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i
ii Sumário
2 Cinemática 65
2.1 Corpo e Configurações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2.1.1 Configuração de Referência . . . . . . . . . . . . . . . 65
2.1.2 Deformação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
2.2 Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
2.2.1 Velocidade e Aceleração . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
2.2.2 Movimento Rı́gido de um Corpo . . . . . . . . . . . . . 67
2.3 Mudança de Referencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
2.4 Descrições Referencial e Espacial . . . . . . . . . . . . . . . . 69
2.4.1 Linhas de Trajetória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
2.4.2 Linhas de Fluxo ou de Corrente . . . . . . . . . . . . . 70
2.4.3 Linhas de Emissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
2.5 Derivada Material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
2.6 Gradiente de Deformação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
2.7 Deformações de Elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
2.8 Taxa de Deformação, Elongação e Rotação . . . . . . . . . . . 75
2.9 Conservação da Massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
2.9.1 Teorema de Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Sumário iii
3 Equações de Balanço 87
3.1 Forças de Volume e de Superfı́cie . . . . . . . . . . . . . . . . 87
3.2 Vetor Tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
3.3 Leis de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
3.4 Teorema: As tensões num ponto estão em equilı́brio . . . . . . 89
3.5 Tensor Tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
3.6 Primeira Lei de Cauchy do Movimento . . . . . . . . . . . . . 91
3.7 Segunda Lei de Cauchy do Movimento . . . . . . . . . . . . . 92
3.8 Introdução à Termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
3.9 Balanço de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
3.10 Descrição Referencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
3.10.1 Equação da Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . 99
3.10.2 Equação do Balanço Local da Quantidade de Movi-
mento Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
3.10.3 Equação do Balanço Local da Quantidade de Movi-
mento Angular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
3.10.4 Balanço Local de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . 100
3.11 Desigualdade de Entropia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
3.12 Equação Geral de Balanço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
3.13 Comportamento dos Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
3.14 Equações Constitutivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
3.14.1 Princı́pio do Determinismo . . . . . . . . . . . . . . . . 106
3.14.2 Princı́pio da Ação Local . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
3.14.3 Princı́pio da Objetividade Material . . . . . . . . . . . 107
3.14.4 Princı́pio da Indiferença Material . . . . . . . . . . . . 107
v
vi Lista de Tabelas
Capı́tulo 1
1
2 Capı́tulo 1. Álgebra de Vetores e Tensores
~v = y − x
1.5 Bases
As bases do espaço vetorial V são definidas como sendo o conjunto de
vetores linearmente independentes, de maneira que cada elemento em V seja
uma combinação linear dos vetores da base.
Um conjunto de vetores espaciais (m ~ 1, m
~ 2, m
~ 3 ) é dito ser linearmente
independente se para (α1 , α2 , α3 ) ∈ R,
3
X
αi m
~ i = α1 m
~ 1 + α2 m
~ 2 + α3 m
~3=0
i=1
4 Capı́tulo 1. Álgebra de Vetores e Tensores
3
X
~v = vi~ei = v1~e1 + v2~e2 + v3~e3
i=1
1.5.2 Origem
No espaço E, chamamos origem a um ponto “o” de aplicação dos vetores
da base do espaço vetorial V, conforme mostrado na figura 1.2.
p~ = z − o
onde o vetor posição pode ser expresso como combinação linear dos vetores
da base retangular,
logo,
~u × ~v = εijk ui vj ~ek
(~u × ~v ) · w
~ = (ui~ei × vj ~ej ) · wk~ek = εijk ui vj wk
Portanto,
δim δin δip
εijk εmnp = [~ei × ~ej · ~ek ] [~em × ~en · ~ep ] = δjm δjn δjp
δkm δkn δkp
1.9 Tensores
Nas nossas aplicações, iremos considerar que um tensor é uma transfor-
mação linear T : V → V ou T : E → E que faz corresponder a qualquer vetor
~v , um vetor:
~u = T~v
T (α~u + β~v ) = α T ~u + β T~v ∀ ~u, ~v ∈ V, α, β ∈ R
Cada vetor da base base cartesiana ~ei é transformado por T no vetor T~ej ,
que por sua vez pode ser expresso como combinação linear dos elementos da
base ~ei do espaço vetorial V,
T~e1 = a~e1 + b~e2 + c~e3
T~e2 = d~e1 + e~e2 + f~e3
T~e3 = g~e1 + h~e2 + i~e3
Portanto,
uk = Tkj vj
2
T =T T ∴ T T = Tik Tkj
ij
o cubo por,
3 2 2
T =T T =T T =T T T
e, em geral:
n n−1 n−1
T =T T =T T
m n n m m+n
T T =T T =T
onde n e m são números inteiros não negativos. Isto quer dizer que as
potências de T comutam. Deve-se notar que a primeira relação acima se
aplica igualmente para n = 0 e n = 1.
n
Dizemos que um tensor T é nulipotente se T = 0, onde n é um número
k k−1
inteiro positivo. Se T = 0, mas T 6= 0, então dizemos que k é o ı́ndice de
nulipotência de T .
−1 −1
T T =T T =I
−1 −1 −1
T R =R T
12 Capı́tulo 1. Álgebra de Vetores e Tensores
−1 n −n
T =T
h −1 i h i−1
A matriz do tensor inverso T é igual a matriz inversa do tensor T .
Tensores e matrizes inversı́veis também são chamados de não-singulares [2].
T
T ~u · ~v = ~u · T ~v
T T
T
~u · T ~v = ui vj ~ei · T ~ej = ui vj Tkj ~ei · ~ek = ui vj TijT
donde,
TijT = Tji
h i
T T
ou seja, T = T . A transposição é uma operação linear L → L, pois:
T T T
αT + βR = αT + βR
T T T
T R =R T
1.9. Tensores 13
Tij = Tji
Tij = −Tji
h i 0 T12 T13
T = −T12 0 T23
ij
−T13 −T23 0
1 T 1 T
T = S T + AT = T +T + T −T
2 2
1.9.8 Traço
O traçohdeium tensor T é igual a soma dos elementos da diagonal principal
da matriz T que representa o tensor em relação a uma base de V,
1/2 1/2
T
T
= T · T = tr T T
= S R · S T + S R · AT + AR · S T +AR · AT
| {z } | {z }
=0 =0
= S R · S T + AR · AT
1.10. Produto Tensorial 15
T
T
R· S T = tr R S T = tr S T R
T T T
= tr T S R = T· S R
T
= S R ·T
~ ~
~a ⊗ b ~v = b · ~v ~a
α~a + β~b ⊗ ~c = α (~a ⊗ ~c) + β ~b ⊗ ~c
~a ⊗ α~b + β~c = α ~a ⊗ ~b + β (~a ⊗ ~c)
~a ⊗ ~b = ~ei · ~a ⊗ ~b ~ej = ~ei · (ak~ek ⊗ bm~em ) ~ej
ij
= ak bm~ei · (~ek ⊗ ~em ) ~ej = ak bm~ei · (~em · ~ej ) ~ek
= ak bm (~em · ~ej ) (~ei · ~ek ) = ai bj
tr ~a ⊗ b ~ ~
= ~a · b
T
~
~a ⊗ b ~
= b ⊗ ~a
~a ⊗ ~b
= ||~a||||~b||
~a ⊗ ~b ~c ⊗ d~ = ~b · ~c ~a ⊗ d~
T ~a ⊗ ~b = T~a ⊗ ~b
T
~a ⊗ ~b T = ~a ⊗ T b ~
(~ei ⊗ ~ej ) · (~ek ⊗ ~em ) = ~ek · (~ei ⊗ ~ej ) ~em = (~ei · ~ek ) (~ej · ~em ) = δik δjm
mostrando que os noves tensores (~ei ⊗ ~ej ) são mutuamente ortonormais e,
portanto, linearmente independentes. Os nove tensores formam, então, uma
base ortonormal do espaço L e podemos escrever qualquer tensor T ∈ L como
combinação linear dos tensores da base:
~a ⊗ ~b ⊗ ~c ~v = (~c · ~v ) ~a ⊗ ~b
onde ~a ⊗ ~b ⊗ ~c é um tensor de terceira ordem. Análogamente, um tensor
onde os 27 produtos tensoriais (~ei ⊗ ~ej ⊗ ~ek ) formam uma base do espaço de
tensores de terceira ordem.
T ~u × T~v · T w~
detT =
~u × ~v · w
~
tomando-se ~u = ~e1 , ~v = ~e2 e w
~ = ~e3 , obtem-se:
~u × ~v · w
~ = ~e1 × ~e2 · ~e3 = 1
e,
T~e1 × T~e2 · T~e3 = (Tij δ1j ~ei ) × (Tkl δ2l~ek ) · (Tmn δ3n~em )
= (Ti1~ei ) × (Tk2~ek ) · (Tm3~em )
= εikm Ti1 Tk2 Tm3
Portanto,
18 Capı́tulo 1. Álgebra de Vetores e Tensores
1
detT = εijk εmnp Tim Tjn Tkp
6
Vamos introduzir agora o tensor C cofator do tensor T cof T , cujos
componentes Cip são os cofatores dos respectivos componentes Tip do tensor
T [2],
1
C = Cip~ei ⊗ ~ep = εijk εpqr Tjq Tkr ~ei ⊗ ~ep
2
1 1
detT = ε ε T T T
6 ijk pqr ip jq kr
= T 1ε ε T T
3 ip 2 ijk pqr jq kr
= 1
T C
3 ip ip
T T
1 1 1
= 3
T ·C = 3
tr(T C ) = 3
tr(C T)
T T
tr IdetT = detT tr I = 3detT = tr T C = tr C T
T
onde o tensor C é chamado de tensor adjunto do tensor T adjT . Esse
tensor tem a propriedade fundamental expressa pelas igualdades [2]:
1 1
Cip Tmp = εijk εpqr Tmp Tjq Tkr = εmjk εijk detT = δmi detT
2 2
donde,
1.12. Autovetores e Autovalores de Tensores 19
T T
C T = T C = IdetT
−1
Multiplicando-se este resultado por detT ,
−1 T
T detT C =I
ou,
T
−1 C
T =
detT
mostrando que as relações de inversibilidade e não-singularidade são equiva-
lentes.
