especial
quanto a granulometria (EMBRAPA, 1998) . Em complementação, a mistura dos
componentes da ração deve ser uniforme e o arraçoamento dos suínos deve seguir boas
práticas que evitem ao máximo o desperdício.

Através da nutrição e do manejo da alimentação e da água devem ser atendidas as


necessidades básicas dos animais em termos de saciedade da fome e da sede, sem causar
deficiências nutricionais clínicas ou subclínicas e sem provocar intoxicações crônicas ou
agudas, aumentando a resistência às doenças. Os animais não devem ser expostos, via
alimentação e água, a produtos químicos ou agentes biológicos que sejam prejudiciais para
a produção e reprodução. No contexto do bem estar animal, a nutrição deve assegurar o
aporte adequado de nutrientes para a manutenção normal da gestação, para a ocorrência de
partos normais e para uma produção adequada de leite que garanta um desenvolvimento
normal dos leitões durante o período de lactação.

Uma importante contribuição da pesquisa brasileira em nutrição de suínos foi a


determinação da composição dos alimentos disponíveis regionalmente para a elaboração da
ração desses animais. Com base nesses trabalhos foram elaboradas as Tabelas Nacionais de
Composição de Alimentos, como a da EMBRAPA (1983) e a da Universidade Federal de
Viçosa (ROSTAGNO, 2005). As tabelas possibilitam ao nutricionista de suínos formular
as dietas com dados de composição mais próximos dos valores reais dos alimentos, o que
antes era feito exclusivamente a partir de Tabelas estrangeiras como NRC (1998). A
Tabela da UFV contempla também as exigências nutricionais dos suínos, as quais são fruto
de grande número de pesquisas realizadas no Brasil. Devido á dinâmica no potencial
genético dos animais para ganho de peso, conversão alimentar e taxa de deposição de carne
magra, conseqüência do contínuo trabalho de melhoramento genético, a exigência
nutricional dos suínos também é variável e implica em ajustes periódicos na composição
nutricional das dietas.

Diante da crescente restrição dos consumidores ao uso de antibióticos na ração


animal, a indústria e a pesquisa brasileira estão buscando alternativas a esses produtos.
Uma das opções em expansão no Brasil é a utilização de enzimas exógenas, as quais
possibilitem melhor aproveitamento dos nutrientes e redução do poder poluente dos
dejetos, que como já foi dito anteriormente é de suma importância.

A contribuição destes aditivos pode ser exemplificada pelo uso da enzima fitase na
ração de suínos que, na fase de crescimento – terminação, reduz em até 69,0% a
quantidade de fósforo excretado (LUDKE et al., 2001). Outra alternativa está nos produtos
bioativos de origem vegetal. Nesta linha, estão em execução na EMBRAPA pesquisas
visando, além de avaliar as alternativas comerciais já disponíveis, desenvolver fórmulas
viáveis de óleos essenciais e extratos de plantas a partir da grande biodiversidade da flora
brasileira (SCHEUERMANN, 2006). Além disso, a avaliação de outros aditivos como
ácidos orgânicos (FREITAS et al., 2006), e probióticos (HUAYNATE et al., 2006), tem
sido feita por diversas instituições brasileiras de pesquisa.
7. SANIDADE SUÍNA

O objetivo de um manejo sanitário adequado é manter os animais sadios, evitar a


introdução de doenças no rebanho e aumentar o lucro do criador (higiene e desinfecção +
controle de visitas + vacinas + medicamentos).

No decorrer das últimas décadas, realizou-se o controle de doenças da produção,


importantes para a produtividade do setor e sustentabilidade da cadeia. Assim cabe
destacar o desenvolvimento pela Embrapa da primeira vacina nacional contra a Rinite
Atrófica dos Suínos (BRITO et al., 1983).

Também merece destaque a série de estudos realizada para identificar os fatores de


risco envolvidos com a ocorrência de problemas sanitários complexos em todas as fases de
produção de suínos e o desenvolvimento de proposições para evitá-los ou atenuá-los, e
assim reduzir o uso de antimicrobianos (MORES, 1995). Vacinas destinadas ao controle de
diarréias pós-natais, em especial contra E. Coli, chegaram ao mercado e melhoraram muito
o controle de perdas nessa fase da produção suína.

Contribuições também foram realizadas para execução do programa de erradicação


da doença de Aujeszky em Santa Catarina, que envolveu, numa cooperação técnica e
financeira, governo, indústria e criadores. O programa atingiu seus objetivos e é um
modelo que pode ser aplicado em outras regiões com a doença e que desejem erradicá-la
(ZANELLA, 1999; MORES et al., 2005).

Atualmente, entre as doenças da produção, a requerer grande atenção da pesquisa


mundial e brasileira, está o estudo das alternativas de controle do Circovirus Suíno,
enfermidade que imunodeprime os animais, tornando-os mais suscetíveis a outras
infecções. O custo de produção cresce em função da maior mortalidade, perda de peso,
piora da conversão alimentar e necessidade do uso de medicamentos.
O sistema de manejo mais utilizado no Brasil é Todos Dentro – Todos Fora.

O sistema de manejo “todos dentro – todos fora”, se caracteriza pela formação de


lotes de suínos que são todos transferidos de uma instalação para outra dentro da granja ao
mesmo tempo, em período pré-estabelecido, exemplo salas de maternidade. Dessa forma
podemos realizar a limpeza e desinfecção de forma completa em todas as baias ou celas
parideiras, quebrando assim o ciclo de transmissão de bactérias, vírus, etc., de um lote para
outro. Com isso os animais do próximo lote terão um ambiente com concentração de
agentes causadores de doenças praticamente semelhantes ao de uma granja nova (SESTI et
al., 1998).

7.1 FATORES DE RISCO

Na suinocultura moderna, as doenças que afetam os animais podem ser alocadas em


dois grandes grupos:

1) Doenças epizootias, causadas por agentes infecciosos específicos que se caracterizam


por apresentar alta contagiosidade e altas taxas de morbidade e mortalidade;
2) Doenças multifatoriais de etiologia complexa, em que um ou mais agentes infecciosos
exercem seu efeito patogênico em animais ou rebanhos submetidos a situações de risco
(Doenças de rebanho).

Estas doenças tendem a permanecer nos rebanhos de forma enzoótica, afetando


muitos animais, com baixa taxa de mortalidade, mas com impacto econômico acentuado,
devido a seu efeito negativo sobre os índices produtivos do rebanho.

