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O PENSAMENTO HOLÍSTICO

DE
EDGAR MORIN

Profª. Ana Lúcia Gouveia


al-gouveia@bol.com.br
VISÃO HOLÍSTICA DA EDUCAÇÃO
• A palavra holismo vem do grego holon e significa inteiro, integral, totalidade,
realidade, que faz referência a um universo feito de conjuntos integrados que não
pode ser reduzido a simples soma de suas partes.

• O termo Educação Holística foi proposto pelo americano R. Miller (1997) para


designar o trabalho daqueles que têm a convicção de que a personalidade global de
cada criança deve ser considerada na educação. São consideradas todas as facetas
da experiência humana, não só o racional e as responsabilidades de cidadania, mas
também os aspectos físicos, emocionais, sociais, etc... da natureza do ser humano.  

• Os objetivos da Educação Holística são: despertar e desenvolver tanto a razão


quanto a sensação e o sentimento; demonstrar que cada situação constitui uma
oportunidade de aprender; contrapor-se aos valores mecanicistas (consumo e
competição agressiva) e desenvolver a cooperação e os valores humanos; possibilitar
que o educando participe ativamente e assuma a sua própria transformação; facilitar
uma visão completa, “todo e partes”.

• A Visão Holística da Educação é um novo modo de relação do ser humano com o


mundo; uma nova visão do cosmos, da natureza, da sociedade, do outro e de si
mesmo.
• 1990 – Declaração Mundial sobre Educação Para Todos e Plano de Ação para
Satisfazer as Necessidades Básicas de Aprendizagem. Proclamados na
Conferência de Jomtien, Tailândia (ONU).
- Ao assinar a Declaração de Jomtien, o Brasil assumiu, perante a comunidade
internacional, o compromisso de erradicar o analfabetismo e universalizar o ensino
fundamental no país. Para cumprir com este compromisso, o Brasil tem criado
instrumentos norteadores para a ação educacional e documentos legais para apoiar
a construção de sistemas educacionais inclusivos, nas diferentes esferas públicas:
municipal, estadual e federal.

• Segundo o Relatório da Comissão Internacional de Educação para a UNESCO,


coordenada por Jacques Delors, intitulado “Educação: um tesouro a descobrir”,
1994, são  quatro os pilares básicos da Educação para o século XXI: Aprender a
fazer; Aprender a conhecer;  Aprender a ser;  Aprender a viver juntos.           
BIOGRAFIA
- Edgar Nahoun (que mais tarde adotou o
sobrenome "Morin").

- Nasceu em Paris no dia 8 de julho de


1921.

- Formado em Sociologia, Direito, História e


Geografia.

- Diretor emérito do Centre Nationale de


Recherche Scientifique, Presidente da
Associação para o Pensamento
Complexo.

- Presidente da Agência Européia para a


Cultura, membro fundador da Academia
da Latinidade.

- Co-director do Centro de Estudos


Transdisciplinares da École des Hautes
Etudes en Sciences Sociales.

- Membro honorário do Instituto Piaget.


• Fez uma longa viagem pela
América Latina, quando se
fascinou pelo mundo indígena e
pelo mundo afro-brasileiro.

• Em 1997, é convidado pelo


governo francês a apresentar um
plano de sugestões e propostas
para a reforma do ensino
secundário e universitário.

• Já viajou por mais de 30 países


participando de atividades de
debates com professores e
especialistas das mais diversas
áreas sobre questões relativas à
educação nas escolas e
universidades.
PRINCIPAIS OBRAS
• O método
• Introdução ao Pensamento Complexo
• Vidal e os Seus
• Terra-Pátria (com Anne Brigitte Kern)
• Amor Poesia e Sabedoria
• Para uma Política da Civilização (com Sami Nair)
• A Sociedade em Busca de Valores (com Ilya Prigogine et al)
• Os Desafios do Século XXI
• Os Sete Saberes para a Educação do Futuro
• Educar para a Era Planetária (com Raul Motta)
• Repensar a Reforma
• Reformar o Pensamento
• A Cabeça Bem Feita
• Diálogo sobre a Natureza Humana (com Boris Cylrunik)
• Filhos do Céu (com Michel Cassé)
• A Violência do Mundo (com Jean Braudillard).
Reorganizações genéticas
• Há uma característica comum em toda obra de Edgar Morin: uma articulação entre
sua vida e as idéias que professou, e professa até hoje. Ele denomina isso de
reorganizações genéticas, que, na verdade, não são reorganizações genéticas no
sentido da Genética, mas reorganizações no estilo de seu pensamento.

