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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Manual de Formação
de Funcionários Municipais
em Matérias de Planificação e
Programação Orçamental

JANEIRO - 2009


MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Título: Manual de Formação de Funcionários Municipais em


Matéria de Planificação e Programação Orçamental
Autor: MAE – DNDA
Revisão: José Manuel Elija Guambe
Layout e impressão: CIEDIMA, SARL
Tiragem: 400 exemplares
Data de Impressão: Outubro de 2008


MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Prefácio


MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA


MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Índice

PREFÁCIO ……………………………………..………………………………………………… 3

1. CONCEITO DAS FINANÇAS AUTÁRQUICAS …………………………………………… 9


1.1 – Contexto de Descentralização ………………………………………………………… 9
1.2 – Descentralização vs. Desconcentração ……………………………………………… 9

2. DESCENTRALIZAÇÃO EM MOÇAMBIQUE ……………………………………………… 10


2.1 – A Autarquia Local e seus objectivos ………………………………………………… 10
2.1.1 - Estrutura orgânica …………………………………………………………………… 11
2.1.2 – Composição orgânica de um Município …………………………………………… 12

3. ENQUADRAMENTO LEGAL DAS FINANÇAS AUTÁRQUICAS ………………………. 12

4. TUTELA ADMINISTRATIVA DO ESTADO ………………………………………………...... 13

5. O DESENVOLVIMENTO AUTÁRQUICO ………………………………………………….. 14


5.1 Princípios e materialização ……………………………………………………………… 14
5.2 Responsabilidades específicas das autarquias ………………………………………. 16
5.3 O triângulo autárquico …………………………………………………………………… 22

6. PLANIFICAÇÃO ………………………………………………………………………………. 23
6.1 Tipos de Planos ………………………………………………………………………….. 24
6.2 Plano de Desenvolvimento Municipal …………………………………………………. 24
6.3 Plano de Actividades ……………………………………………………………………. 25
6.4 Etapas do Plano – Ciclo de Planificação ……………………………………………… 26
6.4.1 Diagnóstico …………………………………………………………………………….. 27
6.4.2 Definição de Objectivos ………………………………………………………………. 27
6.4.3 Elaboração de Estratégias Operacionais …………………………………………… 27
6.4.4 Afectação de Recursos ………………………………………………………………. 27
6.4.5 Aprovação ……………………………………………………………………………… 28
6.4.6 Implementação ………………………………………………………………………… 29
6.4.7 Avaliação e Prestação de Contas …………………………………………………… 29


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7. PLANIFICAÇÃO PARTICIPATIVA ………………………………………………………….. 29


7.1 – Planificação Participativa Municipal ………………………………………………… 31
7.2 – Objectivos ……………………………………………………………………………… 31
7.3 – Pressupostos ………………………………………………………………………….. 32

8. O ORÇAMENTO AUTÁRQUICO ……………………………………………………………. 32


8.1 Conceito …………………………………………………………………………………… 32
8.2 Dimensões ………………………………………………………………………………… 33
8.3 Um bom orçamento ………………………………………………………………………. 33
8.4 Princípios orçamentais …………………………………………………………………… 33
8.5 O Ciclo Orçamental ………………………………………………………………………. 35
8.5.1 Elaboração ………………………………………………………………………………. 35
8.5.2 Aprovação ………………………………………………………………………………... 36
8.5.3 Financiamento e Execução ……………………………………………………………. 37
8.5.3.1 Das receitas …………………………………………………………………………… 37
8.5.3.2 Das Despesas ………………………………………………………………………… 38
8.5.3.3 Conta de Gerência …………………………………………………………………… 39
8.5.4 Prestação de Contas …………………………………………………………………… 40
8.5.5 Controlo ………………………………………………………………………………….. 41
8.5.5.1 Interno ………………………………………………………………………………….. 41
8.5.5.2 Externo …………………………………………………………………………………. 42
8.5.6 Monitoria de Impacto …………………………………………………………………… 43
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.6 Atrasos e sanções ……………………………………………………………………….. 43
8.7 Classificadores Orçamentais …………………………………………………………….. 43
8.7.1 Princípios da Classificação Orçamental …………………..…………………………. 43
8.7.2 O Modelo Orçamental ……………………………………………..…………………… 46
8.7.3 Classificação Económica das Receitas ….…………………………………………… 47
8.7.3.1 Receitas Correntes …………………………………………………………………… 49
8.7.3.2 Receitas de Capital …………………………………………………………….…….. 52
8.7.3.3 Produto de Transferência de Capital de Entidades Públicas ……………..……… 53
8.7.3.4 Transferências de Atribuição e Competências …………………………………….. 53
8.7.3.5 Transferências Extraordinárias ……………………………………………………… 54
8.7.3.6 Donativos ……………………………………………………………………………… 54
8.7.3.7 Receitas Próprias e Subvencionadas ………………………………………………. 55
8.8 – Classificação Económica das Despesas ……………………………………………... 55
8.8.1 – Despesas Correntes ………………………………………………………………….. 58
8.8.1.1 – Despesas com o Pessoal ………………………………………………………….. 58
8.8.1.2 – Despesas de Bens e Serviços …………………………………………………….. 58
8.8.1.3 – Transferências Correntes ………………………………………………………….. 60


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8.8.1.4 – Exercícios Findos ………………………………………………………………….. 62


8.8.1.5 – Despesas de Capital e Operações Financeiras …………………………………. 62
8.9 – Administração do Orçamento ………………………………………………………….. 64
8.9.1 – Alterações Orçamentais ………………………………………………………………... 64
8.9.2 – Restrições sobre redistribuição das dotações ……………………………………… 65
8.10 – Ratificação do Orçamento ……………………………………………………………… 66
8.10.1 – Alguns critérios a considerar …………………………………………………………. 66
8.10.2 – Ratificação das alterações …………………………………………………………... 67

9. INFORMAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO DO ESTADO ….……….. 68

10. GLOSSÁRIO …………………………………………………………………………………. 69

11. BIBLIOGRAFIA ……………………………………………………………………………… 75

EXERCÍCIOS ……………………………………………………………………………………… 77
PLANO DO CURSO ……………………………………………………………………………… 89
PLANOS DE AULAS ……………………………………………………………………………… 92
IDEIAS E SUGESTÕES …………………………………………………………………………. 113


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1. CONTEXTO DAS FINANÇAS AUTÁRQUICAS

1.1- Conceito da Descentralização

A descentralização é um termo amplamente usado mas frequentemente significa coisas diferentes


para pessoas diferentes (Roy Bahl, Descentralização Fiscal: Uma Perspectiva Mundial – texto
de referência obrigatória para este capítulo). Para efeitos deste texto, interessa-nos é falar da
descentralização fiscal, a qual se relaciona, mas é diferente, com a descentralização espacial ou
territorial e com a descentralização da tomada de decisões do governo.

A descentralização espacial ou territorial é uma estratégia seguida por muitos países com o
intuito de encorajar o desenvolvimento económico fora das principais áreas urbanas, através
de uso de subsídios e incentivos fiscais para baixar o custo de actividades nas zonas rurais.
Uma estratégia de descentralização territorial pode conduzir a distribuição mais uniforme do
tamanho das cidades. Esta estratégia não exige necessariamente o fortalecimento das finanças
dos governos locais.

A descentralização na tomada de decisões envolve a transferência de competências decisórias


aos governos subnacionais com o objectivo de melhorar a eficiência técnica da governação,
eliminando passos burocráticos no processo de implementação e, consequentemente, acelerando
a acção governamental e fornecendo um pacote mais satisfatório de serviços.

A meta principal da descentralização fiscal é mover a governação para mais perto das pessoas e
isto requer um fortalecimento das finanças dos governos locais. A ideia é a de dar aos governos
locais algum poder de tributação e responsabilidade na realização da despesa, e permitindo
a elas decidir sobre o nível e a estrutura de seus orçamentos. Deste modo, as pessoas no
nível mais baixo de governo serão capazes de escolher o tipo de governo que elas quiserem e
participarão mais activamente na governação. A descentralização requer governos locais com
alguma autonomia na tomada de decisões fiscais de forma independente.

1.2 - Descentralização
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versus Desconcentração

É importante estabelecer uma definição clara e não confundir descentralização com a


desconcentração.

A desconcentração é a delegação de competências do Governo central aos governos ou corpos


administrativos de escalões inferiores sem autonomia decisória. No caso de Moçambique as
unidades de desconcentração são, a província, o distrito e o posto administrativo.


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A descentralização é um processo de transferência (ou devolução) de competências de decisões


nos gastos e na arrecadação de recursos financeiros de modo a conferir aos governos locais
a responsabilidade perante os seus cidadãos. A unidade descentralizada em Moçambique é
a autarquia. Assim, a descentralização incorpora um conjunto de pelo menos três aspectos,
nomeadamente:

• aspectos administrativos: com a transferência de competências de gestão na provisão de


determinados serviços públicos e de gestão de políticas.

• aspectos fiscais: com a passagem de responsabilidade na obtenção de recursos


necessários ao financiamento das políticas (actividades para a concretização dos seus
planos).

• aspectos de política: com a autonomização decisória não apenas quanto à forma de


promover a política mas na própria escolha entre diferentes serviços a serem fornecidos
e sua estrutura de financiamento.

Uma efectiva descentralização implica:

• transferência de funções a serem exercidas por níveis inferiores;

• autonomia na provisão dos serviços: ausência de mandatos e imposições sobre as


componentes e tipos de gastos;

• autonomia tributária: definição de um volume significativo de fontes tributárias sob


responsabilidade dos níveis inferiores do governo com autonomia tributária, isto é,
liberdade de definir alíquotas e bases tributárias;

• certa liberdade para endividamento; e

• transferências fiscais definidas a priori.

2. DESCENTRALIZAÇÃO EM MOÇAMBIQUE
2.1 - A Autarquia Local e seus objectivos

A Autarquia Local é um Poder Local, isto é, uma estrutura de organização sócio-política de nível
local (Cidade ou Vila). O exercício do poder local apoia-se na iniciativa e na capacidade das
populações locais.

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A U TA R Q U I A
L O CAL

O B J E CT
I VOS
1. O r ga niz a r a 2 . Pro move r o
pa rti c ipa çã o dese nvolvi me nt o
dos ci da dã os loc a l
na so luç ã o d os
3.
pro blema s
A pr ofun dar e
loc ai s
conso lidar a
dem oc r ac ia

Em Moçambique, as Autarquias Locais foram criadas em 1998, definindo-se na Constituição


da República como “pessoa colectiva pública” que prossegue interesses das populações
respectivas.

As Autarquias Locais foram criadas com o objectivo de:

• Organizar a participação dos cidadãos na solução dos problemas locais;


• Promover o desenvolvimento local;
• Aprofundar e consolidar a democracia.

Aqui fica claro que as Autarquias Locais não devem ser monopolizadas para atender
interesses pessoais em detrimento dos interesses dos munícipes.

Os titulares devem procurar organizar os cidadãos para contribuirem na solução dos


problemas locais, criando uma estrutura territorial (Unidades Administrativas) que possa
facilitar a mobilização e envolvimento da população na solução dos problemas locais.

2.1.1 - Estrutura Orgânica das Autarquias Locais

As Autarquias Locais têm órgãos próprios eleitos e são estes órgãos que exercem o poder local
contando com a iniciativa e capacidade local (em termos de recursos humanos, financeiros e
patrimoniais).

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Cfr. Art. 188° ss
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da CRM (1990). Inovação trazida pela Lei Constitucional n° 9/96,
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de 22 de No-
vembro, que introduz no texto constitucional os princípios e disposições sobre o Poder Local, e
criando-se o quadro jurídico legal para a sua implantação pela Lei n° 2/97, de 18 de Fevereiro.

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E VEJA O QUADRO DOS ÓRGÃOS DAS AUTARQUIAS LOCAIS

O R GÃ OS DE U MA UMA
UM A S SE M B L E IA
PR E S IDE NT E A U TA R Q U I A

UM
C ON S E L HO

UMA AUT A R Q UIA L O CA L é um P oder L ocal e pode ser


um Mu nic ípi o ou P ovoa ç ã o

2.1.2 - Composição orgânica de um Município

O Município é uma categoria de Autarquia Local. Tem uma composição orgânica que compreende:
uma Assembleia Municipal; um Conselho Municipal e um Presidente do Conselho Municipal.

O Presidente do Conselho Municipal e os Membros da Assembleia Municipal são eleitos,


enquanto que os Membros do Conselho Municipal (Vereadores) são nomeados pelo Presidente
do Conselho Municipal.

3. ENQUADRAMENTO LEGAL DAS FINANÇAS AUTÁRQUICAS

As finanças autárquicas são parte das finanças públicas e, como tal, elas são regidas por um
conjunto de procedimentos legais das finanças públicas do país. Por isso, a gestão financeira
autárquica enquadra-se num contexto legislativo a três níveis. Primeiro, as finanças autárquicas
devem respeitar a legislação da elaboração e gestão do orçamento do Estado, segundo, a
legislação autárquica em geral e terceiro, e particularmente, a legislação autárquica financeira.

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Deste modo, temos:

Enquadramento Legislação
§ Lei 9�2002, de 12 de Fevereiro (Lei do
SISTAFE)
§ Decreto 23�2004, de 20 de Agosto
Geral (Finanças Públicas) (Regulamento do SISTAFE)
§ Decreto 25�97, de 29 de Junho
(Classificadores Orçamentais)
§
§ Lei 2�97, de 18 de Fevereiro (Lei que
define o quadro jurídico das autarquias
locais)
Genérico (Administração Autárquica) § Lei 7�97, de 31 de Maio (Lei de Tutela
Administrativa do Estado)
§ Lei 9�97, de 31 de Maio (Estatuto
dos Titulares e Membros dos Órgãos
Autárquicos)
Específico (Finanças Autárquicas) § Lei 1�2008, de 16 de Janeiro (Lei das
Finanças Autárquicas)

4. TUTELA ADMINISTRATIVA DO ESTADO

As Autarquias Locais gozam de autonomia, mas não constituem estados independentes. A


Constituição sublinha que “o poder local” funciona “no quadro da unidade do Estado Moçambicano”
e destaca os “interesses superiores do Estado.” As autarquias agem no interesse da população
local “sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação do Estado.” (Constituição da
República de 1990, art. 188, 193; lei 2�97, art.1). Os planos e as acções locais não podem
contradizer os planos e as políticas nacionais.

Em Moçambique o poder de tutela sobre as Autarquias Locais está previsto no artigo 194 da
Constituição da República (1990); e na Lei 7�97, 31 de Maio, Lei que estabelece o regime jurídico
da Tutela Administrativa.

A tutela administrativa do Estado compreende a verificação da legalidade dos actos administrativos


das Autarquias Locais, realizando-se através de:
• Inspecções;
• Inquéritos;
• Sindicâncias, e
• Ratificações.

A tutela administrativa é um mecanismo cautelar que visa garantir que as autarquias não cometam


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actos ilegais ou actos que possam colidir com os programas nacionais de desenvolvimento.
Independentemente destas formas, os órgãos do Estado podem solicitar informações e
esclarecimentos sobre decisões administrativas dos órgãos e serviços das autarquias locais.
Contudo, a tutela administrativa não substitui os órgãos autárquicos, não aprova, não altera e
nem corrige nada. Ela exerce uma função eminentemente preventiva.

A Inspecção consiste na verificação da conformidade, com a lei, dos actos administrativos


praticados e dos contratos celebrados pelos cidadãos e serviços das autarquias locais.

O Inquérito consiste na averiguação da legalidade dos actos administrativos dos órgãos e serviços
das autarquias locais em virtude de denúncia fundada ou ainda, quando resulte de informações
e recomendações de uma inspecção anterior.

A Sindicância consiste na indagação profunda e global da actividade dos órgãos e serviços da


autarquia local, quando existam indícios de ilegalidades que, pelo seu volume ou gravidade, não
possam ser averiguados no âmbito do mero inquérito.

A Ratificação consiste na legitimação dos actos administrativos dos órgãos autárquicos


expressamente indicados na lei, bem como os que tenham por objectivo aprovar: o plano de
desenvolvimento da autarquia local, o orçamento, o plano de ordenamento territorial, o quadro
do pessoal e a contracção de empréstimos de amortização plurianual. A não ratificação expressa
dos actos administrativos e das deliberações carece sempre de fundamentação do órgão tutelar.
Os actos não ratificados são inexequíveis. Contudo, se no prazo de 45 dias após a recepção da
certidão dos actos sujeitos à tutela, não for comunicada por escrito a sua recusa expressa, total
ou parcial, ao órgão tutelado, considera-se que o acto foi tacitamente ratificado.

Em Moçambique, a tutela é exercida conjuntamente pelos ministros de Administração Estatal


e das Finanças, podendo ser delegada aos representantes do Estado. Os representantes do
Estado são: governador (na província), administrador (no distrito), chefe do posto administrativo
(no posto administrativo) e chefe da localidade (na localidade).

5. O DESENVOLVIMENTO AUTÁRQUICO

5.1. Princípios e materialização

Os princípios da Política do Estado para o Desenvolvimento Autárquico decorrem da Constituição


da República, que preconiza, no artigo 272, que “o poder local compreende a existência de
Autarquia locais, ... pessoas colectivas públicas, dotadas de órgãos representativos próprios, que

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visam a prossecução dos interesses das populações respectivas, sem prejuízo dos interesses
nacionais e da participação do Estado”.

No artigo 273, a Constituição da República estabelece que as autarquias locais abrangem os


municípios (circunscrição territorial das cidades e vilas) e as povoações (circunscrição territorial
da sede dos postos administrativos), podendo vir a ser estabelecidos, por lei, outras categorias
autárquicas superiores ou inferiores à circunscrição territorial do município ou da povoação.

Neste contexto, as autarquias têm como objectivo central organizar a participação dos
cidadãos na solução dos problemas próprios da sua comunidade, promover o desenvolvimento
local e o aprofundamento e a consolidação da democracia, no quadro da unidade do Estado
Moçambicano.

Para tal, apoiam-se na iniciativa e na capacidade das populações e actuam em estreita colaboração
com as organizações de participação dos cidadãos e as autoridades tradicionais reconhecidas.

Tendo em vista a verificação da legalidade dos actos administrativos, as autarquias locais estão
sujeitas à tutela administrativa do Estado, nos termos fixados pela Lei n.° 7/97, de 31 de Maio.

Para além deste objectivo central, a descentralização autárquica tem três objectivos
específicos:
• Tornar a administração pública mais eficiente em termos de custos;
• Focalizar a gestão pública nos resultados, tornando-a mais eficaz; e
• Privilegiar o envolvimento das comunidades e a adaptação à especificidade local.

Tornar a administração mais eficiente implica racionalizar os meios financeiros, humanos e


materiais disponíveis, através de uma actuação consertada entre a Administração Central e Local
no uso desses recursos, da harmonização dos processos de funcionamento dos municípios em
todo o território nacional, e de uma maior transparência nos processos de decisão municipal.

Tornar a administração mais eficaz implica uma maior celeridade nos procedimentos administrativos
e uma maior cobertura e qualidade dos serviços prestados, bem como, naturalmente, a promoção
da equidade no tratamento dos munícipes.

Privilegiar a adaptação à especificidade local e o envolvimento das comunidades significa que


cada autarquia deve assegurar, pela maior proximidade, uma melhor satisfação das necessidades
dos munícipes, numa perspectiva de que a solução dos problemas implica um trabalho contínuo
e colectivo, que apesar de só ter resultados estruturantes no médio e longo prazos, terá que

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produzir resultados visíveis de curto prazo, de forma a justificar as contribuições tributárias dos
munícipes.

Tendo em vista instrumentalizar estes princípios, a Constituição da República e demais


legislação estabelecem que as autarquias têm como órgãos uma Assembleia, dotada de poderes
deliberativos, e um Conselho que responde perante ela, nos termos da lei, e que é dirigido por
um Presidente.

Tanto a Assembleia como o Presidente do Conselho são eleitos por sufrágio universal, directo,
secreto e periódico dos cidadãos eleitores residentes na respectiva circunscrição territorial.

No exercício das suas funções as autarquias locais gozam de autonomia administrativa, financeira
e patrimonial e dispõem de quadro de pessoal, finanças e património próprios, beneficiando de
apoio financeiro, técnico e humano do Estado, sem prejuízo da sua autonomia.

As autarquias locais dispõem, ainda, de poder regulamentar próprio, no limite da Constituição,


das leis e dos regulamentos emanados das autoridades com poder tutelar.

De entre outra legislação, a Lei de Bases das Autarquias (Lei n.º 2/97, de 28 de Maio) e a Lei das
Finanças Autárquicas (Lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro) estabelecem os princípios específicos,
normas e procedimentos que vinculam as Autarquias e o Governo, nestas matérias.

A prossecução da materialização destes princípios de política requer a existência de estratégias


de desenvolvimento específicas de cada Autarquia.

