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Pós Graduação Latu Sensu em

Engenharia Econômica - UERJ

Curso de Análise de Investimentos

Prof. Alexandre L. Almeida 1


Apresentação
Ementa
Bibliografia

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Introdução
Análise de Investimentos tem por objetivo o apoio
à tomada de decisão por parte dos diversos
agentes econômicos, no processo de alocação de
recursos financeiros escassos entre as inúmeras
alternativas oferecidas pelo mercado.
Utiliza-se, para esse fim, de critérios baseados na
rentabilidade, risco e liquidez dos ativos.

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Etapas do Processo de Investimento
• Critérios para seleção de alternativas:
1) Retorno
a) Valor Presente Líquido;
b) Taxa Interna de Retorno;
c) Payback.
2) Risco
a) Risco x Incerteza
b) Decisão sob condições de incerteza;
c) Risco e retorno – CAPM
• Implementação das carteiras.
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Evolução da Análise de Investimentos
A primeira escola de análise de investimentos
(grafista) surgiu no final do século passado e
início deste século com Charles H. Dow, então
editor do Wall Street Journal;
Baseia-se, apenas, no acompanhamento da
evolução dos preços das ações;

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Evolução da Análise de Investimentos
A partir da crise de 1929, com a publicação do
livro Security Analysis de Benjamin Graham e
David Dodd, em 1934, surge a análise
fundamentalista, que propõe-se a avaliar os
balanços e índices de desempenho das
empresas como forma de determinar o valor
das ações.

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Evolução da Análise de Investimentos
A partir da década de 50, com o trabalho do prof.
Harry Markowitz, nasce a Moderna Teoria de
Finanças, com a publicação, por esse autor, do
livro Portfolio Selection, trabalho pioneiro que
teve continuidade de diversos pesquisadores,
muitos deles, ganhadores de Prêmio Nobel.

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O Que é Mercado? Para que serve?
Mercado:
• É o sistema de relações entre compradores e vendedores
visando a alocação ótima de recursos, através de decisões
descentralizadas, entre seus participantes. Seu funcionamento
baseia-se no sistema de concorrência, resultado da comparação
entre utilidade e custos de produção, refletido no preço.
Mercado Financeiro:
• É o sistema que faz circular o fluxo financeiro da economia entre
seus agentes, que são classificados em um dos seguintes
subsistemas: regulador, financeiro e não financeiro.

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Fluxo do Mercado Financeiro
Poupadores
Têm excesso de recursos e
estão dispostos a emprestá-los
mediante um prêmio
Investidores
Necessitam de recursos para aplicar
e estão dispostos a dividir o lucro
auferido com os financiadores

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Elementos dos Mercados
Mercadorias: São todos os bens e serviços que não se
destinam ao uso pessoal, mas sim para trocas por outros
bens ou serviços;
Capital: É todo estoque de riqueza destinado à
produção de mercadorias. É um conjunto de ativos;
Ativos: São os bens e direitos possuídos por um agente
econômico capazes de gerar benefícios futuros. Podem
ser classificados como ativos reais e financeiros, conforme
o tipo de benefício que gerem.
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Elementos dos Mercados
Compradores (Demanda)
Esses agentes possuem preços de reserva baseados no
valor de uso do bem, isto é, no valor presente do fluxo
futuro de benefícios esperados;
Vendedores (Oferta)
São aqueles que têm como preço de reserva, pelo
menos os custos que incorreram com a produção ou
aquisição do bem, o valor trabalho;
Deste “confronto” é estabelecido o valor de troca,
ou preço de equilíbrio para o bem.
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Tipos de Mercados
M e rc a d o

À v is t a T e rm o o u F u tu ro

Real F in a n c e iro

M o n e t á rio C a p ita is

P rim á rio S e c u n d á rio P rim á rio S e c u n d á rio

O r g a n iz a d o L iv r e O r g a n iz a d o L liv r e

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Tipos de Mercados – quanto às emissões
Mercado Primário:
É onde ocorre a emissão de novos títulos, em
conseqüência da captação de recursos novos;

Mercado Secundário:
Propiciam liquidez aos mercados primários,
possibilitando o giro dos títulos já emitidos.
Não há captação de novos recursos.

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Tipos de Mercados – quanto ao acesso
Mercado Organizado:
A participação nas transações só é admitida
aos membros autorizados, onde se negociam
títulos padronizados de emissores previamente
registrados. Normalmente possuem um local
próprio para os negócios, de forma a permitir a
total transparência e com possibilidade de
interferência a todos os interessados,
garantindo a livre concorrência.
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Tipos de Mercados – quanto ao acesso
Mercado livre:
Normalmente são formados quando não há um
mercado organizado estabelecido. Não têm um
local definido, com possibilidades de
interferência dos demais agentes, cujo ingresso
e saída se dá livremente, sem divulgação
ampla dos negócios, que ocorrem entre os
especialistas, ou destes com o público. Sua
maior vantagem é a maior flexibilidade.
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Tipos de Mercados – Quanto à liquidação
Mercado à vista: Liquidação física e
financeira ocorrem no presente (d0);
Mercado à prazo: Liquidação física ocorre no
presente (d0) e a liquidação financeira se dá
posteriormente (dn);
Mercado a termo e futuro: Liquidação
física e financeira ocorrem posteriormente (dn).

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Tipos de Transações
Transações Comerciais: São aquelas que
envolvem a troca definitiva de uma mercadoria no
instante de sua realização. É uma relação mercantil em
que pode haver ou não as figuras de compradores e
vendedores;
Transações Financeiras: São tipicamente
operações que prolongam-se no tempo. Não envolvem
transferências definitivas no instante inicial, apenas no
final do prazo estipulado. Aqui subsistem as figuras de
credores (investidores) e devedores (emissores).
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Funções Econômicas do Mercado
Financeiro
Transferência de liquidez – Transforma ativos
fixos em disponibilidades (ex. Securitização);
Transformação de prazos – Divide os prazos
dos ativos em períodos menores, ao longo da
vida deste ativo, entre vários investidores (ex.
Intermediação financeira);

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Funções Econômicas do Mercado
Financeiro
Continuação
Transformação das magnitudes de capital -
Muitos pequenos depósitos acumulam-se em
poucos grandes volumes (ex. Fundos de
investimento);
Transformação de riscos – Através da
possibilidade de diversificação das aplicações.

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Eficiência de Mercado
Econômica:
Ótimo de Pareto: “Um estado da economia é eficiente,
no sentido de Pareto, quando não há nenhuma possibilidade de
melhorar a posição de pelo menos um indivíduo, sem que a
posição de outro seja piorada.”
Excedente do Consumidor;
Preços e custos marginais.

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Eficiência de Mercado
Continuação
Expectativas Racionais:
• As expectativas tendem a acompanhar a tendência
atual de movimento da variável em análise;
• Os erros de previsão são aleatórios, implicando que
seu valor esperado é zero;
• A melhor expectativa para uma variável é a de
equilíbrio.

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Eficiência de Mercado
Continuação
Informacional:
Forma Fraca: Os preços passados não servem de
apoio para decisões sobre os preços futuros;
Forma Semi-forte: Os preços refletem todos os
fundamentos econômicos dos ativos;
Forma Forte: Não há oportunidades inexploradas de
lucros, pois os preços refletem, instantaneamente, toda
e qualquer informação relevante (por arbitragem).
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Ineficiência dos mercados
Poder de Mercado:
Monopólio ou Monopsônio;
Oligopólio ou Oligopsônio.
Externalidades (direito de propriedade inicial):
Positivas: Ex. Pomar próximo ao apicultor;
Negativas: Ex. Poluição;
Bens públicos.