• Morin sintetiza essas reorganizações em três:


1ª. Em 1941, no período antecedente à guerra – Morin foi membro da resistência
francesa - ele aprendeu, através dos autores que estudava então, que as ideias
avançam sempre no antagonismo, nas contradições. Isso fez com que ele se
dedicasse aos estudos de Engels e Marx, principalmente. A ideia do”homem
genérico”, que não separa a natureza da cultura, impregnou as ideias de Morin.

2ª. O sistema de ideias de Morin é um aprofundamento nas idéias de Marx.


Posteriormente vai substituir a palavra dialética pela palavra dialógica, isso nos
escritos mais metodológicos.

3ª. Ocorre dos anos 60 para frente. Morin teve uma grande permanência nos EUA nesta
época. Entrou em contato, então, com a Teoria da Informação, a Teoria dos
Sistemas e a Cibernética. Estes contatos teóricos que mudarão, redefinirão o que ele
chama de Terceira Reorganização, e que de certa maneira vai preparar o advento da
Complexidade. Quer dizer, é a construção das bases, digamos, epistemológica do
pensamento complexo.
Pensamento complexo
• O que quer dizer complexo?
Complexo vem do latin complexus (do verbo complecteres), que quer dizer: aquilo
que é tecido em conjunto.

• O que é tecido junto?


Aprendemos, do século XVII em diante, com a Revolução Iluminista, que nosso
pensamento, nossas ideias, eram conduzidas exclusivamente pela razão. Não foi por
acaso que o século XVII foi entendido como o século do racionalismo.

• O que é a razão?
Razão é aquilo que é produto de um cálculo, adequar alguns meios a alguns fins.
Somos Homo Sapiens (sistemáticos).

• O Pensamento Complexo considera que precisamos adicionar uma outra


característica a esta sistematização excessiva, que é o Demens.

• O que é o Demens?
É aquilo que nós somos também: descomedidos, loucos, descontrolados,
convivemos com o desmedido/excesso (hybris).

• Todo sujeito humano é duplo, tem um pouco de “sapientalidade" e também de


"demensialidade". Então, uma definição mais atual da nossa condição seria: somos
Homo Sapiensdemens.
Operadores da complexidade
• 1º. O operador dialógico
Dialogia significa juntar coisas, entrelaçar coisas que aparentemente estão
separadas. Por exemplo, a razão e a emoção, o sensível e o inteligível, o real e o
imaginário, a razão e os mitos, a ciência e a arte, as ciências humanas e a ciências
da natureza, tudo isso é dialogizar. Ou seja, juntar o que está aparentemente
separado.

• 2º. O operador recursivo (da recursividade)


Aprendemos, no velho paradigma, de que a causa “a” gera o efeito “b”, o
determinante “a” gera o determinante “b”. Alguma coisa que é definida como
recursiva, significa dizer que a causa produz o efeito, que produz a causa. Somos
recursivamente causa e efeito.

• 3º. O operador do holograma (hologramático)


Não conseguimos desassociar a parte do todo. Ou seja, a parte está no todo, da
mesma forma que o todo está na parte.
Totalidade

• No Pensamento da Complexidade, a totalidade é sempre mais que a soma,


podendo ser, eventualmente, menos que a soma, porque as totalidades
estão sempre abertas. Se elas forem totalidades fechadas, elas serão
sempre iguais à soma das partes.
Homo Complexus

• O conhecimento do ponto de vista do Pensamento Complexo não está


limitado à ciência. Há na literatura, na poesia, nas artes, um conhecimento
profundo. Podemos dizer que no romance há um conhecimento mais sutil
dos seres humanos do que encontramos nas ciências humanas, porque
vemos os homens em suas subjetividades, suas paixões, seus meios etc.
Por outro lado, devemos acreditar que todas as grandes obras de artes
contêm um pensamento profundo sobre a vida, mesmo quando não está
expresso em sua linguagem.

• É necessário romper com a separação entre as artes, não se pode


conceber a literatura de um lado e o conhecimento científico do outro.
Razão, racionalismo e racionalização

• O que é a razão?
É um cálculo. É um mecanismo da mente, do cérebro. Usamos a razão em
todas as nossas atividades. Somos seres racionais.

• O que é a racionalidade?
É quando adequamos os meios aos fins. A racionalidade é sempre um
esforço de adequação entre meios e fins.