5.2. Responsabilidades específicas das autarquias

A experiência de governação autárquica permite identificar as seguintes áreas de maior


preocupação dos munícipes:
• O baixo grau de cobertura e de qualidade dos serviços urbanos;
• A insuficiente cobertura e qualidade dos serviços de saúde e educação, e do abastecimento
de água e distribuição de energia;
• A insuficiente prestação de contas às comunidades e transparência na gestão;
• O sentimento de desfasamento entre a qualidade dos serviços prestados e a contribuição
tributária, nacional e local, dos cidadãos e agentes económicos e sociais.

Assim, é imperioso que as autarquias promovam o funcionamento eficiente dos serviços, o


combate ao desemprego e a gestão adequada das relações institucionais entre os seus órgãos,
de forma a contribuir activamente para:

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• O estabelecimento de processos que assegurem o envolvimento da comunidade e dos


parceiros locais no planeamento do desenvolvimento autárquico;
• O desenvolvimento do seu poder regulamentar estabelecido pela Lei e o aprofundamento
da transparência na gestão corrente do município;
• A motivação e capacitação do pessoal municipal, assegurando o seu empenho ético na
prestação de serviços à comunidade com qualidade e zelo;
• O desenvolvimento duma base financeira local adequada, através da cobrança de impostos
ajustados ao serviço prestado, de modo a assegurar o seu cumprimento pela comunidade;
e
• A coordenação das acções do planeamento físico e económico, com base em prioridades de
longo prazo estabelecidas num quadro de diálogo com representantes das comunidades.

Exercício do poder regulamentar

A Lei 2/97 define que “as autarquias visam a prossecução dos interesses da respectiva
população, sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação do estado”. No exercício
destas funções, estão sujeitos à tutela dos órgãos do estado, que visa verificar a legalidade dos
actos de administração municipal.

A experiência havida no 1º mandato permite concluir que muita da regulamentação necessária


à aplicação célere dos preceitos legais é, de acordo com a lei, da responsabilidade dos órgãos
autárquicos através de posturas e regulamentos próprios. É, pois, essencial que os municípios
desenvolvam e exerçam o seu papel regulamentar, tendo em vista colmatar as lacunas nas
áreas de gestão da sua responsabilidade, devendo consolidar a regulamentação dispersa e
avulsa existente e solicitar apoio técnico aos órgãos locais e centrais do Estado, para o efeito,
sempre que necessário.

Envolvimento activo da população

Um dos maiores desafios das autarquias tem a ver com a necessidade de assegurar o envolvimento
activo da população no processo de desenvolvimento autárquico, sem o qual, a gestão tende a
tornar-se demasiado “técnica”, perdendo a percepção das verdadeiras necessidades locais.

Somente fomentando a participação activa da população no planeamento e na definição das


prioridades de desenvolvimento, é que os municípios assegurarão a combinação de uma gestão
municipal transparente e visionária com as contribuições locais em trabalho, possibilitando a
mobilização dos recursos necessários e o comprometimento das comunidades e agentes
económicos com as decisões tomadas.

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Para o sector empresarial é essencial que existam planos coerentes de desenvolvimento do


município, devidamente divulgados, de forma a serem tomados em conta nas suas decisões
sobre novos investimentos ou expansão dos já existentes.

Por outro lado as autarquias deverão promover programas específicos comunitários de combate
ao HIV/SIDA e de promoção do Género, contando para o efeito com apoios técnicos e financeiros
dos organismos do Governo vocacionados para o efeito.

Assim, deve ser dada prioridade ao estabelecimento de processos que assegurem o envolvimento
da comunidade e dos parceiros locais no planeamento do desenvolvimento autárquico, bem como
envidados esforços para melhorar a transparência na gestão corrente do município e assegurar
que as propostas com implicações importantes no desenvolvimento sejam publicamente
discutidas.

Prestação de serviços e gestão corrente

Assumir responsabilidade pelas funções de gestão implica, primeiro que tudo, que a liderança
municipal assegure que o quadro regulamentar de desenvolvimento do município seja respeitado,
e que os orçamentos e os planos de actividade sejam realistas e rigorosamente executados.

Uma outra responsabilidade da liderança do município relaciona-se com a capacidade de


estabelecer parcerias e relações de cooperação com instituições internas e externos que
catalizem o desenvolvimento do município.

Assim sendo, um desafio que se coloca à gestão municipal é o envolvimento do pessoal municipal,
de forma a assegurar que os serviços prestados às comunidades correspondem às suas
necessidades e prioridades. Para criar essa motivação é necessário que os líderes municipais
mantenham uma comunicação próxima com o pessoal e tentem satisfazer as suas expectativas
e prioridades diárias dentro das possibilidades financeiras do município.

Um esforço especial deverá, pois, ser feito pela liderança municipal, tendo em vista motivar o
pessoal municipal, assegurar a sua compreensão e apoio às políticas aprovadas, e priorizar a
prestação de serviços à comunidade com a qualidade e cobertura desejadas.

Desenvolvimento de uma base financeira sustentável

O sistema de transferências orçamentais do Estado para as autarquias continuará a ser, durante


muitos anos, essencial ao desenvolvimento das autarquias. Contudo, estas deverão desenvolver

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as suas fontes de receitas próprias, sendo essencial que cada município consolide o sistema
tributário e de tesouraria, e desenvolva um sistema de registo e cadastro de contribuintes
abrangente e eficaz.

O princípio da autonomia financeira tem subjacente, entre outros, dois pressupostos funda-
mentais:
• Que o município é mais eficiente na cobrança de impostos locais do que o Estado; e
• Que o município presta serviços à comunidade de forma mais eficiente que o Estado.

O grande desafio para as autarquias é, pois, testemunhar estes pressupostos funcionais, o


que requer coragem política e, simultaneamente, a mobilização de contribuições dos agentes
económicos locais e das comunidades, essenciais para criar uma base económica sólida, que
promova o desenvolvimento local e suporte a autonomia municipal.

Alcançar estes objectivos implica que as autarquias desenvolvam um conjunto de acções de


capacitação e de regulamentação complementar própria, baseadas nos princípios de autonomia
e rigor orçamental, contribuindo para a criação dum ambiente caracterizado pela:
• Existência de uma regulamentação simples e concisa do sistema de impostos e taxas
municipais, identificando os direitos e deveres do contribuinte e da administração
tributária;
• Capacidade técnica dos órgãos municipais a que caibam responsabilidades específicas
na administração do sistema, e consciencialização e responsabilização dos membros dos
órgãos municipais relativamente ao papel dos tributos e gestão das suas receitas.

Assim, um esforço particular deverá ser feito pelas autarquias para assegurar uma base
financeira adequada ao seu funcionamento e desenvolvimento, através da cobrança de impostos
e taxas locais ajustados ao serviço prestado, de modo a assegurar o seu cumprimento pela
comunidade.

Ordenamento territorial

Tendo em vista corrigir a situação existente caracterizada por um crescimento urbano desordenado,
o desafio actual para os órgãos autárquicos é o de implementar, na base da legislação sobre o
ordenamento territorial, um conjunto de acções no que concerne a:
• Criação de uma estrutura promotora da transparência e da participação cidadã;
• Ajustamento do modelo de planeamento físico à capacidade municipal existente;
• Assegurar a oferta de lotes de terrenos apropriados para novos assentamentos;
• Desenvolver um sistema de cadastro simples e eficiente;

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• Legalização e registo gradual das áreas de ocupação espontânea;


• Coordenação do planeamento municipal com o desenvolvimento das áreas circundantes;
• Coordenação entre o planeamento físico e económico e a gestão ambiental; e
• Reforço da fiscalização do desenvolvimento urbano e do cumprimento dos planos de
desenvolvimento aprovados.

Planeamento estratégico

Enfrentar com sucesso aqueles desafios é contribuir para implementar um sistema de planeamento
estratégico autárquico que, entre outros, materialize os seguintes objectivos:
• Assegurar o desenvolvimento sustentado com base em prioridades de investimento, que
permitam explorar o potencial económico;
• Complementar o planeamento financeiro com uma visão coerente dos investimentos
propostos, e uma perspectiva de longo prazo para o desenvolvimento municipal;
• Constituir uma base para o planeamento participativo, que permita, aos órgãos colegiais
e aos representantes da comunidade e de outros parceiros, estarem informados e
contribuírem para cumprimento dos planos aprovados e o processo de desenvolvimento
do município; e
• Possibilitar a coordenação eficaz entre o desenvolvimento municipal e as prioridades da
província e distritos vizinhos.

A definição por cada autarquia da sua estratégia de desenvolvimento requer a clarificação dos
objectivos e acções realisticamente alcançáveis com os recursos humanos, materiais e financeiros
disponíveis, processo que importa desenvolver e concluir até 2007. O Governo, através do
Ministério da Administração Estatal apoiará com recursos técnicos a realização desta acção.

Para tal importa, à semelhança da reforma do sector público, proceder a uma análise funcional
simplificada em cada município, que permita identificar claramente a essência do negócio e
os processos, sistemas e pessoal necessários à realização com sucesso das respectivas
actividades.

A análise funcional irá definir as necessidades de apoio do nível nacional ou provincial em


questões como a simplificação de normas e regulamentos, a emissão de directrizes orientadoras,
e a concepção de sistemas comuns de controlo da implementação das actividades municipais.
Poder-se-á então traçar a estrutura e sistemas adequados, bem como definir as necessidades de
recursos, pessoal e formação para utilizar devidamente os sistemas e ferramentas disponíveis.
Neste processo dever-se-á clarificar a forma como os órgãos municipais vão assegurar o
cumprimento dos seus deveres de prestação de serviços perante a comunidade, reestruturar

20
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

o funcionamento dos serviços urbanos, desenvolver formas da sua prestação numa base
comunitária, e atrair o sector privado.

Este processo de definição de prioridades, partilhadas com a comunidade e os principais


agentes económicos e sociais locais, é essencial para assegurar a implementação dos princípios
de desenvolvimento do Estado nesta matéria e criar o invólucro institucional adequado para
potenciar as acções do Governo.

Assim, uma especial atenção deverá ser dada à coordenação do planeamento físico e económico,
tendo por base os objectivos e prioridades de longo prazo estabelecidos no quadro dum processo
de reflexão estratégica com representantes das comunidades e dos agentes económicos e
sociais locais.

Relacionamento institucional

No que respeita ao relacionamento institucional, os municípios vão enfrentar sérios desafios nos
próximos anos, de que se destacam:
• A necessidade de, com Assembleias Municipais, manter debates políticos construtivos e
empreendedores, assegurados por iniciativa e capacidade próprias;
• A progressiva transferência do exercício de algumas competências governamentais (desde
logo, a prestação de serviços básicos de educação e saúde);
• A necessidade de mais receitas, o que exige maior transparência e uma administração
adequada, que assegurar a aplicação e fiscalização dos regulamentos tributários;
• A necessidade de capacitação técnica, administrativa e institucional; e
• A necessidade de estabelecer um diálogo construtivo com a comunidade e o sector privado,
mobilizando as suas contribuições e os investimentos necessários para o aumento de
emprego e o desenvolvimento de longo prazo do município.

Este processo de diálogo e “contracto social” entre instituições públicas, privadas e a comunidade,
quando bem sucedido, promove o debate sobre a fixação de prioridades e estratégias de
desenvolvimento e cria uma plataforma de comunicação que é essencial ao processo em curso
de desenvolvimento autárquico e de aprofundamento da descentralização.

21
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

5.3 O triângulo autárquico

A solução dos problemas existentes e a implementação das


prioridades autárquicas passa por métodos de trabalho que
Assembleia Conselho potenciem a melhor utilização dos recursos locais de acordo com
Municipal Municipal
as necessidades efectivas da comunidade.

Comunidade
Neste processo, compete às Assembleias Municipais um papel de
e Sociedade relevo e de dinamização dum modelo de governação autárquico que
Civil crie sinergias entre os três principais agentes: a Assembleia Municipal;
o Conselho Municipal; e a Comunidade e Sociedade civil.

Este modelo deve-se materiliazar em sistemas efectivos de gestão e participação comunitária,


nos quais o Plano e Orçamento revestem um papel materializador decisivo.

Planificação
estratégica e
Pllanificação
operacional
(Plano e
Orçamento)

Consulta
comunitária e
prestação
Execução dos
Aplicação eficiente de contas
Planos e
e transparente Orçamento
dos recursos
públicos

A Planificação é essencial para re-alinhar e operacionalizar as acções estratégicas e prioritárias


para o desenvolvimento económico e social do município, bem como para legitimar as acções
dos órgãos executivos. O Orçamento é a expressão financeira do plano e tem três dimensões
essenciais:
3 Económica: Exprime a (ir)racionalidade e (in)eficiência alocativa e distributiva dos recursos
públicos (na perspectiva de redução dos desequilíbrios sócio-económicos e redução da
pobreza).

22
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

3 Política: Exprime as opções de politica económica e social adoptadas pela autarquia.


Acordo sobre prioridades públicas e a forma de financiamento.
3 Jurídica: Delimita os poderes financeiros do executivo municipal (que devem ser cumpridos
e nunca ser alterados sem aprovação da AM).

Em diferentes fases do processo, cada um daqueles três agentes tem responsabilidades


e papeis específicos. Porém, a natureza representativa da Assembleia Municipal confere
aos seus membros uma responsabilidade particular em assegurar o envolvimento da
comunidade e da sociedade civil neste processo e velar para que as responsabilidades
específicas dos órgãos autárquicos sejam cumpridas.

6. Planificação

A filosofia da participação e consulta comunitária no processo de desenvolvimento local


desempenha funções cada vez mais importantes, na prestação de serviços e gestão de recursos
junto das comunidades.

O desenvolvimento autárquico requer um trabalho de planificação, e esta mecanismos apropriados


de consulta participativa, para harmonizar as acções previstas com as necessidades e prioridades
locais.

Para que as diferentes actividades a realizar sejam coroadas de sucesso é fundamental que, com
a necessária antecedência, sejam devidamente preparadas, seja conhecido o tempo necessário,
bem como os recursos humanos e financeiros necessários.

Apesar das diversas noções de Planificação, podemos defini-la como sendo “ um processo
contínuo que envolve decisões ou escolhas sobre caminhos alternativos para o uso racional
dos recursos disponíveis, com o fim de alcançar um objectivo ou meta particular num
determinado espaço de tempo”.

Os recursos disponíveis são sempre escassos, pelo que o processo de planificação envolve,
naturalmente, a decisão sobre a definição de prioridades, com vista à obtenção máxima de
resultados, minimizando os custos.

• O plano é um documento de compromisso e responsabilização de entidades com


competência, legitimidade e poder de execução (no caso autárquico é o CM), e que
expressa:

23
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

q Objectivos;
q Metas;
q Actividades;
q Fontes de financiamento;
q Executores; e
q Prazos de execução.

Na verdade, uma correcta afectação de recursos virados para a materialização de acções e


projectos concretos é essencial para um sustentável desenvolvimento de qualquer país, criando
condições políticas, económicas e sociais estáveis e harmoniosas na população.

• Para que é necessário o plano?


a) Legitimar as acções dos órgãos executivos (PCM e CM).
b) Re-alinhar e operacionalizar as acções estratégicas e prioritárias para o
desenvolvimento económico- social.

Em qualquer país, o Orçamento é um instrumento fundamental na planificação e execução


dos dinheiros públicos, reorientando a despesa pública, no sentido de privilegiar as funções
consideradas prioritárias.

O Orçamento (da Autarquia) é a expressão financeira dos Planos de Actividades Anuais


compatibilizados com o Programa de Desenvolvimento Municipal.

6.1 Tipos de Planos

Tendo em consideração uma perspectiva temporal, os planos podem ser de curto, médio e longo
prazos. Um plano elaborado para um longo período de tempo designa-se Plano Estratégico (mais
que 5 anos). Um plano para um menor período de tempo chama-se Plano de Implementação,
dividindo-se este em Plano de Médio Prazo (3 a 5 anos) e Plano de Curto Prazo (1 ano).

6.2 Plano de Desenvolvimento Municipal

O art. 17 da Lei nº2/97, de 18 de Fevereiro, estabelece que “a duração do mandato dos órgãos
eleitos das autarquias locais é de cinco anos”, tendo estas como órgãos uma Assembleia – dotada
de poderes deliberativos – e um órgão executivo que responde perante ela ( nº1 do artº16 ).

Assim sendo, o Plano de Desenvolvimento Municipal deveria ser, em princípio, elaborado para um
período de cinco anos, correspondente ao mandato dos órgão autárquicos, sendo aprovado pela
Assembleia Municipal, nos termos da a) d) do nº3 do art. 45 da Lei nº2/97, de 18 de Fevereiro.

24
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Ponto de partida

Manifesto Eleitoral

Inspiração Inspiração Harmonização

Plano Plano de PARPA


Quinquenal Desenvolvimento
(Programa quinquenal do
do Governo
Governo local

Harmonização

Plano de
Desenvolvimento
Distrital

6.3 Plano de Actividades

Como antes se referiu, compete à Assembleia Municipal, nos termos da alínea b) do nº3 do artº
45 da Lei nº2/97, de 18 de Fevereiro, aprovar o Plano de Actividades. O Presidente do Conselho
Municipal deverá, no estrito respeito do disposto na alínea g) do nº2 do artº45 da Lei nº2/97, de
18 de Fevereiro, apresentar, para apreciação da Assembleia Municipal, uma informação escrita
do cumprimento do Plano de Actividades.

O Plano tem como principais objectivos:

3 Promover a participação dos munícipes na identificação das actividades a serem


desenvolvidas em cada escalão da organização territorial do Município;
3 Descentralizar as responsabilidades e os serviços municipais até aos distritos e bairros;
3 Auscultar, regularmente, o munícipe na busca de soluções sobre os problemas específicos
que enfrenta;
3 Identificar as actividades que devem ser delegadas ao nível do bairro e do distrito municipal,
tendo em conta as condições existentes em cada distrito ou bairro.

25
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

PLANO DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL


(PROGRAMA QUINQUENAL DO GOVERNO LOCAL)

ANO ANO ANO ANO ANO


1 2 3 4 5

Plano Activ. Plano Activ. Plano Activ. Plano Activ. Plano Activ.

Orçamento Orçamento Orçamento Orçamento Orçamento

Métodos participativas na identificação das


necessidades e priorização das actividades

O Plano de Actividades é anual, contendo, como regra, os seguintes elementos, ordenados na


forma de Matriz e por Objectivos Estratégicos e Específicos:
3 Objectivo Estratégico
Objectivo Específico
t

• Actividades
• Prazo Responsável
• Resultados

Na elaboração do Plano de Actividades, que decorre, em paralelo, com a elaboração do


Orçamento Municipal, é fundamental a coordenação entre as actividades que necessitam de
recursos financeiros para a sua realização e a correspondente orçamentação, sob pena de
actividades planificadas não se materializarem por falta de recursos.

6.4 Etapas do Plano – Ciclo de Planificação

Tal como se verá para o caso do Orçamento, também no caso do Plano, podemos considerar
um ciclo com as seguintes etapas:

1. Diagnóstico 2. Definição de
Objectivos

7. Avaliação 3. Elaboração de
CICLO Estratégias
DE Operacionais
PLANIFICAÇÃO

6. Implementação 4. Afectação de
Recursos
5. Aprovação

26
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

6.4.1 Diagnóstico

Nesta etapa avalia-se a vida económica e social do Município, bem como a identificação das
causas dos problemas, o que permite traçar objectivos a alcançar com vista à solução desses
mesmos problemas.

Este diagnóstico deve basear-se na real situação, recolhendo informação existente pertinente,
como, por exemplo, a legislação, estudos efectuados, opinião dos intervenientes, etc.

6.4.2 Definição de Objectivos

A definição de objectivos é a prioridade do processo de planificação, constituindo, pois, uma fase


importante do processo de planificação.

Os objectivos estratégicos são abstractos, assumindo a forma de formulações sobre o que se


procura alcançar a médio/longo prazos, enquanto os objectivos específicos são mais precisos,
concretos, procurando traduzir os passos necessários para alcançar os objectivos estratégicos,
sendo, portanto, de curto prazo.

Os planos incluem as metas, que são formulações mais precisas, concretas e quantitativas sobre
os objectivos. As metas devem ser acções bem definidas a alcançar no período estabelecido e
que possam ser, naturalmente, monitoradas e avaliadas.

6.4.3 Elaboração de Estratégias Operacionais

Trata-se de identificar o conjunto de acções a realizar, com vista a solucionar os problemas


identificados e alcançar os objectivos e metas definidos no Plano.

É fundamental a escolha da estratégia mais adequada. Para isso, deve ter-se em conta os vários
factores intervenientes, como, por exemplo, os recursos humanos, materiais e financeiros, o seu
impacto na vida da comunidade, etc.

