Você está na página 1de 2

1

Carta aberta/Proposta

Talvez sobre a influência do III Fórum Mundial Social em Porto Alegre RS, e
simultaneamente do Fórum Econômico em Davos Suiça eu tenha saído do comodismo
inerte e lembrado de Martin Luther King. : -

“ Nossa geração não lamenta tanto os crimes dos perversos, quanto o estarrecedor silêncio
dos bondosos “.

Nossa classe profissional, mais no momento atual, não é muito aderente ao corporativismo,
ou a qualquer movimento em prol a união da categoria. Vejamos o movimento grevista,
recebemos as decisões já pronta e acabada como se fossemos marionetes, alçados por
cordões a um cérebro maior. Recebemos as diretrizes não oriundas de um debate de bases,
onde as idéias ,as reivindicações possam ser acrescentadas, lapidadas , enriquecidas, mas
não ,temos que acata-las como surgem , ou ficamos alijados dentro do contexto “político”
Não elaboramos um movimento constituido de reivindicações partindo das bases das
unidades de ensino , não temos poder de questionamento . As coisas caminham como se
não tivéssemos poder de discernimento , de criar propostas . Se sabemos como aderir a
mudanças , temos também que saber ajuda-las a serem criadas.

Nossa formação política/social , foi forjada a luz de um individualismo pregoado pelo


sistema, onde se acredita que a seleção natural das coisas seja a única verdade. Acredito
que as particularidades atuais da classe: - (uns com contrato temporário, outros esperando
resultado de um concurso público, ainda outros esperando a hora de se aposentar , e outros
tantos motivos onde damos ênfase apenas, a baixa remuneração, esta não condiz com o
papel que o professor representa dentro da sociedade), leva a categoria a um estado de
decomposição dos elos que as unia.

Fazendo um contra ponto a essas idéias, poderíamos elaborar em nossa unidade de ensino,
esse ano, um fórum onde envolveria professores, direção ,comunidade e alunos. No
primeiro momento poderia ser bem singelo, acontecer numa sexta feira e terminar num
sábado, deixando o domingo para o sagrado descanso, lembrando que mesmo assim
poderíamos dizer que não deixaríamos a família num fim de semana por nada. Nesse caso
lembraríamos que existe uma família maior que também temos que se preocupar, que é a
“Família Universal” da qual fazemos parte evidentemente, queiramos ou não . Poderíamos
também alegar não aderir ao movimento porque pouco poderíamos fazer. Para isso
lembramos : - ninguém comete erro maior do que não fazer nada, porque só pode fazer
pouco “ -
2

Proposta do Fórum

• Convidar pessoas da comunidade, representante dos alunos, professores e direção a


elaborarem temas a serem debatidos. ( lideres/representantes da comunidade, não seria
necessariamente pessoas que tem filhos na rede pública de ensino, mas que poderia por
exemplo coloca-los na referida, se outra realidade fosse alcançada.)

• Temas que mexam com nossa realidade e nos faça sair do ostracismo ,não na esperança
de mudanças a toque mágico, mas crendo numa realidade transformadora baseada na lei
da física , ação e reação , causa e efeito.

• Não vamos dar exemplos de temas, temos a convicção de estarmos falando, com
pessoas conscientes, não vamos assinar a carta, não por omissão, mas para deixar claro,
evidente, que pensamos num trabalho comunitário, solidário, e até corporativista no seu
ângulo sadio .

• Finalizando deixamos dois pensamentos para reflexão dos amigos:

• “ Um dia é preciso parar de sonhar e de algum modo partir “ – Amir Klink
• “ Se as portas das percepções se abrissem tudo apareceria como é “ – do livro –Ponto de
Mutação de Fritjof Capra.

Aproveitando o papel

• Não tenho competência nem habilidade para assumir liderança


• Não estou almejando cargo
• Não estou querendo aparecer
• Não quero ser coordenador
• Não quero ser diretor
• Não quero ser assistente
• Não quero ser referência de nada
• NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO

Terminando lembro Fernando Pessoa:

Não sou nada.


Nunca serei nada
Não posso querer ser nada.
A parte disso, tenho em mim,
todos os sonhos do mundo.

“ Não use como papel higiênico é desconfortável “

Você também pode gostar