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Revisão Penal Especial II - 1a.

Unidade
Prof. José Roberto
(Resumo baseado em Rogério Sanches Cunha)

213 – Estupro

Bem jurídico – liberdade sexual


Sujeito ativo – qualquer pessoa (crime comum)
Sujeito Passivo – qualquer pessoa
Tipo Objetivo – constranger à conjunção carnal ou à prática de outra prática
libidinosa com violência ou grave ameaça
Qualificadoras – lesão grave ou morte. Concurso de pessoas
Consumação – introdução completa ou incompleta do órgão masculino na
vítima ou execução de ato libidinoso
Tentativa - admite-se
Classificação – crime comum, material, de forma livre, comissivo,
instantâneo, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública condicionada à representação

215 – Violação Sexual Mediante Fraude

Bem jurídico – liberdade sexual


Sujeito ativo – qualquer pessoa (crime comum)
Sujeito Passivo – qualquer pessoa a partir de 14 anos; se menor de 14, será
estupro de vulnerável)
Tipo Objetivo – ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso mediante
fraude ou outro meio que impeça a manifestação da vontade. Se dificultar a
resistência física, caracteriza estupro de vulnerável.
Qualificadoras – fim de obter vantagem econômica; se praticado por
ascendente, padrasto, madrasta, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
preceptor ou empregador da vitima, ou se tinha a obrigação de dela cuidar.
Concurso de pessoas
Consumação – introdução completa ou incompleta do órgão masculino na
vagina da vítima ou execução de ato libidinoso
Tentativa - admite-se
Classificação – crime comum, material, de forma vinculada (por meio
fraudulento), comissivo, instantâneo, de dano, unissubjetivo e
plurissubsistente.
Ação Penal – pública condicionada à representação – mas pública
incondicionada, se vitima menor de 18 anos, ou vulnerável.

216-A – Assédio Sexual


Bem Jurídico – liberdade sexual, honra e dignidade sexuais, dignidade das
relaçôes trabalhistas
Sujeito Ativo – superior hierárquico ou ascendente (crime próprio)
Sujeito Passivo – qualquer pessoa em condição subalterna à do sujeito ativo
Tipo Objetivo – constranger alguém para o favorecimento sexual
Qualificadoras – vítima menor de 18 anos; agente é ascendente, padrasto,
madrasta, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou
empregador da vitima, ou se tinha a obrigação de dela cuidar. Concurso de
pessoas
Consumação – com a prática do constrangimento, grave o suficiente para
incutir medo
Tentativa – admite-se
Classificação – crime próprio, formal, comissivo, instantâneo, doloso,
unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública condicionada à representação – mas pública
incondicionada, se vitima menor de 18 anos, ou vulnerável.

217-A – Estupro de Vulnerável

Bem Jurídico – dignidade sexual do vulnerável.


Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – qualquer pessoa menor de 14 anos, ou com enfermidade
mental ou incapacidade de discernimento ou ainda de oferecer resistência.
Tipo Objetivo – conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com o sujeito
passivo.
Qualificadoras – agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vitima, ou se tinha
a obrigação de dela cuidar; lesão corporal grave ou morte. Concurso de
pessoas
Consumação – com a prática do constrangimento
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, material, comissivo, de forma livre,
instantâneo, doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

218 – Uso de menor de 14 para satisfazer a Lascívia de


outrem

Bem Jurídico – dignidade sexual do menor de 14 anos.


Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – qualquer pessoa menor de 14 anos,
Tipo Objetivo – induzir menor de 14 anos a satisfazer...
Qualificadoras – agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vitima, ou se tinha
a obrigação de dela cuidar; concurso de pessoas
Consumação – com a prática do ato que pode levar à satisfação de outrem.
Exige a participação de outrem, que não é punido.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, material, comissivo, de forma livre,
instantâneo, doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

218-A – Satisfação de Lascívia mediante menor de 14 anos

Bem Jurídico – dignidade sexual do menor de 14 anos.


Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – qualquer pessoa menor de 14 anos,
Tipo Objetivo – (i) praticar na presença do menor ato libidinoso; (ii) induzir a
vitima a presenciar ato libidinoso.
Qualificadoras – agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vitima, ou se tinha
a obrigação de dela cuidar. Concurso de pessoas
Consumação – com a prática do ato libidinoso na presença da pessoa
menor de 14 anos, ou com a indução para que esta o presencie.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, material, comissivo, de forma livre,
instantâneo, doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