Estudos epidemiológicos têm identificado fatores de risco que favorecem a


ocorrência de doenças multifatoriais nas diferentes fases de criação dos suínos. O
conhecimento desses fatores de risco é importante no estabelecimento de medidas para
evitá-los ou corrigi-los. Fator de risco representa uma característica do indivíduo ou do seu
ambiente que quando presente aumenta a probabilidade de aparecimento e/ou agravamento
de doenças (AGROCERES, 1994).

7.1.1 Fase de Maternidade

O aspecto negativo mais importante na produção de suínos na fase de maternidade


é a mortalidade de leitões, cujas causas principais são o esmagamento e a inanição. Além
disso, as diarréias, principalmente a coccidiose e colibacilose neonatal, são importantes por
prejudicar o desenvolvimento dos leitões e, as vezes, também provocar mortes como é o
caso da colibacilose (MORES et al., 1991).

7.1.1.1 Manejo na maternidade

Dos 3 aos 7 dias antes da data provável do parto, as porcas devem ser transferidas
para a maternidade. Essa transferência deve ser feita nas horas mais frescas do dia e as
porcas devem ser conduzidas calmamente.

É indispensável que antes de serem introduzidas na cela parideira, as porcas sejam


lavadas com escova, sabão e água, para eliminar a sujeira e as larvas de parasitos que
possam estar aderidos à pele. A lavagem deve ser numa cela parideira especialmente
preparada, localizada o mais perto possível de sua baia, de modo que possa ser conduzida
diretamente a ela, evitando, dessa forma, que se suje novamente. A lavagem deve ser feita
da frente para traz e de cima para baixo, dando especial atenção à área ao redor da vulva,
região do aparelho mamário e dos cascos.

A superfície da baia para receber a porca e sua leitegada não deve ser inferior a 3,6
m2, com a primeira barra tendo uma altura de pelo menos 28cm do piso, com isso,
diminuirá a quantidade de esmagamentos (CORRÊA et al., 1999).

No dia do parto, a porca deverá receber apenas água fresca e de boa qualidade.
Assistir ao parto para realizar práticas rotineiras, como: amarração, corte e
desinfecção do cordão umbilical e, principalmente, a orientação nas primeiras mamadas;
com isso, os leitões vão ingerir o máximo de colostro possível para protegê-los das
infecções; essas medidas ajudam na prevenção das diarréias e mortes de leitões.

O número de primíparas não deve ser superior a 30% das matrizes do plantel, pois
aumentam a incidência de diarréia devido à redução da imunidade do rebanho (MORES et
al., 1991).

7.1.2 Fase de Creche

Nessa fase, as diarréias, a doença do edema e a infecção por estreptococos são os


principais problemas (MORES et al., 1998).

O vício de sucção é uma alteração psíquica que leva os leitões ao hábito de sugar o
umbigo, a vulva ou a prega das orelhas logo após o desmame, sendo considerada uma
doença multifatorial. Sua ocorrência causa prejuízo para o desempenho dos animais,
podendo ocorrer em alguns rebanhos, onde os leitões são submetidos a situações de risco
(AMARAL et al., 2000).

7.1.2.1 Manejo na creche

Na creche os leitões passarão duas fases: pré-inicial e inicial, caracterizadas em


função da idade e do peso, e estão relacionadas com as práticas de manejo, instalações e
principalmente trocas de rações. No desmame, antes da transferência para a creche, os
leitões devem ser pesados, obtendo-se a média de peso do desmame.

A creche deve ser um local seco, arejado, sem corrente de ar, e com possibilidade
de controle da temperatura ambiente (± 25° C). Os lotes devem ser formados seguindo
alguns critérios:
• Separar os leitões da mesma leitegada, pois pode levar a competição;

• Separar os sexos;

• Formar baias com leitões de peso mais próximo possível, separando os mais pesados em
um grupo e os mais leves em outro;

• Ideal formar grupos com mesmo peso e sexo.

Na formação dos lotes, grupos menores são melhores. Porém, a uniformidade do


lote é fundamental. Deve-se procurar não variar mais do que 10%. Buscar lotes com 10 a
15 animais/baia (média de 12) (MORES et al., 2000).

7.1.3 Fase de Crescimento e Terminação

Os problemas sanitários mais importantes nessas fases são as doenças respiratórias


(rinite atrófica e pneumonias) e as infecções por estreptococos, porém, as diarréias como a
ileite e as colítes também merecem atenção (DALLA COSTA et al., 2000).

Outro problema sanitário, observado no abate, considerado de origem multifatorial,


é a linfadenite granulomatosa. Na prevenção e controle dessa infecção é importante evitar
ou corrigir os fatores de risco que podem ocorrer tanto na fase de creche (MORES et al.,
2000) como na fase de crescimento (AMARAL et al., 2002).

7.1.3.1 Manejo no crescimento e terminação

Ao final da creche os leitões são transferidos para as instalações de terminação,


onde ocorrem duas fases: crescimento e terminação. No momento da transferência os
leitões devem ser pesados, obtendo-se o peso médio de saída da creche.

Na formação dos lotes, alguns critérios devem ser seguidos, basicamente são os
mesmos descritos para a fase de creche: grupos com mesmo sexo e peso.
Alguns cuidados devem ser tomados na formação dos lotes, porque eles passarão
por um período de adaptação, definição territorial e hierarquia, em que ocorrem brigas.
Nessa fase pode haver rejeição:

• Juntar lotes em uma baia estranha a ambos;

• Fazer a transferência nas horas frescas, após a alimentação;

• Pulverizar os animais com uma solução odorizante, dependendo da necessidade.

Na formação dos lotes, grupos menores são melhores. A uniformidade é facilitada


com grupos menores. Colocar de 10 a 30 animais/baia; o ideal seria 15 animais, no
máximo (DALLA COSTA et al., 2000).

7.1.4 Fase de Reprodução

Os principais problemas sanitários que afetam a reprodução da fêmea suína são as


infecções inespecíficas do aparelho genital e urinário e a parvovirose (AMARAL et al.,
1999).

Um dos problemas que interfere diretamente no desempenho e sobrevivência dos


leitões recém nascidos é a saúde da porca (AMARAL et al., 2000).