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Ineficiência dos mercados
Continuação
Assimetria informacional:
seleção adversa (antes) e risco moral(depois).
Custos de Transação:
Impostos, taxas de administração, corretagem,
custos devido ao spread, etc.;
Internalização do mercado (ex. da GM).

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Ineficiência dos mercados
Continuação
Irracionalidade dos investidores:
Dissonância Cognitiva: convicção assumida por ter sido
sustentada durante muito tempo;
Ancoragem: Apego excessivo à opinião de outros;
Assimetria entre aversão à perda e autoconfiança
excessiva nos ganhos;

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Ineficiência dos mercados
Continuação
Irracionalidade dos investidores:
Representatividade Heurística: excesso de
confiança em relação a eventos associados a
uma sensação de familiaridade;
Mágica do Pensamento: Atribuição de maior
peso aos acontecimentos do que o real;
Decisões compartimentalizadas e propensão ao
status quo.
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Intermediação Financeira
Importância para o funcionamento eficiente
do mercado financeiro:
Ganhos de escala que permitem minimizar os custos de
transações individuais com comissões, honorários de
advogados etc...
Especialização

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Tipos de Intermediação Financeira:
Intermediação Direta:

Tomadores Intermediário Poupadores


de Recursos Operação Casada Investidores
Empreendedores

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Tipos de Intermediação Financeira:
Continuação
Intermediação Indireta:
INTERMEDIÁRIO

Tomadores Doadores
de Recursos ATIVO PASSIVO de recursos
Empreendedores Investidores

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Estrutura do Sistema Financeiro
Nacional
C O N S E L H O M O N E T Á R IO N A C IO N A L

B N D E S

C V M B A C E N S U S E P S P C

B o ls a s d e V a lo r e s B a n c o s C o m e r c ia is S eg u ra d o ra s E n tid a d e s F e c h a d a s
B M & F B a n c o s d e D e s e n v o lv im e n to E n t. A b e r ta s P r e v id . P r iv . d e P r e v id ê n c ia
C T V M , D T V M B a n c o s d e I n v e s tim e n to C a p ita liz a ç ã o P r iv a d a
C L C S E L I C /C E T I P

A g e n te s A u tô n o m o s S o c . C r e d ., F in a n c. e
C lu b e s d e I n v e s tim e n to I n v e s tim e n to
F u n d o s M ú tu o s A r r e n d a m e n to M e r c a n til
A d m . d e C o n s ó r c io

S o c . C r é d ito I m o b iliá r io
C o m p a n h ia s H ip o te c á r ia s
A sso c. P o u p a n ça e E m p r.

B M & F , C T C V M ,
D T V M , A g . A u tô n o m o s

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Sistema de pagamentos
Definição:
• É o conjunto de regras e procedimentos
responsáveis pela liquidação das transações
financeiras entre os agentes, com a utilização de
moeda escritural;
Critérios de Eficiência de S.P.:
• Confiabilidade (baixos riscos);
• Agilidade (tecnologia);
• Custos de transação (ganhos de escala).

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Sistema de pagamentos
Riscos em S.P.:
Risco de crédito: Associado à inadimplência de um ou
mais agentes. Podem ser de dois tipos:
• Principal;
• Rendimentos.
Risco de liquidez, quando do atraso na liquidação da
operação;
Risco sistêmico, dado pela possibilidade de transmissão
de turbulências aos demais participantes (“efeito
dominó”).

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Sistema de pagamentos
Fontes geradoras de riscos em S.P.:
Intervalo de tempo entre o registro da
operação e sua liquidação (settlement lag);
Intervalo de tempo entre as liquidações física e
financeira (asynchronic settlement), sendo a
principal fonte de risco em sistemas de
liquidação.

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Sistema de pagamentos
Etapas do processo de liquidação:
Registro da transação: Consiste na troca de
informações entre os agentes e o operador do
sistema, através do envio de ordens a crédito
ou a crédito e a débito. Nesse último caso, a
transação só será realizada se ambas as
instruções coincidirem;

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Sistema de pagamentos
Etapas do processo de liquidação:
Compensação: Corresponde à determinação das
obrigações mútuas dos agentes onde um direito
elimina uma obrigação. Podem ser:
• Pelo saldo líquido, em que as instruções de pagamento das
mesmas contrapartes são agrupadas (compensação bilateral)
ou pelo agrupamento de todas as instruções de um
participante perante todo o sistema (compensação
multilateral);
• Pelo valor bruto, quando cada instrução envolvendo um
determinado participante é processada, sem compensações.

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Sistema de pagamentos
Exemplo:
• Suponha as seguintes transações:
A deve $30,00 a B;
B deve $35,00 a A;
A deve $20,00 a C.
1. Compensação Bilateral: B paga $5,00 e A paga $20,00;
2. Compensação multilateral: A paga $15,00;
3. Pelo valor bruto: A paga $50,00 e B paga $35,00.
• Posto em ordem decrescente de risco, teremos:
3-1-2.

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Sistema de pagamentos
Liquidação:
• É a etapa que corresponde ao final do processo de
transferência de ativos ou recursos entre as partes,
podendo ser classificada em:
– Tempo real ou diferida;
– Liquidação final (através das reservas no BC) ou provisória
(através dos saldos mantidos nos bancos comerciais). Na
primeira forma não existe risco de crédito, o que não
ocorre na segunda.

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Sistema de pagamentos
Modelos de liquidação:

Compensação
Valor bruto Saldo líquido
Liquidação financeira
Modelo 1
Tempo real -
(RTGS)
Modelo 2 Modelo 3
Diferida
(DGS) (DNS)

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Sistema de pagamentos
Estrutura do Sistema de Pagamentos
Sistema Especial de Liquidação e Custódia –
SELIC: Responsável pela liquidação das operações
lastreadas por títulos públicos federais e alguns estaduais e
municipais. É administrado pelo DEMAB do BC, com apoio
tecnológico da ANDIMA. Foi criado em 1979 e é um sistema
DNS não garantido, modelo 2, isto é, a liquidação física
ocorre pelo valor bruto de cada transação, durante o dia,
enquanto que a liquidação financeira se dá pelo saldo líquido
multilateral, no final do dia.

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Sistema de pagamentos
Central de Custódia e Liquidação Financeira de
Títulos Privados – CETIP: Opera um conjunto de
sistemas de liquidação, como por exemplo, o SND e o SNA,
todos especializados em determinado título de emissão
privada. Seu funcionamento é similar ao do SELIC, sendo
também um sistema DNS não garantido, modelo 2, sendo
que a sensibilização das reservas se dá em d+1. Foi criado
em 1986 e é administrado pela ANDIMA.

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Sistema de pagamentos
Sistema de Compensação de Cheques e Outros
Papéis – SCCOP: Costuma ser chamado de COMPE,
nome dado ao grupo consultivo de assuntos correlatos.
Trata-se de um sistema DNS não garantido multilateral.
Liquida duas parcelas de títulos e documentos: A primeira,
conhecida como COMPE noturna, se refere àqueles com
valores superiores ao limite estabelecido pelo BC e
sensibiliza as reservas em d+1, às 6:30hs, refletindo o
movimento da noite anterior. Já a segunda, é o reflexo do
movimento do dia anterior, e que sensibilizarão as reservas
em d+2, às 18:30hs., e é relativo aos valores inferiores.