6.4.4 Afectação de Recursos

Alcançada esta fase, deverá proceder-se à afectação de recursos, sejam humanos, materiais e
financeiros, tendo sempre em consideração a sua disponibilidade, provenham eles de recursos
próprios ou de recursos subvencionados (do Estado ou de outras entidades).

27
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

6.4.5 Aprovação

Nos termos das alíneas b) e d) do nº3 do artº 45 da Lei nº2/97, de 18 de Fevereiro, compete à
Assembleia Municipal, sob proposta ou a pedido de autorização do Conselho Municipal, aprovar
o plano de actividades e o plano de desenvolvimento municipal.

Saliente-se que, de acordo com o estabelecido na alínea a) do nº2 do artº6 da Lei nº7/97, de
31 de Maio – que estabelece o regime jurídico da tutela administrativa do Estado a que estão
sujeitas as autarquias locais – a aprovação do plano de desenvolvimento da autarquia local
carece de ratificação do órgão tutelar, isto é, o ministro que superintende na função pública e na
administração local (nº1 do artº8 da mesma Lei).

• O que conferir quando a AM aprecia o plano?


a) Harmonia com o instrumento básico de orientação (plano estratégico ou pelo menos do
manifesto político ajustado).
b) Complementaridade e harmonia com instrumentos de política do governo central,
provincial e distrital: plano quinquenal, parpa, odm, pdd.
c) Correspondência com prioridades identificadas pela planificação participativa.
d) Plano(s) anterior(es) para evitar repetição, completar e complementar actividades.
e) Exequibilidade das actividades propostas (recursos e níveis de arrecadação de
receitas).
f) Responsabilização dos executores do plano.
g) Cronograma de actividades (prazos)
h) Indicadores de cumprimento

EXEMPLO: Abastecimento de água – Perguntas típicas a colocar:

• Faz parte do plano quinquenal?


• Projecto harmonizado com PDD, PARPA?
• Consequências para futuras despesas (manutenção, gastos correntes, contadores, etc.)?
• Vida útil do sistema?
• Financiamento do projecto (Receitas próprias / receitas totais)?
• Que tipo de gestão (empresa municipal, gestão privada? Gestão desconcentrada / FIPAG?
• Quais as implicações da escolha de modelo para o municipal / cidadão (p. ex: preço de água)?
• Grupos alvos (camadas sociais, instituições privilegiadas, p.ex: hospital)
• Outros aspectos, p. ex: atracção de investimentos, Saúde Pública, redução de pobreza.

28
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

6.4.6 Implementação

Com a aprovação do Plano, segue-se a fase da implementação e o consequente acompanhamento,


cabendo, pois, ao pessoal técnico e administrativo esta responsabilidade.

No entanto, os planificadores não se devem alhear deste processo, pois devem participar: i) na
operacionalização do plano; ii) na solução das questões que surjam na implementação; iii) na
análise de eventuais constrangimentos, por forma a que sirvam de experiência no melhoramento
da formulação de futuros planos.

É curial o estabelecimento de mecanismos de coordenação entre os planificadores e os


executores, pois só assim será possível uma implementação cabal do Plano e o, consequente,
melhoramento das condições de vida das comunidades.

6.4.7 Avaliação e Prestação de Contas

A avaliação, isto é, a apreciação regular do processo de implementação, e no seu fim, é importante


para determinar se os objectivos do plano foram alcançados, ou se ocorreram causas (e quais)
que dificultaram ou não permitiram a sua completa implementação.

Para tal, torna-se necessária a recolha de informações e de dados que permitam a correcção em
futuros planos, aperfeiçoando-se, cada vez mais, o processo de planificação. Semestralmente
esta avaliação deve ser submetida pelo Conselho à Assembleia Municipal.

7 – PLANIFICAÇÃO PARTICIPATIVA

O conceito de participação surgiu nos anos 70 como resposta ao fracasso das estratégias da
cooperação para o desenvolvimento nos anos 50 e 60, as quais se concentravam sobretudo
no desenvolvimento através do crescimento económico e na eliminação da insuficiência dos
recursos humanos e naturais nos países em desenvolvimento. As lições aprendidas diziam
respeito sobretudo à compreensão de que o rápido crescimento económico não combate
necessariamente e de forma eficaz o problema da pobreza absoluta. Desde da década 70, os
aspectos não económicos são realçados em maior medida.

Segundo K. Simon, autoajuda, self-governance, descentralização e democratização podem


ser descritos em conjunto pelo conceito de subsidiariedade. Isso significa que o exercício de
atribuições públicas, a administração de recursos e a legitimidade dos processos de decisão
devem ter lugar a nível local e de forma autónoma e participativa. A subsidiariedade não se limita


Vide Simon, 1997; Simon, 2000.

29
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

a descentralização administrativa e política, mas também envolve todas as estruturas funcionais


de decisão com uma descentralização territorial da política, administração pública, política
democrática com participação local, administração cooperativa, pluralismo, auto-administração
das forças económicas e sociais na alocação e utilização de recursos. A descentralização suscita
expectativas nos diferentes escalões: fomento dos potenciais de autoajuda, fomento e consolidação
de processos de democratização, efeitos de identificação sócio-cultural, efeitos de satisfação étnica
e religiosa, administração eficiente. Com este pano de fundo, o empowerment (empoderamento) de
uma população marginalizada deve ser alcançado através de uma auto-administração reforçada,
da integração dos diferentes interesses dos vários segmentos populacionais (sobretudo das
populações desfavorecidas), assim como de maior transparência e prestação de contas por parte
da administração municipal. A descentralização contém o aspecto de que a população assume de
forma comunitária e privada a responsabilidade pelas tarefas de desenvolvimento local.

A descentralização compreende também a descentralização das estruturas de decisão. Neste


ponto junta-se o conceito de participação comunitária. Ela é vista como condição para atingir
os grupos alvo das medidas de desenvolvimento, sobretudo os segmentos populacionais
pobres e desfavorecidos, e por conseguinte, é indispensável para um combate eficaz contra
a pobreza absoluta nos países em desenvolvimento. Neste contexto, numa fase avançada da
democratização e descentralização, o papel da população nos processos de decisão de políticas
locais torna-se relevante para o processo de desenvolvimento. Isto implica uma mudança no
sentido da descentralização do poder governamental a nível local – processos de decisão
política que cada vez mais correspondem às necessidades e exigências reais da população.
Participação Comunitária é um processo em que sobretudo a população desfavorecida pode ter
influência na formulação de políticas, indicar alternativas, supervisar intervenções de política de
desenvolvimento e envolver-se activamente na melhoria das condições de vida da sua comunidade.
O objectivo a longo prazo da participação da população é o fortalecimento da sociedade civil
e da democracia. A participação pode contribuir em dois aspectos: Maior legitimidade da
administração municipal, entrelançamento de todos os recursos materiais existentes a nível
local, uso do saber/conhecimento local da população a favor da administração local, formulação
de uma definição mais realística e uma compreensão mais profunda das necessidades sociais,
culturais, económicas e políticas da população local.

Com vista à implementação eficaz de projectos de desenvolvimento participativos devem entreagir


vários factores: o contexto operativo exterior (político, legislativo, executivo e administrativo),
capacidades de gestão, objectivos, meios e percepção da participação, veículo da participação e
capacidades internas da administração municipal. A par da criação das condições institucionais,
um objectivo principal assenta nos comportamentos e atitudes.

Vide Plummer, 2000.

30
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

O conceito sociedade civil é problemático devido ao incipiente conhecimento da maioria da


população sobre os seus direitos e deveres como cidadãos civis num Estado democrático. Devido
à falta de um conceito substituto adequado, mantém-se o conceito „sociedade civil“, porém com
reservas. É aconselhável usar uma definição mais vasta da sociedade civil, a qual toma em conta
os grupos descritos e indivíduos engajados que desejam contribuir para mudanças em termos de
política de desenvolvimento ao nível local

7.1 - Planificação Participativa Municipal

Segundo Weimer e Nguenha Planificação participativa é a forma de capacitar a sociedade,


estimular a aprendizagem contínua e de criar espaços institucionais de negociação e construção
de interesses colectivos. No contexto municipal, a planificação participativa lida com o poder local
e decorre de condições políticas e de correlação de forças entre actores locais e de transformação
de relações de poder no Município resultantes do processo da democratização, capacitação,
organização da sociedade, e apreensão da realidade local.

Na planificação participativa municipal encoraja-se a representatividade de todas sensibilidades


e segmentos locais, de maneira a tornar o processo consensual e inclusivo.

Os autores citados, apontam os objectivos e pressupostos da planificação participativa,


nomeadamente:

7.2 - Objectivos

Promover a representatividade dos munícipes, já que os membros da Assembleia e do Conselho


Municipais não representam necessariamente todos os munícipes em termos geográfico-
territoriais, sociais, políticos, faixas etárias, etc;

Introduzir uma nova abordagem ao conceito de planificação participativa, visando aumentar


t

a transparência na tomada de decisões e prestação de contas;


Fortalecer o diálogo autarca-munícipes, contribuindo assim para dar expressão, vida e
t

dinâmica ao conceito de poder local;


Conhecer melhor as prioridades dos municípios para melhor alocação de recursos e meios
t

financeiros, por exemplo na área de investimento social.

4
WEIMAR, Bernard e NGUENHA, Eduardo. Orçamentação, Transparência e Controlo Social : A
Experiência de Planificação Participativa nos Municípios de Cuamba e Montepuez. Swiss Deve-
lopment Cooperation – SDC. Maputo, 2004.

31
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

7.3 - Pressupostos

Todos os bairros devem ser representados;


t

Representação social e política deve ser suficiente;


t

Todos os membros da Assembleia e do Conselho Municipal devem ser envolvidos;


t

Discussões e intervenções devem ser vivas;


t

As prioridades de cada município devem ser claras e documentadas;


t

Informações e o processo de tomada de decisões devem ser transparentes;


t

Utilização de línguas locais através de tradutores/intérpretes;


t

Comparticipação do município na realização de Plano de Actividades com recursos


t

próprios (pessoal, mão de obra, bens, etc);


A existência de dinheiro para investimento.
t

8. ORÇAMENTO

Etimologicamente o termo Orçamento deriva, segundo uns, do vocábulo latino orsa, significando
desígnio, projecto e, segundo outros, provém do orzare italiano. Os Orçamentos modernos
tiveram a sua origem na Inglaterra no tempo de Crawnuvel. Depois passaram à França e em
1822 para Portugal.

Nos Estados actuais, o Orçamento assume e desempenha um papel fundamental na planificação


das receitas e despesas e na distribuição e execução dos recursos financeiros, procurando dirigi-
los para o cumprimento dos objectivos traçados.

8.1 Conceito

O Orçamento é o documento no qual estão previstas as receitas a arrecadar e fixadas as


despesas a realizar num determinado exercício económico e tem por objectivo a prossecução
da política financeira do Estado (Artº 12 da Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o
Sistema de Administração Financeira do Estado - SISTAFE).

Deste conceito, infere-se que o legislador moçambicano entende que as receitas a arrecadar são
previstas, no sentido de que são limites mínimos os estabelecidos no Orçamento, enquanto que
as despesas a realizar são fixadas, no sentido de que são limites máximos a executar.

Aliás, neste sentido estabelece-se que os “montantes de receita inscritas no Orçamento do


Estado constituem limites mínimos a serem cobrados no correspondente exercício“ (nº 3 do artº
14 da Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro) e as “dotações orçamentais constituem o limite máximo

32
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

a utilizar na realização de despesas públicas, no correspondente exercício“ (nº 4 do artº 15 da


Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro).

. O que é Orçamento?

a) Acto que estima a receita e fixa a despesa para determinado período (1 ano).

b) Um instrumento de alocação de recursos para produzir bens e serviços públicos.

c) Um instrumento de distribuição de recursos entre camadas sociais.

d) Expressão financeira do plano.

e) “Expressão financeira da cidadania”.

8.2 Dimensões
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• ECONÓMICA: Exprime a (ir)racionalidade e (in)eficiência alocativa, distributiva (na


perspectiva de redução de desequilíbrio sócio-económica–pobreza -das pessoas) de
recursos públicos.
• POLÍTICA: Expressão da opção de politicas económica e social adoptadas pela autarquia.
Acordo sobre prioridades públicas e a forma de financiamento (contrato social?).
• JURÍDICA: Lei orçamental que delimita os poderes financeiros do executivo municipal
(deve ser cumprido e nunca alterado sem autorização da AM).

8.3 Um �������������
bom����������
orçamento
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• É realístico (honestidade)
• Atribui/delimita responsabilidades
• É compreensivo/perceptivo
• É transparente
• Facilita a cooperação

8.4 Princípios������������
����������������������
orçamentais
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Da conjugação do, constata-se que os orçamentos das autarquias locais são elaborados
com observância dos princípios da anualidade, unidade, universalidade, especificação, não
compensação, não consignação e equilíbrio (nº1 do artº9 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro ).
Embora não referido expressamente como um princípio orçamental, “deve ser dada publicidade
ao orçamento“ (nº 3 do artº 9 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro).

33
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Tomando com base o disposto no nº1 do artº13 da Lei nº9/2002, de 12 de Fevereiro, podem-se
definir os referidos princípios orçamentais:
3 Anualidade – o Orçamento do Estado é anual, sem prejuízo da existência de programas que
impliquem encargos plurianuais (programas de vários anos, orçamentando-se, em cada ano,
as despesas a realizar até ao fim do programa).
3 Unidade – o Orçamento do Estado é apenas um;
3 Universalidade – todas as receitas e despesas, que alterem o património do Estado, devem
ser obrigatoriamente inscritas;
3 Especificação – cada receita e cada despesa deve ser suficientemente individualizada;
3 Não compensação – as receitas e as despesas devem ser inscritas de forma ilíquida, isto é,
sem qualquer dedução ou desconto;
3 Não consignação – o produto de quaisquer receitas não pode ser afectado à cobertura de
determinadas despesas, salvo excepções previstas na Lei;
3 Equilíbrio – as despesas devem ser efectivamente cobertas por receitas;
3 Publicidade – o Orçamento deve ser publicado em Boletim da República.

UNIDADE ANUALIDADE
PRINCÍPIOS

UNIVERSIDADE ESPECIFICIDADE

NÃO-CONSIGNAÇÃO NÃO-COMPENSAÇÃO

ORÇAMENTAIS
EQUILÍBRIO PUBLICIDADE

34
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

8.5 O Ciclo Orçamental

O ciclo do Orçamento compreende as seguintes fases:


AM

Aprovação
Plano &
OSC/IPPC, AM
Orçamento

CM
PDM Elaboração Financiamento
GoM
PQG Plano & & Execução
PARC
PARPA Orçamento (Gerar receitas
Harmonia e financiar
c/ PDD actividades

OSC AM
Monitoria Controlo Prestação
CC OSC/CC
de Impacto Avaliação & de Contas
AM TA
Auditoria
PARC

IGF, TA

8.5.1 Elaboração

De acordo com a al) a) do nº2 do artº3 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, o regime de


autonomia financeira compreende os poderes de elaborar, aprovar, alterar e executar o
orçamento, competindo, nos termos do nº2 do artº13 do mesmo diploma legal, ao Conselho
Municipal apresentar à Assembleia Municipal, a proposta orçamental até 15 dias antes da
última sessão do ano anterior ao da sua vigência.

A proposta orçamental deverá estar de conformidade com os princípios gerais vigentes para
elaboração e execução do Orçamento do Estado, nomeadamente:
3 quanto à estrutura, às classificações e às definições do orçamento;
3 quanto ao modelo de orçamento a adoptar, que deverá ser idêntico para todas as autarquias
locais.

Todos os anos, o Conselho Municipal deverá preparar a Metodologia de Elaboração do Orçamento,


traçando directrizes quanto aos modelos de fichas a preencher, aos prazos de envio à área

35
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

de finanças, bem como quanto à apresentação de contra propostas aos limites de receitas e
despesas comunicados.

8.5.2 Aprovação

Nos termos do n.º 3 do artº. 13 da Lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro, a aprovação do orçamento é feita de
modo a que o mesmo entre em vigor a partir do dia 1 de Janeiro do ano a que respeite.

O mesmo dispositivo legal estabelece que a aprovação do orçamento é sujeita a ratificação pelo órgão
que superintende a área de finanças. Na realidade, o n.º 2 do artº. 6 da Lei n.º 7/97, de 31 de Maio, refere
que carece de ratificação do respectivo órgão de tutela, a aprovação do orçamento.

Deve aqui referir-se que ocorrendo atraso na aprovação do orçamento, mantém-se em vigor o orçamento
do ano anterior com as alterações que nele tenham sido introduzidas mas, caso não seja aprovado até
31 de Março do ano seguinte, poderá implicar a aplicação de sansões previstas na Lei (artº. 14 da Lei n.º
1/2008, de 16 de Janeiro).

O que conferir no orçamento:

- Todos os princípios orçamentais, sobretudo o equilíbrio receitas – despesas

- Legalidade e lógica de:

– Modelo e estrutura orçamental

– Classificadores

– Receitas (impostos e taxas) e despesas

– Despesas com os membros e titulares dos órgãos versus receita própria

– Transferência / aplicação de saldos

O que conferir no orçamento, tratando-se de uma revisão:

- Razoalbilidade/legalidade dos motivos da revisão

- Alterações Orçamentais

– Nova dotação

– Redistribuição de dotações

– Anulação ou supressão de dotações

- Revisões sobre a redistribuição (artº. 15, n.º 2, da Lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro).

36
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

8.5.3 Financiamento e Execução

Com a aprovação do Orçamento, compete ao Conselho Municipal a sua execução, quer quanto
às receitas, quer quanto às despesas.
• O que é relevante ao longo da execução do plano/orçamento:
• Informe sobre actividades e a marcha financeira trimestrais (o lado da receita)
• Acompanhamento das actividades no local
• Comunicação das realizações as comunidades.

Recursos
Recursos Próprios Quase - Próprios
(Impostos e Taxas) (impost. e taxas partilhados)
(ISVA, APIE)

Recursos Externos Recursos do Estado


(Donativos e (Transferência fiscais)
empréstimos (FCA, FIIL)

8.5.3.1 Das Receitas

Constituem receitas próprias das autarquias locais, entre outras, as seguintes (Artº 17 da Lei nº
1/2008, de 16 de Janeiro):
3 o produto da cobrança dos impostos e taxas autárquicos;
3 o produto da cobrança de taxas por licenças concedidas;
3 o produto da cobrança de taxas ou tarifas resultantes da prestação de serviços.

Para além das receitas próprias, as autarquias locais beneficiam, ainda, do Fundo de Compensação
Autárquica e do Fundo de Investimento de Iniciativa Local.

O Fundo de Compensação Autárquica, previsto no nº 1 do artº 43 da mesma lei, destina--se a


complementar os recursos orçamentais das autarquias.

O Fundo de Investimento de Iniciativa Local, a que se refere o artº 48, destina-se ao financiamento
de projectos de iniciativa e decisão local.

37
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

A execução das receitas é efectuada com base no respectivo classificador económico, e que
deve constar do Orçamento Autárquico, salientando-se:
3 . Receitas Correntes
. Receitas Fiscais
. Receitas não Fiscais
. Receitas consignadas
. Produto de transferências correntes de entidades públicas
. Donativos.
3 . Receitas de Capital
. Alienação do património da autarquia
. Outras receitas de capital
. Produto de transferências de capital de entidades públicas
. Donativos.

8.5.3.2 Das Despesas

As despesas das autarquias locais podem ser correntes e de capital (Artº 21 da Lei nº 1/2008,
de 16 de Janeiro).

São despesas correntes as que se destinam a suportar a actividade corrente dos municípios,
nomeadamente as Despesas com Pessoal e Bens e Serviços.

São despesas de capital as que implicam alteração do património autárquico, incluindo os


respectivos activos e passivos financeiros.

O Classificador Económico e as respectivas Instruções, estabelecem as normas sobre a estrutura


da classificação económica das despesas correntes e despesas de capital.

Nas despesas correntes, destacam-se as despesas com pessoal (Salários e Remunerações e


Outras Despesas com Pessoal) e as despesas de bens e serviços (bens, serviços).

Nas despesas de capital, destacam-se os bens de capital, as transferências de capital e outras


despesas de capital.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

É importante salientar que a realização de despesas ou assumpção de qualquer encargo, só é permitida


desde que tenha cobertura legal e cabimento orçamental., compreendendo as seguintes fases:

Cabimento – acto administrativo de verificação, registo e cativo do valor do cargo a assumir;

Liquidação – apuramento do valor que efectivamente há a pagar e emissão da competente ordem de


pagamento;

Pagamento – entrega da importância em dinheiro ao titular do documento de Despesa.

8.5.3.3 Conta de Gerência

A alínea c) do nº 3 do artº 45 da Lei nº 2/97, de 31 de Maio, atribui competência à Assembleia


Municipal para aprovar anualmente o relatório, o balanço e a conta de gerência.

