Você está na página 1de 9

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Pataias

Ano Lectivo de 2007/08

Ciências Naturais – 7º ano de escolaridade

Ficha Informativa

Os Fósseis e a sua importância para a reconstituição da História da Terra

Nome

O que é um Fóssil?
Fósseis (do latim fossilis) são restos, ou ainda vestígios de seres vivos ou da sua actividade,
que viveram em épocas geológicas anteriores à actual e que ficaram preservados nas rochas
em que se depositaram.

Restos de seres vivos…que restos?

As partes mais duras como os dentes, os ossos, as conchas, os chifres,


as folhas e os troncos. Excepcionalmente todo o corpo do ser vivo é
preservado, é o caso dos mamutes no gelo e dos insectos na resina.

Figura
1- Crânio humano
fossilizado.

Os vestígios de seres vivos ou da sua actividade são de dois tipos:

a) vestígios orgânicos, como estruturas reprodutoras (ovos, sementes,


esporos, pólenes, etc.), excrementos e restos de construções orgânicas;

Figura 2- Excrementos fossilizados.


b) rastos, como pegadas ou impressões de outras partes do
corpo (dentadas, por exemplo), pistas, galerias abertas em rochas, etc., sendo evidências da
existência desses seres vivos nesses locais.

Figura 3- Pegada fossilizada.

Para que se forme um fóssil é necessário que as evidências sofram uma série de
transformações químicas e físicas ao longo de um período de tempo. Assim, só se consideram
fósseis os vestígios orgânicos com mais de 13.000 anos (idade aproximada da última glaciação
do Quaternário – o Würm).

Os fósseis encontram-se nas rochas… em que rochas?

É sobretudo nos estratos das rochas sedimentares que surgem à superfície (afloramentos) que
vamos encontrar a grande parte dos fósseis.

A maioria destas rochas forma-se pela deposição de sedimentos (areias, argila, cascalho, etc.),
em camadas ou estratos, o que facilita o processo de enterramento dos cadáveres e,
consequentemente, a formação dos fósseis.

Formação de Fósseis

O corpo dos seres vivos, após a sua morte, fica directamente exposto a um conjunto de
agentes erosivos (a chuva, o vento, as alterações de temperatura, os seres vivos, etc.) que
podem levar à destruição rápida das suas partes mais moles ou ao seu total desaparecimento.

Condições Necessárias para uma Boa Fossilização


Para que um ser vivo se transforme num fóssil é necessário que ocorra um conjunto de
acontecimentos. Assim, para que se dê uma boa fossilização é necessário:

 Que essa fossilização ocorra


numa zona de sedimentação
activa, ou seja, numa zona onde
exista uma deposição rápida de
sedimentos, para que o organismo
seja rapidamente enterrado.

 A maioria dos fósseis formam-se


em ambientes marinhos ou
lacustres, isto porque são zonas
onde ocorre constantemente
deposição e acumu-lação de
sedimentos.

 Deposição de um sedimento
fino e impermeável sobre o ser
vivo.

Figura 4- Fossilização por mineralização de um esqueleto


de dinossáurio do género Triceratops.

 A existência de partes duras na constituição do corpo.

 No solo os cadáveres ficam sujeitos à decomposição pela acção combinada de:

 organismos decompositores (geralmente microorganismos, como bactérias e


fungos),
 agentes físicos (alterações de pressão e temperatura) e
 agentes químicos (dissoluções, oxidações, entre outros),

de que resulta a transformação da sua matéria orgânica em matéria mineral, as partes duras
são mais lentamente decompostas, permanecendo mais tempo nos estratos sedimentares, e
por isso são as que se encontram mais vezes, ou o seu molde nas rochas.

Tipos de Fossilização

A fossilização é um processo muito lento e complexo!

De acordo com as condições do ser vivo e do meio, podem ocorrer diversos tipos de
fossilização. Podemos classificar, simplificadamente, estes processos em quatro grupos.

 Moldagem – Neste tipo de fossilização as partes duras dos organismos


acabam por desaparecer deixando nas rochas as suas marcas, moldes ou
impressões.

Figura 5- Molde interno de Gastrópode.

Figura 6- Impressão de folhas em sedimentos.


Figura 7- Molde externo.
Mineralização – Ocorre preenchimento de poros e
cavidades por minerais, acabando os materiais originais que
compõem o ser vivo por ser substituídos por outros mais estáveis.
Figura 8- Trilobite mineralizada. Figura 9- Troncos de árvores mineralizados.