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Sistema de pagamentos
Sistema Câmbio: Faz a liquidação das operações
envolvendo moedas estrangeiras. É um sistema DGS não
garantido, seguindo o seguinte fluxo de liquidação:
• A operação é fechada e lançada em d0;
• A liquidação financeira, correspondente aos R$, se dá em
d+1, normalmente mediante cheques administrativos
que serão compensados e só serão reserva no dia
seguinte;
• A liquidação física, com entrega das moedas estrangeiras
se dá em d+2, normalmente respeitando o fechamento
do mercado de Nova Iorque.
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Sistema de pagamentos
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia –
CBLC: É a empresa responsável pela liquidação das
operações realizadas nas bolsas de valores sob a liderança
da Bolsa de Valores de São Paulo, BOVESPA. É um modelo
2, DNS multilateral garantido e baseado em limites máximos
por operações, com a entrega dos títulos em d+2, e o
processo de liquidação financeira em d+3, pois assim
procedendo torna-se mais fácil a fiscalização de transações
“Zé com Zé”. As reservas, porém serão sensibilizadas em
d+4, pois após o terceiro dia útil, os saldos apurados são
enviados à CETIP, e só então, encaminhados ao DEBAN,
responsável pelo movimento das reservas bancárias.

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Sistema de pagamentos
Bolsa de Mercadorias e Futuros – BM&F:
O registro e liquidação física e financeira das operações
realizadas na bolsa de futuros é feito por um departamento
interno, sendo os pagamentos liquidados pelo saldo líquido
multilateral. É um sistema DNS garantido. A sensibilização
das reservas ocorre em d+2, após o envio dos saldos dos
participantes ao CETIP em d+1.
Quanto à liquidação física, cabe à bolsa garantir, quando for o
caso, o pleno atendimento às condições estabelecidas em
contrato.

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Moeda
Cotidianamente referimo-nos ao termo moeda
como sinônimo de dinheiro, isto é, aquilo que
usamos para comprar bens e serviços. Mas então
o cheque também é moeda? E os depósitos à
vista? E os cartões de crédito?
Por essas imprecisões os economistas definem
moeda pelas suas funções.

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Funções da Moeda
Intermediária de trocas:
Essa função da moeda evita a desvantagem do
escambo direto, que necessita de uma coincidência
mútua e complementar de necessidades, para que
uma troca seja realizada;
Utilizando a moeda, num escambo indireto, a troca
passa a ser realizada em duas etapas, uma venda
e uma compra.

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Funções da Moeda
Unidade de conta
A moeda também é usada para comparar preços
relativos de diferentes produtos, ou de valores diferidos
no tempo;
Não havendo esse padrão, precisaremos guardar as
relações de troca de cada produto por todos os outros.
No caso de uma economia com N produtos,
precisaremos conhecer CN2=N*(N-1)/2 relações, ao
passo que, elegendo um dos produtos como moeda,
bastará se conhecer (N-1) relações de troca.

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Funções da Moeda
Reserva de valor
Por último, a moeda precisa servir como estoque
de riqueza, isto é, as pessoas devem desejar deter
moeda para aceitá-la como meio de troca e
unidade de conta. O valor da moeda pode ser
intrínseco, como as moedas de ouro, ou fiduciário,
como o papel moeda de hoje.

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Classificação dos tipos de moedas

-Forte: lastro > valor


Metálica
-Fraca: lastro < valor

Moeda -Representativa: garantida pelo valor do


depósito;
Papel -Fiduciária: promessa de pagamento;
-Papel-moeda: Curso forçado por lei e
garantido pelo patrimônio nacional.

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Como se mede a quantidade de moeda ?
Todo ativo de liquidez imediata do setor
não bancário da economia pode ser
classificado como moeda, pois atende aos
critérios de classificação apresentados;
M = moeda manual + moeda escritural

M = PMP + D
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Como se mede a quantidade de moeda ?
Continuação
Convenciona-se as seguintes medidas para os
meios de pagamento:
M1 = papel moeda em poder do público mais os
depósitos à vista junto aos bancos comerciais;
M2 = M1 + títulos públicos fora da carteira do Banco
Central;
M3 = M2 + saldo em caderneta de poupança;
M4 = M3 + depósitos a prazo e títulos privados
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Oferta de moeda
Papel moeda emitido (PME);
(-)Parcela retida pela autoridade monetária;
(=)Papel moeda em circulação (PMC);
(-)Reservas dos bancos comerciais no BC;
(=)Papel moeda em poder do público (PMP).

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Oferta de moeda
A partir de 1986, a parcela retida pelo
BC = 0. Então, PME = PMC;
Chamamos de c à proporção mantida
em papel moeda pelo público, e de r à
proporção dos depósitos mantidos em
reservas pelos bancos comerciais.

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Funcionamento do sistema bancário
Papel Moeda em Depósitos Reservas Saldo final
Poder do Público totais (r)

c x PMC (1-c) PMC r (1-c) PMC (1-r)(1-c) PMC


c(1-r)(1-c) PMC (1-r)(1-c)2PMC r(1-r)(1-c )2PMC (1-r) 2(1-c )2PMC

c(1-r) 2(1-c )2PMC (1-r) 2(1-c )3PMC r(1-r) 2(1-c )3PMC (1-r)3(1-c)3PMC

PG de razão (1-r)(1-c) (...) (...) (...)


c  PMC (1  c )  PMC ( r  rc )  PMC ( 1  c )( 1  r )  PMC
 r  c  rc r  c  rc r  c  rc r  c  rc

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Relação entre a Base Monetária (B) e o
Meio de Pagamento (M)
Como o BC não tem controle sobre os
parâmetros r e c , não pode controlar
diretamente a quantidade de meios de
pagamento M;
Porém, pode controlar PME=PMC= B, onde:
Base Monetária (B)=Moeda manual+Reservas

B = PMP + R
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Oferta de Moeda
Das definições de M e B, temos que:
c  PMC (r  rc)  PMC
B   
r  c  rc r  c  rc
PMC  (c  r  rc)
B   B  PMC (1)
r  c  rc
c  PMC (1  c)  PMC
M   
r  c  rc r  c  rc
PMC  (c  1  c) B
M  M  (2)
r  c  rc r  c  rc
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Oferta de Moeda
O termo 1/(r+c-rc) é chamado de multiplicador
bancário (m), pois se refere ao poder dos bancos
comerciais de expandir a base monetária, através
da moeda escritural;
Cabe à autoridade monetária, controlar o nível de
meios de pagamentos pela base monetária.

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Demanda de moeda
De acordo com a teoria keynesiana, são
basicamente três os tipos de demanda:
Transação – A decisão de manter moeda para
transações é função da renda, e do fluxo de
pagamentos previstos;
Precaução – É a parcela destinada para gastos
imprevistos. É função da renda;
Especulativa – Destinada a auferir ganhos com o
nível da taxa de juros dos títulos. É por sua vez, função
direta da renda e inversa da taxa de juros.
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Demanda de moeda
Demanda transacional +
precaucional. f(R)
Taxa de
Juros Demanda por
especulação. f(R,i)

Demanda Total

Demanda

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Gestão de política monetária
1- Variação no multiplicador
Juros 3 1 2

i3
i1
i2 Md = f(R,i)

Mo = m x B
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Gestão de política monetária
2- Variação na renda
Juros
2 1 3

i3
i1
i2 Md = f(R,i)

Mo = m x B
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Política Monetária
Consiste na ação da autoridade monetária
para equilibrar a quantidades de oferta e
demanda de moeda na economia, ao longo
do tempo;
Os mecanismos utilizados são:
Depósitos compulsórios;
Redesconto de liquidez;
Operações de mercado aberto.

