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Bibliotecas Escolares e a Web 2.

Módulo 7
Agregação de conteúdos (RSS readers )

Palavras-chave
RSS
Tags
Feeds
Google reader

À laia de introdução – Questões de linguagem


A linguagem HTML foi usada durante anos como a linguagem de base para a estrutura e
conteúdo das páginas Web. Com a evolução da Web foi sendo necessária a criação de
outras linguagens como a SGML. A SGML foi inicialmente concebida para permitir a partilha
de documentos que permitissem a leitura por máquina em projectos de grande dimensão.
Da adaptação e simplificação do SGML surgiu o XML, que a par da SGML é também uma
metalinguagem (uma linguagem de linguagens).
O RSS é uma linguagem criada a partir do XML. As suas iniciais
correspondem a Rich Site Summary ou Really Simple
Syndication, sendo que é esta última que é a mais utilizada na
actualidade: agregação realmente simples, e quer-se com isto

Figura 1 - RSS descrever uma linguagem desenhada para a agregação (syndication


em inglês) de notícias ou outras informações/conteúdos contidas em páginas Web.
Existem muitas versões da linguagem RSS. A versão 1.0 desta linguagem chamava-se RDF
e tinha sido desenvolvida por um grupo independente de investigadores. É possível
encontrar feeds ou canais RSS etiquetados como “RSS 1.0″ ou “RDF” e guardados em
arquivos com extensão “.rdf”.
Atom é uma outra sublinguagem XML e foi criada para
resolver as incompatibilidades das diferentes versões de
RSS. Esta linguagem não se baseia em nenhuma versão
de RSS, mas tem o mesmo objectivo: permitir a
distribuição de conteúdos e notícias de blogues e páginas

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web. Para este tipo de feeds podem ser encontradas as extensões “.xml” ou “.atom”. Um
documento Atom pode conter mais informação e informação mais completa que um
documento RSS, no entanto tem-se generalizado o formato RSS.
O ícone alaranjado da Figura 1 converteu-se no símbolo para indicar a existência de um
canal RSS numa página Web ou blogue, independentemente de os arquivos serem RSS,
RDF ou Atom. Não obstante podemos encontrar outros ícones como os que se encontram
na figura 2 para indicar a existência de um feed.

Qual o conceito que subjaz aos RSS readers?


Até agora, existiam duas formas mais comuns de se ir estando a par das
actualizações das páginas/blogues que nos interessavam ou através da
recepção de e-mail de alerta (por meio de subscrição) ou através da adição
do hiperligação à listagem de favoritos do nosso navegador da Web
(Internet Explorer, Firefox, …) Para saber se havia algo de novo nessas páginas, era
necessário visitá-las uma a uma com a frequência desejada e comprovar que, na maior
parte das vezes, não havia actualizações…
Com o RSS não somos nós que temos que partir em busca da informação actualizada, é a
própria informação que vem ter connosco. Deste modo além do tempo que se poupa
ficaremos seguros que estaremos sempre a par das actualizações dos sítios que queremos
seguir.
A agregação de conteúdos com RSS combina dois conceitos que não são novos na
distribuição de informação na Internet, que são as tecnologias “push e pull”, já que por um
lado é um servidor quem envia os alertas ao cliente (push) mas é este que tem que se
subscrever previamente para solicitar esse envio (pull).
Então qual é a novidade? Esta consiste no modo como os utilizadores recebem essa
informação. Antes da generalização de RSS já havia muitas páginas Web e empresas que
distribuíam conteúdos mediante o envio de alertas ou do envio de newsletters por correio
electrónico.
A grande vantagem com o RSS é o facto de que já não recebemos a informação por e-
mail. Utilizamos um agregador ou leitor de feeds, um programa ou uma página Web na
qual podemos ver todas as actualizações que houve nas páginas e blogues cujos feeds
subscrevemos, sem a necessidade de enchermos a nossa caixa de correio de e-mail ou
sobrecarregarmos os nossos favoritos.
Face ao e-mail, o uso de RSS é mais vantajoso para os utilizadores já que este acaba por
ser menos intrusivo pois é o utilizador quem decide as novidades que quer ver, não ficando

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sujeito a mensagens de spam. Acrescenta-se que a leitura via RSS tem um carácter
privado já que não temos que fornecer a nossa direcção de correio electrónico aos
detentores da informação. As desvantagens, a existirem, ficam do lado dos fornecedores
da informação pois este tipo de leitura por RSS não deixa marcas nas estatísticas dos sítios
Web.