De acordo com o artº 81 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, a Conta de Gerência é apreciada


pela Assembleia Autárquica, reunida em sessão ordinária até ao fim do mês de Março do
ano seguinte àquele a que respeita, sendo remetida pelo Conselho Municipal ao Tribunal
Administrativo, com conhecimento ao Ministério das Finanças, até ao dia 30 de Junho do mesmo
ano, independentemente da sua aprovação pela Assembleia Autárquica.

O Tribunal Administrativo julga as contas até 31 de Outubro de cada ano, remetendo o seu
acórdão aos órgão autárquicos, com conhecimento ao Ministério das Finanças.

Refira-se que o incumprimento do estabelecido nesta norma legal, pode implicar a perda
de mandato ou dissolução dos órgão autárquicos por não aprovação, em tempo útil, da
respectiva Conta de Gerência.

A Conta de Gerência deverá ser elaborada em conformidade com as Instruções de Execução


Obrigatória do Tribunal Administrativo, aprovadas por Despacho de 30 de Dezembro de 1999.

Assim, particular referência merecem as “Instruções para a Organização e Documentação das


Contas das Autarquias Locais”, destacando-se o M/5 e um conjunto de documentos de suporte.
O M/5 é o resumo dos principais elementos da Receita e Despesa, nomeadamente:

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

3 A Débito
. O saldo da gerência anterior com a mesma discriminação do saldo do encerramento dessa
gerência;
. As entradas de fundos consignados, devidamente discriminados;
. As entradas de outras receitas.
3 A Crédito
. As despesas efectuadas durante a gerência, descritas de harmonia com o respectivo
orçamento;
. O saldo que transita para a gerência seguinte, devidamente discriminado.

A análise deste documento deverá merecer atenção especial, principalmente na conferência do


saldo que transita de um ano para outro e se os restantes elementos estão em concordância com
os documentos de suporte (receita e despesa).

É importante verificar ainda se o total a débito é igual ao total a crédito. Não o sendo, deve-se
investigar a razão da diferença.

8.5.4 Prestação de Contas

• Apresentação das realizações e constrangimentos.


• Acto de responsabilização dos gestores pelos resultados das suas acções.
• Apresentação de evidências da eficiência, efectividade e conformidade dos planos
(padrões, cobertura, legalidade).

• ACTO DE TRANSPAR������
�����
NCIA.

Prestação de Contas

Conselho Assembleia
Municipal Municipal

MF Doador

Tribunal Comunidade
Administrativo OSC/CC

40
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

8.5.5 Controlo

O artº 24 da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, estabelece que a gestão financeira está sujeita
a controlo interno e externo, sendo o interno realizado através de inspecções ou de auditorias
financeiras e de desempenho e o externo exercido pela Inspecção Geral de Finanças (IGF) e
pelo Tribunal Administrativo.

Por outro lado, de acordo com o artº 80 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, cabe ao Governo
fiscalizar a legalidade da gestão financeira e patrimonial das autarquias locais, devendo os
municípios serem inspeccionados ordinariamente pelo menos duas vezes no período de cada
mandato dos respectivos órgãos.

Controlo, Avaliação e Auditoria

GOVERNO: CONSELHO
– OGF MINICIPAL TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
– MAF

COMUNIDADE

8.5.5.1 Interno

Como antes se referiu, o controlo interno é realizado através de inspecções ou de auditorias


financeiras, naturalmente por um órgão (Inspecção Municipal, por exemplo) que pertence à
própria autarquia.

Tal facto, não deve colocar em causa a sua competência técnica e autonomia, isto é, deve
considerar-se como um órgão independente, com capacidade técnica e que desempenha as
suas funções sem interferência de quaisquer outros órgãos.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

8.5.5.2 Externo

3 Inspecção Geral de Finanças

No domínio do controlo financeiro, compete ao Ministério das Finanças realizar inspecções aos
órgãos e instituições do Estado, serviços públicos e autarquias locais (al. a) do nº 5 do artº 4 do
Decreto Presidencial nº2/96, de 21 de Maio).

Esta competência foi conferida à Inspecção Geral de Finanças, como um órgão de apoio ao
Ministro das Finanças no controlo global da aplicação das normas de gestão financeira do Estado
e na realização de inspecções (artº 15 do D.M. nº 2/97, de 1 de Janeiro, do Ministro do Plano e
Finanças).

Assim, nos termos da al) a) do nº 1 do artº 5 do Decreto nº 40/99, de 29 de Junho – aprova


o Estatuto Orgânico da Inspecção-Geral de Finanças – é sua função, no âmbito do controlo
orçamental, financeiro e patrimonial, realizar inspecções às autarquias locais.

3 Tribunal Administrativo

O nº 2 do artº 228 da CRM diz que o controlo da legalidade dos actos administrativos e da
aplicação das normas regulamentares emitidas pela Administração Pública, e a fiscalização da
legalidade das despesas públicas cabem ao Tribunal Administrativo.

Através do Visto, o TA, verifica a conformidade com as leis em vigor dos actos administrativos e
contratos celebrados, assim como das minutas de contratos a celebrar pelas entidades sujeitas
ao controlo financeiro.

Em conformidade com a al) b) do artº2 da Lei nº 13/97, 10 de Julho, estão sujeitas a fiscalização
prévia, no âmbito subjectivo, as autarquias locais e, no âmbito material, (artº 3), entre outros
os actos administrativos do provimento do pessoal (ingressos, promoções, progressões,
transferências, aposentações, etc.).

Relativamente à Conta de Gerência, insere-se no âmbito da fiscalização sucessiva prevista na


Lei nº 14/97, de 10 de Julho e nas Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo,
aprovadas por Despacho de 30 de Dezembro de 1999.

Assim, o TA, verifica a conformidade da Conta de Gerência, procedendo ao seu julgamento,


isto é, a apreciação da legalidade das entidades sujeitas à prestação de contas, bem como da

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respectiva gestão económico-financeira e patrimonial e no apuramento e eventual efectivação da


inerente responsabilidade financeira.

8.5.6 Monitoria de Impacto

• Visa avaliar e acompanhar o alcance dos resultados atingidos:


• De que forma as vidas das pessoas melhoraram (pioraram?) com a execução de um
projecto/actividade X.
• Quem participa da avaliação:
• CM e AM
• Comunidade
• Parceiros de cooperação e outras forças interessados

8.6 - Atrasos e Sanções

A Lei das Finanças Autárquicas admite o atraso na aprovação do Orçamento autárquico até 31 de
Março do ano em que o exercício tenha lugar. Neste caso, mantém-se em vigor o orçamento do
ano anterior, com as alterações que nele tenham sido introduzidas. No caso de não cumprimento
do prazo de 31 de Março para a aprovação do Orçamento autárquico e 30 de Junho para a
submissão das contas ao Tribunal Administrativo, pode ocorrer a perda de mandato ou dissolução
dos órgãos autárquicos, nos termos do nº. 2, artigo 98 da Lei Quadro das Autarquias.

8.7 - Classificadores Orçamentais

8.7.1 Princípios da Classificação Orçamental

O Decreto nº. 25/97, de 29 de Julho, e o Decreto n° 24/2002, de 08 de Outubro, estabelecem


os classificadores orçamentais a serem observados na elaboração do Orçamento do Estado.
Por seu turno, o Decreto n° 23/2004, de 20 de Agosto – Regulamento do Sistema de
Administração Financeira do Estado (SISTAFE) – e a legislação autárquica obrigam o uso
dos classificadores aplicáveis ao Orçamento do Estado quanto à elaboração do orçamento
autárquico, salvaguardando, contudo as especificidades a ele inerentes. Na verdade a única
diferença de classificação existente entre os dois níveis de administração, Estado e Município,
está no classificador da receita, pois há determinadas taxas que são específicas ao Município.

A padronização dos classificadores orçamentais para o Orçamento autárquico e o Orçamento


do Estado garante que a informação possa ser agregada e trabalhada, utilizando os mesmos
conceitos e pressupostos. Assim, a aplicação dos classificadores orçamentais permite:

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

• a comparação dos orçamentos de autarquias diferentes;


• a agregação de informação sobre as receitas e despesas do sector público, integrando as
Autarquias e Administração do Estado, para efeitos de análise macro-económica;
• a análise da estrutura de receitas e despesas públicas por categoria administrativa.

Ao mesmo tempo, a aplicação dos classificadores orçamentais facilita a autarquia na sua gestão
orçamental. Quanto mais clara, objectiva e abrangente for a classificação das receitas e das
despesas públicas, melhor será o desempenho do orçamento no cumprimento das funções
económica, política e jurídica.

De entre os classificadores estabelecidos pelo SISTAFE, podemos citar aqueles que são
aplicáveis às Autarquias locais, nomeadamente:

• Económico,
• Funcional,
• Orgânico,
• Territorial,
• Programático, e
• Fontes de recursos.

O Classificador Económico classifica as receitas e as despesas (correntes e de investimento)


pelo seu carácter económico e segundo os conceitos da Contabilidade Nacional, distinguindo, por
exemplo, o consumo, o investimento e as transferências públicas. Ele assume um papel central
na classificação das despesas e das receitas, tanto para as autarquias como para o Estado.

A classificação económica das receitas e das despesas públicas é idêntica para as Autarquias
e para o Estado. Contudo, a classificação das receitas é específica às Autarquias, havendo
diferenças de classificação em relação ao Estado devido às especificidades da base tributária
das Autarquias.

A classificação económica das receitas e das despesas é estruturada em grupos, subdivididos


em quatro níveis: grupos agregados (códigos de um dígito), grupos desagregados (códigos
de dois dígitos), subgrupos (códigos de três dígitos) e rubricas (códigos de quatro dígitos). Os
grupos agregados constituem a soma dos desagregados, enquanto que estes resultam da
soma das rubricas. A inscrição dos montantes previstos (dotações orçamentais ou previsões de
receitas) ou constatados (montantes sujeitos à contabilização) deve ser efectuada directamente
nas rubricas de despesa e nunca nos níveis superiores de classificação económica (grupos
agregados, grupos desagregados ou subgrupos).

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

O Classificador Funcional, por sua vez identifica as despesas de acordo com a natureza das
funções exercidas pelo Estado (defesa, saúde, educação, transportes e comunicações, etc.),
obedecendo aos critérios das Nações Unidas. Este classificador permite julgar a orientação
dos recursos públicos para satisfazer necessidades colectivas, avaliar as opções tomadas em
momentos diferentes e permitir comparações. O classificador funcional é idêntico para todo o
sector público.

O Classificador Orgânico classifica as despesas por órgão da Administração Pública com


responsabilidades na execução orçamental. Assim, o classificador orgânico será específico a
cada autarquia, conforme o seu estatuto orgânico, podendo ser definido pela autarquia para
facilitar a sua gestão interna.

O Classificador Territorial evidencia a afectação de recursos segundo a divisão territorial do


País. O Classificador territorial do Orçamento do Estado trata a autarquia como uma entidade
administrativa. Compete às autarquias elaborar o classificador territorial apropriado consoante a
área da sua jurisdição para melhor facilitar a sua gestão interna.

O Classificador Programático indica as actividades do Governo em programas orçamentais


devidamente estruturados, mostrando os objectivos. Ele atende às grandes áreas de intervenção
da governação autárquica onde devem ser direccionados os recursos.

O Classificador por Fontes de Recursos indica-nos a proveniência dos recursos para o


financiamento das actividades.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

8.7.2 - O Modelo Orçamental

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

A Lei nº 1/2008 de 16 de Janeiro (artigo 12, nº. 2 b) obriga a aplicação de um modelo do


orçamento autárquico idêntico para todas as autarquias. O modelo assegura a apresentação da
informação sistematizada de forma a facilitar a sua análise e agregação, devendo ser aplicado para
efeitos de aprovação pela Assembleia Municipal e ratificação pelo ministério que superintende
das finanças.

O Modelo orçamental autárquico apresenta três partes:

• Orçamento da Receita que corresponde à previsão de receitas da autarquia no ano


económico de acordo com o respectivo classificador económico;

• Orçamento da Despesa que indica os limites para a totalidade das despesas a realizar
pela autarquia de acordo com o respectivo classificador económico; e

• Orçamento global, em que se apresenta a relação entre o saldo do orçamento do ano


anterior a transitar, o Orçamento da Receita e o Orçamento da Despesa, e o saldo para
o ano orçamental.

As autarquias devem considerar o Modelo como a configuração mínima padrão do Orçamento


autárquico. Nada impede que as autarquias elaborem adicionalmente mapas orçamentais
detalhados para facilitar a sua gestão, controlo e informação ao público.

Importa referir que o modelo orçamental autárquico deve ser elaborado e aprovado com base
em preços correntes, o que significa que os valores indicados para a dotação global e a sua
distribuição são os valores utilizados para efeitos de execução orçamental. Assim, a autarquia
poderá constituir uma dotação provisional para futuros aumentos em preços devido à inflação
quando se elabora o orçamento.

8.7.3 - Classificação Económica das Receitas


NOTA:_ Este Classificador est~´a sendo alterado por forma a integrar os novos impostos
e taxas constantes da nova lei das Finanças Autárquicas (Lei nª.º 1/2008, de 16 de Jan)
CLASSIFICADOR DE RECEITAS
Código Descrição
1 RECEITAS CORRENTES
1.1 Receitas Fiscais
1.1.1 Imposto Pessoal Autarquico
1.1.1.1 Imposto Autárquico de Comércio e Indústria
1.1.1.2 Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (Secção B)
1.1.2 Imposto sobre Bens e Serviços
1.1.2.1 Imposto Predial Autárquico
1.1.2.3 Imposto Autarquico de Veículos


MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

1.1.3 Outros Impostos


1.1.3.1 Imposto Pessoal Autárquico
1.1.3.2 Taxa por Actividade�����������
Económica�
1.1.3.3 Derramas
��������
1.1.3.4 Adicionais sobre os Impostos do Estado
1.1.3.99 Outros Impostos

1.2 Receitas Não Fiscais


1.2.1 Taxas por Licenças Concedidas
1.2.1.1 Realização de infra-estruturas e equipamento simples
1.2.1.2 Loteamento
1.2.1.3 Execução de obras particulares e ocupação da via pública
1.2.1.5 Utilização de edifícios
1.2.1.6 Uso e aproveitamento do solo autárquico
1.2.1.7 Ocupação e aproveitamento do domínio público
1.2.1.9 Prestação de Serviços
1.2.1.10 Ocupação e utilização de locais reservados nos mercados e feiras
1.2.1.11 Autorização da venda ambulante nas vias e recintos públicos
1.2.1.12 Aferição e conferição de pesos, medidas e aparelhos de medição
1.2.1.13 Estacionamento de veículos
1.2.1.14 Autorização de publicidade destinada a propaganda comercial
1.2.1.15 Cemitérios e realização de enterros
1.2.1.16 Instalações destinadas ao conforto, comodidade e recreio público
1.2.1.17 Licenças sanitárias de instalações
1.2.1.18 Registos determinados por lei
1.2.1.99 Outras
1.2.2 Tarifas e Taxas pela Prestação de Serviços
1.2.2.1 Recolha, depósito e tratamento de lixo
1.2.2.2 Ligação, conservação e tratamento de esgotos
1.2.2.3 Abastecimento de Água
1.2.2.4 Abastecimento de energia eléctrica
1.2.2.5 Utilização de matadouros
1.2.2.6 Transportes urbanos colectivos de pessoas e mercadoria
1.2.2.7 Manutenção de jardins e mercados
1.2.2.8 Manutenção de vias
1.2.2.99 Outras
1.2.3 Outras Receitas Não Fiscais
1.2.3.1 Reembolsos, reposições e indemnizações
1.2.3.2 Receitas de Operações Financeiras
1.2.3.3 Coimas e Multas
1.2.3.4 Comparticipação de APIE
1.2.3.99 Outras

1.3 Receitas Consignadas


1.3.0.1 Taxas consignadas às instituições da autarquia
1.3.0.2 Taxas consignadas aos serviços autónomos

1.4 Produto de Transferências correntes de entidades públicas


1.4.1 Transferências Correntes do Estado
1.4.1.1 Fundo de Compensação Autárquica
1.4.12 Transferências de Competências e Atribuições
1.4.1.3 Transferências Extraordinárias
1.4.2 Transferências Correntes de Outras Entidades Públicas
1.4.2.99 Outras

1.5 Donativos
1.5.0.1 Heranças, legados, doações e outras liberalidades

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

1.5.0.2 Donativos em espécie a projectos


1.5.0.3 Donativos consignados a projectos
1.5.0.99 Outros

2 RECEITAS DE CAPITAL

2.1 Alienação do Património da Autarquia


2.1.0.1 Alienação de bens imóveis
2.1.0.2 Alienação de outros bens de património

2.2 Outras Receitas de Capital


2.2.1 Rendimento de serviços pertencentes à autarquia
2.2.1.1 Serviços directamente administrados pela autarquia
2.2.1.2 Serviços dados em concessão
2.2.2 Rendimentos de bens móveis e imóveis
2.2.2.1 Bens de móveis, incluindo equipamentos
2.2.2.2 Bens de imóveis, incluindo rendas e foros sobre terras
2.2.3 Rendimentos de participações financeiras
2.2.3.1 Participações financeiras em empresas públicas autárquicas
2.2.3.99 Outras participações financeiras

2.3 Produto de Transferências de Capital de entidades públicas


2.3.1 Transferência de Capital do Estado
2.3.1.1 Investimentos de Iniciativa Local
2.3.1.2 Transferências Extraordinárias
2.3.1.3 Outras transferências de capital do Estado
2.3.2 Transferência de Capital de Outras Entidades Públicas
2.3.2.1 Outras entidades públicas

2.4 Donativos
2.4.0.1 Heranças, legados, doações e outras liberalidades
2.4.0.2 Donativos consignados a projectos
2.4.0.3 Donativos em espécie a projectos
2.4.0.99 Outros

2.5 Produtos de empréstimos


2.5.0.1 Banco Central
2.5.0.2 Outros bancos e instituições financeiras
2.5.0.3 Emissão de obrigações

8.7.3.1 – Receitas Correntes

O classificador económico das receitas apresenta de forma sistemática a totalidade das receitas
da autarquia consoante a sua proveniência, ou seja, a sua fonte geradora. As receitas são
divididas em duas partes: Receitas Correntes e Receitas de Capital.

Contudo, chama-se atenção que, na aplicação e/ou utilização dos dois tipos de receitas não
se faz distinção em função de origem de cada, trata-se apenas de uma classificação técnico-
didáctica.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

As Receitas Correntes provêm do rendimento do próprio período, ou seja, de rendimentos que


seriam em princípio gastos no consumo de bens e serviços. As receitas correntes constituem,
por isso, receitas subtraídas ao consumo dos cidadãos. É o caso dos impostos, das taxas e
de certo tipo de receitas patrimoniais. Em princípio, as Receitas Correntes, ao contrário das de
Capital, não alteram o património duradouro da Autarquia.

As receitas Correntes dividem-se em: Receitas Fiscais, Receitas Não Fiscais, Receitas
Consignadas, o Produto de Transferências de Entidades Públicas e Donativos, que se destinem
a financiar o funcionamento da Autarquia e dos seus órgãos.

Receitas Fiscais - abarcam os impostos: importâncias com carácter obrigatório que a Autarquia
cobra sem que exista qualquer tipo de contrapartida específica atribuída ao contribuinte.
As receitas fiscais incluem, igualmente, o produto de compartilha da colecta sobre os impostos
cobrados pelo Estado na autarquia destinados ao orçamento autárquico.

As receitas fiscais incluem:

Ø O Imposto Pessoal Aut árquico


Ø Imposto Predial Autarquico
Ø Imposto Autárquico
o de Veículos
Ø Imposto Autárquico
o de Sisa

Receitas Não Fiscais


Ø Tarifas e taxas pela prestação de serviços - são taxas estabelecidas para a presta-
ção de serviços, sob a administração directa da autarquia, que satisfazem simultaneamente
necessidades colectivas e privadas (por exemplo: abastecimento de água). As taxas
são, em geral, inferiores ou iguais ao custo da prestação do serviço prestado.

Ø Taxas por licenças concedidas e por Actividade Económicas


Trata-se de taxas cobradas pela autarquia em resultado de realização por terceiros de infra-
estruturas e equipamento símples, concessão de licenças de loteamento, de ocupação da
via pública por motivo de obras e utilização e de edif+ícios, execução de obras particulares,
uso e aproveitamento do solo autárquico, ocupação e e aproveitamento do domínio públi-
co sob gestão autárquica e aproveitamento dos bens de utilização pública, prestação de ser-
viços ao público, ocupação e utilização de locais reservados, etc.

0
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Ø Outras receitas não fiscais - incluem coimas e multas, as receitas de operações financeiras
por exemplo, os juros sobre depósitos bancários.