• A racionalização é o pior efeito da razão. Quando a razão se fecha nela


mesma e não quer saber de nada mais que faça parte desses conjuntos
imaginários que estão presentes nas artes, na literatura etc., afasta tudo
isso, e a razão constrói um ídolo a respeito dela mesma, ela se considera
com a "razão ídolo“ (unidualidade).
Tetragrama organizacional

• Qualquer atividade de sistema vivo é guiada por uma tetralogia que envolve
relações de ordem, de desordem, de interação e de reorganização.
Qualquer sistema vivo sempre tem ordem, regularidade, desordem,
desavenças, emergência; interações, coisas que começam a interagir, que
não estavam previstas anteriormente, e reorganizações.
"Qualquer reforma do ensino e da educação deve antes de, mais nada,
começar com a reforma dos educadores“. (Marx)

• O que significa reformar os educadores?


Significa reformar o pensamento.

• O que significa reformar o pensamento?


É reaprender a pensar, é religar o que foi separado pela visão cartesiana.

• O que é o paradigma?
O paradigma é um conjunto de regras, padrões, teorias, modelos, visão do
mundo que nós aprendemos que nos é legado inconscientemente.

• O paradigma cartesiano nos ensinou a dividir, separar, a razão da


"desrazão". A razão do mito, a razão do imaginário, e, com isso, o sensível
do inteligível, a ciência da arte, a física quântica da antropologia e assim foi
dividindo, separando...
Transdisciplinaridade

• O que é a visão transdisciplinar?


É simplesmente a construção de um metaponto de vista sobre a vida, a
Terra, o cosmo, a humanidade, o homem, o conhecimento, as culturas
adolescentes, as artes, isso é construção de metaponto de vista.
Jornadas temáticas

• Discussões sobre os metaplanos: terra, vida, culturas adolescentes, o


homem, a humanidade, o cosmo, etc.
SÍNTESE DAS OBRAS
• Este livro (1999) foi desenvolvido em função da
necessidade de uma reforma de pensamento, portanto de
uma reforma de ensino, e não de programa, mas sim de
paradigma. 

• As barreiras disciplinares levam ao perigo da


hiperespecialização; portanto, é preciso interligar as
diversas disciplinas e ciências, promovendo as trocas, a
cooperação, a associação, transformando em algo
sistêmico. O indivíduo age sobre a sociedade e vice-versa:
para o ser humano passar de indivíduo a sujeito, deve
ultrapassar a dimensão biológica, chegar ao conhecimento
e atingir a complexidade à qual todos nós pertencemos.

• Educação - "utilização de meios que permitem assegurar a


formação e o desenvolvimento de um ser humano; esses
próprios meios". O objetivo da educação é transmitir
conhecimentos, ensinar a viver, e as escolas da vida são as
que movem nossas emoções, e aprendemos mais sobre a
ética humana, principalmente através de experiências como
literatura, teatro, cinema etc. A educação deve ensinar a
viver, a se tornar cidadão, que é aquele que é responsável
por sua Pátria, ou Estado/Nação que compreende ao
mesmo tempo o espaço territorial, político, cultural, histórico
e religioso.
• A certeza da incerteza - A era neoliberal gerou especialistas frios, levados à máxima
especialização que bloqueia a visão global, porque divide o mundo complexo em
pedaços e consquentemente não consegue ter um pensamento reflexivo e complexo.
Em nosso tempo, onde há um relativo desprezo ao humanismo, o isolamento das
disciplinas no ensino, desde o ensino fundamental, e a proliferação de conhecimento,
com excesso de informação, também são desafios à complexidade. Os três grandes
desafios para religar os conhecimentos dispersos são: cultural, sociológico e cívico.

• O ser humano é ao mesmo tempo biológico e cultural; portanto, as ciências naturais,


as humanas, deveriam convergir para a condição humana, envolvendo a linguagem e
as artes em todas as formas.

• O ser humano precisa se preparar para enfrentar o inesperado, que nos cerca
diariamente e de forma geral, porque há ainda muita incerteza sobre a origem da vida,
influenciando nossas vidas e nossos pensamentos, as incertezas históricas e as
cognitivas. Enfim, só temos certeza da incerteza. Após descrever três viáticos (a
ecologia da ação, a estratégia e o desafio), Morin afirma que precisamos enfrentar a
aventura da incerteza como uma aposta.