Das propriedades do detT e deste último resultado:
3 3
T
det T C = det IdetT = detT detI = detT
ou ainda,
3
detT detC T = detT
T 2
detC = detT
T~v = λ~v
T − λI ~v = 0
ou em notação indicial,
Tij (~ei ⊗ ~ej ) vk~ek − λδij (~ei ⊗ ~ej ) vk~ek = (Tij − λδij ) vj ~ei = 0
(Tij − λδij ) vj = 0
det T − λI = 0
λ3 − IT λ2 + IIT λ − IIIT = 0
IT = trT
2 2 −1 T
1
IIT = 2 trT − trT = detT trT = trC
III = detT = 1 tr3 T − 3trT 2 trT + 2trT 3
T 6
2
T ~v = T T~v = T λ~v = λT~v = λ2~v
3 2
T ~v = T T ~v = T (λ2~v ) = λ2 T~v = λ3~v
.. .. .. .. .
. = . = . = . = ..
n n−1
T ~v = T T ~v = T (λn−1~v ) = λn−1 T~v = λn~v
portanto,
n
T ~v = λn~v
3 2
T − IT T + IIT T − IIIT I = 0
2
f T = A 2 T + A1 T + A 0 I
Portanto,
destesdois resultados vemos que o tensor P é não negativo e
T
simétrico P = P . Além destas propriedades, podemos mostrar que o
tensor projeção ortogonal é idempotente :
2
P ~r = P P ~r = P ~r 0 = ~r 0 = P ~r ∀ ~r ∈ V
2 2
I −P = I −P I −P = I − 2P + P = I − P
e,
2
I −P P =P I −P =P −P =P −P =0
donde,
T
P ~r · I − P ~r1 = ~r · P I − P ~r1 = ~r · P I − P ~r1 = 0 ∀ ~r, ~r1 ∈ V
Q~u · Q~v = ~u · ~v
Da equação acima,
T
Q Q~u · ~v = ~u · ~v
T
Q Q~u − ~u · ~v = 0
T T
Q Q=QQ =I
2 T
detQ = detQdetQ = detQ detQ
T
= det Q Q = detI
donde,
detQ = ±1
−1 T
Q =Q
Vamos aplicar, agora, o tensor ortogonal Q detQ = 1 aos elementos da
base cartesiana ~ei . Este tensor transforma a base ~ei numa nova base ~ei∗ , tal
que:
~ei∗ = Q~ei
−1 −1
Q ~ei∗ = Q Q~ei = ~ei
−1 T
e como Q = Q , obtemos a transformação inversa:
T
~ei = Q ~ei∗
donde,
~ei∗ · ~ek = ~ek · ~ei∗ = Qij ~ej · ~ek = Qij δjk = Qik
h i cos θ −sen θ 0
Q = sen θ cos θ 0
ij
0 0 ±1
ou seja,
No caso tensorial,
ou seja,
Tij0 ~ei∗ ⊗ ~ej∗ · (~ek∗ ⊗ ~el∗ ) = Tij (~ei ⊗ ~ej ) · (~ek∗ ⊗ ~el∗ )
~v ∗ = Q~v
ou em notação indicial,
∗
∗ ∗
∗T ~v = ~u
T Q ~v = Q T~v
∗ T T
T Q Q ~v = Q T Q ~v
∗ T
T =QT Q
Como no caso dos vetores rodados, pode-se mostrar que os tensores ro-
dados têm, em relação a bases igualmente rodadas, os mesmos componentes
que os tensores primitivos em relação as bases primitivas,
1.14. Tensores Ortogonais 27
∗ ∗ T
Tij∗ = T · ~ei∗ ⊗ ~ej∗ = ~ei∗ · T ~ej∗
= Q~ei · Q T Q Q~ej
T
= Q~ei · Q T~ej = Q Q~ei · T~ej = ~ei · T~ej
= T · (~ei ⊗ ~ei ) = Tij
Portanto,
∗
T = Tij∗~ei∗ ⊗ ~ej∗ = Tij ~ei∗ ⊗ ~ej∗
~v ∗ = Q~v
∗ T
T =QT Q
T ∗ ∗ ∗
Q T1 + T2 + ··· + Tm Q = T1 + T2 + ··· + Tm
Produto de Tensores
T ∗ ∗ ∗
Q T 1T 2 . . . T m Q = T 1 T 2 . . . T m
m ∗ m
m T T
QT Q = QT Q = T
Polinômio de Tensores
T ∗
T
∗
f T = Qf T Q = f Q T Q =f T
Produto Interno
" T #
∗ ∗ TT T
T · T = tr QT Q QT Q = tr T T =T ·T
Traço
∗ T T
trT = tr Q T Q = tr Q Q T = trT
Determinante
∗ T T
det T = det Q T Q = det Q Q det T = det T
Autovalores
T ∗
T~v = Q T Q~v = λ~v
∗
T ~v ∗ = λQ~v = λ~v ∗
A~v = ~a × ~v
1.15. Tensor Anti-Simétrico 29
Aik vk = εijk aj vk
Aik = εijk aj
h i 0 −a3 a2
A = a3 0 −a1
ij
−a2 a1 0
1 1
am = εkim Aik = εmki Aik
2 2
ou ainda,
a1 = 12 (A32 − A23 )
a2 = 12 (A13 − A31 )
a3 = 12 (A21 − A12 )
3 2
A − IA A + IIA A − IIIA I = 0
IA = trA = 0
2 2 2
IIA = 2 trA − trA = − 12 trA
1
III = detA = 0
A
3 1 2
trA λ = λ3 + a21 + a22 + a23 λ = λ3 + ||~a||2 λ = 0
λ −
2
λ1 = i||~a||
λ2 = −i||~a||
λ3 = 0
S~v · ~v = λ(~v · ~v )
T
~v · S ~v = λ(~v · ~v )
T
S~v · ~u = ~v · S ~u = ω~v · ~u
T
~v · S ~u = S~v · ~u = λ~v · ~u
donde:
(λ − ω)(~v · ~u) = 0
0 λ 1 0 0
Sij ij = 0 λ2 0
0 0 λ3
O conjunto dos autoversores ~vi pode ser considerado como sendo uma
base rodada em relação a base cartesiana ~ei , tal que:
~vi = Q~ei
32 Capı́tulo 1. Álgebra de Vetores e Tensores
T
~vj · S~vi = S ~vj · ~vi = λi~vj · ~vi
T T
S Q~ej · Q~ei = Q S Q~ej · ~ei = λi Q Q~ej · ~ei
D~ej · ~ei = Dkl (~ek ⊗ ~el ) ~ej · ~ei = λi (~ek ⊗ ~el ) ~ej · ~ei
Dkl δki δlj = λi δki δlj
T
donde podemos concluir que os componentes do tensor D = Q S Q são
representados por uma matriz diagonal, cujos elementos da diagonal principal
são os autovalores λi .
Conforme já haviamos visto, o tensor S admite a seguinte representação:
S = Sij (~ei ⊗ ~ej ) = Sij0 (~vi ⊗ ~vj ) = λi δij (~vi ⊗ ~vj ) (sem soma em i)
ou ainda,
~u = Q~e1 ; ~v = Q~e2 ; w
~ = Q~e3
Portanto,
uk~ek = Qkl (~ek ⊗ ~el ) ~e1 = Qk1~ek
vk~ek = Qkl (~ek ⊗ ~el ) ~e2 = Qk2~ek
wk~ek = Qkl (~ek ⊗ ~el ) ~e3 = Qk3~ek
h i u1 v1 w1
Q = u2 v2 w2
ij
u3 v3 w3
~u · T ~u ≥ 0, ∀~u ∈ V
e definido positivo caso,
~u · T ~u > 0, ∀ (~u 6= 0) ∈ V
T T
Vamos mostrar agora que os tensores T T e T T são tensores simétricos,
T T
T T T T
T T =T T =T T
T T
T T T T
T T = T T =T T
e semi–definidos positivos:
T
~u · T T ~u = T ~u · T ~u ≥ 0
T T T
~u · T T ~u = T ~u · T ~u ≥ 0
T
Caso o tensor T seja inversı́vel, então T ~u e T ~u são vetores não nulos se
T T
~u 6= 0. Assim, tanto T T como T T são tensores definidos positivos [2].