 Mumificação – O material original do ser vivo conserva-se parcial ou totalmente nas


rochas ou em outros materiais. Em alguns casos excepcionais conservam-se organismos
completos. Estas situações ocorrem quando os seres ficam incluídos em materiais que os
preservam do contacto com o ambiente (em especial dos microrganismos). São exemplos
destes materiais o petróleo, a resina (âmbar) e o gelo (neve).

Figura 10- Garra de ave (Moa) com Figura 11- Mamute preservado em gelo
partes moles preservadas. A preservação descoberto na Sibéria. O gelo interrompe a
ocorreu no interior de uma gruta com actividade dos microrganismos decompositores
atmosfera seca e estéril. e retarda a decomposição físico-química.

Figura 13- Mosquito preservado em


Figura 12- Flor do Miocénico excepcional-
âmbar. O âmbar isola o organismo do
mente preservada em sedimentos finos
contacto com o exterior.
(Florissant, Colorado, EUA).
 Marcas – Este tipo de fossilização é abundante, as marcas indicam variadas actividades
que incluem a alimentação através dos excrementos; a nidificação através dos ovos; a
locomoção/movimento, através das pegadas. As perfurações e galerias construídas pelos seres
vivos também são consideradas marcas, pois atestam a sua existência.

Qual a importância dos fósseis para a Datação dos Estratos?

Idade Absoluta e Idade Relativa das Rochas e dos Fósseis que nelas se encontram

Conhecer a idade das rochas permite retratar a História da Terra e compreender a sua
evolução. Os geólogos dispõem de processos que permitem determinar a idade das rochas.

A idade das pessoas pode ser referida de acordo com critérios diferentes.

Podemos indicar a idade de uma pessoa: comparando-a com a idade de outros, idade
relativa, ou indicando o número preciso de anos, idade absoluta.

Idade Absoluta

Do mesmo modo, os geólogos são também capazes, utilizando aparelhos apropriados, que
medem a radioactividade natural que existe em quase todos os materiais, de determinar a
idade absoluta de uma rocha, indicando, com uma boa aproximação, o número de milhões de
anos (M.a.) que ela possuiu.
Idade Relativa

Para determinar a idade relativa dos estratos os geólogos baseiam-se nos fósseis existentes
nesses estratos e na aplicação dos princípios que vais aprender:

Princípio da Sobreposição dos Estratos

Formulado no Séc. XVII pelo dinamarquês Nicolau Steno, o Princípio da Sobreposição dos
Estratos diz-nos que:
Numa sequência de estratos não deformados, cada estrato formado é mais antigo do que os
que estão por cima e mais recente do que aqueles que se encontram debaixo dele.

Figura 14- Coluna Estratigráfica.

Assim, de acordo com o Princípio da Sobreposição dos estratos, o estrato 1 é o mais antigo de
todos e foi o primeiro a formar-se. O estrato 8 é o mais recente de todos e o último a formar-
-se. O estrato 4 é mais recente do que os estratos 1, 2 e 3 e mais antigo do que os estratos 5,
6, 7 e 8.
Do mesmo modo posso concluir que
os fósseis de Trilobites são os mais
antigos de todos pois o estrato que
os contém encontra-se debaixo de
todos os outros que apresentam
fósseis.

Os fósseis que se encontram no


mesmo estrato têm a mesma idade
relativa, o seu período de existência coincidiu com o tempo necessário para a formação do
estrato que os contém.
O Princípio da Sobreposição
dos Estratos nem sempre se
aplica, como é o caso das dobras
deitadas (A) e das falhas (B), que
resultam das intensas forças
internas da Terra, que alteram a
disposição normal e induzem em
erro!
A B

Figura 15- Dobras (A) e falhas (B), excepções ao Princípio da Sobreposição dos Estratos.

Princípio da Identidade Paleontológica ou da Correlação Estratigráfica

Se os estratos ou conjuntos de estratos, que se encontram afastados no espaço e separados


possuírem os mesmos fósseis de idade, então formaram-se mais ou menos ao mesmo tempo
(têm mais ou menos a mesma idade relativa) e formaram-se em áreas com ambientes
semelhantes.
Figura 16- Princípio da Identidade Paleontológica

Você também pode gostar