• Morin entende como fundamentais os três graus de ensino: o primário, o secundário e


o universitário. Na escola primária teria início um percurso que ligaria a indagação
sobre a condição humana à indagação sobre o mundo. As matérias poderiam ser
diferenciadas, distintas, mas não isoladas, porquanto sempre inscritas em seu
contexto. À medida que as matérias são distinguidas e ganham autonomia, é preciso
aprender a conhecer, ou seja, a separar e unir, analisar e sintetizar, ao mesmo tempo.
Daí em diante, seria possível aprender a considerar as coisas e as causas e formar
uma consciência capaz de enfrentar complexidades.
• A escola primária deveria ter disciplinas biológicas e culturais, relacionadas e
contextualizadas, além do ensino da língua, da Ortografia, da História, do Cálculo
etc. A escola secundária ensinaria a verdadeira cultura, que estabelece diálogo entre
cultura das humanidades e cultura científica, levando em conta a reflexão sobre as
conquistas, o futuro das ciências, e considerando a Literatura como escola e
experiência de vida. 

• A universidade deveria ter um centro de pesquisas sobre os problemas de


complexidade e de transdisciplinaridade, bem como oficinas destinadas às
problemáticas complexas e transdisciplinares. A pesquisa e a formação de uma
cultura deveriam ser continuamente.

• Para o círculo da docência, seria importante e necessário o conhecimento da cultura


de mídia para compreender os processos multiformes de industrialização e
supercomercialização cultural, além das aspirações e obcessões próprias a nosso
"espírito da época". As matérias básicas seriam História, Literatura, Filosofia, Cultura
Científica, Cultura das Humanidades, etc.
Morin e os sete saberes

ENSINAR A CONDIÇÃO HUMANA


CONHECIMENTO

A ÉTICA DO GÊNERO
HUMANO ENSINAR A
COMPREENSÃO

ENSINAR A
IDENTIDADE TERRENA
O CONHECIMENTO
PERTINENTE

ENFRENTAR AS
INCERTEZAS
• Em 1999, a UNESCO solicitou ao filósofo
Edgar Morin a sistematização de um
conjunto de reflexões que servissem como
ponto de partida para se repensar a
educação do século XXI.

• Os saberes indispensáveis enunciados por


Morin no livro “Os sete saberes necessários
à educação do futuro” (2001) são :
- as cegueiras do conhecimento: o erro e a
ilusão;
- os princípios do conhecimento pertinente;
- ensinar a condição humana;
- ensinar a identidade terrena;
- enfrentar as incertezas;
- ensinar a compreensão;
- a ética do gênero humano.

• São eixos e, ao mesmo tempo, caminhos


que se abrem a todos os que pensam e
fazem educação e que estão preocupados
com o futuro das crianças e adolescentes.
ANTAGONISMOS
• O século XXI é marcado pelo homem complexo antagônico:
- sábio e louco;
- trabalhador e lúdico;
- empírico e imaginário;
- econômico e consumista; 
- prosaico e poético.

 No ser humano, o desenvolvimento do conhecimento racional, empírico, técnico não


anula o conhecimento simbólico, mítico, mágico ou poético.

 A Educação deve mostrar o destino multifacetado do humano, o destino social,


individual, histórico; todos entrelaçados e inseparáveis.
OS SETE SABERES NECESSÁRIOS
À EDUCAÇÃO DO FUTURO

Eles dizem respeito aos setes buracos


negros da educação, completamente
ignorados, subestimados ou fragmentados
nos programas educativos.
1. O CONHECIMENTO

As traduções e as reconstruções são


também um risco de erro e muitas
vezes o maior erro é
pensar que a ideia é a realidade. E tomar
a ideia como algo real é confundir o
mapa com o terreno.
2. O CONHECIMENTO PERTINENTE
O ensino por disciplina, fragmentado e dividido, impede a
capacidade natural que
o espírito tem de contextualizar. E é essa capacidade que
deve ser estimulada e
desenvolvida pelo ensino, a de ligar as partes ao todo e o
todo às partes. Pascal dizia, já no
século XVII: “Não se pode conhecer as partes sem
conhecer o todo, nem conhecer o todo
sem conhecer as partes”.
3. IDENTIDADE HUMANA
Somos indivíduos de uma sociedade e fazemos
parte de uma espécie. Mas, ao mesmo tempo
em que fazemos parte de uma sociedade,
temos asociedade como parte de nós, pois
desde o nosso nascimento a cultura nos
imprime. Nós somos de uma espécie, mas ao
mesmo tempo a espécie é em nós e depende
de nós.
4. A COMPREENSÃO HUMANA
Compreender não só os outros como a si
mesmo, a necessidade de se auto-
examinar, de analisar a autojustificação,
pois o mundo
está cada vez mais devastado pela
incompreensão, que é o câncer do
relacionamento entre
os seres humanos.
5. A INCERTEZA
Essa incerteza é uma incitação à coragem. A aventura
humana não é previsível, mas
o imprevisto não é totalmente desconhecido. Somente
agora se admite que não se conhece
o destino da aventura humana. É necessário tomar
consciência de que as futuras decisões
devem ser tomadas contando com o risco do erro e
estabelecer estratégias que possam ser
corrigidas no processo da ação, a partir dos imprevistos e
das informações que se tem.
6. A CONDIÇÃO PLANETÁRIA