218-B – Favorecimento de exploração sexual de vulnerável

Bem Jurídico – dignidade sexual do vulnerável


Sujeito Ativo – qualquer pessoa. Pune-se também quem praticar ato
libidinoso com o menor entre 14 e 18 anos. Pune-se ainda o proprietário,
gerente ou responsável pelo local em que se verificam as práticas.
Sujeito Passivo – qualquer vulnerável
Tipo Objetivo – submeter, induzir, atrair a vitima; facilitar a prostituição;
impedir ou dificultar que alguém a abandone.
Qualificadoras – agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vitima, ou se tinha
a obrigação de dela cuidar; concurso de pessoas
Consumação – nas modalidade induzir, submeter facilitar ou atrair – quando
a vitima passa a se prostituir; nas modalidades impedir ou dificultar – quando
a vitima é obstada de deixar a prostituição.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, material, comissivo ou omissivo, de forma
livre, instantâneo, doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

227 – Mediação para servir à Lascívia de Outrem

Bem Jurídico – liberdade sexual da vitima


Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – qualquer pessoa (mas deve ser determinada)
Tipo Objetivo – induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem
Qualificadoras – vítima entre 14 e 18 anos; agente é ascendente,
descendente, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador da vitima, ou se
tinha a obrigação de dela cuidar; com o emprego de violência, grave ameaça,
ou fraude; com o fim de lucro.
Consumação – com a prática do ato que pode levar à satisfação de outrem.
Exige a participação de outrem, que não é punido.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, formal, comissivo, de forma livre, instantâneo,
doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

228 – Favorecimento de Prostituição ou outra forma de


exploração sexual

Bem Jurídico – liberdade sexual da vitima


Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – qualquer pessoa >= 18 anos, capaz mentalmente, com
discernimento para o ato
Tipo Objetivo – induzir, atrair alguém para a prostituição (quando adentra a
prostituição), facilitar a manutenção da prostituição, impedir ou dificultar a
saída de alguém da prostituição.
Qualificadoras – vítima acima de 18 anos; agente é ascendente, padrasto,
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou
empregador da vitima, ou se tinha a obrigação de dela cuidar; com o
emprego de violência, grave ameaça, ou fraude; com o fim de lucro.
Consumação – na modalidade induzir, atrair ou facilitar, quando a vítima
passa a se dedicar à prostituição ou quando é explorada sexualmente. Nas
modalidades impedir ou dificultar, quando se impede a vitima de sair da
prostituição.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, formal, comissivo, de forma livre, instantâneo,
doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

229 – Estabelecimento para Exploração Sexual

Bem Jurídico – dignidade sexual; evitar a exploração sexual da vitima (não


o sexo em si)
Sujeito Ativo – qualquer pessoa (proprietário, locador, gerente)
Sujeito Passivo – qualquer pessoa
Tipo Objetivo – manter, por conta própria ou de terceiros, estabelecimento
em que ocorra exploração sexual.
Qualificadoras –
Consumação – com a manutenção do estabelecimento
Tentativa – não se admite
Classificação – crime comum, formal, comissivo, de forma livre, instantâneo,
habitual, doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

230 – Rufianismo

Bem Jurídico – proteger os que se dedicam ao meretrício


Sujeito Ativo – qualquer pessoa que viva às custas de prostituta
Sujeito Passivo – qualquer pessoa
Tipo Objetivo – tirar proveito da prostituição, ou fazer-se sustentar, no todo
ou em parte, por quem a exerça.
Qualificadoras – vitima entre 14 e 18 anos; se cometido por ascendente,
padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
preceptor ou empregador da vítima, ou por quem dela devia cuidar; mediante
violência ou grave ameaça fraude ou outro meio que dificulte a manifestação
da vontade da vitima.
Consumação – prática reiterada, com habitualidade, com o rufião passando
a participar dos lucros ou se deixando sustentar pela prostituta.
Tentativa – não se admite
Classificação – crime comum, formal, comissivo, de forma livre, instantâneo,
doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

231 – Tráfico Internacional de Pessoa para Exploração Sexual

Bem Jurídico – impedir a exploração sexual


Sujeito Ativo – qualquer pessoa (e tb quem agenciar, comprar, transportar,
alojar a vitima)
Sujeito Passivo – qualquer pessoa
Tipo Objetivo – promover ou facilitar a entrada ou saída de pessoas em
território nacional, visando à exploração sexual
Qualificadoras – vitima menor de 18 anos; se cometido por ascendente,
padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
preceptor ou empregador da vítima, ou por quem dela devia cuidar; mediante
violência ou grave ameaça fraude. Com o fim de obter vantagem econômica.
Consumação – com a saída ou entrada da vitima em território nacional,
sabendo que a finalidade é a prostituição.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, formal, comissivo, de forma livre, instantâneo,
doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

231-A – Tráfico Interno de Pessoa para Exploração Sexual

Análogo ao 231, com a diferença de considerar o tráfico interno ao território


nacional.