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Instrumentos de Política Monetária
Depósitos Compulsórios
É um dos mecanismos que dispõe o Banco
Central para controlar o nível de oferta de
moeda, limitando a criação de moeda escritural
pelos bancos comerciais.
Baseia-se numa taxa sobre os depósitos à vista
que são recolhidos ao BC.

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Instrumentos de Política Monetária
Redesconto de liquidez
Consiste na ação do Banco Central como
“Banco dos bancos”, isto é, o emprestador de
última instância ;
As taxas de juros praticadas nestas operações
são punitivas, sinalizando que tal recurso só
deve ser utilizado em última instância.

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Operações de Mercado Aberto
TESOURO NACIONAL

TÍTULOS
PÚBLICOS
MERCADO MERCADO
Leilões formais BANCO CENTRAL Leilões formais

MERCADO DEALERS MERCADO


“Go around” “Go around”

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Operações de Mercado Aberto
Autoridade Monetária Autoridade Monetária

Mercado Mercado
(baixa liquidez) (alta liquidez)

Compra de títulos: injeção Venda de títulos:


de recursos no sistema retirada de recursos do
sistema

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Títulos de renda fixa
São negociados com rendimento pactuados
previamente (ex-ante). Podem ser:
Pré-fixados: São negociados com desconto sobre o
valor de face, cotados pela taxa efetiva anual com base
em 252 dias úteis;
Pós Fixados: São corrigidos por algum índice de
mercado, mais um spread de base anual, normalmente
seguindo o calendário civil para títulos públicos e
comercial para os privados.

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Tipos de títulos públicos – Pré fixados
Têm prazos múltiplos inteiros de 7 e mínimo de 28
dias. O valor de face é conhecido quando da
emissão tendo valores múltiplos inteiros de
R1.000,00. Os principais títulos são:
LTN (Letra do Tesouro Nacional). É um título emitido
pela Secretaria do Tesouro Nacional com a finalidade de
financiar déficits orçamentários;
BBC (Bônus do Banco Central). É emitido pelo BACEN
para fins de política Monetária.

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Avaliação de Títulos Públicos
Títulos pré fixados:
Valor de face = 1000

o n (em dias úteis)

P.U. = 1000 / (1+r) n / 252

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Tipos de títulos públicos – Pós fixados
Têm prazos mais longos, variando de 1 a 30 anos.
São corrigidos por algum índice financeiro (US$,
IGP-M, TR) e podem, periodicamente, pagar juros
sobre o valor de face (múltiplos inteiros de
R$1.000,00). Os principais títulos são:
NTN (Nota do Tesouro Nacional). É um título emitido pela
Secretaria do Tesouro Nacional com a finalidade de financiar
déficits orçamentários;
NBC (Bônus do Banco Central). São iguais às NTNs, mas
emitidas pelo BACEN para fins de política Monetária.
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Tipos de títulos públicos – Pós fixados
Além das Notas, podem ser emitidas as Letras,
corrigidas pela média diária da taxa SELIC, sendo
negociadas por ágio ou deságio sobre o valor de
referência, divulgado pelo BC (Resolução 238).
LFT (Letra Financeira do Tesouro). Mais um título
emitido pela Secretaria do Tesouro Nacional com a
finalidade de financiar déficits orçamentários;
LBC (Letra do Banco Central). Emitidas pelo BACEN para
fins de política Monetária. Ambas tem o prazo de
vencimento definido na época de emissão.

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Avaliação de Títulos Públicos
Títulos Pós Fixados (sem cupom)

Valor de Face = 1000 * ( 1+)

Obs.:  é o acumulado do índice de


atualização (correção monetária)
Atenção! No caso de títulos privados
a base anual pode ser a do
1000  ( 1   ) calendário comercial, 360 dias
P.U . 
( 1   )  ( 1  r ) n / 252
1000
 P.U . 
( 1  r ) n / 252
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Avaliação de Títulos Públicos
(1000 + c) * (1+n)
Títulos Pós Fixados (com cupom)
C ( 1+1 ) C ( 1+2 ) C ( 1+n-1 )
...

c  (1  1 ) c  (1   2 ) (1000  c )  (1   n )
P.U .    ... 
(1  1 )  (1  r ) (1   2 )  (1  r ) 2 (1   n )  (1  r ) n
c c 1000  c
 P.U .    ... 
(1  r ) (1  r ) 2 (1  r ) n
c 1000
 P.U .  k 1
n

(1  r ) k (1  r ) n

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Estratégias em renda fixa
O investidor deve aplicar em títulos pré-
fixados quando sua expectativa é de queda
nas taxas de juros;
Por outro lado, no caso de esperar um
aumento nas taxas de juros, deverá investir
em títulos pós-fixados.

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Estratégias em renda fixa
Duration:
É a medida do vencimento médio dos fluxos de
caixa prometidos por uma obrigação, ou
carteira de títulos de renda fixa;
Também pode ser interpretada como a
sensibilidade do valor do fluxo de caixa em
relação à taxa de juro vigente, no caso, o custo
de oportunidade do investidor.
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Estratégias em renda fixa
Considere o fluxo de caixa a seguir:
CFt

0 n

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Estratégias em renda fixa
Em equilíbrio, o preço corresponde ao valor presente, sendo
a derivada do preço em relação ao juro, dada por:

n
CFt
P  t 1 (1  i ) t

P n
 t  CFt
i
  t 1 (1  i ) ( t 1)

P 1 n
t  CFt
i

(1  i )
t 1 (1  i ) t
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Estratégias em renda fixa
A literatura trata a duration de Macaulay e a
duration modificada, como abaixo:

Duration modificada

PV 1 1 n
t  CFt
D
PV  i
 
(1  i ) PV

t 1 (1  i )
t

Duration de Macaulay

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MERCADO DE CÂMBIO
As transações de um país com o exterior não
podem ser pagas com moeda nacional nem
serem recebidas com moedas estrangeiras;
Mercado de câmbio é aquele em que a moeda de
um país é trocada pela de outro;
Trata-se de um mercado de balcão, com liquidez
concentrada em poucas moedas. Basicamente
US$, DM, £, ¥, e €.
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MERCADO DE CÂMBIO
Estrutura do Sistema Cambial:

Corretor Corretor

Exportador Intermediário Importador

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Esquema de Pagamentos internacionais
4 País 1 País 2
3 12
Alfândega 1 Alfândega 2

1
2 11
Exp 1 Imp 2

10 9
6
5 Banco 1 Banco 2 7

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Classificação dos Mercados de Câmbio
Sacado x Manual
O primeiro refere-se às movimentações em depósitos
bancários, sendo escritural, enquanto que o segundo
se dá em espécie;
À vista x A termo
Diferem pelo prazo da liquidação;
Primário x Interbancário
Podem envolver o setor não bancário, ou somente
bancos autorizados pelo Banco Central.

