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O Cristianismo no mundo da fantasia!

O deus da lâmpada mágica


Quem não se lembra da história de Aladdin e a Lâmpada mágica ?
O clássico que faz parte do conto das “Mil e uma noites”, uma
coletânea de histórias árabes que marcou a “era de ouro” dos
estúdios Disney, com historias como a de Alí Babá e os Quarenta
Ladrões, Simbá e, Aladdin e a Lâmpada Mágica.
O filme da Disney conta a história de um jovem rapaz que vive nas
ruas da cidade de Agrabah, e rouba comida para sobreviver. Certo
dia, ele encontra uma lâmpada mágica e, ao esfregá-la, liberta um
divertido gênio que lhe concede 3 desejos.
A história de Aladdin representa perfeitamente o cristianismo
antropocêntrico de nosso século, que reduz o Deus da bíblia a um
simples serviçal poderoso, que realiza os desejos egoístas dos
detentores da atual lâmpada mágica (bíblia).
Estamos na era em que Deus já não é mais tido como o Senhor de todas as coisas, mas como o serviçal
obediente. Diariamente surge um novo jargão no meio do povo evangélico, com expressões que
sugerem a redução divina a um simples realizador de desejos. Frases do tipo: Eu decreto, eu declaro, me
devolva, restituí, abre a porta, fecha a porta, eu quero, eu não aceito, vai de encontro, vem ao encontro,
frases que manifestam o desejo egoísta do ser humano, diante do Deus de amor. Para que todas essas
frases tenham efeito, os que delas se utilizam não podem esquecer de selar com a batida expressão “em
nome de Jesus”.
A expressão “EM NOME DE JESUS!” se tornou uma espécie de ABRACADABRA, ABRE-
TE,SÉZAMO, ou seja, virou uma palavra mágica que se usa na intenção de ver problemas solucionados,
portas abertas, laços partidos, poderes subjugados, sem a mínima reflexão sobre o significado dessa
expressão.
Alguns líderes ensinam seus liderados a se utilizarem dessa frase como se fosse algo bíblico e
doutrinário, no entanto a bíblia não defende essa idéia em nenhum lugar de suas páginas. Tentam
justificar tal jargão evangélico nas palavras de Cristo em no evangelho de João:
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.Se me
pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
João 14.13,14
Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário,eu vos escolhi a vós outros e vos designei para
que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça;a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu
nome, ele vo-lo conceda.
João 15.16
Acontece que o que Jesus está dizendo nessas duas passagens, não é que seus seguidores acrescentem a
frase EM NOME DE JESUS no final da oração, do decreto ou da exigência feita pelo cristão como se
fosse uma formula mágica. Ele está falando claramente “EM MEU NOME”, ou seja, como meu
representante.
De que forma alguém se apresenta em nome de outro?
Um exemplo: O presidente do Brasil é eleito pelo voto do povo como representante nacional, ele
representa o povo. Esse mesmo presidente estabelece os ministérios que o representarão nas diversas
esferas do poder. O ministro das relações exteriores vai à Espanha e faz acordos em nome do presidente
sem a necessidade de pronunciar a frase “EM NOME DO PRESIDENTE”, pois ele já leva em si as
divisas que o investem de tal autoridade.
De modo semelhante, como servos do Senhor, muito mais importante e eficaz do que o uso da expressão
“EM NOME DE JESUS” é estar investido das divisas espirituais que sua autoridade suprema nos
confere. É mais importante termos credenciais reconhecidas no mundo espiritual que nos confira a
autoridade do Senhor Jesus Cristo. Para tal, devemos estar mais íntimos dEle por meio da verdadeira
comunhão.
Quando falo em comunhão, não estou falando em ir à igreja, em fazer parte de um grupo que esta na
moda, ou até mesmo de esforçar-se para agradar o líder denominacional; estou falando de vida com
Deus, que consiste em muito mais do que deixar de ouvir musicas, assistir filmes, praticar esportes, ou
cumprir uma lista de tarefas elaboradas pelo sacerdote. Vida com Deus aqui consiste em transformação
de caráter ao modelo de Cristo.
Alguem pode contestar: Pedro e João na porta do templo ministraram a cura do paralitico usando o
nome de Jesus
Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de
Jesus Cristo, o Nazareno, anda!
Atos 3.6
Eles o fizeram pela autoridade que estava sobre eles como discípulos de Cristo, não pelo simples uso da
frase poderosa, pois alguns exorcistas não tiveram sucesso.
E alguns judeus, exorcistas ambulantes, tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre possessos de
espíritos malignos,dizendo:Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. Os que faziam isto eram sete
filhos de um judeu chamado Ceva, sumo sacerdote. Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a
Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? E o possesso do espírito maligno saltou sobre eles,
subjugando a todos, e, de tal modo prevaleceu contra eles, que, desnudos e feridos, fugiram daquela
casa.
Atos 19.13-16
O uso da expressão EM NOME DE JESUS nada garante, o que faz a diferença é a comunhão com
Cristo. Nessa era de tantas inovações no meio evangélico, o chamado neopentecostalismo ensina que se
deve usar essa expressão para tudo: para decretar a casa ou carro dos seus sonhos, para ocupar
determinado cargo na empresa, para amarrar e soltar, bloquear e liberar perdão, dar ordem ao senhor
dizendo RESTITUI, EU QUERO DE VOLTA O QUE É MEU, ou orar dizendo, "aqui quem fala é
fulano de tal" Deus, como se o fato de possuir uma bíblia mais grossa, com mais estudos e mais
sublinhada lhe garantisse desejos especiais.
Por falar em biblias, o comercio de bilbias nunca esteve tão em alta; elas são confeccionadas visando
propósitos específicos tais como: batalha espiritual, vitória financeira, bíblia dos pentecostais, bíblia dos
tradicionais, bíblias para o gênero feminino, e por ai vai. As mais bem elaboradas custam mais caro e
podem abrir mais portas ou conferem mais poder. LÂMPADAS MÁGICAS!
A bíblia não pode ser como a Lâmpada de Aladdin, e Deus não é um gênio aprisionado nela esperando
que o liberemos, e que é obrigado a realizar nossos desejos pelo simples uso da frase mágica.
A igreja evangélica brasileira precisa urgentemente de uma reforma bíblica e teológica. Os princípios
elementares da fé cristã estão sendo substituídos pela doutrina da manipulação do poder da mente, de
Joseph Murphy.
Se observares atentamente, o assustador aumento no numero de evangélicos no Brasil não tem sido fruto
de um evangelismo sadio em conjunto com a ação do maravilhoso Espírito Santo, mas resultado claro
do pragmatismo, do proselitismo de nossos dias, como também da encomenda na fabricação das mais
diversificadas “ LÂMPADAS MÁGICAS”.

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