Daqui para frente, existem, sobretudo, os perigos


de vida e morte para a
humanidade, como a ameaça da arma nuclear,
como a ameaça ecológica, como o
desencadeamento dos nacionalismos
acentuados pelas religiões. É preciso mostrar
que a humanidade vive agora uma comunidade
de destino comum.
7. A ANTROPO-ÉTICA

Cabe ao ser humano desenvolver, ao mesmo


tempo, a ética e a autonomia pessoal (as nossas
responsabilidades pessoais), além de
desenvolver a participação social (as responsabilidades
sociais), ou seja, a nossa
participação no gênero humano, pois compartilhamos um
destino comum.
EXERCÍCIOS
1. (Paraty, 2006) Edgar Morin (2002) desenvolveu uma linha de ideias que o
conduziram a refletir sobre a necessidade de uma reforma do pensamento e
uma reforma do ensino. Morin defende que o ensino tem a missão de:
a) Transmitir o conhecimento descoberto e acumulado ao longo da humanidade;
b) Transmitir uma cultura que permita compreender a condição humana;
c) Transmitir os conteúdos de modo que o aluno o compreenda e o assimile;
d) Transmitir os conteúdos previstos na grade curricular da escola.

2. Para MORIN (2002) entende-se por transdisciplinaridade:


a) a relação complexa do conhecimento;
b) as teorias críticas do currículo escolar;
c) as ferramentas técnicas da dinâmica da sala de aula;
d) as dificuldades docentes no cotidiano escolar.

3. Em seu livro “Os sete saberes necessários à educação”, Edgar Morin propõe
uma reflexão sobre os abismos encontrados atualmente na Educação.
Dentre eles, destaca o “conhecimento pertinente” que significa:
a) fragmentar o conhecimento em disciplinas isoladas e lineares;
b) compreender o que de fato, no cotidiano humano, deve ser explorado;
c) um sentimento cartesiano em relação ao conhecimento;
d) pensar o conhecimento numa concepção multidisciplinar linear;
4. (TAE, UNI-RIO, 2009) A educação do futuro consiste em ensinar a condição
humana, segundo Morin (2000). Há um agravamento da ignorância do todo,
enquanto avança o reconhecimento das partes. O novo saber , por não ter sido
religado, não é assimilado nem integrado, ficando fragmentado e
compartimentado. O que significa este conceito?

a) Um problema epistemológico a se romper, pois se concebe a unidade complexa do


ser humano pelo pensamento disjunto, da matéria física e do espírito, que restringe a
unidade humana a um substrato bio-anatômico.
b) Um novo paradigma onde a condição humana nos mostra como a animalidade e a
humanidade constituem, juntas, o capital adquirido de saberes para ensinar a
instituição acadêmica.
c) Uma questão reducionista que coloca o novo saber a ser alcançado numa linha de
conquista de conhecimento das partes para paradoxalmente ser entendido o todo
que não é assimilado nem integrado.
d) Uma nova perspectiva de que a diversidade nos traços psicológicos, culturais e
sociais como também unidade cerebral, mental, psíquica, afetiva e intelectual
mantidos de forma paralela.
e) Uma abordagem que carrega os caracteres fundamentalmente comuns de um homem
que apresenta um modo cerebral e uma singuralidade subjetiva.
5. (UFMT, TAE, 2008) Segundo Edgar Morin (2002), a superação dos desafios
contemporâneos exige uma nova forma de pensamento, que ele caracteriza
como um “pensamento do complexo”. Uma das características dessa forma de
pensamento é
A) examinar os fenômenos de modo multidimensional, isolando metodicamente cada
uma de suas dimensões para um estudo mais especializado e profundo.
B) compreender que o conhecimento das partes depende do conhecimento do todo e
assim focalizar principalmente as leis e princípios gerais de cada fenômeno.
C) reconhecer e tratar as realidades como simultaneamente solidárias e conflituosas.
D) respeitar a diferença, rejeitando a unicidade.
6. (UFMT, TAE, 2008)
GABARITO

1. B;
2. A;
3. B;
4. A;
5. B;
6. C.

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