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Taxa de Câmbio
É o preço da moeda de um país em relação
à de outro;
Formas de cotação: Compra (bid rate) / Venda
(offer rate). A diferença entre ambas é o spread;
Sistema de cotação:
Incerto (método direto). £ x /US$1.00 *
Certo (método indireto). US$ (1/x) /£ 1,00
*É a forma mais usual, com exceção da Inglaterra.

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Políticas Cambiais
Sistema de Câmbio Flutuante:
A cotação é determinada livremente no mercado,
através do equilíbrio entre oferta e demanda;
Sistema de câmbio fixo:
É fixado arbitrariamente pelo governo, como na
“dolarização” seguida pela Argentina.
Flutuação suja (Crawling Peg):
São as bandas cambiais. Reajustam gradualmente a
taxa em curtos períodos de tempo.
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Taxas Cruzadas e Arbitragem Triangular:
O dólar é usado como denominador comum
na cotação das taxas de câmbio. Daí
chamarmos de taxas cruzadas à relação de
troca entre duas moedas estrangeiras, que
não o dólar;
Arbitragem triangular consiste na
oportunidade de ganhar dinheiro sem risco,
com base na distorção das taxas cruzadas.
Prof. Alexandre L. Almeida 85
Taxas Cruzadas e Arbitragem Triangular:

Qual deverá ser o valor de x


R$ 3,90/US$ para que não haja arbitragem?

x=(R$3,90/US$) / (€0,920/US$)
=(R$3,90/US$)/(US$1.00/€0,920)
€0,920/US$ R$x /€1,00 = R$4,24/ €1,00

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Paridade do poder de compra
Sendo a taxa de câmbio uma medida do
poder de compra de uma moeda em
relação a outra, é natural que levem em
conta a inflação de cada país. Segundo
Cassel:
In
E1  E 0 
Ie
E=taxa de câmbio nos períodos 0 e 1; I=Inflação nacional ou estrangeira
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Arbitragem de Juros x Câmbio – Cupom Cambial
É a possibilidade de auferir ganhos explorando
um desequilíbrio entre juros e variação cambial;
A estratégia consiste em converter a moeda
estrangeira, aplicar no mercado local à taxa livre de
risco e reconverter o resgate em moeda estrangeira.
Ao final, compara-se o resultado com o que seria
obtido com uma aplicação direta à taxa livre de risco
do país de origem.

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Arbitragem de Juros x Câmbio – Cupom Cambial
A expressão de equilíbrio entre as taxas de juros
e de câmbio é:
E1

 1  i BRA 
E0 1  i EUA 
O cupom cambial é a diferença entre a taxa de
juros local sem risco e a variação cambial.

1  i EUA  1  i BRA 
E1
E0
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BALANÇO DE PAGAMENTOS
Exportações
(-) Importações
(=) Saldo da balança comercial
(-)Saldo da balança de serviços viagens internacionais
(-) transportes (fretes e seguros)
(-)pagamento de juros e remessas de lucros e dividendos
(-) gastos governamentais
(-) diversos - royalties, aluguéis, assistência técnica, etc.
(-) Transferências unilaterais
(=) Saldo de transações correntes
(-) Movimento de capitais - investimentos diretos,
(-) Movimento de capitais - investimentos diretos, empréstimos e
financiamentos, amortizações e outros
(=) Saldo do balanço de pagamentos empréstimos e financiamentos,
amortizações e outros
(=) Saldo do balanço de pagamentos

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Principais Produtos do Mercado de Câmbio
Câmbio pronto
ACC/ACE
Pré-pagamento de exportações;
Financiamento de importações;

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MERCADO DE CAPITAIS
Ação - São títulos, valores mobiliários
representativos do capital social da companhia;
Espécies de ações:
ON Ordinárias nominativas;
PN Preferenciais nominativas.
A lei estabelece o limite máximo de ações
preferenciais em 50% do total de ações emitidas.

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Legislação aplicável
Decreto Lei Nº2.627/40, Lei 4.595/64 (Lei da
Reforma Bancária), Lei 4.728/65 (Lei do Mercado
de Capitais), Lei 6.404/76 (Lei das S.A.), Lei
9457/97, Lei 10.303/01, Lei 6385/76, Resoluções
CMN nº1.655 e 1.656 de 1989, Instruções CVM

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Conceitos de empresa
Contábil:
• Conjunto de pessoas, recursos e organizações
capazes de exercer atividade econômica como meio
ou fim. Aplica-se, portanto, os Postulados da
Entidade e Continuidade;
Econômico:
• São unidades de produção/distribuição de bens,
classificados como de consumo, intermediários ou
de capital, visando a maximização do lucro dos
proprietários dos meios de produção.

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Conceitos de empresa
Continuação
Jurídico:
• Soma de esforços de duas ou mais pessoas para
realização de um objetivo comum;
• Exercício de uma atividade organizada, destinada à
produção ou circulação de bens e serviços, na qual
refletem expressivos interesses coletivos;
• União de esforços para fins comuns.

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Origens das Sociedades por Ações
Têm como origem mais direta as companhias
fundadas no séc. XVII para exploração das
colônias na América, África e Ásia, sendo a
Companhia da Índias Orientais (1602-1703), a
primeira sociedade por ações;
Tais companhias contavam com a participação do
estado e do público (acionistas não empresários),
cabendo ao estado assumir as funções de
gerência, restando ao público, o direito à
remuneração dos valores investidos sob a forma
de dividendos.

Prof. Alexandre L. Almeida 96


Origens das Sociedades por Ações
Continuação
As principais motivações para o surgimento das
sociedades por ações foram:
• Repartição dos riscos dos grandes
empreendimentos, como os da época das grandes
descobertas;
• Possibilitar a captação de recursos junto ao público.
A primeira questão foi resolvida com a
limitação da responsabilidade dos sócios, e a
segunda com a emissão de ações (aktie).
Prof. Alexandre L. Almeida 97
Natureza das Sociedades
Sujeito de direito personalizado (ou não);
• Faz-se necessária a personalização da sociedade,
com o propósito de “transformar a pluralidade de
pessoas para uma unidade jurídica, com o fim de lhe
dar capacidade de exercer direitos e contrair
obrigações”, praticando todos os atos jurídicos desde
que não expressamente proibidos;
• Em conseqüência, a sociedade passa a ser vista
como uma unidade jurídica diferente das pessoas
físicas dos seus sócios, cujas contribuições ao capital
social desvinculam-se por inteiro da sua propriedade.

Prof. Alexandre L. Almeida 98


Natureza das Sociedades
Continuação
Assumindo personalidade jurídica própria, a
empresa passa a ter:
• Titularidade negocial: É capaz de agir para a
defesa e consecução dos seus fins, fazendo-se
representar por seus administradores;
• Titularidade processual: Podem demandar e ser
demandadas em juízo;
• Autonomia e responsabilidade patrimonial:
Tem patrimônio próprio, e responde com ele pelas
obrigações que assumir.

Prof. Alexandre L. Almeida 99


Direitos fundamentais dos sócios
Direito patrimonial: receber parcela de
lucros bem como da massa resídua em
eventual liquidação, ambas proporcionais a sua
participação na sociedade e;
Direito pessoal: participar e fiscalizar a
gestão dos negócios sociais.

