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IRRIGAÇÃO

A irrigação é uma técnica agrícola que consiste na aplicação artificial de água nas
plantas, através de métodos que melhor se adaptem ao solo e à cultura. O objetivo é
proporcionar umidade adequada ao desenvolvimento normal das plantas, suprindo a
falta, a insuficiência ou a má distribuição das chuvas, com o propósito de incrementar a
produção sem o inconveniente de provocar a erosão ou o acúmulo de sais no solo, ou
seja, minimizando impactos ambientais adversos.
História

Estudos comprovam que em 4.500 a.C. essa prática era utilizada pelos Assírios,
Caldeus e Babilônicos no continente asiático. Da mesma forma, as grandes
aglomerações que se fixaram nas margens dos rios Huang Ho e Iang-Tse-Kiang, na
China (ano 2.000 a.C.), do Nilo, no Egito, do Tigre e do Eufrates, na Mesopotâmia, e do
Ganges, na Índia (ano 1.000 a.C.), nasceram e cresceram graças à utilização eficiente de
seus recursos hídricos.

Só mais tarde, há cerca de 1.500 anos, é que a humanidade se deslocou para


regiões úmidas, onde a irrigação perdeu sua necessidade vital, transformando-se em
prática subsidiária e menos utilizada. Aí cresceram as grandes concentrações humanas,
que foram forçadas, para sua subsistência, a explorar quase todo o solo arável. Com o
contínuo crescimento demográfico, a humanidade se viu compelida a praticar a
irrigação, tanto para suplementar as chuvas nas regiões úmidas, como para tornar
produtivas as zonas áridas e semi-áridas. A história da irrigação se confunde, na maioria
das vezes, com a história da agricultura e da prosperidade econômica de inúmeros
povos. Muitas  civilizações antigas se originaram assim, em regiões áridas, onde a
produção só era possível com o uso da irrigação.
Benefícios

 Objetiva garantir a produção agrícola, independentemente da quantidade e da


distribuição das chuvas;
 Aumenta consideravelmente a produtividade das colheitas (a produtividade em
área irrigada tende a ser, em média, 2,5 a 3 vezes maior que em área não
irrigada); 
 Aumenta o valor da propriedade e o lucro da agricultura (o valor bruto da
produção em área irrigada chega a atingir, em média, valores 5 vezes maiores
que em áreas não irrigadas); 
 Permite duas ou mais colheitas por ano, em uma mesma área, de diversas
culturas; 
 Permite a obtenção de colheitas fora da época normal; 
 Facilita e barateia, sobremaneira, a aplicação ao solo de corretivos e fertilizantes
hidrossolúveis (fertirrigação); 
 Possibilita o controle de ervas daninhas (nas culturas do arroz e da cana-de-
açúcar por inundação da área infestada); 
 Constitui uma medida eficiente de controle das geadas; 
 Pode ser usada com bons resultados na dessalinização de solos.
A irrigação no Brasil

O Brasil, dotado de grandes áreas agricultáveis localizadas em regiões úmidas,


não se baseou, no passado, na irrigação, embora haja registro de que, já em 1589, os
jesuítas já praticavam a técnica na antiga Fazenda Santa Cruz, no estado do Rio de
Janeiro. Também na região mais seca do Nordeste e nos estados de Minas Gerais e São
Paulo, era utilizada em culturas de cana-de-açúcar,batatinha, pomares e hortas. Em
cafezais, seu emprego iniciou-se na década de 50, com a utilização da aspersão, que se
mostrou particularmente interessante, especialmente nas terras roxas do estado de São
Paulo.

A irrigação, de caráter suplementar às chuvas, tem sido aplicada no Centro-Oeste


do país, especialmente em culturas perenes.

A vantagem e a principal justificativa econômica da irrigação suplementar está


na garantia de safra, a despeito da incerteza das chuvas.
Na região Nordeste, a irrigação foi introduzida pelo Governo Federal e aparece
vinculada ao abastecimento d'água no Semi-Árido e a planos de desenvolvimento do
vale do São Francisco. Ali, a irrigação é vista como importante medida para amenizar os
problemas advindos das secas periódicas, que acarretam sérias conseqüências
econômicas e sociais.
A irrigação constitui-se em uma das mais importantes tecnologias para o
aumento da produtividade agrícola. Aliada a ela, é essencial que uma série de práticas
agronômicas seja devidamente considerada. É o caso do uso de sementes certificadas,
do controle da erosão, da correção do pH, da adubação orgânica e química, dos tratos
culturais, do combate a pragas e doenças etc.
Aplicação
A irrigação pode ser utilizada para enfrentar, com sucesso, inconvenientes como:
 risco climático e baixa produtividade dos cultivos alimentares básicos;
 profundas disparidades regionais, no tocante ao nível de desenvolvimento da
agricultura;
 pressão por utilização de fatores tradicionais, principalmente a terra e o trabalho,
que passam a se tornar escassos na fronteira interna, gerando tensões
redistributivas;
 distensão das linhas de suprimento, através da ocupação de novas fronteiras
agrícolas;
 expulsão dos cinturões verdes da periferia das grandes cidades para áreas mais
distantes;

 desequilíbrio no suprimento de produtos, com déficits de grãos, alimentos


básicos e produtos de exportação;
 retirada dos subsídios para a produção em geral e para o crédito, os insumos e o
consumo do trigo, em particular; 
 demanda potencial reprimida por uma produção mais diversificada.
Impactos Ambientais
Para a transformação da agricultura de sequeiro em irrigada, aspectos ecológicos
devem ser observados, uma vez que tanto a total desconsideração quanto a
supervalorização do impacto ambiental não são benéficas ao desenvolvimento
sustentado. Na elaboração de um projeto de irrigação, deve-se quantificar a magnitude
dos impactos ambientais ocasionados pela sua implantação e a adoção das
correspondentes medidas que aliviem o processo. Quando em operação, deve-se
considerar os aspectos ecológicos, procurando maximizar a produtividade e a eficiência
do uso da água, manter as condições de umidade do solo e de fitossanidade favoráveis
ao bom desenvolvimento da cultura, melhorar ou, no mínimo, manter as condições
físicas, químicas e biológicas do solo, fatores esses que muito influenciarão na vida útil
do projeto.
A modificação do meio ambiente, a salinização do solo, a contaminação dos
recursos hídricos, o consumo exagerado de água, os problemas de saúde pública são
consideradas as questões mais importantes a serem analisadas nos estudos referentes aos
impactos ambientais. Os projetos de irrigação devem ser implementados junto à
políticas que possam minimizar os impactos ambientais refletidos na relação
benefício/custo. Na maioria dos casos, é possível compatibilizar irrigação com proteção
do meio ambiente.
Métodos de Irrigação
Os métodos de irrigação por superfície são considerados de baixa eficiência e
demandam grandes volumes de água. A irrigação por aspersão sobrecopa, e
subcopa proporciona 100% de molhamento da área cultivada, não impondo
nenhuma limitação ao pleno desenvolvimento das raízes. Os sistemas de irrigação
localizada como gotejamento e microaspersão são os de mais alta eficiência de
aplicação, requerem baixa pressão, apresentam facilidade de operação e bom
controle sobre a umidade e aeração do solo. A microaspersão se adapta melhor aos
solos arenosos, que aparentemente assegura maior área molhada à planta.
BIBLIOGRAFIA:www.codevasf.gov.br

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