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Ação Direta de

Inconstitucionalidade Genérica-
ADIN Genérica
• Em 1965 surge a ADIN Genérica, cuja competência para
propositura era dada ao Procurador Geral da República.
Entretanto, cabe ressaltar que o controle de
constitucionalidade concentrado foi introduzido no Brasil
com a Constituição de 1934, mediante a previsão da ADIN
Interventiva.
Com a promulgação da Constituição de 1988 a
competência para a propositura da ADIN Genérica foi
ampliada, vide Art. 103, além do que foi introduzida no
ordenamento jurídico a ADIN por omissão, a ADECON
(Ação Declaratória de Constitucionalidade) e a ADPF
(Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental).
• Art. 103- Podem propor ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: (Vide EC mº 45 de 08/12/2004)
I- O Presidente da República;
II- A Mesa do Senado Federal;
III- A Mesa da Câmara dos Deputados;
IV- A Mesa da Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V- O Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI- O Procurador Geral da República;
VII- O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII- O partido político com representação no Congresso Nacional;
IX- A confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
• O controle constitucional concentrado não está
ligado aos casos concretos, antes pelo contrário,
sua natureza é objetiva, dentro de um contexto
hipotético, pelo qual, a norma é analisada sob o
prisma da conformidade ou não da Constituição.
Salvo no caso de controle concentrado em face
da Constituição Estadual, quando a competência
para a verificação da constitucionalidade é do
Tribunal de Justiça Estadual, a competência para
apreciar a inconstitucionalidade será do Supremo
Tribunal Federal.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica visa garantir a supremacia da
Constituição Federal, prevalecendo sobre qualquer outra norma do ordenamento
jurídico. Se presta a obter a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
federal ou estadual.

Via de regra, a competência para julga-la e processa-la é do Supremo Tribunal Federal-


STF, mas em alguns casos, serão os Tribunais de Justiça dos respectivos Estados os
órgãos competentes.

Vejamos:
Art. 102- Compete ao Supremo Tribunal Federal, percipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:

I- processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a


ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.

(...)
• Art. 125- Os Estados organizaram sua Justiça,
observados os princípios nesta Constituição.

§ 2º- Cabe aos Estados a instituição de


representação de inconstitucionalidade de leis
ou atos normativos estaduais ou municipais
em face da Constituição Estadual, vedada a
atribuição da legitimação para agir a um único
órgão.
Dessa forma, será competente o Tribunal de Justiça de cada Estado para declarar a
inconstitucionalidade, em tese, de leis ou atos normativos estaduais ou municipais
em face da Constituição Estadual.

Em suma: Aos Tribunais de Justiça compete o controle de constitucionalidade


concentrado de lei ou ato normativo municipal ou estadual perante a Constituição
Estadual, mesmo que o dispositivo seja de repetição obrigatória ou idêntico ao da
Constituição Federal. Logo, não há controle de constitucionalidade, em face da
Constituição Federal, por meio de ADIN, quando estão em pauta leis ou atos
normativos municipais.
• A Ação Direta de Inconstitucionalidade
Genérica poderá ter como objeto:

· As Emendas à Constituição, fruto do Poder


Constituinte Derivado, cujas limitações são
impostas pelo Artigo 60 da CF/88;
• Todavia, a ADIN Genérica não poderá ter como
seu objeto:
· Leis ou atos normativos municipais (ressalvado
a competência do Tribunal de Justiça e as leis e
atos normativos distritais, desde que o Distrito
Federal tenha editado no exercício de
competência estadual);
· Leis ou atos normativos que sejam provenientes
de situações especificas, ou seja, tenham efeito
concreto;
• · Normas constitucionais originárias, quais sejam, as
normas constitucionais que constem do texto original da
Constituição, esta promulgada aos 05 de outubro de 1988.
Neste sentido:
ADIN-815-3: Norma editada pelo Poder Constituinte
Originário não está sujeita ao controle de
constitucionalidade.

· Súmulas de Tribunais Judiciários, enquanto desprovidos


de efeito normativo: vinculante e obrigatório;
· Leis ou atos normativos ilegais, que contrariam diretamente uma lei
e não a Constituição, exceto nos casos de controle de
constitucionalidade de decretos autônomos, para averiguar se
supriram a lei, exigida, por sua vez, pela Constituição.

De acordo com a ADIN 1.396, RT, 689/281 e RTJ, 142/718, no que


concerne à incompatibilidade entre as normas secundárias (decretos
e regulamentos) e as normas primárias (leis), não caberá o controle
de constitucionalidade, mas, somente o controle de legalidade da
norma. Contudo, caso ocorra a edição de um decreto autônomo ou
independente é admitido o exame de sua constitucionalidade.
• Conforme posicionamento do Supremo Tribunal
Federal, a legitimação para a propositura da ADIN
Genérica é conferida aos Governadores de
Estado ou do Distrito Federal, as Mesas de
Assembléias Legislativas Estaduais ou da Câmara
Legislativa do Distrito Federal e as Confederações
Sindicais ou entidades de classe de âmbito
nacional, cuja legitimação ativa é parcial, sujeita
obrigatoriamente à produção de prova de
pertinência temática no Supremo Tribunal
Federal.
• De acordo com a Lei 9.868/99, a qual dispõe
sobre o processo e julgamento da Ação Direta
de Inconstitucionalidade e da Ação
Declaratória de Constitucionalidade perante o
Supremo Tribunal Federal, uma vez proposta
a ADIN, não será admitida a desistência.

Art. 5o Proposta a ação direta, não se


admitirá desistência.
• A petição inicial deverá indicar o dispositivo da lei
ou do ato normativo impugnado e os
fundamentos jurídicos do pedido em relação a
cada uma das impugnações, bem como, o
pedido, com suas especificações.
Deverá ser acompanhada de instrumento de
procuração, quando subscrita por advogado. Será
apresentada em duas vias, devendo conter
cópias da lei ou do ato normativo impugnado e
dos documentos necessários para comprovar a
impugnação.
• Declarada a inépcia da inicial, não fundamentada
e a manifestamente improcedente serão
liminarmente indeferidas pelo relator, tendo
como remédio a interposição de agravo.
Na ADIN serão ouvidos, sucessivamente, o
Advogado Geral da União, cuja incumbência é a
defesa da constitucionalidade de lei ou ato
normativo impugnado e o Procurador Geral da
República, o qual deve atuar em todos os
processos que tramitam perante o Supremo
tribunal Federal
• Declarada a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo federal ou estadual, proferida pelo STF, tem-
se como regra a produção dos seguintes efeitos:

· Eficácia contra todos, "erga omnes";

· Efeito "ex tunc", desde a produção do ato normativo


(como se a lei ou ato normativo nunca tivesse existido).

O Artigo 27 da Lei 9.868/99 permite ao STF a limitação


dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade:
• " Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo, e tendo em vista razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse
social, poderá o Supremo tribunal federal, por
maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou
decidir que ela só tinha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento em
que venha a ser fixado."

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