7.1.4.1 Manejo na fase de reprodução

Os fatores importantes a serem observados na prevenção de infecções e para


aumentar o tamanho das leitegadas são:

• Para formação do plantel e na reposição de porcas, escolher leitoas filhas de porcas


cuja média de nascidos totais/parto seja de pelo menos 11 leitões;
• Fazer uso de vacinas contra a parvovirose;
• Realizar as coberturas em local adequado (baia com espessa camada de cama ou
areia); o tempo de cobertura ou inseminação artificial não deve ser inferior a 4
minutos;

• Evitar temperaturas acima de 28° C no primeiro mês após a cobertura;


• Manter as porcas bem nutridas: escore visual 4 –5 antes do parto e 3 – 4 no
desmame (AMARAL, 1999);
• Manter uma taxa de reposição anual de fêmeas entre 20 a 30% para estimular a
imunidade de rebanho, mas com o cuidado de não manter porcas improdutivas no
plantel para não comprometer a produtividade geral do rebanho;
• Evitar brigas entre as porcas no pós desmame: usar celas individuais ou criar áreas
de fuga;
• Evitar infecções no aparelho gênito-urinário:

- Manter boa higiene das porcas e machos no período de cio e cobertura;

- As baias onde são alojadas as porcas após o desmame devem ser limpas 3 vezes ao
dia;

- Cuidar para manter porcas com bons aprumos e sem lesões de casco;

- Cuidado especial deve ser dado ao sistema de fornecimento de água às porcas:


bebedouros adequados, vazão de 3 litros/minuto e canalização não exposta ao sol
(AMARAL, 2000).

Os principais fatores de risco identificados que favorecem a ocorrência de problemas


com a porca no parto e puerpério são:

• Densidade da urina > 1012, indicando baixa ingestão de água;


• Porcas excessivamente gordas, com estado nutricional visual de 3,5 (escala de 1 a
5) ou espessura de toucinho >19 mm;
• Sorologia positiva para doença de Aujeszky;
• Intervalo entre a transferência da porca da gestação para maternidade e o parto de 4
dias (AMARAL, 1999).
8. VACINAÇÃO

Existem muitas vacinas disponíveis no mercado para atender a suinocultura. A


decisão de quais vacinas utilizar depende de uma avaliação individual da granja e dos
riscos e perdas econômicas que representam as doenças que se deseja prevenir. Um
programa básico de vacinação inclui as vacinas contra parvovirose, colibacilose, rinite
atrófica e pneumonia enzoótica (Quadro 1) (BARCELLOS et al., 1996).

Tabela 1. Programa mínimo de vacinação para um rebanho suíno.

Doenças
Rinite Pneumonia
Categoria Período Parvovirose Colibacilose
Atrófica Enzoótica
Quarentena ou chegada na
Leitoas 1º dose - - -
granja
20 a 30 dias após 2º dose - - -
70 dias de gestação - 1º dose 1º dose 1º dose
Porcas 90 dias de gestação - 2º dose 2º dose 2º dose
90 dias de gestação - Uma dose Uma dose Uma dose
10-15 dias após o parto Uma dose - - -
Quarentena ou chegada na
Cachaços Uma dose - Uma dose -
granja
Semestralmente - - Uma dose -
Anualmente Uma dose - - -
Depende do fabricante ou Uma ou duas
Leitões - - -
recomendação veterinária doses

Fonte: Embrapa Suínos e Aves


9. SISTEMAS DE COBERTURA

Inseminação natural (monta, cobertura, cobrição, cruza, serviço etc.) é praticada


pelo macho da mesma espécie ou gênero. Temos a cobertura parcialmente controlada, onde
a fêmea fica com o macho durante o período de cio. Controlada ou dirigida, onde fêmea e
macho se encontram somente no momento da cobertura, realiza um salto e são novamente
separados (LAMBERSON e SAFRANSKI, 2000).

9.1 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

A utilização da inseminação artificial em suínos tem crescido drasticamente nos


últimos anos. Estimativas mostram que o aumento da aplicação desta técnica, passou de
menos de 5% em 1986, para 30% em 1996 e aproximadamente 50% em 1998, no rebanho
mundial. No ano 2000 o Brasil atingiu a inseminação de aproximadamente 660.000
matrizes, cerca de 51.0% das matrizes alojadas nos plantéis do país. Esse aumento nos
índices se deve ao aumento no número de suínos confinados, cuidados com a introdução de
doenças nos rebanhos e além disso apresenta vantagens na produção de animais
geneticamente superiores.

O sucesso dos programas de inseminação em suínos depende de muitos cuidados no


manejo, para obtenção de excelentes taxas de concepção e nascimento. Uma das falhas
mais acometidas nestes programas é a detecção inadequada do momento da inseminação
(LAMBERSON e SAFRANSKI, 2000).

A ovulação em porcas ocorre de 38 a 42 horas após o início do cio, o tempo


transcorrido entre a liberação do primeiro e do ultimo óvulo é de 3hs e 48 minutos, em
média. Indica-se que as inseminações devem ser realizadas no segundo e terceiro dia de
cio, a cada 12 horas, nas porcas que apresentarem cio logo depois da desmama, nas porcas
que apresentarem cio no momento usual depois da desmama deve-se inseminar 24 e 36
horas após a detecção e nas porcas que apresentarem o estro tardiamente após a desmama
as inseminações deverão ser realizadas logo após a detecção do estro.

Em um estudo realizado por Soede et al. (1995) observou-se que os resultados de


fertilidade foram bons, quando as inseminações foram realizadas dentro de 24 horas antes
da ovulação, sendo que os melhores resultados foram de 8 a 12 horas antes. Entretanto,
Nissen et al. (1997) observaram que o intervalo entre a inseminação e ovulação pode ser
estendido por até 28 horas. Com a aplicação do sêmen congelado, os resultados são
melhores quando as inseminações são realizadas de 4 a zero horas antes da ovulação
(WEITZE et al., 1994).

A prática de se usar múltiplas inseminações, com 2,5 a 3,0 bilhões de


espermatozóides, é uma estratégia designada para garantir que pelo menos uma
inseminação será realizada no momento adequado, resultando em alta fertilidade e
ninhadas grandes. Embora as múltiplas inseminações sejam bem sucedidas, na maioria das
vezes, existe relato de que inseminações extras no final do estro, podem causar uma
redução no tamanho da ninhada.

Lamberson e Safranski (2000) compararam o retorno econômico de diferentes


manejos de inseminação e observaram que a detecção do estro duas vezes ao dia com a
realização das inseminações 12, 24 e 36 horas após a detecção do estro, resultou em
melhores resultados.