Como síntese do que acabámos de escrever, aconselhamos o visionamento do vídeo


realizado por Common Craft, RSS in plain English, embora alertemos para o facto de nele
se misturarem duas formas de subscrever feeds que iremos explicar adiante. Qualquer
uma delas é independente da outra e não sendo necessário fazer uma combinação das
duas para subscrever os nossos feeds.
Para reflexão:
A subscrição de notícias via e-mail e por RSS serão mutuamente exclusivos? Provavelmente
um meio não substitui o outro e a cada um cumpre a sua função. Haverá conteúdos que
devem ser recebidos por e-mail, como pode ser uma newsletter informativa semanal ou
mensal e outros a que preferiremos aceder através do nosso leitor de feeds, como as
últimas noticias ou as actualizações dos blogues que temos como favoritos.

Como subscrever feed ou como seguir 100 blogues sem deixar


de dormir à noite?1
Um agregador ou leitor de notícias é um tipo de software que serve para seguir os
blogues e canais de notícias em formatos RSS, Atom ou RDF. O agregador reúne as
notícias ou post publicados nos sítios Web e blogues que subscrevemos e mostra as
novidades ou modificações que se produziram desde a nossa última leitura.
Estes programas podem ser de diversos tipos:
1. Aplicações baseadas na Web. São aplicações alojadas num servidor remoto, ao
qual nos ligamos a partir do nosso navegador (Internet Explorer, Opera, Firefox,
…). Têm a vantagem de que não temos de instalar nenhum programa no nosso
computador e de que lhe podemos aceder em qualquer computador com ligação à
Web: no trabalho, em casa, num cybercafé… São gratuitos e basta que criemos
uma conta para começar a utilizá-los. Os mais conhecidos são:
o Bloglines

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Procure entender o conceito antes de se preocupar com os aspectos práticos. Foi preparado um guia de apoio técnico para
apoiar a parte prática.

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o Google Reader
o Netvibes
o Newsgator
Segundo um artigo publicado no blogue de Feedburner em Fevereiro de 2007, este era a
quota de mercado dos principais agregadores Web segundo o número efectivo de leitores
por posts vistos.

2. Aplicações locais que instalamos no nosso computador, algumas são


gratuitas, outras com mais funcionalidades, são pagas, ainda que tenham um custo
baixo.
o Para Windows: Feedreader, RSS Bandit
o Para Mac: NetNewsWire, Shrook, MiNews…
o Para Linux: Liferea
o Multiplataforma: RSSOWl
3. Uma funcionalidade de um navegador
o Firefox de Mozilla.
o Opera
o Internet Explorer.
4. Aplicações baseadas no email. Não existem muitas pois na realidade contrariam
tudo o que temos estado a dizer sobre este assunto sobre as vantagens do RSS
face ao e-mail.
o Newspipe
Nesta formação iremos desenvolver apenas os pontos 1 e 3.

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Mais sugestões podem ser encontradas na lista de agregadores da wikipedia ou em


directórios como NewsOnFeeds.
Outro recurso útil para estar a par das novidades sobre RSS e agregadores de conteúdos é
o canal temático dedicado ao tema do blogue Genbeta, que pode ser subscrito.

Aplicações baseadas na web


Existem alguns tutoriais sobre alguns destes agregadores (Bloglines -
http://www.slideshare.net/lbarroso/bloglines-141270?src=embed; Google Reader;
Netvibes; Newsgator). Seria interessante dar uma vista de olhos a este tutoriais antes da
decisão por alguma destas aplicações. No entanto, na realidade, o funcionamento de todos
eles é muito parecido.
Pessoalmente uso o Google Reader por ter já subscrito todo um outro conjunto de
ferramentas Google e ter acesso simplificado a essas mesmas ferramentas através de um
clique.

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Uma funcionalidade de um navegador


Apresentamos um pequeno vídeo retirado do youtube
http://www.youtube.com/watch?v=FCyBE5ZWiF4 que ensina a subscrever um feed a partir
do Internet Explorer versão 7 (ver a partir do minuto 1). O filme prossegue dando
instruções de como subscrever um feed com versões anteriores do IE e com um tutorial do
Google reader.
Como é fácil entender, seguir feeds através de um navegador tem a desvantagem de ser
necessário estar sempre perante o mesmo computador para ter acesso aos nossos feeds.

Os alertas do google
Se possui conta no google, será também de muita utilidade subscrever os “alertas do
google” (pesquise o tema no google para acesso mais rápido se ainda não conhece o
serviço). Através de uma configuração muito simples poderá receber por e-mail uma
síntese do que foi publicado na web sobre determinado assunto.