Ø Receitas Consignadas - são receitas destinadas, por lei, ao financiamento de serviços


específicos. As receitas são consignadas apenas nos casos expressamente regulamentados
pelo Governo, devendo ser discriminadas pelo objecto da sua aplicação. Geralmente, a
consignação de receitas é admitida quando se pretende assegurar que certas despesas
sejam financiadas, em parte ou na sua totalidade,
pelos seus beneficiários.

Produto de Transferências Correntes de Entidades Públicas

Na classificação das receitas, as transferências são prestações gratuitas recebidas pela Autarquia
de outra entidade pública nacional. São transacções através das quais a autarquia recebe bens
e serviços ou fundos (dinheiro), sem que em contrapartida tenha que prestar qualquer bem ou
serviço.

Como subgrupo estão as Transferências


ransferências Correntes do Estado destinadas a complementar os
recursos orçamentais próprios da Autarquia que, geralmente, são aplicadas principalmente em
despesas correntes, ou seja, par o financiamento das actividades que asseguram o funcionamento
da Autarquia. Assim, temos como transferência do Estado o Fundo de Compensação Autárquica
(FCA) .

O FCA, estabelecido nos termos dos artigos 43 a 45 da Lei das Finanças Autárquicas, é objecto
de uma dotação inscrita no Orçamento do Estado e aprovado pela Assembleia da República.
Esta dotação é constituída por 1,5% das receitas fiscais previstas e realizadas no respectivo ano
económico.

A dotação global do FCA é distribuída pelo conjunto das autarquias locais por aplicação de
uma fórmula a ser inserida anualmente na Lei do Orçamento do Estado, considerando,
simultaneamente, os seguintes critérios:

a) o número de habitantes da respectiva autarquia;


b) a respectiva área territorial;
c) o índice de desempenho tributário da autarquia; e
d) o índice de desenvolvimento ponderado.


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Uma vez distribuído o valor do FCA, a sua afectação é livre, e é da inteira responsabilidade da
autarquia, salvaguardando-se, contudo, o prescrito no. 3 do artigo 23 da Lei 1\2008 de 16 de
Janeiro.

8.7.3.2 – Receitas de Capital

As Receitas de Capital as que modificam o património da Autarquia. Assim, as receitas que a


autarquia arrecada com a venda de um edifício ou de acções que detêm em empresas, resulta
na redução do seu património.

São consideradas também como Receitas de Capital as que são consignadas às despesas de
capital, caso, por exemplo, dos empréstimos e certos donativos concedidos à Autarquia para
a concretização de acções específicas de investimentos. É de notar que os rendimentos dos
serviços pertencentes à autarquia e dos bens próprios, são considerados como Receitas de
Capital nas autarquias porque são especialmente afectadas ao financiamento de despesas de
investimento (Lei 1/2008 de 16 de Janeiro, artigo 17, no. 3).

O classificador económico das receitas diferencia as receitas de capital: as receitas derivadas da


alienação de património da autarquia; Outras Receitas de Capital, as receitas provenientes de
donativos; e o Produto de empréstimos.

Ø Alienação de património da autarquia - O produto da alienação do património autárquico


é o rendimento arrecadado pela autarquia pela venda de bens imóveis (por exemplo,
edifícios) ou outros bens de património. Outros bens de património incluem também as
acções que a autarquia tem em empresas).

Ø Outras Receitas de Capital - incluem três subgrupos:

Rendimentos de serviços pertencentes à autarquia (por exemplo, serviços de


abastecimento de água). Distingue-se os serviços directamente administrados pela
autarquia, cujos rendimentos são os excedentes da exploração dos serviços autónomos
transferidos pelo serviço autónomo à autarquia; e serviços dados em concessão cujos
rendimentos são os pagamentos feitos pelo concessionário para a autorização de
exploração da concessão.

Rendimentos de bens móveis e imóveis: Integram as rendas cobradas pela autarquia


pela utilização de equipamentos, edifícios, casas e terrenos de que é proprietário.

52
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Rendimentos de participações financeiras: São as receitas, geralmente dividendos


provenientes das participações (acções) detidas pela autarquia em empresas públicas
autárquicas ou outras entidades.

Importa referir que as várias fontes de rendimento aqui consideradas são classificadas
como de capital por serem especialmente afectadas ao financiamento de despesas de
investimento (Lei das Finanças Autárquicas, artigo 17, no. 2).

Ø Empréstimos: Em geral, os empréstimos plurianuais são aplicados no financiamento de


investimento. São classificados conforme a fonte de financiamento. Importa referir que os
empréstimos de curto prazo não têm registo orçamental, dado que são aplicados apenas
para acorrer dificuldades ocasionais de tesouraria e devem ser amortizadas até ao término
do exercício orçamental (Lei das Finanças Autárquicas, artigo 18).

8.7.3.3 - Produto de Transferências de Capital de Entidades Públicas

. Transferências de Capital do Estado

No âmbito da Lei no.1�2008, de 16 de Janeiro, é inscrita no Orçamento do Estado uma


dotação global, chamada vulgarmente por Fundo de Investimento Iniciativa Local (FIIA) para
o financiamento de projectos de iniciativa e decisão local, em complemento dos recursos
próprios das Autarquias.

A repartição do FIIA pelas diferentes autarquias obedece aos seguintes


critérios:

a) Proporcionalidade directa do número de habitantes de cada autarquia; e


b) Impacto económico e social.

8.7.3.4 - Transferências de Atribuições e Competências

Sendo transferências destinadas ao financiamento de novas atribuições e competências


assumidas pela Autarquia, conforme estipula a Lei das Finanças Autárquicas no seu artigo 28,
as importâncias assim transferidas são exclusivamente destinadas ao exercício da atribuição ou
competência a assumir pela Autarquia.


MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

8.7.3.5 - Transferências Extraordinárias

São auxílios financeiros concedidos à Autarquia no caso de ocorrência de situações de calamidade


pública ou para a resolução de bloqueamentos graves (Lei das Finanças Autárquicas artigo 50).

8.7.3.6 - Donativos

Os donativos constituem prestações gratuitas recebidas pela autarquia de entidades privadas,


pessoas singulares, empresas, organizações não-governamentais entidades públicas
estrangeiras, tais como agências de cooperação internacional. À semelhança das transferências
recebidas das entidades públicas, são transacções através das quais a autarquia recebe bens
e serviços ou fundos (dinheiro), sem que em contrapartida tenha que prestar qualquer bem ou
serviço. Integram na categoria de donativos, o produto de heranças, legados, doações específicas
e liberalidades.

Os donativos são considerados de carácter corrente quando são aplicados no financiamento de


despesas correntes, e de capital quando se incidem sobre bens patrimoniais ou são destinados
à aplicação em acções de investimento.

A classificação de receitas correntes, distingue:

• Heranças, legados, doações e outras liberalidades, que são donativos em espécie e


numerário, cujo objectivo de aplicação não foi definido pelo doador, sendo assim de livre
afectação pela autarquia.

• Donativos em espécie aos projectos, são donativos recebidos em bens e serviços cujo
objectivo de aplicação foi definido pelo doador. Nestes casos, o orçamento autárquico
deve prever o valor dos bens e serviços a fornecer pelo doador.

• Donativos consignados aos projectos, são donativos recebidos em numerário cujo objectivo
foi definido pelo doador.

A maioria dos projectos financiados por agências de cooperação internacional são donativos em
espécie aos projectos ou, exclusivamente, donativos consignados aos projectos. Nestes casos,
a autarquia deve discriminar os donativos por fonte de financiamento e por projecto.

54
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

8.7.3.7 - Receitas Próprias e Subvencionadas

A Lei Quadro das Autarquias Locais ( Lei no. 2/97, artigo 21) e a Lei das Finanças Autárquicas
(artigo 17) distinguem as receitas próprias e as subvencionadas consoante a sua natureza e
proveniência.

As receitas subvencionadas provêm de:

Ø Transferências correntes e de capital de entidades públicas;

Ø Donativos correntes e de capitais recebidos em numerário, bens e serviços cujo objectivo


de aplicação foi definido pelo doador (assim, integrando os donativos em espécie a
projectos e donativos consignados a projectos).

As restantes receitas são consideradas próprias da autarquia.

A distinção entre as receitas próprias e receitas subvencionadas assume importância na definição


dos limites para as dotações e liquidação de despesas com a remuneração mensal ou senhas
de presença, ajudas de custo e subsídios de transporte para os titulares e membros dos órgãos
autárquicos. De acordo com a Lei 1/2008 de 16 de Janeiro, artigo 23, estas despesas não podem
exceder 40% das receitas próprias.

A classificação económica da receita deve ser aplicada pelas autarquias em todas as fases do
processo orçamental: elaboração, aprovação, execução (incluindo a contabilização, a prestação
e o encerramento de contas) e alterações orçamentais.

8.8 - Classificação Económica das Despesas

CLASSIFICADOR DE DESPESAS

Código Descrição

1 DESPESAS CORRENTES

1.1 Despesas com o Pessoal

1.1.1 Salários e Remunerações


1.1.1.0.01 Vencimento Base do Pessoal do Quadro
1.1.1.0.02 Vencimento Base do Pessoal Fora do Quadro
1.1.1.0.04 Pessoal Aguardando Aposentação
1.1.1.0.06 Gratificação de Chefia
1.1.1.0.07 Outras Remunerações Certas
1.1.1.0.08 Remunerações Extraordinárias

55
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

1.1.1.0.99 Outras Remunerações

1.1.2 Outras Despesas com o Pessoal


1.1.2.0.01 Ajudas de Custo dentro do País
1.1.2.0.02 Ajudas de Custo fora do País
1.1.2.0.05 Representação
1.1.2.0.06 Subsídio de Combustível e Manutenção de Viaturas
1.1.2.0.07 Suplemento de Vencimentos
1.1.2.0.08 Subsídio de Funeral
1.1.2.0.99 Outras Despesas

1.2 Bens e Serviços


1.2.1 Bens
1.2.1.0.01 Combustíveis e Lubrificantes
1.2.1.0.02 Manutenção e Reparação de Imóveis
1.2.1.0.03 Manutenção e Reparação de Equipamentos
1.2.1.0.04 Construções e Equipamentos Militares
1.2.1.0.05 Material não Duradouro de Escritório
1.2.1.0.06 Material Duradouro de Escritório
1.2.1.0.07 Fardamento e Calçado
1.2.1.0.08 Outros Bens não Duradouros
1.2.1.0.99 Outros Bens Duradouros

1.2.2 Serviços
1.2.2.0.01 Comunicações
1.2.2.0.02 Passagens Dentro do País
1.2.2.0.03 Passagens Fora do País
1.2.2.0.04 Rendas de Instalações
1.2.2.0.05 Manutenção e Reparação de Imóveis
1.2.2.0.06 Manutenção e Reparação de Equipamentos
1.2.2.0.07 Transporte e Carga
1.2.2.0.08 Seguros
1.2.2.0.09 Representação
1.2.2.0.10 Consultorias e Assistência Técnica residente
1.2.2.0.11 Consultorias e Assistência Técnica não residente
1.2.2.0.12 Água e Electricidade
1.2.2.0.99 Outros Serviços

1.4 Transferências Correntes

1.4.1 Administrações Públicas


1.4.1.0.03 Direitos Aduaneiros
1.4.1.0.04 Outros Impostos Indirectos
1.4.1.0.99 Outras Transferências
1.4.3 Famílias
1.4.3.3 Despesas Sociais
1.4.3.3.99 Outras Despesas Sociais
1.4.3.4 Outras Transferências e Famílias
1.4.3.4.01 Bolsas de Estudo
1.4.3.4.99 Outras Transferências
1.4.4 Exterior
1.4.4.0.02 Organismos Internacionais Sectoriais

1.5 Subsídios
1.5.1 Sociedades
1.5.1.0.01 Empresas

56
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

1.5.1.0.02 Juros bonificados


1.5.1.0.03 Restituição de cobranças indevidas
1.5.1.0.99 Outras

1.6 Outras Despesas Correntes


1.6.0.0.01 Dotação Provisional
1.6.0.0.02 Restituições de Cobranças Indevidas
1.6.0.0.99 Outras Despesas Correntes

1.7 Exercícios Findos


1.7.0.0.01 Salários e Remunerações
1.7.0.0.02 Outras Despesas com o Pessoal
1.7.0.0.03 Bens
1.7.0.0.99 Serviços

2 DESPESAS DE CAPITAL

2.1 Bens de Capital

2.1.1 Construções
2.1.1.0.01 Habitações
2.1.1.0.02 Edifícios
2.1.1.0.99 Outras Construções

2.1.2 Maquinaria e Equipamento


2.1.2.0.01 Meios de Transporte
2.1.2.0.99 Outra Maquinaria e Equipamento

2.1.3 Outros Bens de Capital


2.1.3.0.01 Melhoramentos Fundiários
2.1.3.0.99 Outros Bens de Capital

2.2 Transferências de Capital

2.2.1 Administrações Públicas


2.2.1.0.03 Direitos Aduaneiros
2.2.1.0.04 Outros Impostos Indirectos
2.2.1.0.99 Outras Transferências

2.2.2 Outras Transferências de Capital


2.2.2.0.02 Famílias
2.2.2.0.03 Sociedades
2.2.2.0.04 Exterior

2.3 Outras Despesas de Capital


2.3.0.0.01 Dotação Provisional
2.3.0.0.99 Outras Despesas de Capital

3 OPERAÇÕES FINANCEIRAS

3.1 Operações Activas


3.1.0.0.01 Capital social das mpresas
3.1.0.0.02 Outros

3.2 Operações Passivas


3.2.0.0.01 Amortização de empréstimos externos
3.2.0.0.02 Amortização de empréstimos internos bancários
3.2.0.0.03 Obrigações internas

57
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8.8.1- Despesas Correntes

As Despesas Correntes subdividem-se nos seguintes grupos agregados:

Código Designação
1.1 Despesa com o Pessoal
1.2 Bens e Serviços
1.3 Encargos da Dívida
1.4 Transferências Correntes
1.5 Subsídios
1.6 Outras Despesas Correntes
1.7 Exercícios Findos

8.8.1.1 - Despesas com o Pessoal

As Despesas com o Pessoal englobam os salários, as remunerações e outros abonos que


Município ou o Estado paga à titulares de cargos políticos, aos seus empregados, como entidade
patronal, aos agentes militares e paramilitares. Os empregados do Município ou do Estado são
todos os funcionários, agentes e outros indivíduos que figuram no quadro do pessoal ou que lhe
prestem serviço nos termos fixados nos respectivos contratos.

As Despesas com o Pessoal subdividem-se em dois grandes grupos desagregados; Salários e


Remunerações e Outras Despesas com o Pessoal, como se indica a seguir:

Código Designação
1.1.1 Salários e Remunerações
1.1.2 Outras Despesas com o Pessoal

8.8.1.2 - Despesas com Bens e Serviços

Este grupo agregado de despesas inclui:


Ø A aquisição de bens de consumo;
Ø Aquisições diversas e obras de construção;
Ø Aquisição de serviços.

Este grupo agregado de despesas subdivide-se em Bens e Serviços. A diferença entre esses
dois grupos desagregados consiste na possibilidade de exercício da propriedade do Município
ou Estado quando adquiridos, enquanto que os serviços não. Sendo os dois grupos consumos,
o uso de bens conduz, normalmente, à sua destruição física com a sua utilização, enquanto que
o consumo dos serviços é quase que imediato e efectua-se à medida que vão sendo prestados.

58
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Bens

Neste grupo desagregado são incluídas as despesas com bens de consumo, independentemente
da sua direcção. Ele subdivide-se nas seguintes rubricas:

Código Designação
1.2.1.0.01 Combustíveis e lubrificantes
1.2.1.0.02 Manutenção e reparação de imóveis
1.2.1.0.03 Manutenção e reparação de equipamentos
1.2.1.0.05 Material não duradouro de escritório
1.2.1.0.06 Material duradouro de escritório
1.2.1.0.07 Fardamento e calçado
1.2.1.0.08 Outros bens não duradouros
1.2.1.0.99 Outros bens duradouros

Serviços

Neste grupo desagregado são incluídas as despesas destinadas ao pagamento de serviços


prestados por terceiros, isto é, não produzidos pelas instituições do Estado. As despesas
incluídas neste grupo não conferem ao Estado o direito de propriedade sobre as aquisições ou
pagamento.

Os serviços desagregam–se nas seguintes rubricas:

Código Designação
1.2.2.0.01 Comunicações
1.2.2.0.02 Passagens dentro do País
1.2.2.0.03 Passagens fora do País
1.2.2.0.04 Rendas das instalações
1.2.2.0.05 Manutenção e Reparação de Imóveis
1.2.2.0.06 Manutenção e Reparação de equipamentos
1.2.2.0.07 Transporte e Carga
1.2.2.0.08 Seguros
1.2.2.0.09 Representação
1.2.2.0.10 Consultorias e Assistência. Técnica Residente
1.2.2.0.11 Consultoria e assistência. Técnica não residente
1.2.2.0.12 Água e electricidade
1.2.2.0.99 Outros

59
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

8.8.1.3 Transferências Correntes

• Diferenças entre Transferências e Subsídios

As transferências são transacções podem ser em espécie através das quais, neste caso, o
Governo Central fornece bens, serviços ou activos a um outro agente ou outro nível do próprio
Governo (por exemplo, à uma instituição autónoma), sem que ele receba qualquer bem ou serviço
desse agente ou beneficiário.

As transferências podem ser em espécie ou em numerário e subdividem-se em: Transferências


correntes (quando se trata de bens ou serviços correntes) e Transferências de Capital (quando
incidem sobre Bens de Capital).

Os subsídios são uma forma de transferência cuja utilização é condicionada pelo Governo.
Importa separar de forma clara essas duas transacções, porque os subsídios são equivalentes
a impostos negativos e, assim sendo, constituem uma categoria de relevância para o cálculo de
certos agregados macro-económicos.

Classificação das Transferências

As transferências são classificadas em função de grupos de agentes económicos que delas


beneficiam. Esses grupos de agentes, por razões metodológicas e de simplificação, são agrupados
em unidades homogéneas que desempenham funções principais idênticas e são denominadas
unidades institucionais. Estas, por sua vez, são agrupadas em sectores institucionais. Distinguem-
se em quatro sectores institucionais residentes e um não residente:

• O Governo que também é denominado Administrações Públicas compreende: os serviços


e órgãos públicos de âmbito central, provincial e local, as representações diplomáticas
e outros serviços dependentes desses órgãos sedeados no exterior. As Administrações
Públicas, para além das responsabilidades políticas, têm como função principal a produção
de serviços não comercializáveis à colectividade.

• As instituições sem fins lucrativos, também denominadas Administrações privadas:


compreendem o conjunto de instituições que fornecem serviços não comercializáveis à
sociedade, mas o seu financiamento provém basicamente da contribuição voluntária dos
particulares. Englobam os partidos políticos, os organismos das confissões religiosas,
as associações não governamentais de carácter social ou recreativo (associações de
profissionais, associações desportivas, etc.),

60
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

• As sociedades não financeiras, constituídas pelo conjunto de empresas que produzem ou


vendem serviços aos outros agentes,

• As sociedades financeiras, formadas por instituições que vendem serviços bancários aos
restantes agentes, empresas de seguros, etc.

• As famílias: estas são compostas pelos particulares enquanto consumidores a vendedores


da sua força de trabalho e pelos produtores individuais que não constituem empresas,

• O exterior, que agrupa o conjunto de todos os sectores institucionais não residentes.

Assim, as Transferências Correntes compõem-se dos seguintes grupos desagregados:

Código Designação
1.4.1 Administrações Públicas
1.4.2 Administrações Privadas
1.4.3 Famílias
1.4.4 Exterior

Subsídios

Os subsídios são uma forma de transferência a empresas, privadas ou públicas, destinados


ao alcance do seu equilíbrio financeiro ou para que possam praticar níveis de preços de certos
produtos ou serviços básicos inferiores aos custos de produção. Não importa que essas empresas
sejam produtoras, importadoras ou exerçam actividades comerciais.

Os subsídios englobam dois subgrupos:

Código Designação
1.5.1. Sociedades
1.5.2 Outros

Outras Despesas Correntes

Neste agregado devem ser contabilizadas as despesas não classificáveis nos grupos
anteriores.