Em suínos pode-se realizar inseminações transcervicais (pipeta encaixar-se na


cérvix) e intrauterina (cirúrgica ou fibroendoscópio), com sêmen fresco, refrigerado e
congelado. A taxa de parição é de 70 a 85% para a inseminação transcervical com sêmen
fresco e refrigerado e de 40 a 70% com sêmen congelado. Entretanto, com a inseminação
intrauterina cirúrgica, tanto com sêmen fresco, refrigerado e congelado, o índice reduz para
30 a 55%.
A dose inseminante convencional utilizada em suínos é muito elevada, sendo de 2,0
a 3,0x109 espermatozóides móveis, em um volume também elevado.

Recentemente foi desenvolvida uma técnica de inseminação não cirúrgica, que


permite a deposição de espermatozóides na junção útero tubárica de porcas, com auxílio de
uma pipeta de inseminação modificada e um fibroendoscópio flexível, sendo que com esta
técnica é possível passar o canal cervical e alcançar a papila entre três e sete minutos em
90% dos animais. Com esta técnica foram realizadas inseminações com doses de 1000, 200
e 50x106 espermatozóides diluídos em cinco mL e as taxas de prenhez (tamanho das
ninhadas) foram respectivamente de 86,6% (9,6), 88,9% (9,75) e 92,3% (9,4), não havendo
diferença significativa na percentagem de prenhez e tamanho da ninhada entre as diferentes
concentrações de espermatozóides utilizadas.

A grande difusão de genes decorrente da maximização do uso do ejaculado de


cachaços superiores, contribuiu para uma maior padronização e qualidade de carcaças
graças ao número cada vez maior de animais oriundos da inseminação artificial (WENTZ,
1998).

9.1.1 Fatores que Justificam a Adoção da Inseminação Artificial

A maior vantagem da inseminação artificial na suinocultura, e que representa a razão


mais importante para a adoção da técnica, é o aumento do retorno econômico da produção.
O benefício econômico da adoção da inseminação artificial dá-se por três formas
simultâneas:

• Genética: A redução do números de reprodutores necessários para atender o plantel


possibilita o investimento em animais de maior valor genético, capazes de imprimir
na progênie características de valor econômico como maior ganho de peso diário e
melhor taxa de conversão alimentar. Acrescente-se a isso a bonificação paga pelos
frigoríficos onde se pratica a tipificação de carcaças, que se constitui atualmente,
num grande fator propulsor do emprego da inseminação artificial em suínos.
• Aspectos operacionais: O tempo necessário por matriz coberta para realizar o
manejo da cobertura reduz-se significativamente com a inseminação artificial,
comparativamente à monta natural, na razão direta em que aumenta o número de
matrizes a serem inseminadas. A redução no tempo dedicado ao manejo da
cobertura propicia redução de mão de obra, com o aproveitamento dos funcionários
mais qualificados para esta atividade e melhoria geral na qualidade do trabalho. O
desenvolvimento e a oferta de equipamentos, diluentes e de materiais descartáveis
para uso na inseminação artificial, cada vez mais práticos e acessíveis, também
contribuiu para a rápida difusão dessa técnica, nos últimos anos.
• O controle mais preciso do desempenho reprodutivo do plantel é outro benefício
que usualmente acompanha a adoção da inseminação artificial nas granjas, e pode
ser atribuído novamente à maior qualificação do pessoal envolvido e à motivação
resultante do emprego de tecnologia. O controle da qualidade espermática realizado
no processo da inseminação artificial permite a identificação de machos com baixo
potencial de fertilidade, que através da monta natural só seriam reconhecidos
através de perdas na taxa de parto e/ou no tamanho de leitegada.

• Aspectos sanitários: Embora difícil de quantificar, a redução dos riscos de


introdução de doenças em um plantel obtida através da inseminação artificial, tanto
pela redução do número de reprodutores que são introduzidos na granja como pela
aquisição de sêmen de Centrais que mantém normas sanitárias rígidas, é uma das
maiores vantagens da adoção da técnica (WENTZ et al., 2000).

9.1.2 Custos de Implantação de uma Central de Inseminação Artificial

De um modo geral é possível analisar os custos de instalação de uma Central de


Inseminação Artificial (CIA) a partir de diferentes metodologias (incluindo maior ou
menor quantidade de variáveis na composição desses custos) e tomando como base
programas fechados para produção de doses de sêmen na própria granja. A partir dessas
premissas, foi realizado um estudo (CASTAGNA et al., 1999) no qual foi concluído que
trabalhando com machos numa faixa de valor entre R$ 500,00 e R$ 1500,00 torna-se
economicamente viável a implantação de uma CIA a partir de 600 matrizes, com um
retorno de investimento no prazo de 35 meses.

9.1.3 Estágio Tecnológico da Inseminação Artificial

Em todo o mundo, a inseminação artificial em suínos é baseada na tecnologia do


sêmen líquido (ou sêmen resfriado), mantido na temperatura de 15 a 180C. Com esta
tecnologia, o sêmen conserva-se viável pelo período médio de 3 dias. Diferentes diluentes
são usados para a conservação do sêmen suíno, sendo os mais comuns: BTS, MR-A,
Androhep e Kiew. Frascos com tampa de rosca, tubos e "blisters", confeccionados em
plástico descartável, são as embalagens mais comuns para as doses de sêmen.

No entanto, a inseminação artificial ainda apresenta limitações aos usuários e


continua a representar um desafio para a pesquisa. O período de conservação do sêmen
com os diluentes usuais é curto, e diluentes que permitem estender este período por 2 ou 3
dias adicionais têm custo elevado. A temperatura ideal para a preservação espermática,
entre 150C e 180C, é de difícil manutenção especialmente em países com temperaturas
ambientais extremas; e há carência de embalagens que atendam plenamente as exigências
técnicas e de custo para o transporte do sêmen.

Além disso, na moderna exploração suinícola, os resultados técnicos da inseminação


artificial buscam um desempenho reprodutivo ótimo traduzido pela taxa de parição e pelo
tamanho das leitegadas, com o menor número de doses aplicadas por fêmea no estro, com
a menor concentração possível de espermatozóides por dose inseminante. No estágio atual
da pesquisa, a busca da redução do número de inseminações por fêmea, sem reduzir o
desempenho reprodutivo, é possível através de duas alternativas (SOEDE et al., 1999):
Pelo aumento do período no qual uma dose inseminante conduz a resultados ideais
de fertilização, ou seja, aumentando a vida fértil dos espermatozóides ou dos oócitos
dentro do trato reprodutivo da porca;

Pela melhoria da sincronização entre a inseminação e a ovulação, ou seja melhorando


a predição do momento da ovulação.

