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O CORTIÇO

Aluísio Azevedo

Profª Neusa
EQUIPARAÇÃO DO HOMEM AO ANIMAL

João Romão = vence o meio

1º - PORTUGUÊS : Miranda = vence o meio

Jerônimo = vencido pelo meio

2º - NEGRO + MESTIÇO : Firmo, a mulata Rita


Baiana , população do cortiço (pobres)

3º - ANIMAL : brancos e negros = vistos como animal


(redução biológica do indivíduo : “o prazer animal de
existir”)
MIRANDA E ESTELA:
“Miranda nunca a tivera, nem nunca a vira,
assim tão violenta no prazer. Estranhou-a.
Afigurou-se-lhe estar nos braços de uma
amante apaixonada: descobriu nela o
capitoso encanto com que nos embebedam
as cortesãs amestradas na ciência do gozo
venéreo.(...) E gozou-a, gozou-a
loucamente, com delírio, com verdadeira
satisfação de animal no cio.”
POMBINHA E LÉONIE:

“Pombinha arfava, relutando; mas o atrito


daquelas duas grossas pomas irrequietas sobre
seu mesquinho peito de donzela impúbere e o
roçar vertiginoso daqueles cabelos ásperos e
crespos nas estações mais sensitivas da sua
feminilidade, acabaram por foguear-lhe a pólvora
do sangue, desertando-lhe a razão ao rebate dos
sentidos.
Agora, espolinhava-se toda, cerrando os dentes,
fremindo-lhe a carne em crispações de espasmo;
ao passo que a outra, por cima, doida de luxúria,
irracional, feroz, revoluteava, em corcovos de
égua, bufando e relinchando.”
CORTIÇO

Início Depois

Regido por lei Regido por


biológica : João Romão :
ESPONTANEIDADE MECÂNICO
Cortiço Velho (“Carapicus”) =
aglomerado espontâneo

Cortiço novo (“Vila São


Romão”) = estabelecimento da
ordem / Sobrado de J. Romão
X

Cortiço rival (“Cabeça-de-gato”)


= manutenção da “espontaneidade
caótica”
NATUREZA BRASILEIRA
Sedutora, poderosa e transformadora
(à luz do Naturalismo)

Rita Baiana = força perigosa


“Naquela mulata estava o grande mistério, a
síntese das impressões que ele recebeu chegando
aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o
calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma
quente dos trevos e das baunilhas, que o
atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira
virginal e esquiva que se não torce a nenhuma
outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso;
era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha
do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo;
ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa,
a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito
tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os
desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas
pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para
lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele
amor setentrional, uma nota daquela música feita
de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de
cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e
espalhavam-se pelo ar numa fosforescência
afrodisíaca.

Mudança de Jerônimo
“abrasileirou-se”
CORTIÇO X SOBRADO

HORIZONTALIDADE VERTICALIDADE
M Ascensão social
Estagnação social

SIMPLES
U COMPLEXO
Regras definidas
Ausência de regras R
CULTURA
ANIMAL O
Natureza fisiológica Organização social
regida por leis
INSTINTO M RAZÃO

RESOLUÇÃO DE
CONFLITOS
U RESOLUÇÃO DE
CONFLITOS

Insultos R Troca de favores

Brigas Jogo de interesses

Morte O
O REINO ANIMAL (Zoomorfismo)

NA HABITAÇÃO COLETIVA: “aglomeração


tumultuosa de machos e fêmeas” / “o prazer animal
de existir” / “as mulheres iam despejando crianças
com uma regularidade de gado procriador” / “o
tremular das redondas tetas à larga”
NA DESCRIÇÃO: “a sua crina preta, desgrenhada,
escorrida e abundante como a das éguas selvagens”
PERSONAGENS
Ascensão social

JOÃO ROMÃO
Degradação moral

Posição aristocrática Baronato


MIRANDA
Contramestre

Quebrador Miséria
JERÔNIMO de pedras

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