61
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Código Designação
1.6.0.0.01 Dotação provisional
1.6.0.0.02 Restituição de cobranças indevidas
1.6.0.0.03 Visitas de Chefes do Estado
1.6.0.0.04 Despesas pagas com Receitas consignadas
1.6.0.0.99 Outras

8.8.1.4 - Exercícios Findos

De acordo com a Lei, as despesas não pagas dentro do período complementar e as dos anos
económicos findos, devem ser inscritas neste grupo as rubricas:

Código Designação
1.7.0.0.0.1 Salários e Remunerações
1.7.0.0.0.2 Outras Despesas com Pessoal
1.7.0.0.0.3 Bens
1.7.0.0.0.4 Serviços

8.8.1.5 Despesas de Capital e Operações Financeiras

As Despesas de Capital e Operações Financeiras são subdivididas nos seguintes grupos


agregados:

Código Designação
2.1 Bens de Capital
2.2 Transferências de Capital
2.3 Outras Despesas de Capital
3.1 Operações Activas
3.2 Operações Passivas

Bens de Capital

Os Bens de Capital compreendem a aquisição, reconstrução, grande reparação, renovação e


ampliação de bens de capital e de bens duradouros que são usados contínua e repetidamente
na produção de bens e serviços, sem que dessa utilização resulte uma alteração significativa da
sua estrutura técnica.

De acordo com a classificação das Contas Nacionais, os bens de capital dividem-se em tangíveis
e bens intangíveis. Os bens intangíveis constituem aqueles que resultam da produção intelectual

62
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

(por exemplo: patentes, licenças, programas informáticos, etc.), enquanto que os tangíveis
correspondem os restantes bens de capital.

Os Bens de Capital, tangíveis e intangíveis, são separados em Bens Novos e Bens Existentes.
Por Bens de Capital Novos deve-se entender todos aqueles que estão a ser adquiridos pela 1ª
vez, isto é, que nunca pertenceram ou foram usados como bens de capital por algum agente
económico.

Em contrapartida os Bens de Capital Existentes são todos os que pertenceram e foram utilizados
anteriormente. Resulta, pois, que o principal critério de distinção entre os Bens de Capital Novos
e os Existentes é o da propriedade de uso (contabilização anterior como Bem de Capital).

Importa sublinhar que as despesas com a aquisição de Bens de Capital devem incluir o preço de
compra desses bens e os custos que o Município tem de suportar até dispor e começar a usá-los,
como por exemplo, fretes ou transporte, seguros, impostos aduaneiros, IVA e outros impostos
indirectos e taxas aplicáveis.

Estes custos devem ser somados ao preço de compra e o resultado desta soma ser inscrito na
rubrica relativa ao respectivo bem de capital.

Entretanto, de acordo com as normas em vigor, relativamente aos bens directamente importados
do exterior pelo Município ou doados pela cooperação internacional fixam-se dotações específicas
para a cobertura dos directos aduaneiros e outros impostos indirectos nas rubricas de impostos
aduaneiros e outros impostos aduaneiros do grupo transferências à Administrações Públicas.
Neste caso, o preço de aquisição do bem de capital deve ser inscrito na rubrica relativa a esse
bem e os impostos aduaneiros e indirectos nas respectivas rubricas atrás mencionadas.

Operações Financeiras

As operações financeiras cobrem as transacções que conduzem à variação de activos e passivos


do Município. Assim, englobam os empréstimos contraídos ou concedidos, as respectivas
amortizações, os adiantamentos e as respectivas regularizações, a participação do Município no
capital social de empresas, etc.

63
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Estas subdividem-se em:

Código
Designação
3.1 Operações Activas
3.2 Operações Passivas

Operações Activas

Compreendem a concessão de empréstimos e adiantamentos, aquisição de títulos de créditos


(incluindo obrigações), acções, quotas e outras formas de participação do Município. Este grupo
subdivide-se em:

Código Designação
3.1.0.0.01 Capital Social de Empresas
3.1.0.0.99 Outras

Operações Passivas

Cobrem as amortizações de empréstimos contraídos pelo Município, a regularização de


adiantamentos recebidos, a execução de avales ou garantias. Essas operações compreendem
as seguintes rubricas:

Código Designação
3.2.0.0.01 Empréstimos Externos
3.2.0.0.02 Empréstimos Internos Bancários
3.2.0.0.99 Outras

8.9 - Administração do Orçamento

8.9.1 - Alterações Orçamentais

Por se tratar de uma previsão, o orçamento pode não cobrir situações imprevistas que venham a
ocorrer durante o ano. Para fazer face a este tipo de situações, torna-se necessário proceder à
introdução de alterações no orçamento. Só assim se evitará a sua excessiva rigidez.

As revisões do orçamento Autárquico obedecem aos princípios e regras vigentes para o


Orçamento do Estado, definidos no Regulamento do SISTAFE (Decreto 23/2004, de 20 de
Agosto). Este dispositivo contempla os diferentes tipos de alterações orçamentais passíveis de

64
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

ser autorizadas pelo Governo. O ajustamento de preços; inscrição de nova dotação; reforço das
dotações; redistribuição de dotações; descentralização de execução financeira; e anulação de
dotações.

Destes, apenas quatro tipos de revisão são aplicáveis para o caso das autarquias, a saber:

• Inscrição de uma nova dotação, a qual será condicionada à existência de disponibilidades


na dotação provisional (reserva orçamental) e apenas será autorizada para atender a
situações não previstas e inadiáveis.

• Redistribuição de dotações, que pode ser realizada entre rubricas da despesa ou projectos
distintos. A redistribuição implica a redução de uma ou várias dotações e o simultâneo
reforço de outra ou outras dotações sem alteração do total global da despesa.

• Reforço de dotações, aumento efectivo dos recursos anteriormente aprovados para fazer
face a situações de carência orçamental - que apenas poderá ter lugar se existir verba
correspondente na dotação provisional.

• Anulação ou supressão de dotações relativas a qualquer rubrica, conjunto de rubricas,


projectos ou programas. No acto de anulação, a dotação orçamental é corrigida, fazendo
nela constar, quando aplicável, apenas a soma dos montantes despendidos até à data
de anulação. Constando algum saldo em relação à última dotação aprovada, este será
integrado na dotação provisional reforçando-a.

Por lei, o Município só poderá proceder a 3 revisões orçamentais dentro do mesmo exercício
económico.

8.9.2 - Restrições Sobre a Redistribuição das Dotações

A Lei das Finanças Autárquicas (Lei 1/2008 de 16 de Janeiro, no.2 artigo 15) impede a redistribuição
das dotações nos seguintes casos:

• uso da disponibilidade na dotação de bens e serviços para reforço de despesas com o


pessoal; e
• transferência de saldos em rubricas de despesas de capital para reforço de verbas de
fundo de salários.

65
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

8.10 – Ratificação do Orçamento

8.10.1 – Alguns critérios a considerar

A ratificação do Orçamento autárquico tem por objectivo a verificação do cumprimento, pela


autarquia, dos dispositivos legais quanto à elaboração e à aprovação do Orçamento e a sua
conformidade com os planos e programas a que a autarquia esteja vinculada por lei (Lei de
Tutela das Autarquias Locais, artigo 7, no. 2).

O órgão tutelar dispõe apenas da faculdade de ratificar ou não o Orçamento autárquico, não
podendo introduzir ou propor alterações nem substituir por outro. Contudo, a ratificação do
Orçamento autárquico pode ser concedida sob condição suspensiva.

O Orçamento é analisado pelo Ministério das Finanças de modo a verificar a sua conformidade
com a lei. Os principais elementos a considerar na análise são:

♦ Aprovação pela Assembleia Municipal

Apenas os orçamentos e as respectivas revisões devidamente aprovados pela Assembleia


Municipal podem ser ratificados pelo órgão tutelar (Lei 1/2008 de 16 de Janeiro, art.13). Os
orçamentos apresentados sem uma certidão de aprovação pela Assembleia Municipal ou cópia
autenticada do acto de aprovação são devolvidos pelo Ministério das Finanças.

♦ Aplicação do Modelo

O Orçamento deve obedecer ao Modelo Orçamental (art.12 da Lei 1/2008 de 16 de Janeiro).


Os orçamentos apresentados numa estrutura que não corresponde ao Modelo orçamental serão
devolvidos pelo Ministério do Plano e Finanças, considerando que não reúnem condições para
ratificação.

♦ Correcta aplicação dos Classificadores Orçamentais

Na elaboração do Orçamento deve-se aplicar os classificadores orçamentais previstos no


Modelo Orçamental. Verificando-se casos de incorrecta classificação das receitas ou despesas,
o Orçamento autárquico é ratificado sob condição de suspensiva, requerendo a devida correcção
consoante as eventuais observações que se tornarem necessárias.

66
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

♦ Legalidade das Receitas

O Orçamento deve prever apenas as receitas previstas na lei. Constatando-se a inclusão de


receitas não previstas na lei, o Orçamento é ratificado sob condição suspensiva, requerendo a
correcção do mesmo conforme as observações que se tornarem necessárias.

♦ Transferências do Estado à Autarquia

Os montantes previstos no Orçamento Autárquico relativos às Transferências do Estado devem


corresponder aos montantes previstos no Orçamento do Estado, nomeadamente o Fundo de
Compensação Autárquica e Investimentos de Iniciativa Local.

♦ Equilíbrio orçamental

O Orçamento Autárquico deve prever receitas suficientes para cobrir as despesas (Lei 1�2008 de
16 de Janeiro, art.9). Constatando-se um saldo orçamental negativo na previsão orçamental - a
soma das receitas e saldo transitado do ano anterior é inferior ao total das despesas - ratificação
é feita sob condição suspensiva, requerendo a correcção das previsões de receitas e�ou dotações
para despesa de modo a obter-se o equilíbrio orçamental.

Não havendo informação suficiente no Modelo Orçamental para apurar a conformidade das
dotações para despesas com a remuneração mensal ou senhas de presença, ajudas de custo
e subsídios de transporte para os titulares e membros dos órgãos autárquicos, os Orçamentos
Autárquicos são ratificados sob condição de observância do limite de 40% das receitas próprias
para estas despesas, nos termos do artigo 15 na Lei 9�97, de 31 de Maio.

8.10.2 - Ratificação das Alterações Orçamentais


No processo de ratificação das revisões dos Orçamentos Autárquicos, o Ministério das Finanças
verifica, para além dos aspectos acima referidos, a conformidade da revisão com as restrições
sobre as redistribuiç~ões estabelecidas na Lei das Finanças Autárquicas (Lei n.º 1�2008, de 16 de
Janeiro, artigo 15, n.º 2), nomeadamente:

. Não uso das disponibilidades da dotação de Bens e Serviços para o reforço das despesas com
o pessoal; e

. Não transferência de saldos em rubricas de despesas de capital para o reforço de verbas do


fundo de salários.

As alterações ao orçamentoda Autarquia devem ser aprovadas pela Assembleia Municipal e


posterormente submetida *à ratificação da entidade titular.


MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

9. INFORMAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO

A Lei do Sistema de Administração Financeira do Estado – SISTAFE, estabelece que o Gover-


no deve apresentar à Assembleia da República uma informação sobre a situação financeira
das autarquias em anexo à proposta do Orçamento do Estado. Por sua vez, a Lei das
Finanças Autárquicas (Artigo 13, no. 3) estabelece o prazo de 31 de Julho de cada ano para a apre-
sentação desta informação ao Ministério das Finanças.

Para o efeito, até 31 de Maio de cada ano, o Ministério da Planificação e Desenvolvimento


divulga e envia âs autarquias locais uma metodologia Específica para a recolha e sistematização
da informação sobre a situação financeira das Autarquias a ser integrado como anexo no
Orçamento do Estado.

A metodologia tem entre outros os seguintes objectivos;

a) recolha de informação necessária para a elaboração do Orçamento do Estado; e

b) apoio à elaboração do Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), um instrumento de


trabalho útil na definição das tendências de evolução previsível das receitas e despesas
do Estado num determinado período, utilizado na projecção dos limites globais, sectoriais
e territoriais.


MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

10 . GLOSSÁRIO

1) Actividade económica: é a forma ou o processo de produção e distribuição de bens e serviços


de uma economia;

2) Alteração orçamental: qualquer modificação produzida em uma ou mais dotações orçamentais


na tabela de despesa de qualquer serviço ou unidade orgânica do sector público, incluindo
projectos;

3) Ano económico: período correspondente ao ano civil;

4) Anulação de uma dotação orçamental: é a supressão de uma dotação orçamental da tabela


da despesa do Orçamento do Estado, do serviço ou unidade orgânica do sector público ou
de um projecto;

5) Autorização de despesa: é a permissão dada pela entidade competente, para a efectivação


de um encargo que envolva um dispêndio financeiro a partir de uma ou de várias dotações
orçamentais de um serviço ou unidade orgânica do sector público e a executar de acordo
com as determinações legais em vigor;

6) Cabimento orçamental: é o acto administrativo de verificação, registo e cativo do valor do


encargo a assumir pelo Estado;

7) Caixas subsidiárias do Tesouro: são as entidades competentes do STP com responsabilidade


na cobrança das receitas públicas e pagamento de despesas específicas;

8) Cativação: é o registo do compromisso assumido, com a consequente afectação na dotação


orçamental própria do montante necessário ao seu pagamento;

9) Cativo obrigatório: é o montante resultante da aplicação, de uma determinada percentagem,


definida nos termos de legislação específica, sobre as dotações orçamentais atribuídas;

10) Cenário Fiscal de Médio Prazo: é um instrumento de previsão, de médio prazo, da evolução
das receitas e despesas públicas e demais indicadores fiscais,

11) Classificação económica: é a organização das receitas e das despesas segundo a sua natureza,
que recebem uma designação e um código próprios, constituindo uma rubrica orçamental;

69
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

12) Classificação funcional: é a organização das despesas de acordo com as funções exercidas
pelo Estado, às quais são atribuídas uma designação e um código próprios;

13) Classificação orgânica: é a organização das despesas de acordo com os serviços ou unidades
orgânicas do Estado, que assumem uma designação própria e um código que as identifica;

14) Classificação programática: é a organização de um orçamento de despesas de acordo com


código e uma designação próprios que identifica um agrupamento de despesas públicas por
níveis estruturais de execução e que define os programas, medidas e projectos ou acções
a executar, de forma articulada e complementar tendo em vista a concretização de um ou
vários objectivos específicos relativos a uma ou mais políticas públicas e que contemplam
um conjunto de indicadores que permitem avaliar a economia, a eficiência e a eficácia da
sua realização;

15) Classificação territorial: é a organização e identificação das receitas e das despesas públicas,
segundo a divisão territorial do País;

16) Cobrança: acção de cobrar, receber ou tomar posse de receita e subsequente entrega ao
Tesouro Público;

17) Compromisso: é o acto que determina a assunção por parte de um determinado serviço ou
unidade orgânica do sector público, de uma obrigação financeira futura com repercussões
orçamentais;

18) Conta Única do Tesouro: é uma conta bancária tipo piramidal, com as necessárias sub-
contas, através da qual se movimenta quer a cobrança de receitas quer o pagamento de
despesas, seja qual for a sua proveniência ou natureza;

19) Contas de ordem: constituem na tabela de despesas do Orçamento do Estado, a sede


orgânica onde são inscritas as contrapartidas das receitas próprias dos serviços ou unidades
orgânicas do Estado com autonomia administrativa e financeira, consignadas ao pagamento
das suas despesas;

20) Contrapartida: é o montante deduzido numa ou mais dotações orçamentais para reforço de
uma ou mais dotações orçamentais;

21) Descentralização da execução financeira: consiste na transferência, total ou parcial, de


responsabilidades na execução financeira de parte do orçamento ou de um projecto, ou de

70
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

uma dotação orçamental, atribuídas a um serviço ou unidade orgânica do sector público,


para um órgão ou instituição hierarquicamente dependente;

22) Disponibilização de verbas orçamentais sobre compromissos: é o meio através do qual o


serviço ou unidade orgânica do sector público executor do orçamento de despesa procede
à liquidação da despesa;

23) Distribuição de dotações orçamentais: é a repartição, segundo a classificação económica


da despesa de um montante global que constitui o limite máximo de despesa de um dado
serviço ou unidade orgânica do sector público ou de um programa ou projecto;

24) Dívida pública: é a capacidade que o Estado dispõe de se endividar com o objectivo de captar
os meios de financiamento necessários para de forma planificada, tecnicamente sustentada,
proceder a investimentos tendo em vista a reestruturação organizacional, o incremento das
estruturas de produção ou de prestação de serviços, o reescalonamento dos seus passivos,
incluindo os juros da dívida, ou ainda para ocorrer a casos de emergência;

25) Dotação orçamental: é o montante inscrito em cada rubrica orçamental de despesa, acrescido
dos reforços e deduzido das anulações, constituindo o limite máximo de despesa a realizar
no respectivo ano económico;

26) Dotação orçamental disponível: é a dotação orçamental, deduzida o cativo obrigatório e os


compromissos assumidos;

27) Dotação provisional: é uma dotação orçamental, inscrita no orçamento do Estado, sob gestão
do Ministro que superintende a área das Finanças, destinada a fazer face a despesas não
previsíveis e inadiáveis;

28) Duodécimo: corresponde a um doze avos da dotação orçamental, calculados após dedução
do cativo obrigatório;

29) Economicidade: é a optimização dos recursos utilizados na realização de uma determinada


actividade, sem afectar os padrões da qualidade pretendida;

30) Eficácia: é a aferição do grau com que os objectivos são alcançados e a relação entre os
resultados pretendidos e os resultados reais de determinada actividade, independentemente
dos custos implicados;

71
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

31) Eficiência: é a relação entre o produto, em termos de bens, serviços ou outros resultados e
os recursos utilizados para produzi-los;

32) Encerramento do exercício: é o conjunto de procedimentos que determinam a data limite


para o encerramento do processo;

33) Exercício: é o período de tempo, em que se desenvolve o processo de execução


orçamental;

33) Formas de Pagamento do Tesouro: são as formas de pagamento utilizadas pelo Estado para
regularização das suas dívidas;

34) Inscrição de nova dotação orçamental: é o acto de inscrever no Orçamento do Estado uma
dotação orçamental anteriormente inexistente;

35) Libertação do cativo obrigatório: é a autorização, concedida a título excepcional pela


entidade competente, para que um serviço ou unidade orgânica do sector público, sob pedido
devidamente fundamentado, utilize o cativo obrigatório para a realização de despesas ou
encargos próprios;

36) Libertação de crédito: é o acto através do qual o serviço ou unidade orgânica do sector
público, após recepção da factura, confirmação da recepção e verificação das condições
dos bens ou dos serviços efectuados, solicita o respectivo pagamento;

37) Limites orçamentais: são os valores máximos para as despesas a assumir e os valores
mínimos para as receitas a cobrar;

se complementam entre si e concorrem para a concretização dos objectivos do programa


em que se inserem;

38) Meios de Pagamento Comuns: são as formas de pagamento utilizadas pelos devedores do
Estado para regularização das suas dívidas;

38) Plano Económico e Social: é o documento de base anual, onde são indicados os objectivos
de desenvolvimento económico e social e os programas e projectos do Conselho de Ministros
para o ano económico a que diz respeito e serve de linha de orientação para a elaboração
da proposta do Orçamento do Estado;

39) O plano de contas de objectos de análise: é o conjunto de normas e procedimentos técnicos


em que se estruturam os programas, medidas e projectos ou acções a executar, tendo a vista

72
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

o desenvolvimento de mecanismos que permitam a execução e avaliação do desempenho


e os resultados em termos económicos, de eficiência e de eficácia da sua realização;

40) Programação Financeira: é a quantificação do conjunto de acções desenvolvidas com o


objectivo de estabelecer os fluxos financeiros da Tesouraria do Estado, para determinado
período,

tendo como parâmetros a previsão da receita, os limites orçamentais, as demandas para


despesas e a tendência de resultado (déficit, equilíbrio ou superavit) considerada na política
macro-económica para o mesmo período.;

41) Programa: é um conjunto de medidas, projectos, ou acções valorizadas e inscritas


no orçamento de um dado serviço ou unidade orgânica do sector público que visam a
concretização de um ou mais objectivos específicos;

42) Projecto ou acção: é um conjunto de actividades valorizadas e inscritas num orçamento de


um dado serviço ou unidade orgânica do sector público que corresponde a unidades básicas
de realização do programa ou medida, com orçamento e calendarização rigorosamente
definidos;

43) Rácio: é o coeficiente entre duas grandezas que nos permite obter o resultado da relação
entre elas;

44) Reforço orçamental: é o acto que consiste no aumento do montante de uma ou mais dotações
ou rubricas orçamentais para fazer face a situações de carência financeira não previstas no
orçamento do serviço ou unidade orgânica do sector público beneficiário, alterando o valor
inicialmente aprovado;

indevidamente pago por aquele, no caso de autoliquidação, ou quando se verifique que por
erro do contribuinte este o tenha pago em excesso;

45) Risco: é a incerteza de um acontecimento vir a ter um impacto nos objectivos planeados;

46) Tabela de despesa: é a discriminação para cada serviço ou unidade orgânica do sector
público e segundo a classificação económica, das respectivas dotações orçamentais que
constituem o limite máximo por tipo de despesas que um dado serviço ou unidade orgânica
do sector público está autorizado a efectuar durante um determinado ano económico;

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

47) Tabela de receita: é a discriminação para cada serviço ou unidade orgânica do sector
público e segundo a classificação económica, das respectivas dotações orçamentais que
constituem a previsão mínima de receita que um dado serviço ou unidade orgânica do
sector público está autorizado a arrecadar durante um determinado ano económico;

74
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

11 - BIBLIOGRAFIA

Bahl, Roy. 2003. Descentralização Fiscal: Uma Perspectiva Mundial. Artigo preparado para o 1°
Curso de Relações Fiscais Intergovernamentais em Moçambique, Maio de 2003.