A partir dos anos 90, a ultrasonografia permitiu muitos estudos enfocando a


avaliação do momento da ovulação espontânea nas porcas, melhorando o entendimento
sobre o assunto e sobre os efeitos das diferentes estratégias de inseminação sobre a
fertilização. Hoje é possível afirmar que o sêmen de boa qualidade com, no máximo, 48
horas de conservação, assegura boa taxa de fertilização na maioria das porcas, quando a
inseminação ocorre entre 0 e 24 hs antes da ovulação. Entretanto, também já é conhecido
que fatores que reduzem o número e/ou a qualidade dos espermatozóides que alcançam o
oviduto, encurtam esse período de 24 hs no qual a inseminação artificial resulta em ótima
fertilização. Entre esses fatores podem ser citados o tempo de armazenamento das doses; o
tipo de diluente utilizado, o congelamento do sêmen e o refluxo de sêmen durante a
inseminação (acima de 20 ml em doses de baixa concentração espermática).

Perspectivas parecem existir para um futuro avanço técnico na área de transporte e


sobrevivência espermática. Estudos recentes nessa área sugerem que possa haver
diferenças entre os cachaços com relação à percentagem de espermatozóides habilitados à
capacitação (que ocorre após o transporte até o local fertilização no oviduto), e isso parece
relacionado positivamente com os resultados de fertilização in vivo. Assim, abre-se a
possibilidade futura de selecionar doadores de sêmen a partir de novos métodos
relacionados à sobrevivência espermática. Também tem aumentado o número de estudos
envolvendo a adição às doses inseminantes de substâncias capazes de aumentar o
transporte e a sobrevivência espermática, através do aumento das contrações uterinas. Já é
sabido que existem diferenças entre porcas quanto à intensidade das contrações uterinas e o
controle dessa variável poderia melhorar o desempenho reprodutivo do rebanho
inseminado. A busca de soluções para o melhor aproveitamento dos ejaculados produzidos
numa central de inseminação ou, especialmente quando o sêmen representa custo elevado,
aumentou a importância da inseminação com baixo número de espermatozóides. Começa
agora a ser testada a técnica da inseminação intra-uterina profunda, desenvolvida na
Espanha e Alemanha, sendo capaz de resultar em prenhez com menos de 1 bilhão de
espermatozóides por dose. Algumas particularidades necessárias à execução dessa
tecnologia, tais como cateteres especiais, rígido controle da concentração e qualidade
espermática em cada dose, restrição de uso em nulíparas e primíparas, além de treinamento
e experiência dos inseminadores, talvez constituam dificuldades para a generalização do
seu emprego na suinocultura. Portanto, a pesquisa tem um desafio e continuará
especialmente focada na tentativa de aumentar o período no qual a inseminação conduz à
ótimas taxas de fertilização e concepção e na melhoria da capacidade de predição do
momento da ovulação na fêmea suína.

Enquanto isso, com o estágio atual da tecnologia de inseminação artificial, tem sido
possível sua ampla expansão na suinocultura, em todo o mundo, com resultados de
desempenho reprodutivo cada vez mais consistentes.

Deve-se mencionar também um certo índice de erros cometidos em todas as fases da


técnica de inseminação artificial, desde a seleção e alojamento dos doadores de sêmen até a
inseminação propriamente dita e o manejo reprodutivo nas granjas, como um fator capaz
de limitar o desempenho da técnica. Estas falhas são, em grande parte, devidas ao
treinamento insuficiente do pessoal envolvido com os processos da inseminação artificial.
Embora de baixa complexidade, a adoção da inseminação artificial exige conhecimento
específico. Seus resultados dependem significativamente do fator humano, que deve ser
capacitado para tal. Granjas que introduzem adequadamente a inseminação artificial em
substituição à monta natural, utilizando tecnologia e dando atenção ao treinamento da
equipe, tendem a apresentar melhorias significativas de eficiência reprodutiva em seus
rebanhos (WEITZE, 1999).
10. MANEJO PRÉ-ABATE DE SUÍNOS

O manejo pré-abate de suínos consiste nas seguintes ações: o embarque dos suínos
na granja, o tempo de transporte, a mistura de grupos sociais, a espera no abatedouro e a
condução para o abate. Se essas ações não forem conduzidas de forma adequada, podem
acabar provocando uma perda de qualidade na carne suína. Isto ocorre devido ao
aparecimento de hematomas e escoriações na carcaça e de anomalias como carne pálida,
flácida e exsudativa ou de carne escura, firme e ressecada. Essas alterações na carne são
provocadas pelo estresse do animal durante a ocasião do transporte dos animais e que
acabam por resultar em prejuízos aos produtores, à indústria e aos consumidores
(PEREIRA, 2007).

O estresse dos animais durante o transporte ocorre em vários níveis:

· Motor - os suínos, com o veículo em movimento, tentam manter o seu equilíbrio ou


brigam com os outros animais para tentar se livrar daqueles que se deitam por cima.
· Emocional - medo de situações desconhecidas, quando os animais são conduzidos para
fora da granja que é o seu ambiente natural.

· Térmico - ocasionado pelo frio ou calor. Ocorre quando se tem uma grande quantidade de
suínos no caminhão e uma má ventilação, fazendo com que os animais não consigam
liberar o calor corporal para o ambiente.

· Mecânico - provocado por condições inadequadas de embarque, desembarque e


transporte, e também pelos maus tratos da mão de obra envolvida no manejo dos animais
(empurrões, pancadas, quedas e pisoteamento).

· Alimentar – causado pela falta de água antes e após o transporte (sede) ou ocasionado
quando os animais são transportados logo após receberem a ração. Devido à digestão
podem vomitar ao longo transporte da granja ao frigorífico. Recomenda-se também que
não mantenha períodos de jejum pré-abate muito longos para que os animais não passem
fome (DALLA, 2005).

Após considerar o estresse a que os animais são submetidos, e a fim de evitar


perdas econômicas consideráveis por um manejo pré-abate mal conduzido, há algumas
providências que podem ser tomadas:

· Jejum pré-abate mínimo de 12 horas, sem exceder 24 horas sem água e comida.
· Seleção de animais do mesmo grupo para o transporte.

· Rampa de embarque e desembarque devem ter no máximo 20% de inclinação, além de


piso antiderrapante e largura adequada à travessia dos suínos.