Prof. Alexandre L. Almeida 100


Deveres fundamentais dos Sócios
Cooperação recíproca: intenção de unir
esforços para consecução de objetivos comuns;
Formação do capital social: pode ser em
dinheiro, bens ou serviços;
Responsabilidade para com terceiros, até
o limite do capital subscrito não integralizado.
Na sociedade anônima, tal responsabilidade
limita-se ao preço de emissão das ações.

Prof. Alexandre L. Almeida 101


Classificação das Sociedades
S u je it o d e D ir e it o

N ã o p e r s o n a liz a d o P e s s o a J u r íd ic a

D ir e it o P ú b lic o D ir e it o P r iv a d o

A u t a rq u ia s E s t a t a is N ã o E s t a t a is

U n iã o
E m p r e s a P ú b lic a S o c ie d a d e s
E s t a d o s e m u n ic íp io s
S o c ie d a d e d e E c o n o m ia M is t a S im p le s E m p r e s á r ia s

Prof. Alexandre L. Almeida 102


Constituição da empresa
A sociedade comercial surge do contrato entre
duas ou mais pessoas, assumindo personalidade
jurídica própria e distinta dos sócios;
Tal personalização só se concretiza com o
arquivamento do contrato social na junta comercial
(sociedade regular). Havendo o contrato, porém
sem registro, constitui-se a sociedade irregular. Se
nem contrato há, classifica-se como sociedade de
fato.

Prof. Alexandre L. Almeida 103


Constituição da empresa
Continuação
Como todo ato jurídico supõe a
existência de agente capaz, objeto lícito
e forma prescrita em lei, o artigo 1.000
do novo Código Civil estabelece os
seguintes requisitos para sua
constituição:

Prof. Alexandre L. Almeida 104


Constituição da empresa
Continuação
1. Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, residência
dos sócios se pessoas físicas ou firma/denominação e
nacionalidade e sede dos sócios se pessoa jurídica;
2. O capital expresso em moeda corrente;
3. A quota de cada sócio no capital social;
4. As obrigações do sócio que contribua com serviços;
5. Os administradores, seus poderes e atribuições;
6. Responsabilidade subsidiária ou não dos sócios

Prof. Alexandre L. Almeida 105


Sociedades Comerciais e seus tipos
Exploram atividades comerciais ou têm a
forma de sociedades por ações;
Tipos:
Regidas pelo CCom.:
• sociedade em nome coletivo (N/C);
• sociedade em comandita simples (C/S);
• sociedade de capital e indústria (C/I);
• sociedade em conta de participação* (C/P).

Prof. Alexandre L. Almeida 106


Sociedades Comerciais e seus tipos
Continuação
Regidas pelo Decreto 3.708/19:
• sociedades por cotas de responsabilidade limitada
(Ltda).
Regidas pela Lei 6.404/76, modificada pelas
leis 9.457/97 e 10.303/01:
• sociedade anônima (S/A);
• sociedade em comandita por ações (C/A).

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Critérios de classificação das
sociedades comerciais

De acordo com a responsabilidade dos sócios


(subsidiária) pelas obrigações sociais:
sociedade ilimitada (N/C);
sociedade mista (C/S;C/I;C/A);
sociedade limitada (Ltda.;S/A).

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Critérios de classificação das
sociedades comerciais
Quanto ao regime de constituição e
dissolução:
sociedades contratuais, regulamentadas pelo
contrato social (N/C, C/I, C/S, Ltda.);
sociedades institucionais, regulamentadas pelo
estatuto social (S/A, C/A).
Obs. As primeiras só poderão ser dissolvidas
devido uma causa específica. As outras podem
ser dissolvidas por vontade majoritária dos sócios.
Prof. Alexandre L. Almeida 109
Critérios de classificação das
sociedades comerciais
Quanto às condições de alienação da
participação societária:
sociedades de pessoas (N/C, C/I, C/S). Os
sócios têm o direito de veto ao ingresso de
estranhos no quadro social;
sociedades de capital (S/A, C/A). Vale o
princípio da livre circulabilidade da participação
acionária.

Prof. Alexandre L. Almeida 110


Conclusão
A sociedade anônima é uma sociedade
comercial, institucional e de
responsabilidade limitada. É,
principalmente, uma sociedade de capital,
representado por valores mobiliários
chamados de ações. A ação é, portanto, a
menor unidade do capital.

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Governança Corporativa
O modelo jurídico da sociedade anônima
destina-se a disciplinar sua estrutura de
propriedade e gestão;
Para disciplinar as relações entre os
acionistas e os administradores das
sociedades, a Lei tratou de regulamentar a
estrutura funcional da S/A.

Prof. Alexandre L. Almeida 112


Governança Corporativa
Continuação
É importante destacar que a administração da
sociedade anônima é função do número de sócios
da companhia, bem como da sua dimensão;
Mesmo que possua o número mínimo de dois
sócios, dado o caráter geral da Lei, deverá esta
sociedade, manter o mesmo sistema complexo,
comum a todas S/A.

Prof. Alexandre L. Almeida 113


Governança Corporativa
Continuação
A configuração do sistema administrativo
adotado pela legislação brasileira, segue a
concepção organicista, regulando as atividades
exercidas por estes órgãos como a expressão da
própria vontade da empresa;
Esta concepção foi difundida a partir do
liberalismo, como forma de equilibrar as funções
dos vários órgãos na administração social.

Prof. Alexandre L. Almeida 114


Governança Corporativa
Continuação
A sociedade por ações, como pessoa
jurídica, exerce seus direitos e contrai
obrigações através dos seus órgãos;
São eles: Assembléia Geral, Conselho de
Administração, Diretoria e Conselho Fiscal,
este último sendo opcional sua instalação;

Prof. Alexandre L. Almeida 115


Assembléia Geral
É o órgão máximo (soberano) da
sociedade, formado pela reunião dos
acionistas com direito a voto, de caráter
deliberativo;
São de dois tipos, a Assembléia Geral
Ordinária e Assembléia Geral
Extraordinária;

Prof. Alexandre L. Almeida 116


Assembléia Geral
Competência privativa da A.G. (art. 122):
Reforma do estatuto;
Nomear ou destituir os administradores;
Tomar e deliberar sobre as contas dos administradores;
Autorizar a emissão de valores mobiliários;
Suspender o exercício dos direitos de acionistas;
Deliberar sobre avaliação de bens que concorrem para
a formação do capital social;
Deliberar sobre transformação, dissolução e liquidação
da cia.

Prof. Alexandre L. Almeida 117


Assembléia Geral
Competência privativa da AGO:
Tomar e deliberar sobre as contas dos
administradores;
Definir a destinação do resultado do exercício;
Eleição de Administradores e membros do Conselho
Fiscal;
Competência da AGE:
Todas as matérias não abrangidas pelo artigo 132, e
para eleger administradores e membros do Conselho
Fiscal.

Prof. Alexandre L. Almeida 118


Assembléia Geral
Modo de convocação:
Far-se-á mediante anúncio publicado, no mínimo 3
vezes, no diário oficial da União, Estado ou DF, além
do jornal de grande circulação no local onde se situa a
sede da companhia, podendo a CVM determinar a
publicação em jornal de grande circulação do local em
que se situa a bolsa que negocia seus valores
mobiliários;
O anúncio deve conter o local data e hora, além das
matérias que serão tratadas, publicados 15 dias antes
da realização, em 1ª convocação e 8 dias em 2ª
convocação.