235 – Bigamia

Bem Jurídico – o casamento monogâmico e, consequentemente, a


organização da família.
Sujeito Ativo – qualquer pessoa casada que de novo se casa, ou não
casada, que se casa com alguém já casado(a), sabendo deste fato.
Sujeito Passivo – o Estado e, secundariamente, o cônjuge do primeiro
casamento – ou até do segunda, se de boa fé.
Tipo Objetivo – contrair casamento. Casamento será nulo.
Qualificadoras –
Consumação – com o aperfeiçoamento do casamento – concordância dos
noivos.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime próprio, comissivo, instantâneo, doloso,
plurissubjetivo, plurissubsistente
Ação Penal – pública incondicionada

236 – Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de


Impedimento

Bem Jurídico – o casamento e, consequentemente, a organização da


família.
Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – o Estado e, secundariamente, o cônjuge enganado de
boa-fé
Tipo Objetivo – contrair casamento induzindo em erro essencial o outro
contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior.
Casamento será anulável.
Qualificadoras –
Consumação – com o aperfeiçoamento do casamento – concordância dos
noivos.
Tentativa – Não se admite
Classificação – crime comum, material, comissivo, de forma livre,
instantâneo, doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

237 – Conhecimento Prévio de Impedimento

Bem Jurídico – o casamento e a regular organização da família


Sujeito Ativo – qualquer pessoa que contraia casamento conhecendo a
existência de impedimento (absoluto)
Sujeito Passivo – o Estado e, secundariamente, o cônjuge enganado de
boa-fé
Tipo Objetivo – contrair casamento conhecendo a existência de
impedimento que lhe cause a nulidade absoluta. Casamento será nulo.
Qualificadoras –
Consumação – com o aperfeiçoamento do casamento – concordância dos
noivos.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, material, comissivo, de forma livre,
instantâneo, doloso, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

238 – Simulação de Autoridade para Simulação de Casamento

Bem Jurídico – o casamento e a regular organização da família, assim


como a segurança jurídica na celebração da união.
Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – o Estado e, secundariamente, o(s) cônjuge(s) de boa-fé
Tipo Objetivo – atribuir-se falsamente autoridade para celebração de
casamento (casamento será anulável – poderá ser convalidado se registrado
no Registro Civil)
Qualificadoras –
Consumação – com a atribuição da autoridade (não se exige a celebração
do casamento)
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, comissivo, instantâneo, doloso,
plurissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

239 – Simulação de Casamento

Bem Jurídico – o casamento e a regular organização da família


Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – o Estado e, secundariamente, o(s) cônjuge(s) de boa-fé
Tipo Objetivo – simular casamento enganando outra pessoa
Qualificadoras –
Consumação – com a realização da cerimônia fraudulenta
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, comissivo, instantâneo, doloso,
plurissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

241 – Registro de Nascimento Inexistente

Bem Jurídico – o estado de filiação; proteção da fé pública de que são


dotados os documentos inscritos no registro civil
Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – o Estado e, secundariamente, quem figurar como vitima
do falso registro
Tipo Objetivo – promover a inscrição no Registro Civil
Qualificadoras –
Consumação – com a inscrição do nascimento
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum, comissivo, instantâneo, doloso, unissubjetivo
e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

242 – Parto Suposto. Supressão ou Alteração de Direito


Inerente ao Estado Civil do Recém-nascido

Bem Jurídico – o estado de filiação; proteção da fé pública de que são


dotados os documentos inscritos no registro civil
Sujeito Ativo – na primeira figura típica, dar parto alheio como próprio, só a
mãe; nas demais figuras típicas, registrar como seu o filho de outrem, ocultar
recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao
estado civil, qualquer pessoa
Sujeito Passivo – o Estado e, secundariamente, for prejudicado pela figura
delituosa
Tipo Objetivo – dar parto alheio como próprio, registrar como seu o filho de
outrem (adoção à brasileira), ocultar recém-nascido, suprimindo ou alterando
direito inerente ao estado civil e substituir recém-nascido, suprimindo ou
alterando direito inerente ao estado civil.
Privilégio – quando cometido por motivo de reconhecida nobreza, podendo
haver perdão judicial.
Consumação – na modalidade dar parto alheio como próprio, quando a
situação implica em alteração do estado familiar da criança; na modalidade
registrar como seu o filho de outrem, com o registro; nas terceira e quarta
modalidades, com a supressão de direito inerente ao estado civil (se da
ocultação ou supressão não resultou a privação de direito do neonato, será
só tentativa.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum (exceto na primeira modalidade, quando é
crime próprio), material, comissivo, instantâneo, doloso, de forma livre,
unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

243 – Sonegação de Estado de Filiação

Bem Jurídico – a organização da família e o estado de filiação.


