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A filosofia e a 

ciência
O nome da coluna é Filosoflávio. O meu nome é Flávio. Mas eu não sou filósofo. Filósofos são poucos, pouquíssimos. Filósofo é
Platão e mais uma dúzia, no máximo.
Eu sou apenas um apaixonado pela Filosofia. No meu ritmo, com a minha limitada inteligência, sem compromisso, gosto de ler
filosofia, e gosto de pensar sobre os assuntos mais essenciais. Sobre as causas primeiras, como e por que as coisas são do jeito que
são. Temas filosóficos. Pela própria etimologia do nome, a filosofia é um amor a sabedoria, portanto, mesmo não sendo sábio, por
amor, eu posso especular.
Penso que todo o mundo pode fazer isso. Tomo a iniciativa de escrever agora sobre um tema muito interessante e que
normalmente gera muita confusão em quem se interessa por filosofia.
Quais seriam as semelhanças e as diferenças entre a filosofia e a ciência?
Na antiguidade, a filosofia se confundia com a ciência. Os filósofos eram cientistas. Por que a filosofia é tão semelhante com a
ciência a ponto de já ter sido confundida com ela? A filosofia se assemelha com a ciência justamente por ser racional e por não
acreditar em nada por boa fé.
A ciência, no entanto, é mais metódica que a filosofia. O cientista já sabe aonde quer chegar, ainda no ponto de partida de sua
investigação. O cientista vai sempre à sua experiência com uma idéia, com uma hipótese pré-concebida. A ciência de certa
maneira já possui os seus objetos de investigação de antemão. Cabe a ela fazer sínteses de conhecimento experimentando e
desvelando as relações de causa e efeito que estes objetos podem lhe dar.
A ciência, por exemplo, formaliza a causalidade do fato da pedra esquentar quando recebe o calor do sol em sua face. Diante deste
fato, que passa a ser cientificamente formulado e comprovado, a ciência proporciona usos para o calor do sol, ou outras maneiras
de se produzir calor, até para se substituir o calor do sol.
Está aí uma das grandes conquistas da ciência: ela conseguiu domar a natureza. A ciência transformou o que antes metia medo e
era causa de morte para o homem – uma cachoeira de rio, por exemplo – em um recurso natural para se produzir energia elétrica, o
que é muito bom.
Disso tudo vem uma característica distintiva da ciência com a filosofia. A ciência acaba sempre no final das contas sendo prática,
acaba sempre servindo a um propósito que lhe é exterior. A melhoria da vida humana, por exemplo.
Ao contrário das ciências, a filosofia opera através de conceitos traduzidos na linguagem, seja ela escrita ou falada. Este fato faz
da filosofia por um lado superior, por outro lado inferior à ciência. Os próprios conceitos pelos quais a filosofia opera já são
criações humanas, e por mais racionais que sejam, nunca estão respaldados por uma prova empírica de existência,
conseqüentemente nunca estamos certos de que eles estejam certos. Daí vem uma certa anarquia, ou uma certa falta de princípios
na filosofia, o que torna as ciências mais confiáveis e limitadas do que ela, mesmo que o rigor lógico-formal da filosofia seja
grande.
Contrariando o grande filósofo Kant, não penso que a filosofia deva conquistar o status de ciência. Kant com a sua Crítica da
Razão Pura queria encontrar fundamentos para que os assuntos de filosofia pudessem ser tão criteriosamente analisados quanto os
de ciência. Ele queria dar à filosofia o mesmo grau de austeridade que a ciência.
Na realidade, a austeridade ou a infalibilidade muito pouco valem na filosofia. Penso que a filosofia deve ser uma aventura. Em
filosofia, muito mais valorosa que uma verdade empírica é a verdade formal do pensamento com a sua tradução escrita ou verbal.
O que vale é a fidelidade com que o filósofo consegue comunicar o que pensa.
No final das contas, a filosofia se diferencia da ciência basicamente por dois aspectos: porque é um fim em si mesma e porque não
limita o seu campo de investigação para chegar a um saber determinado. A ciência só é tão bem sucedida por causa dos limites que
se impôs. Seria um absurdo a filosofia se impor limites, porque o que ela quer é exatamente investigar o que de uma forma ou de
outra não pode ser limitado.
Publicado em setembro 24, 2008 de 3:00 am e arquivado sobre Uncategorized . Você pode acompanhar qualquer resposta por meio do RSS 2.0 feed. Você pode
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A ciência e a filosofia surgem para desmistificar o mundo e as concepções até então construídas pela religião, pelos
mitos e pelo senso comum.. Elas nascem juntas para deixar de lado as metáforas e as analogias e vão usar de um
preceito básico: A demonstração através da racionalidade.
Tanto que os cientistas antes eram chamados de filósofos.

Mas, apartir do século XVII a Ciência se afasta da filosofia. e se aproxima da técnica.


A ciência é empírica, experimental e metódica, a filosofia não tem essa preocupação. Para filosofar não é preciso
necessariamente fazer experimentos e utilizar de determinados métodos como na ciência.

Como também a ciência apresenta-se como um conhecimento totalmente claro e preciso enquanto a filosofia não. Ela
se caracteriza mais pela liberdade em relação a esses preceitos que são indispensáveis na ciência.

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