Sendo S um tensor simétrico cujos autovalores são λi e os autoversores
associados são ~vi , então:
−1
S = λ−1 v1 ⊗ ~v1 ) + λ−1
1 (~ v2 ⊗ ~v2 ) + λ−1
2 (~ v3 ⊗ ~v3 )
3 (~
T T T
S 1S 2 = S 2 S 1 = S 2S 1 = S 1S 2
Estes dois tensores que comutam entre si, S 1 e S 2 , podem ser simultane-
amente diagonalizados pelo mesmo tensor Q:
S 1S 2 = S 2S 1
T T
Q S 1S 2Q = Q S 2S 1Q
T T T T
Q S 1Q Q S 2Q = Q S 2Q Q S 1Q
∗ ∗ ∗ ∗
S1 S2 = S2 S1
∗ T ∗ T
onde, S 1 = QS 1 Q e S 2 = QS 2 Q .
O fato de dois tensores simétricos comutáveis serem simultaneamente
diagonalizáveis, por um mesmo tensor ortogonal, significa que ambos têm os
mesmos autovalores [2].
T =QU =V Q
T T ∗
U = Q QU = Q V Q = V
T T ∗
V = V QQ = Q U Q = U
T
V ~v = Q U Q ~v = λ~v
T T
U Q ~v = λQ ~v
U~u = λ~u
3
X 3
X X3
T =QU =Q λi (~ui ⊗ ~ui ) = λi Q~ui ⊗ ~ui = λi (~vi ⊗ ~ui )
i=1 i=1 i=1
36 Capı́tulo 1. Álgebra de Vetores e Tensores
−1 −1 −1 T
T = QU = U Q
P3 T P3
−1 −1
= ui ⊗ ~ui ) Q
i=1 λi (~ = ui ⊗ ~vi )
i=1 λi (~
T T T T 2
C=T T = QU QU =U Q QU =U
T T T T 2
B = T T = V Q V Q = V QQ V = V
T =RU =V R
S T = E T + DT
onde,
1
ET = trT I
3
1 T 1
DT = S T − E T = T +T − trT I
2 3
1 T 1
tr DT = tr S T − tr E T = tr T + T − trT trI = 0
2 3
e o tensor deviante é caracterizado por ser um tensor simétrico de traço nulo.
Podemos, ainda, relacionarmos os autovalores dos tensores DT e S T :
ST m
~ = E T + DT m~ = λS m
~
DT m ~ − E Tm
~ = hλS m ~ i = λ
h Dm
~ i
1
~ = λS − 3 tr T m
DT m ~ = λS − 13 tr S T m
~
y = ϕ(x) = y0 + T (x − x0 ), ∀x0 , x ∈ DE , y0 ∈ E, T ∈ L
−1
x = ϕ−1 (y) = x0 + T (y − y0 )
y = y0 + Q(x − x0 )
y − y0 = x − x0
1.19. Funções Tensoriais 39
ou seja,
∗ ∗
H =F∗ T =F T
Então transformações ortogonais do argumento e do valor não alteram a
função quando ela é isotrópica. Isto quer dizer que uma função é isotrópica
quando a relação que liga o argumento rodado com o valor rodado é a mesma
que liga o argumento primitivo com o valor primitivo.
Um exemplo importante de função tensorial isotrópica é a série de po-
P∞ k
tências tensorial k=0 c k T . Segundo o critério da razão de D’Alembert,
se todas as raı́zes caracterı́sticas λ de T situam-se no interior do cı́rculo de
convergência da série de potências escalar associada
∞
X
F (λ) = c k λk
k=0
isto é, se
ck
|λ| < lim
k→∞ ck+1
P
a série tensorial convergirá para a função H = F T = ∞ k
k=0 ck λ .
As seguintes séries tensoriais são exemplos de séries com raio de con-
vergência infinito e que convergem para quaisquer tensores T :
2
T T
exp T = I+ + + ···
1! 2!
3 5 2k+1
T T k T
sen T = T− + − · · · + (−1)
3! 5! (2k + 1)!
2 4 2k
T T T
cos T = I− + − · · · + (−1)k
2! 4! (2k)!
40 Capı́tulo 1. Álgebra de Vetores e Tensores
L αR + βT = αL R + βL T , ∀ R, T ∈ L, α, β ∈ R
L αT 1 + R, βT 2 = αL T 1 , R + βL T 2 , R
L αT 1 , βT 2 + R = αL T 1 , R + βL T 2 , R
L(~u, w)
~ = ~u · T w~ = ui~ei · Tkl (~ek ⊗ ~el ) wj ~ej
= Tkl ui wj δlj δik = Tij ui wj
L(~u, w)
~ = Tij ui wj = constante
e a superfı́cie tensorial
L T , R = Cijkl Tij Rkl
H=C T
Hij (~ei ⊗ ~ej ) = Cijkl (~ei ⊗ ~ej ⊗ ~ek ⊗ ~el ) Tmn (~em ⊗ ~en )
= Cijkl Tmn δkm δln (~ei ⊗ ~ej )
= Cijkl Tkl (~ei ⊗ ~ej )
T
T ·C R=R·C T
T
T · Cmnop (~em ⊗ ~en ⊗ ~eo ⊗ ~ep ) R = R · Cmnop (~em ⊗ ~en ⊗ ~eo ⊗ ~ep ) T
T
Cmnop Tkl Rij δoi δkj δkm δln = Cmnop Tkl Rij δok δpl δim δjn
T
Cklij Tkl Rij = Cijkl Tkl Rij
T
Cklij = Cijkl
L(~v ) = ~l · ~v ∀ ~v ∈ V
T T
L T = L · T = tr L T = tr T L
p
||x − y|| = (y − x)2 x, y ∈ E
no espaço euclidiano E,
p
||~v || = (~v · ~v ) ~v ∈ V
no espaço vetorial V e
s
p T
T
= T · T = tr T T T ∈L
no espaço tensorial L.
No cálculo escalar das funções f : DR → R definidas por y = f (x), a deri-
vada f 0 (x) é uma função linear f 0 : R → R que representa uma aproximação
linear da variação de y com x no ponto x. Analogamente, no cálculo tensori-
al, a função não-linear F : DX → Y é linearizada pela função F 0 : DX → Y ,
que é chamada de derivada de F [2].
Dizemos que uma função F : DX → Y é diferenciável num ponto de
DX quando existe a função linear ∇F. Essa função, quando existe, é única.
Quando F é diferenciável em todos os pontos de DX e a função gradiente é
contı́nu em DX , dizemos que a função F é de classe C 1 (ou suave) em DX .
Quando a função F é de classe C 1 e seu gradiente é suave em DX , dizemos
que F é de classe C 2 . No caso geral, dizemos que a função F é de classe
C N e seu gradiente ∇N −1 F é suave. A função F é analı́tica em DX quando
ela pode ser representada por uma série de potências na vizinhança de cada
ponto de DX . Uma função analı́tica é de classe C ∞ [2].
f 0 (ϕ, ψ) = f 0 (ϕ)ψ
que define o vetor (ou tensor) único ∇f (ϕ) chamado de gradiente do campo
escalar no ponto ϕ. As derivadas parciais deste campo são definidas por:
∂f
f 0 (ϕ, ~ei ) = f 0 (ϕ)~ei = = ∇f (ϕ) · ~ei
∂xi
ou para ϕ ∈ L,
∂f
f 0 (ϕ, ~ei ⊗ ~ej ) = f 0 (ϕ)~ei ⊗ ~ej = = ∇f (ϕ) · ~ei ⊗ ~ej
∂ϕij
ou ainda,
" T #
∂ k 1 k k
dφ = tr trT C = lim tr T + hC − trT
h→0 h
∂T
k
Desenvolvendo o termo T + hC pela forma do binômio obtemos:
k k k−1 1 2 k−2 2
k
k
tr T + hC = tr T + hkT C + h k(k − 1)T C + · · · + h C
2
k k−1
= trT + hk tr T C + O(h2 )
• • • •
• •
RT = (Rik Tkl ) (~ei ⊗ ~el ) = Rik Tkl + Rik T kl (~ei ⊗ ~el ) =R T + R T
• •
T
• • T
T = (Tij ~ei ⊗ ~ej ) =T ij ~ej ⊗ ~ei =T
m •
m • X k−1 m−k
T = T T T
k=1
•
−1 • −1 −1
T = −T T T
dφ = F 0 (ϕ, ψ) = ∇F (ϕ)ψ
dHij = F 0 (x, ~u) · ~ei ⊗ ~ej = ~ei · F 0 (x, ~u)~ej = ~ei · [∇F (x)~u] ~ej
Finalizando, consideremos
o caso do gradiente de uma função de valor
e argumento tensor H = F T . O gradiente é definido pela expressão do
diferencial total
dH = F 0 T , C = ∇F T C
onde ∇F T é um tensor de quarta ordem. Os componentes do diferencial
total são dados por:
F 0 T , C · (~ei ⊗ ~ej ) = ∇F T C · (~ei ⊗ ~ej )
e para Fj = uj
I Z
~u ⊗ ~n ds = ∇~u dv
∂R R
q j = q j (zk )
∂zj
~gk = ~ej
∂q k
∂q k ∂zj ∂q k
~e j = ~gk
∂zi ∂q k ∂zi
∂q k
δij ~ej = ~gk
∂zi
∂q k
~ei = ~gk
∂zi
Portanto, ~gk forma uma nova base do espaço vetorial V e será referida como
a base natural do sistema de coordenadas curvilı́neas.