Circular nº 1. /GAB. – MF/ 2006, de 14 de Março

Decreto sobre os Classificadores Orçamentais. (Decreto n°25/97 de 29 de Julho)


Lei da Tutela das Autarquias Locais (Lei n°7/97 de 31 de Maio)

Lei das Finanças e Património das Autarquias Locais (Lei 1/2008 de 16 de Janeiro)

Lei de Enquadramento do Orçamento do Estado e da Conta Geral do Estado (Lei n° 15/97, de


10 de Junho)

Lei Quadro para a Implantação das Autarquias Locais (Lei n°2/97, de 18 de Fevereiro)

Lei sobre o Sistema da Administração Financeira do Estado (Lei n°9/2002 de 12 de Fevereiro)

Decreto no. 23/2004, de 20 de Agosto

Lopes, J. 1998. Legislação Autárquica. Moçambique. Centro de Estudos e Formação Autárquica


(CEFA). Coimbra.
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Matovu, George et al
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Metodologia de Elaboração do Orçamento Autárquico

Metodologia de Elaboração do PES

Ministério da Administração Estatal, Ministério do Plano e Finanças. 2003. Participação e Consulta


Comunitária na Planificação Distrital. Imprensa Nacional de Moçambique. Maputo.

Ministério do Plano e Finanças (MPF). 2003. Metodologia para a Recolha e Sistematização sobre
a Situação Financeira das Autarquias

75
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Relatório sobre Práticas de Participação Comunitária, elaborado por Matakala e Eunice, UEM
Manual de Planificação Estratégica Vol. 1 (Conceitos Básicos e Metodologias)

Roque, Carlos e Hemma Tengler 2000. Dondo no Dhondo: Perspectivas de Desenvolvimento


Municipal Participativo. Beira: Centro de Serviços de Sofala.

Spahn, Paul . 2003. Relações Intergovernamentais, Estabilidade Macro-económica e Crescimento


Económico. Artigo preparado para o 1° Curso de Relações Fiscais Intergovernamentais em
Moçambique, Maio de 2003.

Swert, Richard. 2003. Transferências Tributárias Intergovernamentais. Lições Internacionais para


Países em Desenvolvimento. Artigo preparado para o 1° Curso de Relações

Uivante, A. & Abade, J. 2003. O Sistema Tributário e de Transferências Intergovernamentais de


Moçambique. Artigo preparado para o 1° Curso de Relações Fiscais Intergovernamentais em
Moçambique, Maio de 2003

Weimer, Bernhard e Nguenha, Eduardo. 2004. Orçamentação, Transparência e Controlo Social:


A Experiência de Planificação Participativa nos Municípios de Cuamba e Montepuez. Swiss
Development Cooperation – SDC. Maputo.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

EXERCÍCIOS

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

AULA 1

Roteiro da Actividade:

1. Os formandos dividem-se em cinco grupos. Estudam o caso e, tendo em conta a legislação


autárquica no concernente as competências das autarquias e do Governo Central assim
como as transferências fiscais do Governo Central para as autarquias, indicam a quem
compete a reabilitação da parte danificada da estrada nacional que se encontra no território
da autarquia de Nampula.
2. Usam o flip-chart para alistar as fundamentações.
3. Comparam os resultados e debatem.
4. O formador fecha a sessão de debate, considerando a solução do problema, dando
justificação.

Partilha de Competências entre Os Governos Central e Municipal:


O Caso do Município de Nampula

O Município de Nampula é, a seguir de Maputo e da Beira, o terceiro maior centro urbano


de Moçambique, e o maior centro urbano da zona norte. Possui cerca de 304.074 habitantes
distribuídos por uma superfície de 404 km2, sendo a densidade populacional de 597 hab/km2.
A divisão administrativa da cidade compreende 18 bairros, distribuídos por seis unidades
administrativas. Várias razões justificam o desenvolvimento histórico, cultural e sócio-económico
da cidade de Nampula. A cidade localiza-se geoestrategicamente num importante cruzamento de
estradas que ligam as províncias nortenhas de Moçambique, para além de que a partir dos finais
do século XIX ela serviu importantes interesses políticos militares portugueses.

Num contexto predominantemente colonial em que a administração de Moçambique era efectuada


directamente pela metrópole, Portugal, a actual cidade de Nampula metamorfoseou. A 22 de
Agosto de 1920, Nampula foi criada com estatuto de povoação pela portaria 11.600 e em Julho de
1921 a povoação passou a sede da Circunscrição dos actuais distritos de Nampula e Murrupula.
Em 1933, com a primeira reforma administrativa de Moçambique, a Reforma Administrativa
Ultramarina (RAU), a actual cidade de Nampula ascendeu a categoria de Vila, tendo, um ano
mais tarde, no dia 1 de Janeiro de 1935 a Vila ascendeu à categoria de capital dos distritos de
Moçambique e Niassa, que incluía as actuais províncias do norte de Moçambique. A estrutura
actual da cidade começou a ganhar forma a partir dessa altura. A 22 de Agosto de 1956, a então
Vila ascendeu à categoria de cidade, categoria que prevalece até hoje.

Após a Independência Nacional, no quadro da extinção dos Corpos Administrativos Coloniais (as

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Câmaras Municipais), foram criados os Conselhos Executivos (CE) nas cidades de Moçambique,
incluindo-se, portanto, a cidade de Nampula, pelas leis 5/78 e 6/78, de 22 de Abril. Os CE
constituíam uma extensão do Governo Central, sendo os seus órgãos (o presidente do CE e os
membros da Assembleia Provincial) nomeados pelo Governo Central. Estes são alguns marcos
dos primeiros passos da história da descentralização moçambicana. Seguindo o mesmo sentido,
resultando da revisão constitucional de 1990, são criados pela lei 2/97, de 18 de Fevereiro,
33 municípios, compreendendo 10 cidades e 23 vilas. A mesma lei define as competências
dos municípios. Dentre as competências descritas nesta lei, encontramos: (i) competências
exclusivamente dos municípios; (ii) competências exclusivamente do Governo Central e; (iii)
competências compartilhadas entre os dois níveis de governos.

Desde a Independência Nacional, o crescimento infra-estrutural da cidade conheceu uma


interrupção. Paralelamente, assiste-se uma explosão demográfica, motivada pelas razões já
anteriormente referidas, factos que têm contribuído para o actual estado de degradação em que
se encontra a cidade. Aliado a isso, Nampula já sofreu em menos de cinco anos duas depressões
tropicais que danificaram parte de infraestruturas económico-sociais. Uma das infraestruturas
em estado avançado de degradação é a estrada nacional que atravessa a cidade de Nampula,
ligando as cidades de Nacala e Pemba a norte e Quelimane, Beira até a capital do País, a sul.
Face a este facto, tem havido dúvidas sobre as competências que cada um dos governos tem na
reabilitação da parte da estrada que se situa na área de jurisdição municipal. (Fonte: Adaptação
de: MAE-DNDA, Folhas Informativas dos Municípios II, Junho de 2002, Maputo)

AULA 2

Roteiro da Actividade:

1. Formador divide a turma em grupos e distribui o caso abaixo.

2. Solicita que analisem e respondam as questões seguintes:


a. À luz das competências dos governos autárquico e central e a necessidade de harmonização
dos instrumentos de planificação nacional (PARPA, CFMP, PES, OE) e autárquico (PES,
OA) analisar o caso e arrolar os elementos que determinaram o fracasso da iniciativa da
autarquia de Quequerre.
b. Arrolar os procedimentos que se acha que deveriam ter sido obedecidos para evitar o
fracasso.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

3. Debatem-se as ideias e finalmente o formador dá a solução enfatizando a importância da


coordenação/harmonização dos sistemas de planeamento nacional e autárquico.

Harmonização dos Sistemas de Planeamento Nacional e Autárquico

Quequerre é uma das 33 autarquias de Mapinhanelândia, país com cerca de 18 milhões de


habitantes. Os últimos estudos indicam que cerca de 54% da população vive abaixo da linha da
pobreza. Níveis anteriores chegaram a conferir ao país o título de país mais pobre do mundo.
Logo após a guerra de libertação do jugo colonial, Mapinhanelândia mergulhou-se numa guerra
civil que, para além de destruir o tecido social, destruiu escolas, hospitais, fábricas, pontes,
estradas, dificultando a produção e circulação de bens e serviços. As pessoas que sobreviveram
deslocaram-se ou refugiaram-se mas mesmo assim, as condições para continuar com os estudos
escassearam e as condições de vida pioraram. A pobreza aumentou. Esforços e vontade política
entre Governo Mapinhanelandês e os oponentes do sistema, felizmente conduziram ao fim da
guerra.

O estado social e económico do país exigia uma intervenção rápida e integrada das acções do
Governo Mapinhanelandês e de toda a sociedade para restituir o tecido social e revitalizar a
economia nacional. A ordem do dia passou a ser a erradicação da pobreza absoluta. Assim, ao
nível macro-estratégico, criou-se o Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA)
que ocupa um lugar primordial no sistema de planeamento estratégico nacional, complementando
o Programa do Governo. Por outro lado, ao níveis sectorial (saúde, educação, agricultura, etc.)
e autárquico existem outros sistemas de planeamento que devem ser consistentes com os
objectivos e prioridades contidos no PARPA. No caso autárquico, o exercício de planeamento é
desenvolvido dentro do contexto de autonomia administrativa, financeira e patrimonial.

Há três anos, a autarquia de Querquerre, recebeu um donativo, em dinheiro, do Governo do


Pademlândia e foi estabelecido que o donativo deveria ser canalizado para uma das áreas
prioritárias para a redução da pobreza. Assim, a autarquia decidiu construir três novas escolas
primárias, total de 12 salas de aulas, o que veria a aumentar a capacidade de atendimento às
crianças da autarquia e do distrito em geral. Concluídas as escolas, a autarquia enviou uma
carta ao director provincial da educação com conhecimento do director distrital e do governador
provincial, informando que havia construindo 12 salas de aulas, solicitando três professores
para leccionar naquelas escolas. O director provincial respondeu que por falta de dinheiro para
salários não previa recrutar mais professores mas, caso, a autarquia pudesse pagar os salários
e despesas de recrutamento de novos professores, a direcção provincial da educação apoiaria
em aspectos pedagógicos. A autarquia não tem recursos suficientes para pagar salários dos
professores e a política do doador é de não pagar despesas correntes. Passados três anos, as

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

três escolas ainda não entraram em funcionamento por falta de professores. As escolas foram
concluídos quatro meses antes das eleições autárquicas e o presidente foi reeleito.

Questões para debate:

2. À luz das competências dos governos autárquico e central e a necessidade de harmonização


dos instrumentos de planificação nacional (PARPA, CFMP, PES, OE) e autárquico (PES,
OA) analisar o caso e arrolar os elementos que determinaram o fracasso da iniciativa da
autarquia de Quequerre.
3. Arrolar os procedimentos que se acha que deveriam ter sido obedecidos para evitar o
fracasso.

AULA 4

PLANO ECONÓMICO SOCIAL MUNICIPAL

1. O PES Autárquico deve preencher dois objectivos, quais são?


2. Porque razão devemos envolver a sociedade civil na planificação Municipal?
3. A planificação participativa tem uma lógica diferente da planificação indicativa e da
planificação centralizada. Resuma em 3 características essenciais as diferenças entre a
planificação participativa e as outras.

AULA 5

Roteiro da Actividade:

1. O formador distribui o texto contendo o caso, aos grupos.


2. Orienta os grupos para uma leitura em 5 minutos
3. Distribui o roteiro para o trabalho de grupo e dá a devida explicação sobre o conteúdo do
trabalho.
4. O resultado do trabalho dos grupos é passado para a folha de flip-chart e apresentado
quando o formador o solicitar.

No fim das apresentações o formador faz uma ligação com o Orçamento Municipal.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

AS DESPESAS DA FAMÍLIA NGOVE

O Sr: Ngove é funcionário da Empresa Têxtil, é casado com a Sr.ª Rita e têm 5 filhos. Ele aufere
um vencimento mensal de 2.400.000,00 MT. No final de cada mês o Sr Ngove entrega à esposa
todo o salário para as despesas de casa nomeadamente; alimentação, assistência médica,
escola, renda de casa, água, luz, salário do empregado.

Entretanto, no mês de maio último a Sr.ª Rita resolveu comprar um aparelho de som. Passada
uma semana, adoeceu o filho mais novo do casal e a Sr.ª Rita viu-se aflita porque já não tinha
dinheiro para levar o filho ao médico e resolveu pedir mais dinheiro ao marido. Este contrariado,
disse que não tinha mais dinheiro, mas que iria pedir emprestado ao vizinho e recomendou à
esposa para que não repetisse aquela situação.

QUESTÕES PARA DEBATE

Ø Que conclusões o grupo tira sobre o descontrolo da Sr.ª Rita na realização das suas
despesas ?

Ø De que forma o grupo entende que a Sr.ª Rita poderia melhor organizar suas despesas?

EXERCÍCIO 2

EXERCÍCIO SOBRE ETAPAS DE PREPARAÇÃO DO ORÇAMENTO AUTÁQUICO

A Assembleia do Município da Vila Nyangoma, reunida na sua X Sessão Ordinária, realizada


de 15 a 22 de Dezembro de 2003, decidiu não aprovar a proposta do Orçamento municipal para
o ano 2004, submetida pelo Conselho Municipal respectivo, por considerar que a mesma não
respondia às prioridades da edilidade.

Por outro lado, o mesmo órgão deliberativo, não aprovou o relatório de contas de 2003
apresentado pelo Conselho Municipal . Não obstante, o Conselho Municipal resolveu enviar as
contas ao Tribunal Administrativo.

1. Discuta a posição tomada pelos dois órgãos, Assembleia e Conselho municipais.


2. Como cobrir os custos de funcionamento do município até à aprovação do orçamento?

82
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

AULA 6

Roteiro da Actividade:

1. Distribui o exercício e dá instruções sobre a parte do exercício que cabe a cada grupo
2. Depois de resolvido os grupos trocam o exercício
3. O formador conduz o grupo para discussão do trabalho
4. Debate sobre o exercício.

Classificadores Orçamentais

De acordo com a desagregação dos Classificadores Orçamentais (Orgânico, Territorial, Funcional


e Económico) classifique o seguinte:

Ø Aquisição de uma nova viatura para o Município.

Ø Reparação de uma viatura do Município pela empresa Ciclomotor, Lda.

Ø Despesas para a construção de uma escola primária com cinco pavilhões no Município.

Ø Pagamento efectuado pela empresa comercial FSRE sobre letreiros luminosos montados
na montra do seu estabelecimento.

Ø Gastos efectuados pelo partido Olhos do Povo durante a sua campanha eleitoral.

Ø Cobranças feitas pelos munícipes pela aquisição de talhões no município.

Ø Um funcionário do Município que se encontra doente, é transferido para tratamento em


Portugal.

Ø Folha de salário para pagar funcionários do quadro do pessoal.

Ø Pagamento feito pela empresa vendedora de madeiras no Município ao Município.

Ø O Presidente do Município oferece um jantar aos eleitos por ocasião do dia do Município.

Ø Receita do Município proveniente de taxas de ligação de água.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Ø Dotação para pagar funcionários que aguardam a aposentação.

Ø Valor cobrado pelo estacionamento de viaturas nas ruas do município.

Ø Valor global para salários de funcionários contratados.

Ø Aquisição de peças para a viatura dos serviços de fiscalização do município

Ø Pagar dívida contraída no ano passado sobre o uso de telefone.

Ø Compra de fardamento e calçado para serventes e motoristas do município

Ø Aquisição de um gerador de energia eléctrica para o município.

Ø Obras de reabilitação de ruas no Município

Ø Pagamento de ajudas de custo a dois funcionários do município que se deslocam em


missão de serviço.

Ø Aquisição de resmas de papel para o gabinete do presidente.

Ø Aquisição de 100 litros de gasóleo para viaturas do Município.

Ø Reposição de faróis a uma viatura do município

Ø Pagar uma assistência técnica efectuada por uma empresa local às máquinas fotocopiadoras
do município.

Ø Compra de uma nova fotocopiadora

Ø Uma viatura do município teve um acidente e a sua reparação exigiu a compra de um


novo motor.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Aulas 7, 8 e 9

Roteiro para técnica “Movimentos Cruzados”:

Metodologia para elaboração do orçamento

1. O formador convida a todos os formandos a disporem-se em duas filas e em igual número


se possível, virados para dentro.

2. O formador dá um sinal (batendo palmas) para que os formandos, num passo normal
executem movimentos cruzados, tomando o lugar do parceiro frontal e retomando ao seu
(duas vezes).

3. O formador dá outro sinal para que o movimento seja um pouco mais rápido (duas
vezes).

4. o formador dá mais um sinal para um movimento muito rápido (duas vezes).

5. o formador dá outro sinal para uma paragem e orienta o grupo para uma coordenação dos
movimentos entre os formandos.

6. o formador dá mais uma vez um sinal para o retorno do movimento normal (uma vez) e
rápido também uma vez.

7. Seguidamente, dá o sinal de paragem final e convida alguns formandos para exprimirem


oralmente o seu sentimento quanto à técnica e a analisarem o que pode ter levado os
participantes a um tom de desempenho na técnica desde o seu início.

8. o formador regista no quadro as opiniões e estimula o grupo a concluir que inicialmente


faltou uma coordenação – metodologia, e faz uma ligação com a metodologia para a
elaboração da Proposta do Orçamento Autárquico.

Exercício sobre a preparação do Orçamento Autárquico

O Município da Vila da Maiaia está a preparar o seu plano de orçamento para ano económico de
2005. Para o efeito, a Vereação de Economia e Finanças dispõe da seguinte informação:

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1. Previsão de Receitas Anuais (em contos)

u Receitas provenientes de percentagem de Imposto sobre Veículos registados no Município


470.000.
u Cobranças de impostos aos residentes na Vila, 80.000
u Taxas provenientes de actividades de carácter económico, 250.000
u Receitas resultantes dos utentes do solo urbano 1.500.000
u Cobranças resultantes de mercados e feiras, 2.230.000
u Taxas pagas pelos vendedores sem bancas fixas, 400.000
u Taxas resultantes do parqueamento de viaturas, 860.000
u Pagamentos de autorização para uso de Letreiros de publicidade de venda de produtos
e prestação de serviços, 170.000
u Taxas de cemitérios, 40.000
u Taxas provenientes de recolha de lixo, 910.000
u Rendimentos provenientes de abastecimento de água, 100.000
u Taxas pela utilização do matadouro, 30.000
u Licenças de transporte semi-colectivo de passageiros (Chapa 100), 1550.000
u Receitas resultantes de violação de posturas camarárias, 208.000
u Doação da Dinamarca para reabilitação de Centros de Saúde, 350.000
u Pagamento de juros vencidos a favor do Município no BIM, 35.000
u Doação da Dinamarca, 20.000
u Transferências do Orçamento do Estado (7.000.000 para actividades de funcionamento
do município, 5.000.000 para as de capital)
u Licença de exploração de moageiras 95.000

2. Despesas (em contos)

u Remuneração do Presidente do CM: salário base mensal = 11.000, subsídios diversos =


5.000/mês.
u Despesas de visitas do Presidente do Conselho Municipal ao estrangeiro, 130.000 em
passagens aéreas e 45.000 em ajudas de custo.
u Remuneração de 9 vereadores: sendo 2 a tempo inteiro c/ salário base mensal = 8.000
cada, e a tempo parcial 7.
u Subsídios de transporte e senhas de presença para os membros dos órgãos autárquicos
= 76.000/mês.
u Chefe de Gabinete do Presidente CM com salário mensal de 6.000, gratificação de chefia
de 500/mês.