Sujeito Ativo – qualquer pessoa – exceto na modalidade de filho próprio.
Sujeito Passivo – o Estado e, secundariamente, a criança.
Tipo Objetivo – deixar em asilo ou outra instituição filho próprio ou alheio,
ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra com o fim de prejudicar direito
inerente ao estado civil.
Privilégio –
Consumação – com o abandono do menor.
Tentativa – admite-se
Classificação – crime comum (exceto na primeira modalidade, quando é
crime próprio), material, comissivo, instantâneo, doloso, de forma livre,
unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

244 – Abandono Material (relaciona-se a $$)

Bem Jurídico – a regular manutenção da família


Sujeito Ativo – aquele que tem a obrigação de prover o sustento da vitima
(que pode ser o cônjuge, descendente ou ascendente)
Sujeito Passivo – o que pode exigir o amparo (cônjuge, filho menor ou
inapto para o trabalho, ou ascendente inválido ou maior de 60 anos e
ascendente ou descendente gravemente enfermo)
Tipo Objetivo – (i) deixar, sem justa causa, de prover a subsistência a
cônjuge, ou de filho menor ou inapto para o trabalho, ou ascendente invalido
ou maior de 60 anos, (ii) faltar ao pagamento de pensão judicialmente fixada
ou (iii) deixar sem justa causa de socorrer descendente ou ascendente
gravemente enfermo. Nesta última modalidade, o amparo pode ser não só
financeiro. Também se enquadra quem deixa o emprego para não pagar
pensão.
Privilégio –
Consumação – no caso (i) acima, quando deixa-se de prover a subsistência
da vitima, podendo fazê-lo; no caso (ii), quando não paga a pensão
alimentícia acordada e, no caso (iii), quando há a omissão de socorro,
geradora do perigo.
Tentativa – não se admite
Classificação – crime próprio, material, omissivo, permanente, doloso, de
forma livre, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

245 – Entrega de Filho a Pessoa Inidônea

Bem Jurídico – formação moral da família


Sujeito Ativo – um dos pais; eventualmente, alguém responsável pela
criança pode ser coautor ou participe.
Sujeito Passivo – o filho menor de 18 anos.
Tipo Objetivo – entregar filho menor a pessoa com a qual saiba (ou deva
presumir) que o filho ficará moral ou materialmente em perigo.
Qualificadora – para obtenção de lucro; se o menor é enviado ao exterior;
Consumação – quando o menor é exposto a algum dano por estar em
companhia da pessoa inidônea (não é necessário que o dano ocorra de fato)
Tentativa – admite-se
Classificação – crime próprio, comissivo, instantâneo, doloso, de forma
livre, unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

246 – Abandono Intelectual

Bem Jurídico – a organização da família, no que tange a formação do filho


em idade escolar.
Sujeito Ativo – um dos pais, convivendo ou não com filho em idade escolar
Sujeito Passivo – o filho em idade escolar – o que, pela LDB, seria dos 6
aos 14 anos
Tipo Objetivo – deixar, sem justa causa, de prover a educação ao filho em
idade escolar. Note-se que, apesar de não se caracterizar o abandono
intelectual quando o filho é educado em casa, o ratio legis é compelir os pais
a providenciar a escolarização dos filhos – até para sua socialização.
Qualificadora – para obtenção de lucro; se o menor é enviado ao exterior;
Consumação – quando o menor fica sem instrução por tempo juridicamente
relevante; note-se que é preciso (i) omissão do pai e/ou da mãe, (ii) o menor
esteja em idade escolar e (iii) ausência de justa causa.
Tentativa – não se admite
Classificação – crime próprio, omissivo, instantâneo, doloso, de forma livre,
unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

246 – Abandono Moral

Bem Jurídico – organização da família, para a formação moral dos filhos.


Sujeito Ativo – os pais ou qualquer outro que exerçam poder, guarda ou
vigilância sobre o menor de 18 anos
Sujeito Passivo – o menor
Tipo Objetivo – (i) permitir que o menor freqüente casa de jogos ou mal
afamada, ou conviva com pessoas de má vida; (ii) permitir que o menor
freqüente ou participe de espetáculo que possa corrompê-lo; (iii) permitir que
o menor resida ou trabalhe em casa de prostituição e (iv) permitir que o
menor mendigue
Qualificadora –
Consumação – quando se permite (ou se concorda) que o menor incorra no
descrito acima, ou quando.
Tentativa – não se admite, exceto quando a permissão for anterior à prática
da conduta.
Classificação – crime próprio, instantâneo, doloso, de forma livre,
unissubjetivo e plurissubsistente.
Ação Penal – pública incondicionada

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