As condições de ortogonalidade dos elementos da base natural é dada por,
~u = ui~ei = u<j>~g<j>
ou seja,
u<j> ∂zk
ui~ei · ~em = √ ~ej · ~em
GJJ ∂q j
u<j> ∂zk
ui δim = √ δkm
GJJ ∂q j
u<j> ∂zm
um = √
GJJ ∂q j
ou seja,
∂q i
~g i = ∇q i = ~em
∂zm
donde,
~u = ui~gi
~u = ui~g i
portanto,
ui Gki − uk ~g k = 0
56 Capı́tulo 1. Álgebra de Vetores e Tensores
uk = Gki ui
e de maneira análoga,
uj = Gji ui
onde,
p
u<i> = ui GII
e analogamente,
ui
u<i> = √
GII
T = T ij ~gi ⊗ ~gj
T = Tij ~g i ⊗ ~g j
T = Tji~gi ⊗ ~g j
εijk
= p ~gi ⊗ ~gj ⊗ ~gk = ijk~gi ⊗ ~gj ⊗ ~gk
|G|
ou ainda,
p
= |G|εijk~g i ⊗ ~g j ⊗ ~g k = ijk~g i ⊗ ~g j ⊗ ~g k
∂q j ∂q k
~g j × ~g k = ~em × ~en
∂zm ∂zn
∂q j ∂q k
= εmnp ~ep
∂zm ∂zn
εijk ∂zp
= p ~ep
|G| ∂q i
= ijk~gi
∂φ
∇φ = ~ei
∂zi
∂φ ∂q k
= ~gk
∂zi ∂zi
∂φ ∂q j ∂q k
= ~gk
∂q j ∂zi ∂zi
∂φ jk
= G ~gk
∂q j
∂φ j
= ~g
∂q j
1 ∂φ
= √ ~g<j>
GJJ ∂q j
Em se tratando de um vetor ~v
∂~v ∂~v ∂q j
∇ ⊗ ~v = ⊗ ~ei = j ⊗ ~ei
∂zi ∂q ∂zi
onde,
∂ 2 zl
∂~gk ∂ ∂~p
j
= j = ~el
∂q ∂q ∂q k ∂q j ∂q k
∂q m
~el = ~gm
∂zl
∂~gk ∂ 2 zl ∂q m
= ~gm = Γm
jk~
gm
∂q j ∂q j ∂q k ∂zl
∇ · ~v = tr (∇ ⊗ ~v )
= v,jk tr ~gk ⊗ ~g j
= v,jk ~gk · ~g j
k
= v,k
onde a nossa maior dificuldade é a de obtermos uma expressão para ∂~g k /∂q j .
Tomando-se a derivada com relação a q k , da igualdade ~gi · ~g j = δij ,
∂~gi j ∂~g j
· ~
g + ~
g i · =0
∂q k ∂q k
ou ainda,
∂~g j ∂~gi
~gi · k = − k · ~g j
∂q ∂q
~gi · al~g = −Γm
l
ki~gm · ~g j
ai = −Γjki
∂vk p
∇ ⊗ ~v = j
− vp Γjk ~g k ⊗ ~g j
∂q
= vk,j ~g k ⊗ ~g j
∂ j
∇ × ~v = ~g × vk~g k
∂q j
∂
= ~g j × j vk~g k
∂q
= vk,j ~g × ~g k
j
∇ × ~v = (∇~v )
∇ × ~v = (∇~v )
p
|G|εijk ~g i ⊗ ~g j ⊗ ~g k vl,m ~g l ⊗ ~g m
=
p
|G|εijk ~g k · ~g l ~g j · ~g m ~g i
=
p
= |G|εijk Gkl Gjm vl,m~g i
k
= ijk v,m Gjm~g i
62 Capı́tulo 1. Álgebra de Vetores e Tensores
∂T ∂q k
∇⊗T = ⊗ ~ej
∂q k ∂zj
ij
∂~gj ∂q k
∂T ij ∂~gi ij
= ~gi ⊗ ~gj + T ⊗ ~gj + T ⊗ ~gi ⊗ k ⊗ ~ej
∂q k ∂q k ∂q ∂zj
ij
∂q k ∂q m
∂T i rj j ir
= + Γ kr T + Γ kr T ~
g i ⊗ ~
g j ⊗ ~gm
∂q k ∂zj ∂zj
ij
∂T j
= k
+ Γkr T + Γkr T ~gi ⊗ ~gj ⊗ ~g k
i rj ir
∂q
Finalmente,
∂T ∂q k
∇⊗T = ⊗ ~ej
∂q k ∂zj
∂~g i ∂~g j ∂q k
∂Tij i j j i
= ~g ⊗ ~g + Tij k ⊗ ~g + Tij ⊗ ~g ⊗ k ⊗ ~ej
∂q k ∂q ∂q ∂zj
∂q k ∂q m
∂Tij r r i j
= − Γ T
ki rj − Γ T
kj ir ~
g ⊗ ~g ⊗ ~gm
∂q k ∂zj ∂zj
∂Tij
= k
− Γki Trj − Γkj Tir ~g i ⊗ ~g j ⊗ ~g k
r r
∂q
Portanto,
∇ ⊗ T = Tij,k~g i ⊗ ~g j ⊗ ~g k
i...j
i...j ∂Tk...l p...j i i...p j i...j p i...j p
Tk...l,m = m
+ Tk...l Γpm + · · · + Tk...l Γpm − Tp...l Γkm − · · · − Tk...p Γlm
∂q
1.21. Coordenadas Curvilı́neas 63
∇2 φ = ∇ · (∇φ)
1 ∂ p k
= p |G|a
|G| ∂q k
∇ × T = ijk Tk,j
m
~gi ⊗ ~gm
onde,
m ∂Tkm
Tk,j = k
+ Γm r r m
jr Tk − Γjk Tr
∂q
Capı́tulo 2
Cinemática
z = β(X)
65
66 Capı́tulo 2. Cinemática
2.1.2 Deformação
A deformação do corpo C da configuração α até a configuração β é ex-
pressa pela composição ϕ = β ◦ α−1 : α(C) → β(C) e é definida por:
z = ϕ(Z)
A condição para que a função inversa ϕ−1 (z) exista é a de que o Jacobiano
da transformação de coordenadas J = det(∂z/∂Z) não seja nulo.
2.2 Movimento
O movimento de um corpo C é definido por uma famı́lia de suas configu-
rações tendo como parâmetro o tempo t variando num intervalo I ⊂ R e é
definido pela função βt : C × I → Ct , onde Ct é a região do espaço euclidiano
E ocupada por C no tempo t,
z = β(X, t)
z = ϕ(Z, t)
•• d2 d2
z= β(X, t) = 2 ϕ(Z, t)
dt2 dt
2.2. Movimento 67
z = z0 (t) + Q(t)(Z − Z0 )
onde (Z − Z0 ) é o vetor que une os pontos ocupados por duas partı́culas na
configuração de referência e z − z0 (t) o vetor que une os mesmos pontos na
configuração atual. Para Q = I, esta expressão descreve uma translação do
domı́nio DE do espaço euclidiano E [2].
Como este movimento preserva a distância entre pares de partı́culas, po-
demos mostrar que
||z − z0 (t)|| =
Q(t)(Z − Z0 )
= k(Z − Z0 )k
•
!
•• 2
= z0 + W +W (z − z0 )
• • • •T
T T
uma vez que I= QQ =Q Q + Q Q = 0 e mostramos facilmente que:
• • • •T • •T
! ! ! !
2 T T T
W = Q Q Q Q = Q Q −Q Q = − QQ
A~v = ~a × ~v
e esta correspondência biúnivoca entre tensores anti-simétricos e vetores só
existe em três dimensões. Assim, podemos escrever
• •
~ × (z − z0 )
z=z 0 +w
•• •• •
~ ×(z − z0 ) + w
z =z 0 + w ~ × [w
~ × (z − z0 )]
z ∗ = c(t) + Q(t)z
2.4. Descrições Referencial e Espacial 69
t∗ = t − α
onde α é um numéro real arbitrário, o ponto c(t) = z0∗ − Q(t)z0 que depende
da mudança dos eixos de referência e da escolha da origem, enquanto que
Q(t) é determinado únicamente pela mudança do sistema de eixos.
Nós dizemos, portanto, que uma quantidade é indiferente a uma mudança
de referencial se ela permanece inalterada ou invariante a todas as mudanças
de referencial. As transformações de semelhança ortogonal, transformam
vetores e tensores que são independentes do sistema de referência em vetores
e tensores invariantes a uma mudança de referencial.
Escalares, vetores e tensores que são independentes do sistema de re-
ferência se transformam de acordo com as relações:
∗ T
α∗ = α; ~v ∗ = Q~v ; T = Q T Q
Vemos que as transformações induzidas por mudanças de referencial são
transformações de semelhana ortogonal. São chamadas de referencialmen-
te indiferentes, ou objetivas, todas as grandezas que se transformam des-
ta maneira. As grandezas, ou funções, objetivas colocam-se em classes de
equivalência referencial e além de serem referencialmente indiferentes, são
também chamadas de referencialmente equivalentes [2].