· Acesso fácil e adequado entre a unidade de engorda, a rampa e o caminhão.


· Evitar manejo violento (chutes e tapas).

· Não utilizar choque elétrico, pois é doloroso para o animal.

· Caminhões com carrocerias adequadas ao transporte de suínos.

· Densidade de transporte inferior à 235kg de suíno vivo por metro quadrado.

· Realizar transporte nas horas mais frescas do dia, de preferência durante a noite até o
início da manhã.

· Evitar vento frio direto nos animais durante o transporte, principalmente no inverno
(BASTOS, 1998).

No Brasil, nos últimos 15 anos, por iniciativa de alguns dos grandes abatedouros, a
indústria suinícola brasileira começou a implantar um programa de manejo pré-abate, com
os objetivos de reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade da carne. Este trabalho iniciou
com um plano de adequação das condições de transporte dos suínos da granja ao
frigorífico, reduzindo o número de transportadores, padronizando os modelos de transporte
de carrocerias e a densidade de transporte dos animais (DALLA, 2005).
11. ASPECTOS NUTRICIONAIS

A carne suína é detentora de proteínas de qualidade, vitaminas do complexo B e de


outros elementos em pequenas quantidades (‘traços’), assegura o professor Renato
Baruffaldi (2004), da Universidade de São Paulo (USP). Desde a década de 60, os
produtores e cientistas desenvolveram mudanças na carcaça do suíno, favorecendo o
aumento do teor protéico. "Isso levou às revisões conceituais dos valores nutricionais de
carne suína e outros tipos", diz Baruffaldi (2004). Ela apresenta 19,5% de proteína, 7% de
gordura, 72,3% de água e 1,2% de cinza. Cada grama de carne fornece, em média, 150
quilocalorias. E os diferentes tipos de corte possuem composições similares.

O método de cozimento determina a quantidade de perda de água e gordura,


diminuindo os teores de lipídios e umidade. A carne suína é rica em fósforo, potássio,
ferro, magnésio e zinco. Mas é carente em cálcio e sódio. Uma porção de 100 gramas do
alimento supre 70% das necessidades diárias de tiamina no ser humano. Dois ácidos graxos
poli-insaturados - linolênico e araquidônico - correspondem de 1 a 5% do total. Os ácidos
linolênico e linoleico representam, cada um, de 8% a 13% dos ácidos graxos na gordura
suína.
Baruffaldi (2004) afirma que o teor de colesterol na carne suína é menor que na
manteiga e ovos, sendo semelhante à bovina, de aves e peixes. Os cortes magros - paleta,
pernil e lombo - respondem por 39% do peso da carcaça e 73%, em termos comerciais. A
gordura fica com 21% do peso do animal (média geral), que constituem apenas 5% do
valor comercial. Para ele, a carne suína deve ser firme, vermelha e seca na superfície, pois
a palidez e a exudação espantam os clientes. "O nível de aceitação da carne suína pode ser
melhorado conforme procedimentos corretos de abate, conservação, comercialização e
distribuição", argumenta.

O animal, como outras espécies, não está livre de doenças infecciosas e não-
infecciosas. "As pessoas e os pequenos produtores devem ser avisados dessas
enfermidades e receber informações para superá-las", comenta. Se o suíno for corretamente
manipulado, há poucas possibilidades de contaminação de sua carne. Para eliminar de vez
eventuais riscos, o cozimento a uma temperatura interna de 70º C ou o congelamento, a -
15º C, por 20 dias, aniquilam os parasitas (SUINOCULTURA INDUSTRIAL, 2006).
12. ABATE CLANDESTINO

O abate clandestino de suínos, uma prática condenável que ocorre em todo o país,
representa um dos mais preocupantes fatores de risco à saúde pública, pela exposição a
agentes infecciosos e parasitários, como aqueles que são transmitidos ao homem pelos
animais, pela ingestão de alimentos de qualidade sanitária suspeita e pela contaminação do
meio ambiente (HUNTER et al., 1994).

Representa um grande desafio para as autoridades sanitárias porque impede o


controle sanitário e a rastreabilidade da carne, tanto na ausência de exame adequado das
carcaças, quanto pela inobservância de normas e procedimentos sanitários durante a
manipulação do animal, que ofende a legislação e o direito do consumidor. Trata-se de um
crime contra os consumidores que precisa ser coibido com veemência pelos poderes
públicos.

As doenças transmitidas por alimentos são responsáveis por significativos gastos


públicos no Sistema Único de Saúde – SUS. A atuação do Serviço de Inspeção assume um
papel importante na qualidade da saúde dos consumidores, seja através do combate a
produção e comercialização de alimentos de origem clandestinos, como pelo aumento da
oferta de produtos inspecionados pelas fiscalizações higiênico-sanitários.

O Ministério Público, através de parcerias com os municípios, também é de


extrema importância no combate ao comércio ilegal, na educação ambiental e do
consumidor. Devem ser realizadas adequações das instalações dos matadouros frigoríficos,
reuniões com prefeitos, promotores, açougueiros, donas de casa, estudantes e produtores
rurais. Realizar orientações técnicas e propor novos arranjos produtivos e soluções
conciliadoras, afinal, os aspectos culturais e econômicos também estão envolvidos
(FREITAS et al., 2001).
Outros fatores importantes são elaborações de filmes didáticos, cartilhas e
impresso. A instalação de novas empresas também têm uma importância enorme, pois
geram milhares de novos empregos diretos e indiretos nos municípios, melhorando a
arrecadação dos impostos e diminuindo os danos ambientais. Com isto, asseguram-se a
inocuidade dos alimentos, a segurança dos produtos e a melhoria da saúde pública, diante
do menor impacto e demandas nos serviços de saúde.

A indústria de carnes está crescendo significativamente e novas tendências afetarão


o mercado agropecuário: a globalização, o progresso científico e a presença do consumidor
mais exigente; as restrições impostas à carne brasileira pela União Européia é um exemplo
deste novo comportamento. É preciso uma maior articulação da cadeia produtiva da carne
suína para o seu desenvolvimento, que busque a regionalização de matadouros frigoríficos
e o aumento do parque industrial, inclusive, visando à exportação. Construir matadouros
indiscriminada, e aleatoriamente, em cada município, demonstram-se inviáveis do ponto de
vista econômico, sanitário e ambiental (WILLADESMON, 2008).
13. CARNE SUÍNA – MITOS E VERDADES

Ao contrário do que se imagina, a carne suína faz bem à saúde, pois seu teor de
gordura é baixo em relação as demais carnes e possui muitas vitaminas indispensáveis para
a saúde humana.

