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Efeito Suspensivo.

Além do efeito devolutivo, a apelação contém, via de regra, o efeito suspensivo.

Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto,
recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:

I - homologar a divisão ou a demarcação;

II - condenar à prestação de alimentos;

IV - decidir o processo cautelar

V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes;

VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem.

VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela;

- Decretar a interdição de alguém – art 1.184 cpc

Há outros casos em legislações extravagantes(leis especiais que não constam nos códigos ou
na cf), como:

- Ação de despejo;

- Ação civil publica;

- sentença que concede mandado de segurança;

- sentença que concede habeas data

O Juiz só pode receber o recurso no efeito suspensivo se assim a lei determinar ou a


requerimento da parte.

Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação,
remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais
possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, suspender
o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara.
Questões Anteriores a sentença ainda não decididas

Art. 516. Ficam também submetidas ao tribunal as questões anteriores à sentença, ainda
não decididas.

Questões em que o juiz por algum motivo, de esquecimento ou por ter ignorado alguma
questão, não decidiu na sentença, esta poderá ser submetida ao tribunal para ser apreciada.
Deverá ser decidida antes de julgar a questão principal do apelo.

Inovação em sede de apelação

Art. 517. As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser suscitadas na
apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

No direito brasileiro, por regra, não se pode inovar em segunda instancia, isto é, não podem
ser expostos fatos novos na segunda instancia, a não ser que deixou de fazê-lo por força maior.

A prova dos fatos novos pode ser feito por documentos, devendo ser instaurado o
contraditório, intimando a outra parte pra se pronunciar em 5 dias. Se a prova for feita por
outro meio, poderá ser colhida ou produzida no próprio tribunal. Se o relator quiser, ele
poderá delegar um juízo de primeiro grau para receber/produzir a prova.

Questões na apelação do terceiro prejudicado são suscitadas pela primeira vez na apelação,
não sendo proibido estes fatos novos.

Algumas questões de direito também podem ser suscitadas em grau de apelação, como
questões de ordem publica.

Procedimento em primeira instancia. Súmula impeditiva de recurso.

A apelação é juntada aos autos e encaminhada ao juiz para que ele analise a admissibilidade. O
juiz não pode apreciar o mérito da apelação.

O juiz pode se retratar nos casos do ECA e quando ele tiver indeferido a petição inicial.

Se a sentença estiver de acordo com uma sumula do STJ ou do STF o juiz não receberá o
recurso. Se por acaso o juiz aceitar a apelação, o relator ainda poderá rejeitar devido a essas
sumulas.
Art. 518

§ 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em


conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal
Federal.

Esse artigo não vai se aplicar quando:

a) fundamento error in procedendo, quando o apelante tentar invalidar decisão judicial

b) Se alegar que a sumula existente não se aplica ao caso concreto;

c) Se expor algum fato novo que não esteja contido na sumula;

d) se as sumulas do STF e STJ são contraditórias

e) sendo sumulas contraditórias, houver divergência de posicionamento entre o enunciado de


um e jurisprudência dominante de outro.

Art. 544.  Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo
nos próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias.

Não sendo a apelação admitida pelo juízo a quo, cabe agravo de instrumento. (10 dias de
prazo)

No caso de o juiz admitir a apelação, ele determinará a intimação da parte contrária para
oferecer as contra-razoes, após oferecida, os autos serão encaminhados novamente ao juiz,
podendo ele reexaminar os requisitos de admissibilidade.

Procedimento no tribunal

Sendo a apelação admitida pelo juízo a quo, esta seguira para o órgão ad quem pra que haja
distribuição.

Geralmente, uma apelação tem um relator e um revisor, sendo julgada por órgão composto de
três membros.

As vezes será dispensado o revisor, como no caso da apelação contra o indeferimento da


petição inicial.

Não existe revisor na apelação interposta em execução fiscal

Art. 551

§ 3o   Nos recursos interpostos nas causas de procedimentos sumários, de despejo e


nos casos de indeferimento liminar da petição inicial, não haverá revisor.

Ao examinar a apelação, o relator já pode negar o provimento, de acordo com o art 557

Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente,


prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo
tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior.
Se a apelação estiver de acordo com alguma sumula, o relator já poderá dar provimento. Art
557.

§ 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com


jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o
relator poderá dar provimento ao recurso.

Não ocorrendo uma das hipóteses acima, o relator terá que estudar o caso e elaborar relatório,
enviando os autos ao revisor, que Poe visto nos autos e inclui na pauta de julgamento. Não
tendo revisor, o próprio relator colocará em pauta.

Incluída na pauta, esta deve ser publicada no Diário da Justiça com pelo menos 48 horas de
antecedência do julgamento sob pena de nulidade.

No julgamento, o relator Le seu relatório, então ocorre a sustentação oral dos advogados, após
isso colhe-se os votos, o anuncio do resultado eé feito. Lavra-se o acórdão constando a
ementa.

Correção de defeitos processuais no procedimento da apelação

Art. 515

§ 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a


realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência,
sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação.

É importante esse dispositivo, pois trás a idéia de que todo defeito processual deve ser
corrigido, mesmo em instancia recursal.

Esse dispositivo somente se aplica a sanar vícios, não incidindo quando o vício já tiver sido
convalidado ou atingido a finalidade do ato u ausência de prejuízo.

Preclusão significa a perda do direito de manifestar-se no processo, por não tê-lo feito na
forma devida ou na oportunidade devida.

Convalidação - Transformação de ato anulável em ato plenamente válido, ocorrendo pela


prescrição, pela correção do vício ou pela ratificação; ou seja, é o ato de tornar válido aquilo
que havia perdido sua validade, restituindo assim a mesma.

Se não é possível sanar o vício por si só, se for possível o tribunal poderá determinar que o ato
seja praticado ou renovado.

Exemplo: juiz impedido. Deverá ser anulada a sentença

Exemplo de correção: o MP deveria ter sido intimado mas não foi. Sua intimação na
segunda instancia sana o vício da primeira instancia.

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