Alguns truques para a gestão de feeds


Não será difícil conceber que a facilidade com que se subscrevem feeds pode levar, a curto
prazo, à subscrição de uma imensidão de feeds com a qual será difícil lidar.
Eis alguns truques para gerir eficazmente os feeds.
 Lançar periodicamente um olhar sobre todos os nossos feeds. Provavelmente
aproveitaremos para os reorganizar (criar novas pastas temáticas, alterar as
etiquetas, …) e eventualmente apagar uns quantos feeds, porque nos deixaram de
interessar por, eventualmente, não estarmos tão centrados no tema que tratam, ou
porque já estão desactualizados (se cada dia se criam milhares de blogues, quantos
desaparecem?)
 Ser selectivo. Ao princípio pode-nos parecer que alguns blogues são muito úteis
porque nos fornecem informações que nos parecem necessárias. Mas serão
mesmo?
 Analisar um blogue antes de o subscrever – A ferramenta
AideRSS é útil para analisar um blogue antes de o subscrever; informa sobre a
frequência de actualização, as tendências do blogue e um indicador PostRank™ que

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trabalha em função da relevância e reacção suscitada pelos seus posts ao mais


puro estilo 2.0.
 Filtrar os feeds. Há alguns programas que permitem criar filtros para os feeds, a
título de exemplo apresenta-se o FeedRinse. É gratuito, apenas se tem que criar
uma conta e em três passos pode-se gerar um novo feed filtrado.
 Juntar vários feeds num só. Há muitos blogues e páginas muito interessantes
mas que se actualizam com pouca frequência. É possível reduzir a lista de
subscrições usando ferramentas como Feedblendr, RSS Mixer

Como criar feeds?


Tudo o que foi referido na sessão sobre o Diigo no referente a etiquetas aplica-se aqui com
propriedade. Um post no blogue deverá ser trabalhado e etiquetado com todo o rigor de
modo a ser mais fácil construir e seguir um feed.

Como integrar conteúdos de terceiros. Aproveita o bom de


outros
É possível adicional no menu lateral de um blogue um widget, (pequena aplicação
desenhada para melhorar o conteúdo de outra aplicação ou web, inserir funcionalidades,
etc.). Um dos widgets do Blogger e do wordpress é o RSS que permite adicionar ao menu
do vosso blogue caixas com o conteúdo de outros blogues ou webs que tenham canais
RSS.

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Só tem que ser preenchido o URL e já está! O Google reader também oferece um serviço
semelhante ao publicar automaticamente no blogue os itens que o utilizador deseja
compartilhar.

Aplicações do RSS nas bibliotecas


O RSS, os blogues ou qualquer outra das ferramentas que temos estado a estudar ao
longo desta oficina podem converter-se em grandes aliados para o trabalho com as
bibliotecas. São soluções simples e baratas para ajudar-vos a prestar um bom serviço de
informação.
Noticias e novidades.
Mediante um canal RSS na página da biblioteca podemos distribuir todas as notícias e
novidades relacionadas com as actividades e eventos organizados, o marketing da
biblioteca…
Também se pode oferecer um canal RSS com as novidades do catálogo, novas aquisições…
em bibliotecas maiores com um grande volume de novas aquisições podem-se criar vários
canais, por áreas ou temáticas. A título de exemplo, a Biblioteca do Congresso oferece
nada menos que 33 canais RSS distintos. Em Espanha também podemos encontrar
bibliotecas que já começaram a oferecer um canal RSS para as novidades, como a
Biblioteca Biblioteca Municipal de Muskiz

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Ir ao painel Esquema, adicionar uma mini, aplicação e escolha Feed. Depois é só seguir as instruções

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Distribuição de conteúdos multimédia


A tecnologia RSS não só permite distribuir conteúdos escritos mas também audiovisuais e
multimédia; de facto o podcasting e o videocasting popularizaram-se graças ao RSS.
Cada vez mais nas nossas bibliotecas temos que manejar diferentes formatos para os
recursos de informação. O RSS e a agregação de conteúdos podem ajudar-nos a trabalhar
com este tipo de arquivos. Um exemplo é o projecto ARCA. Este portal usa a tecnologia
RSS para recolher automaticamente e centralizar toda a informação sobre conteúdos
multimédia de diferentes instituições académicas e apresenta-a ao utilizador de uma forma
inteligível, navegável e susceptível de ser pesquisada.

Bibliografia
Para além da apresentada na plataforma
Bhatt, J. (2006). Using RSS to increase user awareness of e-resources in academic
libraries. En: HigherEd BlogCon, April 2006.
Çelikbaş, Zeki (2004). What is RSS and how can it serve libraries?. En: Yalvaç, Mesut and
Gülseçen, Sevinç, Eds. Proceedings First International Conference on Innovations in
Learning for the Future: e-Learning 277-292, İstanbul (Turkey).
Hart, Lauree G. (2007). Library 2.0: RSS Feeds Dynamic Uses for Special Libraries
Jeffries, Sandra; Wallis, Corey Exploring the Application of RSS for Library Staff
Professional Development and SDI ervices

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