O costume de o brasileiro não comer carne suína é cultural. Portanto, basta


estimular o consumo e acabar com mitos relacionados aos suínos. Com a criação dos óleos
de origem vegetal, os suínos tiveram que ser adaptados. E mudaram de perfil.

No passado, a criação de suínos era rudimentar, com instalações que deixavam


muito a desejar. A produção era principalmente de subsistência, diferente de hoje, em que
é tida como atividade de cunho econômico industrial propriamente dito. Os suínos tiveram
que se adaptar às novas exigências do mercado. A produção brasileira, é da mais alta
qualidade, houve uma evolução desde o manejo ao material genético (ANUALPEC, 2005).

Os benefícios em consumir a carne suína são:

* A carne suína é um alimento rico em proteínas de alto valor biológico - nutriente


essencial para a vida humana;

* É rica em vitaminas e sais minerais também essenciais para a saúde como, por exemplo,
fonte de vitamina do complexo B (tiamina, riboflavina, vitamina B6 e B12) e minerais
(cálcio, fósforo, zinco e ferro).

* Outra virtude da carne suína é o seu teor de potássio. As pessoas com hipertensão devem
diminuir o consumo de sal (cloreto de sódio) para baixar os níveis de sódio do organismo.
Dessa forma a carne suína é a mais indicada para pessoas que têm alta pressão sangüínea
(hipertensão), já que o potássio ajuda a regular os níveis de sódio que aumentam a retenção
de líquidos no corpo.
* De 1980 para cá, o teor de gordura da carne suína vem diminuindo. O suíno perdeu 31%
do seu nível de gordura, 14% de caloria e 10% de colesterol.

* A carne suína também possui mais gorduras “desejáveis”, chamadas de insaturadas


(65%), do que gorduras “indesejáveis”, conhecidas como saturadas (35%). É rica também
em ácido Linoleico, que neutraliza de forma eficaz os efeitos negativos do ácido Palmítico,
que é uma gordura saturada (DIAS, 2008).

13.1 O COLESTEROL

As doenças cardiovasculares, consideradas a causa mais freqüente de mortes,


começam geralmente sob a forma de uma arteriosclerose, que é uma condição na qual
depósitos de gordura contendo colesterol desenvolvem-se em forma de "placas" no interior
das artérias. Quando esses depósitos se avolumam, prejudicam o fluxo do sangue. O
bloqueio total da artéria que fornece sangue ao coração causa o chamado "ataque
cardíaco".

Para evitar esses depósitos de gordura, médicos do mundo todo pregam a redução
no consumo de gorduras saturadas e de colesterol. Como os produtos de origem animal
contêm estas duas substâncias, eles têm sido alvo constante de campanhas negativas em
relação ao seu consumo (WIKIPÉDIA, 2008).

Fazendo um ligeiro retrocesso no tempo, uma destas campanhas foi desencadeada


pela poderosíssima indústria da soja, quando do lançamento das margarinas vegetais no
mercado consumidor.

Naquela ocasião, as gorduras animais ficaram sob fogo cruzado por serem
saturadas. O que ficou oculto para o consumidor, no entanto, é que as margarinas, apesar
de serem de origem vegetal e terem grande concentração de gorduras insaturadas, passam
por reações químicas no seu processo industrial que as transformam também em saturadas,
tornando-as tão prejudiciais se ingeridas em excesso quanto as de origem animal
(FLANDRIN et al., 1998).

Mas o que é o colesterol? Um vilão ou um nutriente importante? O colesterol é um


componente vital de todas as células do organismo. Semelhante à gordura e encontrado
exclusivamente nos animais, ele é essencial à vida, pois por meio dele são produzidos
hormônios sexuais, ácidos biliares, vitaminas (vitamina D) e as membranas das células.
O assunto colesterol ainda é muito polêmico, mas, como se sabe que as doenças
cardiovasculares são as que mais matam no mundo, é preciso estar atento ao que é verdade
ou simples mito. Uma verdade comprovada é que não podemos confundir colesterol dos
alimentos com taxa de colesterol sanguíneo.

Os níveis sanguíneos são pouco alterados no homem com o uso de dietas ricas em
colesterol, em virtude do sistema de controle que aumenta ou diminui a síntese no
organismo, de acordo com a maior ou menor absorção intestinal. (WIKIPÉDIA, 2008).

O consumo excessivo de colesterol não aumenta a incidência de enfermidades


cardíacas em pessoas normais, pois estas o metabolizam de forma eficiente para exercer as
suas funções essenciais. A própria natureza se incumbirá de eliminar o que for excedente e
manterá a taxa de colesterol abaixo de 200 mg por 100 ml de sangue.

O que se conhece - e pode ser afirmado - é que indivíduos que têm taxas de
colesterol acima de 200-240 mg/100 ml de sangue são classificados de alto risco,
especialmente se apresentarem dois ou mais dos seguintes fatores de risco: hereditariedade,
sedentarismo, consumo excessivo de álcool, estresse, baixa atividade sexual, diabete
mellitus, obesidade, hipertensão cardíaca, sexo masculino, idade acima dos 40, consumo
excessivo de gorduras saturadas e fumante. Essas pessoas, pertencentes ao chamado "grupo
de risco", devem restringir seu consumo diário de colesterol a menos de 300 mg.
A carne suína atual possui níveis de colesterol semelhantes às outras carnes e pode
ser usada nas dietas de pessoas normais ou do grupo de risco, porque o bom filé de 100
gramas de lombo de pernil cozido proporciona apenas 69 a 82 mg de colesterol, ou seja,
cerca de 25 % do total das 300 mg permitidas. Além disso, como já foi dito anteriormente,
65% de sua gordura é insaturada e é rica em Ácido Linoleico, que reduz os efeitos
negativos do Ácido Palmítico (gordura saturada).

Os teores de colesterol do suíno criado na atualidade são semelhantes às outras


carnes, não merecendo as críticas em relação ao seu consumo (ROPPA, 2005).

13.2 A CISTICERCOSE

A idéia de que a cisticercose é transmitida ao homem pelo consumo de carnes


contaminadas (de suíno ou bovino) é uma espécie de ‘meia verdade’. Para entender melhor
o que é esta enfermidade é preciso conhecer um pouco sobre as diferenças entre teníase e
cisticercose.

