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BELEZA ESCONDIDA

Tema: Humildade e Perseverança.

Adaptação de Maria R. do Amaral


A paisagem era magnifica. Grandes árvores
frutíferas, tais como mangueiras cajueiros abacateiros
e uma infinidade de flores coloridas, ornamentavam
aquele lugar, onde se descortinava um lindo sitio.
Umas pequenas casinhas, mostrava a moradia dos
donos do sitio.

Lá ao longe, havia uma lagoa de águas frescas,


onde garças, patos e marrecos banhavam-se todos os
dias.

Tudo ali, denotava bom gosto e encantamento.

Pois foi nesse lugar que uma pata amarelinha, fez o


seu ninho e começou a chocar. Um dia o primeiro ovo
picou. Depois o outro. E depois o outro Os patinhos
foram nascendo e olhando o mundo por entre as
penas da Mãe Pata.
A senhora dona Pata, sentia-se feliz e achava-
os os mais lindos dos filhos. E muito espertos. Que
grande é o mundo, disse um deles, com os olhinhos
muito abertos.

_Sim meu filho. Mas não pense que ele acaba


ali. Ele vai longe, até o jardim e até a floresta....

Nisso a pata reparou que um dos pequeninos


ainda não saíra da casca.

_Como está demorando, disse ela. É


justamente este ovo que é o maior de todos! Quanto
tempo terei ainda que esperar?
Uma velha pata que ouviu, e disse então:

_Esse, decerto é um ovo de Perua

_De Perua?!

_Sim isso já uma vez me aconteceu. Tive um


trabalhão com os pequenos, pois os peruzinhos
tinham um medo terrível da água!...

_Mas no outro dia o outro ovo picou. E dele saiu


um patinho maior do que os outros. Mas feio e
desengonçado...
No dia seguinte, de manhãzinha, dona Pata
levou a ninhada para perto do riacho. Mas os patos
maiores estavam achando aquele patinho marrom,
muito feio. que será esse bicho. Não parece pato não!
Dizia uma galinha carijó. O galo então, estava muito
admirado do tal patinho.

Tomem cuidado com o gatão preto. Não se


afastem muito de min dizia a Mãe Pata.

Chegaram a lagoa e logo dona pata entrou


água a dentro. Os pequenos também. Só o patinho
feio e marrom ficou de fora. Os outro entraram e se
puseram a nadar acompanhando a Mãe. Que beleza.
Todos tão garbosos e alegres. Mamãe estava
orgulhosa. Mas o patinho feio, era desajeitado, como
ele só, não conseguia nadar. Afundava a todo
momento. Teve que sair para fora da água. E foi só
gozação dos demais. Dona pata ainda ensinou-os a
procurar minhocas e a dividi-las com os irmãos.

Assim aos poucos, deixou que cada um deles


cuidasse de si. Mas os patos mais velhos, judiavam do
pobrezinho dando-lhe bicadas. Precisava andar
escondido, porque até os irmãos riam-se dele. E
diziam:

_Não sei porque o gatão preto, não leva você


para sempre? O pobre patinho ficava sempre isolado
dos demais

Um dia tomou uma decisão, iria embora. Já que


não me querem e caçoam de min, aqui não fico. Dona
Pata estava distraída, comendo verduras na horta, e
ele fez uma trouxa de suas coisas e lá se foi estrada a
fora, muito triste.

_Adeus Granja. Adeus mãe e irmãos. E se foi...


Foi andando, foi andando sem destino, com o
coração cheio de dor e lágrimas nos olhos. Chegou a
um banhado onde estavam patos selvagens.
Cumprimentou-os como aprendera de sua Mãe. Mas
eles logo foram dizendo:

_Não queremos intrusos aqui. Vá andando, não


se faça de engraçado, pato feio. Pobre patinho, só
queria um lugar no mundo para descansar, comer
algumas minhocas e nada mais. Como estava
cansado, avistou uma casa onde morava uma
velhinha, um gato e uma galinha. A velha se alegrou,
porque agoira teria mais um bichinho para sua
coleção. Mas acontece que a galinha punha ovos, o
gato rosnava e o patinho, nada tinha para apresentar.
E assim passaram a despreza-lo.

_Ninguém me compreende pensou e decidiu


fugir novamente.

Ao sair correndo, derrubou uma vasilha de leite

E a velha pegou o pau de fazer macarrão e


correu atras do pobre patinho que saiu desesperado
para o quintal e de lá para a estrada.

Vários meses se haviam passado. As folhas das


árvores amareleciam e depois voavam ao vento. O frio
aumentava tanto que o patinho não mais suportava.

Uma tarde. Quando caminhava entre uns


arbustos com flores coloridas, e um lindo lago, viu um
bando de cisnes branquinhos, voando muito alto. Teve
vontade de imita-los. Atirou-se na água e pôs-se a
nadar. Soltou então um grito tão alto e esquisito, que
ele mesmo se espantou.

Mas quando voltaram os dias quentes, o


patinho sentiu-se outro. Com que facilidade ganhava
as alturas. Quando percebeu estava sobre um jardim
de flores, depois sobre um lago de águas azuladas...
Ai, desceu.
Que beleza, a primavera! Tudo tinha um
aspecto encantador. O sol era mais vivo, as plantas
mais verdes, as flores mais perfumadas. Estava
admirando tudo aquilo, quando viu chegarem alguns
cisnes, com penas irisadas. Lembrou-se daqueles que
vira, certa vez quando estava à beira do lago. Como
eram lindos! Que felicidade se eu pudesse viver junto
dessas aves tão belas! E começou a nadar em sua
direção. Nem que me matem. Antes morrer em seus
bicos vermelhos do que viver correndo no mundo, sem
destino, enjeitado de todos... E foi se aproximando.

E o patinho baixou a cabeça.


Mas que surpresa...!

Olhando para as águas tão limpas do lago viu,


em baixo, outro cisne tão grande e tão belo, como os
que vinham ao seu encontro.

Seria a sua própria imagem?!

Certamente que sim. Não era o patinha marrom,


feio e desajeitado que todos desprezavam, mas um
formoso cisne. Os companheiros em vês de repeli-lo,
acariciavam-no com o bico. O seu coraçãozinho não
cabia mais dentro do peito.
Nunca imaginara tanta felicidade.

Nisto, chegaram ao lago algumas crianças


batendo as mãos e jogando alimentos para os belos
cisnes. Olhem ali, diziam, que lindo aquele novo. Os
outros cisnes também achavam e passavam ao seu
lado respeitosos.

Diante disso ele se julgou pago de todas as


suas desventuras anteriores, Pois ele tinha uma
BELEZA ESCONDIDA.

Assim são as crianças. Conforme vão


crescendo, vão apresentando uma nova beleza, que
adquiriram por se educarem e tornarem-se boas e
generosas.

FIM

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