Prof. Alexandre L. Almeida 119


Assembléia Geral
Quorum de Instalação e Deliberação:
Quorum de deliberação refere-se à quantidade mínima
de votos para eficácia das deliberações da assembléia.
O mínimo exigido por lei obedece ao critério de maioria
absoluta, sem computar os votos em branco;
Quorum de instalação, por sua vez, diz respeito ao
número mínimo de ações votantes para sua instalação.
O mínimo exigido é de 1/4 do capital social com direito
de voto, em 1ª convocação.
Quorum qualificado, exige aprovação de, no mínimo,
metade das ações com direito a voto.

Prof. Alexandre L. Almeida 120


Assembléia Geral
Competência para convocação:
Conselho de Administração;
Conselho Fiscal, ou qualquer acionista, no caso de
atraso de mais de 30 ou 60 dias, respectivamente, para
convocação da AGO (obrigatória);
Acionistas com 5% do capital votante ou 5% do capital
não votante, ao retardar a convocação de assembléia
para instalação de Conselho Fiscal;
Acionistas com 5% do capital total quando do não
atendimento, em até 8 dias, de pedido fundamentado
para sua convocação pelo órgão competente;
Prof. Alexandre L. Almeida 121
Assembléia Geral
É obrigatória a realização da AGO nos primeiros
quatro meses seguintes ao término do
exercício social para apreciação das matérias
citadas no artigo 132;
No caso de reforma dos estatutos, o artigo 135
exige a presença de, no mínimo 2/3 do capital
votante;

Prof. Alexandre L. Almeida 122


Conselho de Administração
É órgão colegiado de caráter deliberativo,
obrigatório nas sociedades abertas, de capital
autorizado e economia mista (artigo 138 e 239);
Sua função é o de aproximar os acionistas da vida
social da cia., dificultada pelo processo de
separação entre capital e gestão das S.A.
Fixa a orientação geral dos negócios, elegendo e
fiscalizando os diretores.

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Conselho de Administração
Composição:
É formado por um mínimo de três conselheiros, todos
acionistas, cujo prazo de mandato é, no máximo de 3
anos, eleitos pela Assembléia Geral, podendo haver
reeleição;
Cabe ao estatuto estabelecer o número máximo e
mínimo, bem como o processo de escolha do
presidente do Conselho;
Determina a Lei que “os membros do Conselho de
administração, até 1/3 (um terço), poderão ser eleitos
para cargos de diretores”.

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Diretoria
É órgão de representação legal da
companhia além de ser o responsável pela
execução das deliberações da AG e CA;
A composição e atribuições da diretoria é
regida pelos artigos 143 e 144;
Até 1/3 dos membros do CA poderá ser
membro da diretoria;
Prof. Alexandre L. Almeida 125
Conselho Fiscal
É órgão colegiado de funcionamento
opcional, composto de no mínimo três e
máximo cinco membros acionistas ou não;
É destinado ao controle dos órgãos da
administração e sua regulamentação é feita
pelos artigos 161 a 165;

Prof. Alexandre L. Almeida 126


Deveres e Responsabilidades dos
Administradores
Dever de diligência: o administrador
deverá exercer as suas atribuições para
realização dos interesses da companhia
(artigo 153/4);
Dever de lealdade: proíbe o “insider
information” (artigo 155);

Prof. Alexandre L. Almeida 127


Deveres e Responsabilidades dos
Administradores
Dever de informar: “disclosure” ao mercado
das informações da cia. (artigo 157);
Conflito de interesses: não permitir a
participação de administrador em operação social
cujo interesse pessoal seja conflitante (artigo 156)
Solidariedade entre os membros. (artigo
158/9).

Prof. Alexandre L. Almeida 128


Valores Mobiliários
São títulos de participação / propriedade
emitidos pela sociedade, com a finalidade de
captar os fundos necessários à operação.
Principais valores mobiliários:
Ação, debênture, partes beneficiárias, bônus de
subscrição, nota promissória.

Prof. Alexandre L. Almeida 129


Valores Mobiliários
Continuação
Os valores mobiliários são considerados títulos de
crédito impróprios, por não conterem os direitos
do proprietário expressos no próprio título, mas
no estatuto da sociedade.
Principais requisitos dos títulos de crédito:
Literalidade:
Literalidade expressão efetiva do direito nos limites;
Cartularidade: incorporação do direito no papel;
Autonomia: independência do direito em relação a sua
circulação.

Prof. Alexandre L. Almeida 130


Ações

As ações apareceram em 1606 como


pretensão judicial ao dividendo. Deriva da
palavra holandesa AKTIE.
É a unidade de constituição do capital das S/A, e
conferem direitos e obrigações aos seus titulares;
Esses direitos e obrigações são específicos às
diferentes espécies e classe de ações possuídas.

Prof. Alexandre L. Almeida 131


Ações
Principais tipos
Ordinárias: São as que tem direito a voto, e
portanto detêm o controle acionário;
Preferenciais: Criadas para atender aos acionistas
“desinteressados”, absenteístas ou meramente
especuladores, cujo direito a dividendos fixos,
mínimos ou cumulativos compensam a ausência do
direito a voto. Podem ser divididas em classes.

Prof. Alexandre L. Almeida 132


Ações
Classificação das ações quanto à forma

AÇÕES QUANTO À FORM A

A O PO RT A D O R NO M INA TI V A S END O S S Á V EIS

ES CRI T URA IS REGI S TRA D A S

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Direito de Subscrição
É o direito do acionista adquirir novas ações
emitidas pela companhia na proporção da
participação detida no capital social;
O reflexo no preço de mercado será dado pela
equivalência entre o valor de mercado antes da
emissão, e o valor de mercado depois da
emissão, menos o custo de subscrição.

Prof. Alexandre L. Almeida 134


Direitos das ações
Continuação
Sendo:
pcom= preço da ação antes da subscrição;
pex = preço da ação após a subscrição;
q = nº de novas ações emitidas;
S = proporção de subscrição (q/q);
pS= preço de subscrição.
Valor antes =valor depois - valor subscrição
pcom  q  pex   q  q   p S  q ............. ( q)

pcom  pex   1  S   p S  S

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Proventos das ações
Bonificação
É a distribuição gratuita de novas ações
emitidas pela companhia, resultante da
incorporação de reservas ao capital social, sem
variação no patrimônio líquido.
O reflexo no preço das ações se dará pelo
aumento no número de ações em circulação.

Prof. Alexandre L. Almeida 136


Proventos das ações
Continuação
Sendo:
pcom= preço da ação antes da bonificação;
pex = preço da ação após a bonificação;
q = nº de novas ações emitidas;
B = proporção de bonificação (q/q);

pcom  q  pex   q  q  ................ ( q)

pcom  pex   1  B 

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Proventos das ações
Desdobramento e grupamento de ações
No primeiro caso tem-se um aumento na base
acionária, sem incorporação de reservas nem entrada
de “dinheiro novo”, enquanto que no segundo ocorre o
inverso, diminuindo-se a quantidade de ações em
circulação;
Tais procedimentos visam a aumentar a liquidez das
ações em bolsa, facilitando as negociações.

