Você está na página 1de 3

"a única verdade é que vivo.

Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais...."

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas,
das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais
fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem
o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não
sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar
pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu
mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre

Meu Deus, me dê a coragem

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos
vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que
eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que
nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas
ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça
com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de
me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se
estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar.

"Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades
para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E
esperança suficiente para fazê-la feliz."

Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se
referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre
acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo,
e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão
livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.

in "Onde estivestes de noite" - 7ª Ed. - Ed. Francisco Alves - Rio de Janeiro – 1994

O que eu sinto eu não ajo.


O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se entendesse.
Sou como você me vê,
posso ser leve como uma brisa,
ou forte como uma ventania,
depende de quando,
e como você me vê passar.

A felicidade aparece para aqueles que choram.


Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.

Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.


Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdôo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre.

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último
recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou
a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os
sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não,
espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se
demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma
compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e
desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para
conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

Agora preciso de tua mão,


não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.
Sei que acreditar em tudo isso será,
no começo, a tua grande solidão.
Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
Por amor.

Agora preciso de tua mão,


não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.
Sei que acreditar em tudo isso será,
no começo, a tua grande solidão.
Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
Por amor.

Estou sentindo uma clareza tão grande


que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.

Você também pode gostar