Distâncias, ângulos e propriedades fı́sicas dos materiais são exemplos de
grandezas objetivas. Por outro lado, a velocidade e a aceleração são exemplos
de grandezas que não são objetivas.
vetores ligados à uma mesma origem e projetados nos mesmos eixos. Caso
contrário, deverı́amos escolher duas bases cartesianas diferentes, uma para
assinalar os pontos Z da configuração de referência e outra para os pontos z
da configuração atual.
dzi
= vi
dt
sujeitas a condição z = z0 em t = 0.
dzi
= vi
dα
dz dzi
× ~v = εijk vj ~ek = 0
dα dα
~ t) = ϕ(Z, t) + ∂ϕ dZ
ϕ(Z + dZ, ~ 2)
~ + O(dZ
∂Z
iremos desprezar os termos de segunda ordem e superiores. Portanto,
~ = ∂ϕ dZ
dz ~ = ϕ(Z + dZ,
~ t) − ϕ(Z, t)
∂Z
~ representa o vetor infenitesimal de deslocamento na configuração
onde dz
atual. O gradiente de deformação será definido como sendo o tensor F ,
∂ϕ(Z, t) ∂z
F = = = ∇R z
∂Z ∂Z
Em relação a uma base cartesiana retangular,
∂zi
F = Fij ~ei ⊗ ~ej = ~ei ⊗ ~ej
∂Zj
Sabemos que a condição para que o tensor inverso exista é
∂zi
J = det F = det 6= 0
∂Zj
onde J é o Jacobiano da transformação de coordenadas.
−1
Da equação F F = I,
∂zi
(~ei ⊗ ~ej ) Fkl−1 (~ek ⊗ ~el ) = δil (~ei ⊗ ~el )
∂Zj
∂zi −1
F (~ei ⊗ ~el ) = δil (~ei ⊗ ~el )
∂Zk kl
∂Zk
Fkl−1 (~ei ⊗ ~el ) = (~ei ⊗ ~el )
∂zl
2.6. Gradiente de Deformação 73
e
∂
∇·F = (Fij ~ei ⊗ ~ej ) ~ek
∂zk
∂ ∂zi
= ~ei
∂zk ∂Zk
∂ ∂zi
= ~ei
∂Zk ∂zk
= ~0
Usando-se a relação derivada anteriormente no ı́tem 1.20.1 do capı́tulo 1,
∂ ∂ −1
det F = det F tr F F
∂Z ∂Z
ou em componentes,
∂ 2 zj ∂Zk
∂J ∂ ∂zj ∂Zk
=J =J
∂Zi ∂Zi ∂Zk ∂zj ∂Zi ∂Zk ∂zj
Da mesma forma, mostra-se que:
∂J ∂ ∂zj ∂Zk
=J =0
∂zi ∂Zk ∂zi ∂zj
Pode-se, ainda, relacionar as divergências espacial e referencial de um
campo tensorial e vetorial [2]:
T
−1
∇R · T = J∇ · J T F
∇R · ~u = J∇ · J −1 F ~u
~ × dy
~nda = dx ~
nk~ek (da) = εijk dxi dyj ~ek
∂zi ∂zj
nk da = εijk dXp dYq
∂Zp ∂Zq
−1
nk da = εpqr det F Frk dXp dYq
−1
nk da = det F Frk Nr dA
donde,
−1 T
~nda = J F ~ dA
N
~ · dy
dv = dx ~ × dz ~
= εijk dxi dyj dzk
= εijk Fip Fjq Fkr dXp dYq dZr
= εpqr det F dXp dYq dZr
= JdV
J = det F = 1
donde,
•
• •
F = ∇R z= (∇ z)F
trL = ∇ · ~v = 0
Conforme já visto no capı́tulo 1, sabemos que todo tensor pode ser de-
composto na forma:
1 1
∇~v + ∇T ~v + ∇~v − ∇T ~v
L=D+W =
2 2
2.8. Taxa de Deformação, Elongação e Rotação 77
Além desta decomposição aditiva, vimos que todo tensor T inversı́vel admite
uma decomposição multiplicativa,
T = QU = V Q
F = RU = V R
Escrevendo-se L em termos de R e U ,
•
−1
L = F F
• −1
= RU RU
• •
!
−1 T
= RU +R U U R
• •
−1 T T
= R U U R +RR
•
T
onde R R é um tensor anti-simétrico. Deste resultado podemos obter os
78 Capı́tulo 2. Cinemática
tensores D e W ,
1 T
D = L+L
2
!T
• • • •
1 −1 T T −1 T T
= RU U R +RR + RU U R +RR
2
• • • •
!
1 −1 T T T −1 T
= R U U R + R R + R R +R U U R
2
• •
! •
1 −1 −1 T T
= R U U + U U R + RR
2
| {z }
=0
• •
!
1 −1 −1 T
= R U U +U U R
2
e
1 T
W = L−L
2
• • • •
!
1 −1 T T T −1 T
= R U U R + R R − R R −R U U R
2
" • •
! • • #
1 −1 −1 T T T
= R U U −U U R +R R −RR
2
• • •
!
1 −1 −1 T T
= R U U −U U R +R R
2
z = z0 (t) + F (t)(Z − Z0 )
•
∗ T T
L = QLQ + Q Q
∗ T
D = QDQ
•
∗ T T
W = Q Q + QW Q
∂ρ
+ ∇ · (ρ~v ) = 0
∂t
ou,
dρ
+ ρ∇ · ~v = 0
dt
82 Capı́tulo 2. Cinemática
e
Z Z Z Z
d ∂Φ
Φdv = dv + (Φ~v ) · ~nds + Φ− un ds
dt v− v− ∂t s− ss
onde,
JΦK ≡ Φ+ − Φ−
Z Z Z
∂ρ
dv + ρ~v · ~nds + (ρ~v )− · ~ns ds = 0
v− ∂t s− ss
ou seja,
Z Z Z
∂ρ
(ρ~v )+ − (ρ~v )− · ~ns ds
dv + ρ~v · ~nds =
v + +v − ∂t s+ +s− ss
portanto,
Z Z
(ρ~v )+ − (ρ~v )− · ~ns ds − (ρ+ − ρ− )un ds = 0
ss ss
ou seja,
Z
Jρ(~v · ~ns − un )Kds = 0
ss
que deve ser válida para qualquer região, grande ou pequena, contendo uma
interface de fase. Portanto, o integrando deve ser igual à zero:
Jρ(~v · ~ns − un )K = 0
84 Capı́tulo 2. Cinemática
~v = ~k × ∇ψ
∂ψ 1 ∂ψ
v 2 = 231 1
=p
∂q |G| ∂q 1
Escrevendo-se este resultando em termos da base fı́sica,
p ∂ψ
~v = v<i>~g<i> = i3k GII ~g<i>
∂q j
ou, em termos das componentes,
√
G11 ∂ψ
v<1> = −p
|G| ∂q 2
√
G22 ∂ψ
v<2> =p
|G| ∂q 1
2.10. Função de Fluxo 85
∇ · (~a × ~b) = ~b · ∇ × ~a − ~a · ∇ × ~b
podemos escrever,
Equações de Balanço
87
88 Capı́tulo 3. Equações de Balanço
~ ,
O vetor espacial ~t = ~t(z, ~n) é o vetor tensão tal que ~tdS dá a força dF
exercida sobre um elemento de área dS cuja normal é ~n e aponta na direção
do material que exerce a tensão sobre o elemento de superfı́cie.
As tensões podem ser de dois tipos: tensões normais e cisalhantes. As
tensões normais agem no plano perpendicular ao plano contendo o elemento
de área dS, enquanto que as tensões cisalhantes agem no plano tangente. As
tensões normais podem ser de compressão ou tração.
O vetor tensão apresenta a seguinte decomposição:
~σ = ~n(~n · ~t)
~τ = ~t − ~σ
e que,
~t ∗ = Q~t
3.3. Leis de Euler 89
Portanto,
P~R × P~S = −2~n1 da1 ; P~S × P~Q = −2~n2 da2 ; P~Q × P~R = −2~n3 da3
e que,
~ × QS
QR ~ = 2~nda
~tda = ~t1 (~n · −~n1 ) + ~t2 (~n · −~n2 ) + ~t3 (~n · −~n3 ) da
ou ainda,
T = (Tij ~ei ) ⊗ ~ej = ~aj ⊗ ~ej = ~a1 ⊗ ~e1 + ~a2 ⊗ ~e2 + ~a3 ⊗ ~e3
~t = T ~n
Do teorema da divergência,
Z Z Z Z
∂Tij
∇ · T dv = ~ei dv = (Tij nj ~ei ) ds = T ~n ds
v v ∂zj s s
Portanto,
Z
d~v ~
ρ − ∇ · T − ρf dv = 0
v dt
92 Capı́tulo 3. Equações de Balanço
εijk Tkj = 0
donde,
T
T =T
N −1
X ∂u
= T ds − P dV + dω(A)
A=1
∂ω (A) s,V,ω(A6=B,N )
N
X −1
= T ds − P dV + µ(A) − µ(N ) dω(A)
A=1
Estas equações se aplicam para cada ponto do material, descritos pela equa-
ção de estado. Não é necessário que todas as propriedades sejam uniformes
e nem que o material se encontre em equilı́brio.