A teníase ou Solitária é a doença causada por um parasita chamado de Taenia


solium, no caso dos suínos, e Taenia saginata, no caso dos bovinos. As tênias precisam de
dois hospedeiros para completar seu ciclo evolutivo. Um é o homem - o único hospedeiro
definitivo (que abriga o verme adulto) - e o outro - chamado de intermediário (que abriga a
larva) - pode ser um porco, um boi, carneiro, etc (WIKIPÉDIA, 2005).

Ao comer carne crua ou mal passada de animais com cisticercose, o homem passa a
desenvolver a doença chamada teníase ou "solitária", que pode passar despercebida pela
semelhança de seus sintomas com outras enfermidades (vômitos, mal-estar gástrico e
gases). Três meses após a ingestão, o cisticerco evolui para a fase adulta, passando a se
chamar Taenia. Ela se aloja no intestino delgado do homem, e começa a soltar anéis de seu
corpo, contendo milhares de ovos.
Os anéis podem sair com as fezes ou se romper dentro do intestino, liberando os
ovos que podem continuar vivos por até 300 dias do meio ambiente. A tênia pode viver até
oito anos ou mais no intestino do homem, contaminando seguidamente os locais onde
caírem suas fezes (pastagens, hortas, rios e lagoas).

Já a cisticercose é uma doença causada no hospedeiro intermediário pelas larvas da


tênia. Os suínos, bovinos e o próprio homem adquirem esta doença ao comer verduras,
frutas, pastagens ou ingerir água contaminada com os ovos da tênia. Depois de ingeridos,
os ovos vão para o estômago e o intestino delgado, transformando-se em larvas, que se
fixam nas vilosidades intestinais. A seguir, perfuram a parede intestinal e caem nos vasos
sanguíneos, invadindo todo o corpo. A grande maioria fixa-se nos músculos e no cérebro,
onde causa a chamada neurocisticercose, a forma mais grave da doença (AGAPEJEV,
1996).

Portanto, a cisticercose não é causada pelo suíno, mas sim pelo próprio homem, que
contamina as águas e os vegetais e até mesmo a si próprio. Ao ingerir carne mal cozida de
bovinos ou suínos que contêm o parasita, o homem apenas desenvolverá a teníase (também
chamada de ‘solitária’). O suíno, ao contrário, é vítima da contaminação do meio ambiente
pelo homem, pois desenvolverá a cisticercose se ingerir alimentos ou água contaminados
com fezes humanas. O homem adquire a cisticercose ao comer frutas, verduras ou água
contaminados com suas próprias fezes.

É bom frisar, no entanto, que na criação intensiva atual, o risco de contaminação


dos suínos é praticamente nulo, pois os animais são criados confinados em pisos de
cimento, sem qualquer acesso à terra e às pastagens (WHITE, 2000).
14. A SUINOCULTURA EM 2008

O Brasil possui um status sanitário de qualidade, porém no cenário internacional


são exigidos novos níveis para a inserção comercial completa.

Infelizmente essa busca depende muito mais de atitudes governamentais do que da


iniciativa privada, por isso vai valer muito a pressão das agroindústrias sobre o governo. A
única pressão hoje que impede as exportações é a aftosa.

No processo nutricional, o principal ponto de avanço em 2008 será o uso mais


intenso das enzimas e dos probióticos. Este será um fator determinante dos melhores
resultados na produção suinícola.

O setor possui alternativas para manter o nível produtivo, como, citado, com o uso
das enzimas e probióticos. Com esta realidade na produção, uso de antibióticos, enzimas e
probióticos, o trabalho dos técnicos ficará mais valorizado. São desafios que a produção
deverá enfrentar e que têm total capacidade de fazê-lo. Os ganhos serão vistos no status
sanitário e na busca constante pela qualidade

O grande destaque na nutrição para 2008 pode ser a percepção dos técnicos de
campo que uma boa nutrição sozinha não é a certeza de sucesso. Ela tem que ser
acompanhada de um bom manejo e boa sanidade.

A suinocultura cresce a passos largos no Brasil, tanto em função de mercado


interno como externo. Um dos fatores que preocupam o setor é a relação oferta de milho e
soja versus este crescimento da atividade produtora de suínos. Esta relação é preocupante
no que se refere ao milho. O que determinará alteração no quadro geral de grãos é a
produtividade. A área para plantação de grãos no Brasil é a mesma nos últimos 40 anos e a
produção registra um aumento linear. O Brasil está sendo eficiente na produção de grãos
devido às pesquisas e avanços neste setor.
Em relação à necessidade da busca por novos mercados, o Brasil precisa lutar e
ampliar as fronteiras para nossa suinocultura, que é altamente competitiva e eficiente.
Hoje, cerca de 70% da carne exportada pelo Brasil têm como destino a Rússia.
Os principais avanços tecnológicos na produção de suínos em 2008, poderão ser
verificados na ampliação do uso de enzimas e probióticos na produção. Estes produtos
ganharão cada vez mais espaço, devido às novas tecnologias que estão sendo
desenvolvidas, seguindo a necessidade do mercado (CASTRO, 2008).
15. CONCLUSÕES

Com base na análise dos problemas e potencialidades dos grandes produtores


mundiais, fica claro que o Brasil apresenta amplas possibilidade de se firmar como grande
fornecedor de proteína animal. Estudos recentes mostram que o Brasil apresenta o menor
custo de produção mundial, cerca de US$0,55/kg, e produz carcaças de qualidade
comparada a dos grandes exportadores. Dessa forma, pode-se dizer que o mercado
internacional sinaliza para o crescimento das exportações brasileiras, com possibilidades
de abertura de novos mercados.

A carne suína disponível atualmente para o consumidor não merece os conceitos


errôneos de que é gordurosa e faz mal à saúde. Ao contrário, trata-se de um alimento
nutritivo e saboroso, muito equilibrado em sua composição, e que pela sua riqueza em
nutrientes deveria ocupar um maior espaço na mesa do consumidor.

Os tabus e preconceitos que inibem seu consumo devem ser esclarecidos e


desfeitos, para não privar a nossa população de um alimento tão gostoso e saudável. A
carne suína é um alimento que atende às exigências do consumidor moderno e enriquece as
refeições de maneira nutritiva, saudável e saborosa.

A atual inserção do Brasil no mercado internacional de carne suína é o resultado


mais visível das grandes mudanças tecnológicas da sua suinocultura, resultados que foram
arduamente buscados, que de modo constante vem impondo novas regras e condicionantes
técnicos ao setor.
16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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