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u Administrador do Palácio nomeado: salário mensal = 4.500, subsídio de gratificação de


chefia 400 /mês.
u Chefe de secretaria: salário mensal = 3.500/mês
u Tesoureiro: salário mensal = 4.000, subsídio de falhas = 150
u Secretária do Presidente do CM, salário mensal de 3.800.
u 4 Directores de diversos serviços, salário mensal de 6.000/mês cada, bónus especial de
1.000. Os mesmos tem direito ao subsídio de combustível mensal de 500/mês cada.
u As despesas relativas às saídas internas em missão de serviço estão avaliadas, no total,
em 100.000 para passagens aéreas e 60.000 em ajudas de custo.
u Salários de 150 operários de limpeza (80% dos quais são do sexo feminino) eventuais
com salário mensal de 1.025 cada. Este grupo tem direito ao subsídio de risco de 250/
mês cada.
u Estão em vias de aposentação 40 operários, cujo salário mensal unitário é de 1.200.
u 60 Operário de quadro com o salário mensal de 2.000 cada.
u Consumo de combustíveis e lubrificantes 8.000 mês.
u Manutenção de viaturas pela empresa Assistência Técnica Sem Lucro 90.000/ano.
u Consumíveis de escritório 40.000/ano.
u Fardamento para o pessoal de limpeza 60.000/ano.
u Seguro de viaturas, 20.000/ano.
u Despesas de Telefone/Fax 80.000/ano.
u Aquisição de diverso equipamento de escritório 150.000/ano.
u Despesas de desalfandegamento de equipamento 60.000.
u Consumo de energia, 6.500/mês.
u Realização de seminários de capacitação cuja logística estará a cargo da Empresa
Conforto, Lda, no valor de 90.000.
u Construção de uma residência protocolar para o Presidente do Conselho Municipal,
665.600
u Reabilitação das instalações administrativas da Direcção dos Serviços Urbanos, 69.430
u Reabilitação de ruas, 9.420.000
u Aquisição de uma viatura para serviços de fiscalização, 125.000
u Até 31 de Dezembro de 2005 estará em atraso o pagamento de horas extras dos
trabalhadores de obras no valor de 100.000. Igualmente a factura do consumo de água
no valor de 35.000 só será paga em Janeiro de 2006.
u Para situações de despesas imprevisíveis está prevista uma reserva de 1.719.970.

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Pretende-se

a) Codificação e classificação das operações aqui reportadas de acordo com o Classificador


Económico de Receitas e Despesas em uso.
b) Elaboração da proposta do Orçamento deste Município a ser submetido a Assembleia
Municipal respectiva.

AULA 10

Considere a tabela abaixo do Município de Marere:

Class.económica Dotação Gasto até Setembro Saldo


121001 100.000 90.000 10.000
121005 250.000 80.000 170.000
122001 35.000 35.000 -
122002 18.000 5.000 13.000

Durante o mês de Outubro, o Município recebeu uma factura de cobrança da TDM no valor
de 18.000 contos. Sabendo que o valor disponível na verba comunicações esgotou, qual a
providência a tomar ?

Faça as respectivas alterações de modo a acomodar a despesa em causa.

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PLANO DO CURSO

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

Carga Horária: 40 Horas

Objectivo do Curso:

• Capacitar os servidores municipais em conhecimento para elaborarem os Planos e Orçamentos do


Município

TEMA AULA = 4 HORAS CONTEÚDO

CONTEXTO DAS FINANÇAS AULA 1 1. Descentralização


AUTÁRQUICAS 2. Descentralização X Desconcentração
3. Descentralização em Moçambique
4. Enquadramento legal
5. Tutela

PLANIFICAÇÃO DE AULA 2 1. Sistema de Planificação em


DESENVOLVIMENTO Moçambique
ECONÓMICO MUNICIPAL 2. Instrumentos de Planificação em
Moçambique

PLANIFICAÇÃO DE AULA 3 1. Plano de Desenvolvimento Municipal


DESENVOLVIMENTO 2. Plano Económico e Social Municipal
ECONÓMICO MUNICIPAL 3. Planificação Participativa
(continuação)

ORÇAMENTO DO MUNICÍPIO AULA 4 1. Conceito do Orçamento


2. Princípios Orçamentais
3. Etapas do Processo Orçamental

ORÇAMENTO DO MUNICÍPIO AULA 5 1. Classificadores e Orçamentais


(continuação) 2. Modelo do Orçamento Autárquico

ORÇAMENTO DO MUNICÍPIO AUALAS 6 - 8 1. Metodologia de Elaboração do


(continuação) 2. Orçamento Autárquico
AULA 9
ORÇAMENTO DO MUNICÍPIO 1. Interligação Plano e Orçamento
(continuação)
1. Alterações
ADMINISTRAÇÃO DO AULA 10 2. Restrições
ORÇAMENTO 3. Ratificação das alterações

ESTRATÉGIAS

- Usar o Manual do Curso como base para todas as aulas

- Requerer dos formandos que tragam casos concretos que estejam a acontecer nos seus
respectivos municípios

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- Ministrar aulas interactivas e com bastante actividades práticas

- Realizar actividades presenciais planificadas para cada aula, com base nos Planos de Aula

- Promover realização, pelos formandos, de actividades complementares a serem


desenvolvidas fora da sala de sessões, designadamente no que respeita ao preenchimento
de modelos e outras actividades práticas

- Efectuar avaliações através dos trabalhos de grupo e individuais realizados quer dentro,
quer fora das sessões e observar o processo participativo dos formandos nas aulas

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PLANOS DE AULA

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PLANO DA AULA 1

TEMA DA AULA: CONTEXTO DAS FINANÇAS AUTÁRQUICAS


DURAÇÃO: 4 horas.

1. OBJECTIVOS

Identificar a base teórica sobre o processo de descentralização


Estabelecer a distinção entre descentralização e desconcentração
Caracterizar o processo de descentralização em Moçambique e sua base legal

2. CONTEÚDOS

Descentralização
Descentralização X Desconcentração
Descentralização em Moçambique
Enquadramento Legal
Tutela

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação do formador e dos Dinâmica de integração. Slides/data show 1 hora
formandos Exposição Dialogada Quadro
Levantamento das expectativas Flip-chart
dos formandos em relação ao
curso.
Apresentação do tema e
objectivos da aula.

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4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo

Introdução ao tema da Exposição dialogada, com uso de Slides/data show. 15 minutos


descentralização: conceitos slides em power-point. Quadro
básicos e tendências. Flip-chart
Explanação sobre a distinção Diálogo interrogativo com uso de Slides/data show. 15 minutos
entre descentralização e slides em power-point. Quadro
desconcentração Flip-chart
Apresentação sobre a Exposição com uso de slides em Slides/data show. 30 minutos
descentralização em power-point. Quadro
Moçambique; enquadramento Flip-chart
legal e tutela
Exercitação sobre partilha de Trabalho em grupo para realização Estudo de caso 1 hora
competências de estudo de caso.

5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação dos trabalhos Relatório das conclusões de cada Flip-chart 1 hora
dos grupos sobre partilha de grupo, com apoio de flip-chart
competência e tutela seguida Estudo de caso
de debates e harmonização dos
resultados

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

7. MATERIAL DE REFERÊNCIA

Leis Nº 2/97, 18 de Fevereiro e Nº 7/97, de 31 de Maio

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PLANO DA AULA 2

TEMA DA AULA: PLANEAMENTO DO DESENVOLVIMENTO AUTÁRQUICO


DURAÇÃO: 4 horas.

1. OBJECTIVOS

Identificar noções básicas do Sistema Nacional de Planificação


Diferenciar os instrumentos de Planificação e Ornamentação existentes
Caracterizar o enquadramento dos instrumentos de Planificação autárquico no Sistema
Nacional de Planificação

2. CONTEÚDOS

Sistema Nacional de Planificação


Instrumentos de Planificação

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Actividade sensibilização sobre Análise de situação proposta pelo Quadro 1 hora
importância da coordenação e formador Flip-chart
integração entre os instrumentos Roteiro da análise
de Planificação Exposição dialogada. de situação
Apresentação do tema e
objectivos da aula.

4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação sobre o Sistema Exposição dialogada, com uso de Slides/data show. 1 hora
de Planificação. slides em power-point. Quadro
Flip-chart
Descrição e esclarecimentos Diálogo interrogativo com uso de Slides/data show. 1 hora
sobre os Instrumentos de slides em power-point. Quadro
Planificação. Flip-chart

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Relatório das conclusões de cada Flip-chart 1 hora
Apresentação dos trabalhos grupo, com apoio de flip-chart.
dos grupos sobre a importância Debates em plenária Estudo de caso
da coordenação.

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

7. MATERIAL DE REFERÊNCIA

Metodologia de Elaboração do PES

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PLANO DA AULA 3

TEMA DA AULA:PLANEAMENTO DO DESENVOLVIMENTO.AUTÁRQUICO


DURAÇÃO: 4 horas

1. OBJECTIVOS

Descrever a metodologia de elaboração dos planos


Contribuir para elaboração do Plano de Desenvolvimento Autárquico

2. CONTEÚDOS

Plano de Desenvolvimento Autárquico


Plano Económico e Social Autárquico
Plano de Investimentos
Planificação Participativa

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Revisão dos principais Exposição dialogada. Quadro 30 minutos
conteúdos da aula anterior (2) Flip-chart
Apresentação do tema e Texto com descrição de
objectivos da aula. caso concreto

4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação e esclarecimentos Exposição dialogada, com uso de Slides/data show 1 hora
sobre o slides em power-point. Quadro
Plano de Desenvolvimento Flip-chart
Autárquico.
Apresentação e esclarecimentos Exposição dialogada, com uso de Slides/data show. 1 hora
sobre Plano Económico e Social slides em powerpoint. Quadro
Autárquico. Flip-chart
.
Descrição e esclarecimentos Diálogo interrogativo com uso de Slides/data show. 1 hora
sobre Planificação Participativa. slides em power-point. Quadro
Flip-chart

97
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Síntese dos principais Exposição dialogada com Quadro 30 minutos
conteúdos da aula, uso de slides em power- Flip-chart.
relacionando-os com o point Texto com
caso concreto analisado descrição de caso
na Introdução. concreto

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

7. MATERIAL DE REFERÊNCIA

Ministério da Administração Estatal, Ministério do Plano e Finanças. 2003. Participação e


Consulta Comunitária na Planificação Distrital. Matovu,
���������������������������������������������������
George et al (eds.), . Strengthening Civic
Participation in Municipal Governance. Harare: Municipal Development Programme for Eastern
and Southern Africa.
Roque, Carlos e Hemma Tengler 2000. �������������������������������������������������
Dondo no Dhondo: Perspectivas de Desenvolvimento
Municipal Participativo. Beira.
Weimer, Bernhard e Nguenha, Eduardo. 2004. Orçamentação, Transparência e Controlo Social:
A Experiência de Planificação Participativa nos Municípios de Cuamba e Montepuez. Swiss
Development Cooperation – SDC. Maputo.

1
Imprensa Nacional de Moçambique. �������
Maputo.
2
Centro de Serviços de Sofala

98
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

PLANO DA AULA 4

TEMA DA AULA:PLANEAMENTO DO DESENVOLVIMENTO.AUTÁRQUICO.


DURAÇÃO: 4 horas

1. OBJECTIVOS

Elaborar o Plano Económico e Social Autárquico


Utilizar os mecanismos de planificação participativa ao processo de elaboração dos planos

2. CONTEÚDOS

Plano de Desenvolvimento Autárquico


Plano Económico e Social Autárquico
Planificação Participativa

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Revisão breve dos principais Exposição dialogada, com uso de Quadro 15 minutos
tópicos da aula anterior (3) slides em powerpoint. Flip-chart
Apresentação do tema e Slides/Data show
objectivos da aula

4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo


Exposição sobre elaboração Exercitação, individual, sobre Exercício estruturado 1 hora e
do Plano Económico e Social elaboração do Plano Económico e 30 minutos
Autárquico Social Autárquico Textos sobre
experiências
de planificação
participativa
Quadro
Flip-chart
Debates sobre as experiências Discussão em grupos e Exercício estruturado 1 hora e
de planificação participativa (3 apresentação dos resultados em Textos sobre 30 minutos
experiências) e harmonização plenária experiências
dos resultados de planificação
participativa
Quadro
Flip-chart

99
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Considerações finais do Exposição dialogada Quadro 45 minutos
formador sobre os trabalhos Flip-chart
dos grupos, relacionando-os Texto sobre
com os conteúdos da aula e experiências de
com as experiências analisadas planificação

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

7. MATERIAL DE REFERÊNCIA

Ministério da Administração Estatal, Ministério do Plano e Finanças. 2003. Participação e Consulta Comunitária na
Planificação Distrital. Imprensa Nacional de Moçambique. �������
Maputo.
Matovu, George et al (eds.), Strengthening Civic Participation in Municipal Governance. Harare:
Municipal Development Programme for Eastern and Southern Africa.
Roque, Carlos e Hemma Tengler 2000. �����������������������������������������������������������
Dondo no Dhondo: Perspectivas de Desenvolvimento Municipal
Participativo. Beira: Centro de Serviços de Sofala.
Weimer, Bernhard e Nguenha, Eduardo. 2004. Orçamentação, Transparência e Controlo Social: A Experiência
de Planificação Participativa nos Municípios de Cuamba e Montepuez.. Swiss Development Cooperation – SDC.
Maputo.
Relatório sobre Práticas de Participação Comunitária, elaborado por Matakala e Eunice, UEM
Manual de Planificação Estratégica Vol. 1 (Conceitos Básicos e Metodologias)

100
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

PLANO DA AULA 5

TEMA DA AULA:ORÇAMENTO AUTÁRQUICO


DURAÇÃO: 4 horas

1. OBJECTIVOS

Escrever e identificar e a importância do orçamento


Distinguir os princípios e regras gerais de elaboração do orçamento autárquico
Distinguir as diferentes etapas do processo orçamental

2. CONTEÚDOS

Conceito de orçamento.
Princípios e regras do orçamento autárquico.
Etapas do processo orçamental.

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação do tema e Exposição dialogada, com uso de Quadro 45 minutos
objectivos da aula. slides em powerpoint Flip-chart
Explicação sobre o conceito de Slides/Data show
orçamento autárquico. Texto (estudo de caso e
Apresentação da técnica guião para trabalho em
(estudo de caso) e seus grupo)
objectivos

4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação e esclarecimentos Exposição dialogada, com uso de Quadro 30 minutos
sobre princípios e regras do slides em powerpoint Flip-chart
orçamento autárquico Slides/Data show

Explanação sobre orçamento Exercitação sobre orçamento Quadro 2 horas


autárquico e etapas do ciclo autárquico e etapas do ciclo Flip-chart
orçamental orçamental em pequenos grupos, Exercício estruturado:
seguido do relatório em plenária estudo de caso e
guião para trabalho
em grupo

101
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Considerações finais do Exposição Dialogada Quadro 45 minutos
formador sobre os trabalhos Flip-chart
dos grupos, relacionando-os Estudo de caso
com os conteúdos da aula e
com o caso estudado.
Apresentação da solução

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

7. MATERIAL DE REFERÊNCIA

Lei do SISTAFE, Metodologia de Elaboração do Orçamento Autárquico

102
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

PLANO DA AULA 6

TEMA DA AULA:ORÇAMENTO AUTÁRQUICO


DURAÇÃO: 4 horas

1. OBJECTIVOS

Distinguir e aplicar os diferentes classificadores orçamentais


Identificar e aplicar os modelos orçamentais

2. CONTEÚDOS

Classificadores Orçamentais e Modelo Orçamental

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação do tema e Exposição dialogada, com uso de Quadro 15 minutos
recapitulação dos princípios e slides em powerpoint. Flip-chart
regras orçamentais Slides/Data show

4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo


Explanação sobre classificação Exposição dialogada, com uso de Quadro 1 hora
e modelos orçamentais. slides em powerpoint. Flip-chart
Slides/Data show

Explanação sobre classificação Exercício em pequenos grupos Quadro 2 horas


orçamental sobre classificação orçamental, Flip-chart
seguido de relatório em plenária. Exercício estruturado:
estudo de caso e
guião para trabalho
em grupo

103
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Considerações finais do Exposição dialogada Quadro 45 minutos
formador sobre o exercício, Flip-chart
relacionando-o com os
conteúdos da aula Chave de correcção

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

7. MATERIAL DE REFERÊNCIA

Modelo do Orçamento autárquico constante do Manual do Curso

104
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

PLANO DA AULA 7

TEMA DA AULA:ORÇAMENTO AUTÁRQUICO


DURAÇÃO: 4 horas

1. OBJECTIVO

Identificar e aplicar a metodologia apropriada de elaboração dos orçamentos

2. CONTEÚDOS

Metodologia para Elaboração do Orçamento

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Actividade de sensibilização Dinâmica utilizando a técnica dos Roteiro da Dinâmica 15 minutos
sobre importância da movimentos cruzados dos Movimentos
coordenação e da metodologia Cruzados
na elaboração dos orçamentos

4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação da metodologia Exposição Dialogada, com uso de Quadro 1 hora
para elaboração do orçamento slides em power-point Flip-chart
autárquico. Slides/Data show

Explanação sobre elaboração da Exercício sobre elaboração da Quadro 2 horas e


proposta de orçamento corrente proposta de orçamento corrente Flip-chart 45 minutos
Exercício

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MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Continua a aplicação do Continuação Continua Continua
exercício na aula 8

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

7. MATERIAL DE REFERÊNCIA

Igual ao da aula 6 - Modelo do Orçamento autárquico constante do Manual do Curso

106
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

PLANO DA AULA 8

TEMA DA AULA:ORÇAMENTO AUTÁRQUICO


DURAÇÃO: 4 horas

1. OBJECTIVO

Identificar e aplicar a metodologia apropriada de elaboração dos orçamentos

2. CONTEÚDOS

Metodologia para Elaboração do Orçamento

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Continuação do exercício da
aula 7

4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo


Continuação do exercício da Trabalho em grupos Exercício sobre 3 horas
aula 7 Elaboração do
Orçamento Corrente

5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Considerações finais do Apresentação das conclusões Quadro 1 hora
formador sobre os trabalhos de cada grupo, confrontando-as Flip-chart
dos grupos e harmonização com a solução apresentada pelo
dos resultados formador

107
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

7. MATERIAL DE REFERÊNCIA

Metodologia de elaboração do Orçamento, Orientações e Limites Orçamentais

108
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

PLANO DA AULA 9

TEMA DA AULA:ORÇAMENTO AUTÁRQUICO


DURAÇÃO: 4 horas

1. OBJECTIVO

Identificar e aplicar a metodologia apropriada de elaboração dos orçamentos

2. CONTEÚDO

Metodologia para Elaboração do Orçamento

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Revisão dos conteúdos da Exposição dialogada Quadro 30 minutos
aula 7 Flip-chart

4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação sobre elaboração Exposição Dialogada Quadro 30 minutos
do orçamento de investimento Flip-chart
Explicação sobre elaboração do Exercício em pequenos grupos Exercício sobre 2 horas e
orçamento de investimento Para elaboração do orçamento de elaboração do 30 minutos
investimento orçamento de
investimento

5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Aplicação do exercício continua Não se aplica Não se aplica Não se aplica
na aula 10

109
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

7. MATERIAL DE REFERÊNCIA

Metodologia de Elaboração do Orçamento Autárquico

110
MANUAL DE FORMAÇÃO DE PLANIFICAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTAL AUTÁRQUICA

PLANO DA AULA 10

TEMA DA AULA: GESTÃO ORÇAMENTAL


DURAÇÃO: 4 horas

1. OBJECTIVOS

Analisar e aplicar a metodologia apropriada de elaboração dos orçamentos


Identificar as causas e aplicar as diferentes alterações orçamentais
Analisar e aplicar os casos de restrições orçamentais
Analisar o procedimento para a ratificação das alterações

2. CONTEÚDOS

Metodologia para Elaboração do Orçamento


Alterações
Restrições
Ratificação das alterações orçamentais

3. INTRODUÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Continuação do exercício da
aula 9

4. DESENVOLVIMENTO

Abordagem dos Conteúdos Técnicas Recursos Tempo


Apresentação do resultado do Trabalho em equipes , com as Quadro 2 horas
exercício da aula 9 propostas dos grupos. Flip-chart
Análise dos resultados
propostos por cada grupo
Apresentação das regras sobre Exposição dialogada Quadro 30 minutos
alterações orçamentais Flip-chart
Slides/Data-show
Explicação sobre alterações Exercício em pequenos grupos e Exercício sobre 30 minutos
orçamentais apresentação dos resultados em alterações
plenária orçamentais
Harmonizações finais sobre Exposição dialogada Quadro 30 minutos
o resultado dos trabalhos dos Flip-chart
grupo

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5. CONSOLIDAÇÃO

Procedimentos Técnicas Recursos Tempo


Avaliação final do curso Aplicação da avaliação Formulário 25 minutos

6. AVALIAÇÃO

Percentual de acertos no exercício realizado: mínimo de 60%


Nível de participação dos formandos.
Nível de assiduidade dos formandos.
Número de intervenções e perguntas pertinentes aos conteúdos desenvolvidos.

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IDEIAS e SUGESTÕES

Nossa ambição é que esse Manual seja constantemente aperfeiçoado. Para isso sua participação
é muito importante!
Se tiver ideias e sugestões sobre conteúdos, linguagem, formato gráfico, elas são todas muito
bem-vindas!

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Contacto: MAE–DNDA
Rua da Rádio n.º 112 – Telefone: 21 32 62 30
Maputo

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