Nós vamos basear a nossa discussão sobre a transferência de energia numa
relação fundamental do tipo,
u = u(s, V )
du = T ds − P dV
Q∗e = Qe ; Q∗m = Qm ; h∗ = h
d • •
(E + U ) =Q + W
dt
•
onde E é a energia cinética do corpo, U a sua energia interna, Q o fluxo
•
de calor fornecido ao corpo e W a taxa de variação do trabalho mecânico
(potência) realizada sobre o corpo.
Sejam v e s o volume e a fronteira de uma porção do corpo, ou de um
corpo. O balanço de energia será expresso por:
Z Z Z Z Z
d 1
ρ u + ~v · ~v dv = hds + ρQdv + ~v · T ~n ds + ρ(~v · f~)dv
dt v 2
| {z } |s {z v } |s {z v }
=E+U • •
=Q =W
Levando-se em conta que o tensor tensão deve ser simétrico (segunda lei de
Cauchy do movimento),
∇ · T~v = ~v · ∇ · T + tr T L
Portanto,
hda = −h1 da1 − h2 da2 − h3 da3
Como sabemos que,
dai = (~n · −~ni )da
98 Capı́tulo 3. Equações de Balanço
h = − [h1 (~n · −~n1 ) + h2 (~n · −~n2 ) + h3 (~n · −~n3 )] = − [h1~e1 + h2~e2 + h3~e3 ] · ~n
ou ainda,
donde,
1 d
ρ (~v · ~v ) = ~v · ∇ · T + ~v · ρf~
2 dt
Podemos, então, simplificar ainda mais a equação do balanço de energia,
Z
du
ρ − tr T L + ∇ · ~q − ρQ dv = 0
v dt
Portanto,
du
= tr T D − ∇ · ~q + ρQ
ρ
dt
onde o campo escalar tr T D é chamado de potência de tensão por unidade
de volume.
3.10. Descrição Referencial 99
dρ •
+ ρ∇ · ~v =ρ +ρ∇ · ~v = 0
dt
•
Utilizando-se o resultado, J = J∇ · ~v , obtido no capı́tulo 2, obtem-se
•
•
ρ +ρ J = J ρ +ρ J = 0
• •
J
donde
(ρJ)• = 0
ρR = Jρ
~ dA
T ~nda = T R N
donde,
−1 T
T R = JT F
donde,
T
T T
T RF = T RF
e obtemos assim,
−1
~qR = JF ~q
• •
! !
T T
−1 −1
= J tr F T R =J tr T R F
Finalmente,
•
!
du T
ρR = tr T R F − ∇R · ~qR + ρR Q
dt
S = T + PI
u = u(s, V )
102 Capı́tulo 3. Equações de Balanço
du ds dV
ρ = ρT − ρP
dt dt dt
Da equação da continuidade,
dρ d 1 1 dV
= =− 2 = −ρ∇ · ~v
dt dt V V dt
e, portanto:
du ds
ρ = ρT − P ∇ · ~v
dt dt
Este resultado permite que nós escrevamos a equação de energia na forma,
ds 1 1 ρQ
ρ = tr S D − ∇ · ~q +
dt T T T
ou ainda,
ds 1 ~q 1 ρQ
ρ = tr S D − ∇ · − 2 ~q · ∇T +
dt T T T T
pois,
~q ∂
T −1 qj ~ej · ~ei
∇· =
T ∂zi
−1 ∂qj 1 ∂T
= T + − 2 qj
∂zj T ∂zj
1 1
= ∇ · ~q − 2 ~q · ∇T
T T
Integrando-se a equação da taxa de variação de entropia sobre o volume
v do corpo,
Z Z
ds 1 ~q 1 ρQ
ρ dv = tr S D − ∇ · − 2 ~q · ∇T + dv
v dt v T T T T
Portanto,
Z Z Z Z
d 1 ρQ 1 1
ρs dv = − ~q · ~nds + dv + tr S D − 2 ~q · ∇T dv
dt v s T v T v T T
Esta equação expressa o fato de que a taxa de variação de entropia, as-
sociada a um corpo substantivo, é igual a taxa de transferência de entropia
através da fronteira do corpo mais a taxa de variação gerada em cada ponto
do corpo devido: a transmissão de energia externa e mútua, a dissipação
viscosa e a dissipação térmica [5].
Da termodinâmica, sabemos que a entropia apresenta duas proprieda-
des [4]:
Assim,
dS dSi dSe
= +
dt dt dt
onde o primeiro termo representa a taxa de variação da entropia total, o
segundo termo fornece a taxa de variação da entropia devido a causas internas
e o último termo a taxa de variação em decorrência de interações com a
vizinhança.
Dos resultados obtidos anteriormente,
Z
dS d
= ρs dv
dt dt v
e
Z Z
dSe 1 ρQe
=− ~q · ~nds + dv
dt s T v T
Da segunda lei da termodinâmica, sabemos que a taxa de variação de
entropia interna do sistema deve ser maior ou igual a zero:
dSi
≥0
dt
104 Capı́tulo 3. Equações de Balanço
Caso ela seja igual a zero o processo termodinâmico é dito ser reversı́vel,
enquanto que se ela for positiva o processo é dito ser irreversı́vel [4].
Portanto, da segunda lei da termodinmica:
Z Z Z Z Z
d 1 ρQe ρQm
ρs dv + ~q · ~nds − dv = dv + (ργ)dv ≥ 0
dt v s T v T v T v
dϕ
ρ = ρφ − ∇ · j
dt
T = T (z, t)
z = ϕ(Z, t)
Então ela deve também ser satisfeita para um processo equivalente com res-
peito a um novo sistema de referência, ou seja, a equação constitutiva deve
ser satisfeita para um processo no qual o tensor tensão e o movimento são
dados por:
∗ T
T = Q(t) T Q (t)
z ∗ = c(t) + Q(t)z
t∗ = t − α
onde A e H são tensores inversı́veis e f (A) é uma função tensorial cujo argu-
mento é o tensor A. O tensor de simetria substantiva H pertence ao grupo
unimodular U constituı́do pelos tensores unimodulares tais que | det H| = 1.
Capı́tulo 4
Equações Constitutivas
109
110 Capı́tulo 4. Equações Constitutivas
T
que é válida para qualquer tensor ortogonal Q e em particular para Q = R ,
T
T = T̃ F = RT̃ U R , ∀ U ∈ S+
deixa de ser válida somente para certos tensores ortogonais e passa a ser
válida para todos os tensores ortogonais Q ∈ O. Na relação acima, a primeira
4.2. Substância Elástica Isotrópica 111
Este resultado implica em que T̃ U seja isotrópica e se aplica somente a
uma substância isotrópica.
Da teoria de funções isotrópicas, sabemos que T̃ U admite sempre uma
representação na forma
2
T̃ U = α0 I + α1 U + α2 U
2
T = T̂ B = γ0 I + γ1 B + γ2 B
T 0 = −p0 I
Quando
a configuração de refeência é um estado natural, a função resposta
T̂ B está sujeita à condição:
T̂ I = 0
• ∂λ •
∂λ
λ C = · C = tr C
∂C ∂C
4.3. Restrições Internas 113
• • • •
T T T −1
Por outro lado, C = F F , donde C= F F + F F e como L =F F ,
•
T T T T T T
C= F L F + F L F = F L + L F = 2F D F
•
Então, substituindo-se este resultado na expressão de λ,
∂λ T
tr 2F D F = 0
∂C
ou ainda,
∂λ T
tr F F D = 0, ∀ F ∈ Li , D ∈ S
∂C
Devido à sua própria definição, a restrição interna deve ser mantida por
forças que são independentes do movimento, dela resultam as tensões que
não são descritas por equações constitutivas. Portanto, o princı́pio do deter-
minismo, como enunciado anteriormente, de ve ser modificado supondo-se,
ainda, que a parte da tensão devida à restrição não realiza trabalho. Assim,
o princı́pio é reescrito na forma: a tensão no ponto x e no tempo t é uni-
vocamente determinada pelos valores em (x, t) de campos relacionados com
o movimento restringido do corpo, a menos de um tensor simétrico N , que
não efetua trabalho em qualquer movimento compatı́vel com a restrição [2].
Sendo uma substância elástica, temos que
T = N + T̃ F
• h i
Comparando-se este resultado com λ = tr ∂λ/∂C ,
−1
∂λ −1 T −1 −T −1 −1 T
=C = F F =F F =F F
∂C
T
que substituindo-se em N = α ∂λ/∂C F , resulta em:
−1 −1 T T
N = αF F F F = αI
N = −pI
Para uma substância elástica incompressı́vel e isotrópica, empregando-
se os resultados anteriores, obtemos a seguinte equação constitutiva para o
tensor tensão:
2
T = −pI + γ1 B + γ2 B
~u = z − Z = φ(Z) − Z
H =F −I
z = z0 + F (Z − Z0 ) = z0 + Q (Z − Z0 )
1 T 1 T T 1 T
SH = H +H = Q−I +Q −I = Q+Q −I
2 2 2
e podemos verificar que, para uma deformação rı́gida, o tensor de Green -
St. Venant se anula enquanto que o tensor gradiente do deslocamento não
se anula. Portanto, este último não é utilizado como medida de deformação
finita.