Prof. Alexandre L. Almeida 138


Proventos das ações
Dividendos
É a distribuição aos acionistas de parte dos
lucros auferidos pela companhia em
determinado exercício social.
O novo preço das ações será dado pela
diferença entre o preço antigo e o valor do
dividendo recebido por ação (d).

pcom  pex  d
Prof. Alexandre L. Almeida 139
Direito de participação nos lucros
Dividendos
A Lei das S/A fixou a figura do dividendo
obrigatório, conforme o artigo 202;
Lucro Líquido
(-) Reserva Legal
(-) Reservas para Contingências
(+/-) Transferência ou reversões para reservas de
contingências ou de lucros a realizar
(=) Base de Cálculo de Dividendos

Prof. Alexandre L. Almeida 140


Destinação do resultado
Artigos 193 a 203
Reserva Legal: É destinada a proteger a integridade
do capital social;
• Limite até 20% do Capital Social ou até o total dos saldos de
reserva legal e de capital for de 30% do Capital
Reservas Estatutárias: São previstas em estatuto,
com indicações da finalidade de sua constituição,
critérios de determinação da parcela anual e limite
máximo.

Prof. Alexandre L. Almeida 141


Destinação do resultado
Continuação
Reservas para Contingências: Visa a compensar
perdas futuras consideradas prováveis. Difere das
provisões pela ocorrência do fato gerador;
Retenção de Lucros: Por decisão da Assembléia,
baseado em proposta da administração, justificada em
orçamento de capital contemplando as fontes de
recursos e aplicações de capital, por até 5 exercícios.

Prof. Alexandre L. Almeida 142


Destinação do resultado
Continuação
Reserva de Lucros a Realizar: Tem por
finalidade postergar o pagamento do dividendo
obrigatório, sob lucros não realizados
financeiramente, como aumento do valor de
investimentos em controladas e coligadas, ou
lucro em vendas a prazo realizável em longo
prazo.

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Destinação do resultado
Continuação
Reserva de Capital: Destinam-se a:
• Absorção de prejuízos após as reservas de lucros e
legal;
• Resgate, reembolso ou recompra de ações;
• Resgate de partes beneficiárias;
• Incorporação ao capital social;
• pagamento de dividendos a ações preferenciais, nos
casos previstos em estatuto (insuficiência de
lucros).

Prof. Alexandre L. Almeida 144


Tipos de dividendos
Fixo - O estatuto define qual é o valor a ser
distribuído por cada ação preferencial, ficando o
restante para ser rateado entre os acionistas
ordinários ou capitalizado;
Mínimo - O estatuto determina qual é o valor
mínimo a ser pago a cada ação preferencial,
que poderá participar do restante em igualdade
de condições com as ações ordinárias, depois
de a estas, assegurado o dividendo mínimo.
Prof. Alexandre L. Almeida 145
Tipos de dividendos
Exemplo para cálculo dos dividendos:
Suponha uma empresa com 1.500.000 ações
sendo 500.000 ações ordinárias e 1.000.000
ações preferenciais. O lucro líquido no exercício
foi de $21.053. Calcule o dividendo por ação,
sendo:
a Dividendo fixo de 6%;
b Dividendo mínimo de 6%;
c Pelo inciso I do artigo 17.

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Direito de fiscalização
O acionista tem direito a comparecer à
assembléia geral, e votar, se for o caso
(art. 125 e 126);
Conhecer o balanço e relatórios (art. 133);
Pedir instalação de Conselho Fiscal, se for
detentor de 10% do capital votante ou 5%
do capital não votante;
Prof. Alexandre L. Almeida 147
Direito de preferência
Trata-se do direito de subscrição a uma
determinada porcentagem de ações em relação
às que possui, no caso de aumento de capital;
Esse direito objetiva assegurar ao acionista a
mesma proporção no capital da sociedade;
O valor de emissão das ações novas é, portanto,
de fundamental importância;

Prof. Alexandre L. Almeida 148


Direito de preferência
Continuação
Alguns fatos devem ser analisados:
Se a emissão for com ágio, poderá impedir a
subscrição, embora poderá permitir a igualdade entre
os novos e os velhos acionistas, por incorporar a
rentabilidade auferida pela companhia;
Deve-se evitar o “aguamento” do valor das ações;
O direito de preferência é regido pelos artigos
171 e 172;

Prof. Alexandre L. Almeida 149


Direito de preferência
Continuação
Critérios de atribuição de preço de emissão:
• Valor de mercado;
• *Valor patrimonial;
• Valor econômico.
• No caso de ações com valor nominal, é vedado o preço abaixo
deste valor (art. 13)
OBS. Não poderá haver diluição injustificada da
participação acionária (art 171).

Prof. Alexandre L. Almeida 150


Direito de voto

É um dos direitos de que se serve o


acionista para integrar a manifestação da
vontade social;
É regulamentado pelos artigos 110 a 115;
Acordo de acionistas e voto múltiplo.

Prof. Alexandre L. Almeida 151


Direito de recesso

É o direito do acionista, ocorrendo


determinadas situações definidas em lei, de
retirar-se da sociedade, mediante
reembolso do valor de suas ações;
Os artigos 136 e 137 definem os casos
previstos para o exercício deste direito;

Prof. Alexandre L. Almeida 152


Principais Indicadores:
Preço de mercado; Índice P/L;
Volume de negociação; Dividendo/Preço Cash Yield;
Quantidade de negócios; Preço/Dividendo Pay out;
Preço / Valor patrimonial; Preço/Valor intrínseco
Lucro por ação;

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Valor da Ação pelo Método dos Dividendos Constantes

Div Div Div Div
Pação   (1  i )
k 1
k
 
( 1  i )1 ( 1  i )2
 ... 
( 1  i )n
 ...

 1 1 1 
Pação  Div *    ...   ... (1)
(1  i ) (1  i ) (1  i )
1 2 n

1  1 1 1 
Pação *  Div *  ( 1  i )2  ( 1  i )3  ...  ( 1  i )n 1  ... (2)
(1  i )  
Subtraindo as equações (1) e (2) acima :
 1  Div 1 i 1  Div
Pação * 
 1     P *     
)
ação
 (1  i  ( 1  i )  1  i 1  i  ( 1  i )
 1 i 1  Div i Div
Pação *     Pação *   Pação * i  Div
 1 i  (1  i ) 1 i 1 i

Div
Pação 
i

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Valor da Ação pelo Método dos Lucros Crescentes:

Div * ( 1  g )k 1 Div Div * ( 1  g ) Div * ( 1  g )n1
Pação     ...   ...
k 1 ( 1  i ) k
( 1  i )1
( 1  i )2
( 1  i ) n

 1 (1  g ) ( 1  g )n1 
Pação  Div *    ...   ... (1)
( 1  i ) ( 1  i ) (1  i )
1 2 n

(1  g )  1 g ( 1  g )2 ( 1  g )n 
Pação *  Div *    ...  n 1
 ... (2)
(1  i ) ( 1  i )
2
(1  i ) 3
(1  i ) 
Subtraindo as equações(1) e (2) acima,e assumindo i  g :
 1 g  Div  1 i 1 g  Div
Pação * 1     Pação *    
 ( 1  i )  ( 1  i )  1  i 1  i  ( 1  i )
 1  i 1  g  Div i  g Div
Pação *    Pação *   Pação * ( i  g )  Div
 1  i  ( 1  i ) 1  i 1  i

Div
Pação 
ig

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MERCADO DE CAPITAIS
Bolsas de Valores - São associações sem fins
lucrativos constituídas pela corretoras (CTVM),
onde se negociam os valores mobiliários em
mercados organizados.
Tipos de Ordem:
A mercado;
Limitada;
Casada;
Por prazos determinados ou indeterminados.

Prof. Alexandre L. Almeida 156

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