Em se tartando de uma deformação infinitesimal rı́gida e para F = R
1 T 1 T
E = F F − I = R R − I = 0
2 2
F = I + H = I + O 2
J = det F = det I + H = I + trH + +O 2 = I + O ()
Portanto,
T h i T
T h i
T RF = T R I + O () = T R F = T R I + O ()
4.4. Elasticidade Linear e Infinitesimal 117
T h i
T = J−1 T R F = T R I + O ()
d~v
ρR = ∇R · T R + ρR f~
dt
Da expressão do deslocamento temos que z = ~u + Z, donde
dz d~u
~v = =
dt dt
e podemos reescrever a equação do movimento em função do deslocamento
infinitesimal
d2~u
ρR = ∇R · T R + ρR f~
dt2
onde d2~u/dt2 é a aceleração do movimento representado pela famı́lia de de-
formações infinitesimais e T = T R a menos de um erro O ().
Da equação constitutiva para um corpo isotrópico e no caso de uma de-
formação infinitesimal
2
T = T R = γ0 I + γ1 B + γ2 B
T T
Como B = F F , ou ainda, B = I + H I + H = I + 2S H + O (2 ),
podemos reescrever a equação constitutiva na forma:
2
T R = β0 I + 2β1 S H + β2 S H
T R = −pI + 2µS H
Nestas equações os escalares λ e µ são os módulos de Lamé, sendo µ o
módulo de cisalhamento e
2
λ=k− µ
3
onde k é o módulo de compressão.
Finalizando, obteremos a equação do movimento para um corpo elástico
isotrópico e homogêneo (ρR , λ e µ constantaes). Por conveniência de notação,
omitiremos os subscritos e R,
d2~u
1 T
+ ρf~
ρ 2 = ∇ · λ (∇ · ~u) I + 2µ ∇~u + ∇~u
dt 2
= λ∇ (∇ · ~u) + µ [∇ · ∇~u + ∇ (∇ · ~u)] + ρf~
ou seja,
d2~u
ρ = (λ + µ)∇ (∇ · ~u) + µ∇ · (∇~u) + ρf~
dt2
Deve-se lembrar que a tensão também depende do estado local das va-
riáveis termodinâmicas. Entretanto, vamos supor que os efeitos térmicos
possam ser desconsiderados. Conforme já foi visto, o tensor gradiente de
velocidade L pode ser decomposto como a soma de um tensor simétrico mais
um tensor anti-simétrico,
T = F ~v , D + W
∗ T
D = QDQ
120 Capı́tulo 4. Equações Constitutivas
•
∗ T T
W = QW Q + Q Q
Substituindo-se esses resultados na equação constitutiva,
• •
!
∗ • T T T
T =F c + Q z + Q~v , Q D Q + Q W Q + Q Q
donde,
T =G D
T = −αI
No caso de um fluido compressı́vel em repouso, a constante α deve ser iden-
tificada como a pressão termodinâmica P .
4.5. Dinâmica dos Fluidos 121
onde fi são funções dos invariantes principais ID , IID e IIID do tensor taxa
de deformação D,
ID = trD = ∇· ~v
2
2
1
IID = 2 trD − trD
3 2
3
1
IIID = det D = 6 trD − 3 trD trD + 2trD
T = −P I + f0 I + f1 D
f0 = λtrD e f1 = β
Portanto,
T = −P I + λtrD I + βD
T = −P I + S
A maioria dos fluidos comuns tais como a água, o ar, a gasolina, os óleos
minerais e vegetais têm comportamento muito próximo ao newtoniano sob
condições normais. Ao considerarmos a deformação de dois fluidos new-
tonianos diferentes, sabe-se que eles irão deformar-se à taxas distintas de
deformação sob a ação da mesma tensão de cisalhamento. Quanto mais um
fluido é viscoso, maior é a sua resistência à deformação [9].
Entretanto, o movimento de certos fluidos tais como certas emulsões,
polı́meros fundidos e em solução, colas, resinas, sangue, etc, apresenta pecu-
liaridades que não podem ser descritas por uma equação constitutiva linear
como a dos fluidos newtonianos.
Da decomposição deviante, vista no capı́tulo 1, podemos escrever a equa-
ção constitutiva de um fluido newtoniano em função dos tensores devian-
tes [4]:
2
T = (p − P )I + λ + µ trD I + 2µD 0
0
3
onde introduzimos os tensores deviantes:
1
T0=T− trT I
3
1
D0 = D− trD I
3
e definimos a pressão média p como sendo dada por,
1 1
p ≡ − trT = − (σ11 + σ22 + σ33 )
3 3
Como o traço de um tensor deviante é nulo, trT 0 = trD 0 = 0,
2
(p − P ) + λ + µ trD = 0
3
ou ainda,
2 2 1 dρ
P = p + λ + µ trD = p − λ + µ
3 3 ρ dt
onde o coeficiente λ + 32 µ é conhecido como sendo a viscosidade de volu-
ou
2
λ+ µ =0
3
T = −pI + 2µD
σxx = σyy = −p
e
dvx
τxy = τyx = µ
dy
T = −pI + 2µ(IID )D
λ3 − ID λ2 + IID λ − IIID = 0
λ3 + IID λ = 0
λ1 = 0
r
1 2
λ2 = −λ3 = trD
2
onde este invariante representa uma quantidade fı́sica importante que é a
intensidade da taxa de deformação [4].
Vamos considerar então que µ seja somente função desta quantidade [5],
T = −pI + 2µ(ξ)D
onde,
r q
1 2 2
ξ=2 trD = 2trD
2
Comumente µ(ξ) é chamada de viscosidade aparente e da desigualdade
de entropia pode-se mostrar que µ(ξ) ≥ 0. Com base em observações expe-
rimentais, vamos rejeitar a possibilidade de que µ(ξ) = 0, mesmo no caso
limite onde ξ → 0.
126 Capı́tulo 4. Equações Constitutivas
1
ϕ(τ ) =
µ(ξ)
Por analogia ao que foi desenvolvido no item 4.4.2, temos que no caso
dos fluidos não-newtonianos a relação entre a tensão de cisalhamento e a
deformação pode ser escrita na forma:
dvx
τxy = µ(ξ)
dy
µ(ξ) = mξ n−1
ou
1 1
→0 → m−1/n α → 1/n
µ0 µ0 (τ1/2 )α−1
D = 0 para τ < τ0
Muitos outros modelos são propostos na literatura. O principal inconveni-
ente desses modelos é que eles são de emprego limitado e foram desenvolvidos
para a determinação das tensões de cisalhamento em viscosı́metros para es-
coamentos em regime permanente tais como: no interior de um tubo, entre
cilindros concêntricos e entre um cone e uma placa. Portanto, eles não devem
ser vistos como apropriados para a descrição de escoamentos de um modo
geral.
T = −P I + (λ∇ · ~v )I + 2µD
Assumindo-se que λ e µ não dependem da posição,
∂ ∂vl ∂
∇·T = −P + λ δjk~ej ⊗ ~ek ~ei + 2µ (Dmn~em ⊗ ~en )~ei
∂zi ∂zl ∂zi
∂P ∂ ∂vl ∂
= − ~ek + λ ~ek + 2µ (Dmn )~em
∂zk ∂zk ∂zl ∂zn
= −∇P + λ∇(∇ · ~v ) + 2µ∇ · D
4.5. Dinâmica dos Fluidos 129
Portanto,
d~v
ρ = −∇P + (λ + µ)∇(∇ · ~v ) + µ∇ · (∇~v ) + ρf~
dt
d~v
ρ = −∇P + µ∇ · (∇~v ) + ρf~
dt
ou
∂~v
ρ + (∇~v )~v = −∇P + µ∇ · (∇~v ) + ρf~
∂t
f~ = −∇φ
onde P ≡ p + ρφ.
130 Capı́tulo 4. Equações Constitutivas
então eles devem também satisfazer esta equação para qualquer processo
equivalente descrito com respeito a um outro sistema de referência:
~q∗ = Q(t)~q(z, t)
∗ T
T = Q(t)T (z, t)Q (t)
z ∗ = c∗ (t) + Q(t)ϕ(z, t)
t∗ = t − a
4.6. Transporte de Energia 131
~q∗ = Q~h(T, ∇T )
onde o campo escalar de temperatura é considerado como sendo invariante a
uma mudança de referencial.
Da igualdade:
dV 1 dρ
ρ =− = ∇ · ~v
dt ρ dt
dA ρA
+ ρA ∇ · ~vA = rA
dt
ou ainda,
N
! N
! N
∂ X X X
ρA +∇· ρA~vA = rA
∂t A=1 A=1 A=1
N
1X
onde ~v ≡ ρA~vA é a velocidade média da mistura de N componentes.
ρ A=1
N
P
Da nossa concepção de conservação de massa, vemos que rA = 0 e a
A=1
equação global da continuidade é dada por:
∂ρ
+ ∇ · (ρ~v ) = 0
∂t
que é identica a equação da continuidade obtida para um material constituı́do
de um único componente.
~v˜A = ~vA − ~v
N
P
onde a velocidade média é dada por ~v ≡ ωA~vA .
A=1
Podemos ainda definir a velocidade média em termos da fração molar,
∗
~v˜A = ~vA − ~v ∗
4.7. Transporte de Massa 135
N
onde ~v ∗ ≡
P
xA~vA .
A=1
Vamos introduzir agora a quantidade ~nA ≡ ρA~vA que é definida como
sendo o fluxo de massa da espécie A com relação a um sistema de referência
fixo. Escrita em termos do fluxo de massa, a equação da continuidade da
espécie A toma a seguinte forma:
∂ρA
+ ∇ · (~nA ) = rA
∂t
Esta equação também pode ser escrita em termos do fluxo de massa da espécie
A com respeito à velocidade média:
~jA ≡ ρA (~vA − ~v )
donde,
∂ρA
+ ∇ρA · ~v + ρA ∇ · ~v + ∇ · ~jA = rA
∂t
Escrevendo-se esta equação em termos de ωA :
∂ρ ∂ωA
ωA + ∇ρ · ~v + ρ∇ · ~v +ρ + ∇ωA · ~v + ∇ · ~jA = rA
∂t ∂t
| {z }
=0
ou seja,
dωA
ρ + ∇ · ~jA = rA
dt
Z
dM d
≡ ρ dv = 0
dt dt v
N
P
onde ρ ≡ ρA .
A=1
Nós restringiremos a nossa análise ao caso de um corpo multicomponen-
te, onde as quantidades são contı́nuas e várias vezes diferenciáveis. Ficam
também excluı́das a possibilidade da existência de choques e de descontinui-
dades.
Aplicando-se agora o teorema de transporte,
Z Z
d dρ
ρ dv = + ρ∇ · ~v dv = 0
dt v v dt
Como este resultado é válido para um corpo arbitrário:
dρ
+ ρ∇ · ~v = 0
dt
que é a equação global da continuidade e este resultado confirma a nossa
PN
suposição de que rA = 0.
A=1
Z Z N
Z X
d
ρ~v dv = ~tds + ρA f~A dv
dt v s v A=1
4.7. Transporte de Massa 137
onde f~A denota o vetor força externa por unidade de massa atuando na
espécie A.
Pocedendo de maneira análoga ao capı́tulo 3, obtemos a sua forma dife-
rencial:
N
d~v X
ρ =∇·T + ρA f~A
dt A=1
ou seja,
Z N
! Z N
!
d 1X d 1X
ρ u+ ωA vA2 dV = ρ u+ ωA vA2 dV
dt v 2 A=1 v dt 2 A=1
onde,
N
X N
X
ωA ṽA v = v ωA ṽA
A=1 A=1
XN
= v ωA (vA − v)
A=1
N N
!
X X
= v ωA vA − v ωA =0
A=1 A=1
Portanto,
Z N
! Z N
!
d 1X 2 d 1X 1
ρ u+ ωA vA dv = ρ u+ ωA ṽA2 + ~v · ~v dv
dt v 2 A=1 v dt 2 A=1 2
4.7. Transporte de Massa 139
∂s ∂P ∂s ∂ (µA − µN )
= ; =−
∂V T,ωB ∂T V,ωB ∂ωA T,V,ωB(B6=A,N ) ∂T V,ωB
N
dT X ∂P
ρcV = −∇ · ~q + tr S D + ρA ṽA · f~A + ρQ − T ∇ · ~v
dt A=1
∂T V,ωB
N
" # N
X ∂µA
~
1 d X
+ µA − T ∇ · jA − r A − ρ ωA ṽA2
A=1
∂T V,ωB 2 dt A=1
N −1
ρ du ds P dV 1 X dωA
= ρ − + (µA − µN )
T dt dt T dt T A=1 dt
N
ds P X µA
= ρ − ∇.~v + rA − ∇.~jA
dt T A=1
T
4.7. Transporte de Massa 141
N
ρ du ~q 1 1 1X
~jA · f~A + ρQ
= −∇ · − 2 ~q · ∇T + tr T D +
T dt T T T T A=1 T
N N
X
~jA · dṽA −
X 1 ṽA2
− rA − ∇ · ~jA
A=1
dt A=1
2T
du ds
Escrevendo-se agora em termos de ,
dt dt
N
ds ~q 1 1 1X
~jA · f~A + ρQ
ρ = −∇ · − 2 ~q · ∇T + tr S D +
dt T T T T A=1 T
N N
~jA · dṽA −
X X1 1 2
− µA + ṽA ~
r A − ∇ · jA
A=1
dt A=1
T 2
( " N #)
ds 1 X 1 2 ~ 1 1
ρ = −∇ · ~q − µA + ṽA jA − 2 ~q · ∇T + tr S D
dt T A=1
2 T T
N
µA + 12 ṽA2
ρQ 1 X~ ~ dṽA
+ − jA · T ∇ − fA +
T T A=1 T dt
N
X 1 1 2
− µA + ṽA rA
A=1
T 2
142 Capı́tulo 4. Equações Constitutivas
Z Z " N # Z
d 1 X 1 2 ~ ρQ
ρs dv + ~q − µA + ṽA jA · ~nds − dv =
dt v s T A=1
2 v T
Z (X
N
µA + 12 ṽ 2
Z
1 1 1 ~jA · T ∇
− 2
~
q · ∇T + tr S D dv −
v T T T v A=1
T
X N )
dṽ A 1 1
−f~A + − µA + ṽ 2 rA dv
dt A=1
T 2
1 2
N µ + ṽ
1 1 A 2 A ~
1 X dṽA
− 2 ~q · ∇T + tr S D − ~jA ·
T ∇ − fA +
T T T A=1 T dt
N
X 1 1 2
− µA + ṽA rA ≥ 0
A=1
T 2
∗ T
T = Q(t)T (z, t)Q (t)
~q∗ = Q(t)~q(z, t)
z ∗ = c∗ (t) + Q(t)ϕ(z, t)
e,
t∗ = t − a
N
! #
X 1 2 dṽA
− f~A − ωB f~B +∇ ṽ +
B=1
2 A dt
N
!
X V̄A
e V̄A V = ωA é o volume molar parcial, c a densidade molar e R
A=1
M A
a constante molar do gás.
A forma mais geral de representação polinomial do vetor ~e, que satisfaz
o princı́pio da objetividade material, é dada por [5]:
N
X
~e = α∇ ln T + αA d~A
A=1
N
!#
X
− f~A − ωB f~B
B=1
146 Capı́tulo 4. Equações Constitutivas
onde,
N N
~jAω = c ∂µA
X X
MA MB DAB ωB ∇ωC
RT B=1 C=1
∂ωC T,P,ωD(D6=B,C)
C6=A
4.7. Transporte de Massa 147
N
~jAP c X V̄A 1
= MA MB DAB ωB − ∇P
RT B=1 MA ρ
N
" N
!#
c X X
~jAf = MA MB DAB ωB f~A − ωC f~C
RT B=1 C=1
e
~jAT = −DA
T
∇ ln T
DAA = 0 (A = 1, ..., N )
N
X
T
DA =0
A=1
N
X
(MA MB DAB − MA MC DAC ) = 0
A=1
N
X
d~A = 0
A=1
e
N
X
~jA = 0
A=1
148 Capı́tulo 4. Equações Constitutivas
c2
~jA = −DA
T
∇ ln T + MA MB DAB d~B
ρ
onde nós introduzimos o coeficiente de difusão binária DAB ≡ DAB = DBA .
Das propriedades dos vetores ~jA e d~A sabemos que para uma mistura
binária:
~jA = −~jB ; d~A = −d~B
Portanto,
c2
~jA = −~jB = −DA
T
∇ ln T + MA MB DAB d~A
ρ
ou ainda,
"
c ∂µA
~jA T
= −DA ∇ ln T − MA MB DAB ωA ∇ωB
RT ∂ωB T,P
#
V̄A 1
+ − ∇P − ωB f~A − f~B
MA ρ
que é uma das formas equivalentes da primeira lei de Fick para misturas
binárias.
Da equação da continuidade para a espécie A,
∂ωA
ρ + ∇ωA · ~v = ∇ · ~jA + rA
∂t
substituindo-se o vetor fluxo de massa:
∂ωA 0
ρ + ∇ωA · ~v = ∇ · ρDAB ∇ωA + rA
∂t
0
Assumindo-se que ρ e DAB sejam constantes, da equação global da continui-
dade resulta:
∇ · ~v = 0
e da equação da continuidade para a espécie A,
∂ρA 0
+ ∇ρA · ~v = DAB ∇ · (∇ρA ) + rA
∂t
Dividindo-se esta equação por MA ,
∂cA 0 rA
+ ∇cA · ~v = DAB ∇ · (∇cA ) +
∂t MA
N N T T
X 1 ~ X
~A + x A x B DA D B
x A NB − x B N − ∇ ln T
B=1
cD AB
B=1
DAB ρA ρB
N
! N T T
1 ~ A − xA
X
~B 1 X DA DB
N N + xA xB − ∇ ln T =
cDAm B=1
DAm B=1 ρA ρB
N N T T
X 1 ~ ~
X xA xB DA DB
x A NB − x B N A + − ∇ ln T
B=1
cDAB B=1
DAB ρA ρB
~ A + (1/MA )DT ∇ ln T
N ~ A + (1/MA )DT ∇ ln T
N
A A
=
cDAm cDA1
ou seja,
DAm = DA1
• Para uma solução ideal onde todos os coeficientes binários são os mes-
mos:
DAm = DAB
1 − x1
D1m = N
P
xB /D1B
B=2
152 Capı́tulo 4. Equações Constitutivas
[1] Elon Lages Lima. Espaços Métricos. Projeto Euclides. IMPA, CNPq,
1984.
[7] Aris Rutheford. Vectors, Tensors and Basic Equations of Fluid Mecha-
nics. Prentice-Hall, 1962.
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