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Campo Grande
2007
CENTRO CULTURAL E ASSISTENCIAL INFANTIL : UMA
FÁBRICA DE CRIATIVIDADE
Campo Grande
2007
Ficha Catalográfica preparada pela Biblioteca Central
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Anexos: 01
____________________________________________________________________
Prof. M. Sc. Arquiteto João Bosco Urt Delvizio (orientador)
Curso de Arquitetura e Urbanismo/Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
____________________________________________________________________
Prof. M. Sc. Arquiteto Caio Nogueira Hosannah Cordeiro (co-orientador)
Curso de Arquitetura e Urbanismo/Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
____________________________________________________________________
Prof. M. Sc. Arquiteto César Guilherme Jacobina Esteves
Curso de Arquitetura e Urbanismo/Universidade para o Desenvolvimento da Região do Pantanal -
UNIDERP
__________________________________
Prof. M. Sc. João Bosco Urt Delvizio
Coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo
Dedico,
A todas as crianças
E pessoas que possam utilizar-se
E tirar proveito deste sistema.
Aos meus tios e tias (os mais lindos do mundo), e aos meus priminhos, que
me permitem momentos únicos de prazer.
Aos meus avós, com quem divido os melhores momentos de minha existência
e cujo amor ultrapassa os limites do racional.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS iii
LISTA DE TABELAS iv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS v
LISTA DE SÍMBOLOS vi
RESUMO vii
ABSTRACT viii
1. INTRODUÇÃO 16
1.1 Justificativa 17
1.2 Objetivos 18
1.2.1 Geral 18
1.2.2. Específicos 18
1.3 Metodologia 19
1.4 Considerações parciais 19
2. O PROBLEMA DO MENOR 20
2.1 Em defesa da infância 20
2.2 Assistência ao menor no Brasil 22
2.3 Assistência ao menor em Campo Grande 25
3. EDUCAÇÃO 29
3.1 Apoio à educação integral na rede pública 29
3.2 A educação que temos e a educação que queremos 30
3.3 Centro de apoio a educação integral 34
4. LAZER 36
4.1 Breve histórico do surgimento da noção de lazer 36
4.2 O conceito do Lazer 37
4.3 A importância do Brincar 39
5. CULTURA 40
5.1 Conceito 40
5.2 Cultura Marginalizada 42
6. PRINCIPIOS ARQUITETÔNICOS 44
6.1 Definição da área de Implantação 44
6.2 Contexto histórico-cultural 47
6.3 Contexto jurídico-institucional 48
6.4 Contexto socioeconômico 49
6.5 Infra-estrutura 50
6.6 O terreno 51
7. PROPOSTA ARQUITETÔNICA 54
7.1 Centro Cultural e Assistencial Infantil 54
7.2 Quantidade de crianças que serão assistidas 56
7.3 Condicionantes 57
8. PRECEDENTES 59
8.1 Funcionais 59
Centro cultural e Assistencial – Ubatuba, SP 59
Centro Assistencial – São Paulo, SP 60
8.2 Tipológico 61
Centro de ensino experimental Cícero dias, Recife, 62
8.3 Plásticos / formais 63
ii
LISTA DE FIGURAS
Capítulo 5 Figura 5.1 - Desenho feito por criança após ver tiroteio 42
entre policia e traficantes
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
RESUMO
ABSTRACT
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1 Botton, Alain. Filósofo suíço, autor de “The architecture of Happiness” – (Arquitetura da Felicidade).
2006. Em entrevista para o Jornal Fantástico dia 25 de março de 2007.
17
1.1 – Justificativa
[...] os arquitetos têm que pensar em projetos que deixem nossas cidades menos
tristes e tragam o melhor do ser humano. (Alain Botton)
Na sociedade moderna, muitos pais não dispõem de tempo para brincar e passear
com seus filhos. Por outro lado, algumas crianças desde muito cedo começam a trabalhar. Por
isso, em suas horas vagas, as crianças de classe média, passam a ocupar seu tempo assistindo
programas de televisão, brincando com jogos e brinquedos eletrônicos, ou ociosas e em
alguns casos nas ruas (essa última opção é a mais comum às crianças de classes menos
favorecidas). Esses jovens são submetidos a toda imprevisibilidade da vida urbana
contemporânea, e muitas vezes acabam por desinteressar-se pelo modo de brincar criativo e
por atividades culturais infantis. O problema se agrava entre jovens e crianças da periferia,
onde a violência torna-se ainda mais cruel e os recursos disponíveis são escassos. Problema
esse manifestado na música “Ensino Errado”:
[...] A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)[...] (Gabriel, O Pensador).
O tema justifica-se uma vez que a população de Campo Grande, na faixa etária que
esse estudo propõe atender é grande. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), atualmente existem nesta capital aproximadamente 129.422 jovens
na faixa etária de 05 a 14 anos, e na região do Bandeira nesta mesma faixa etária a população
é de aproximadamente 28.045, segundo o perfil sócio-econômico de Campo Grande.
Portanto este projeto tem o propósito de apresentar uma estrutura arquitetônica
voltada às crianças e adolescentes, por entender a necessidade de implantar, acompanhar e
desenvolver, em organizações socialmente responsáveis, oportunidades de qualificação
profissional, desenvolvimento pessoal e cidadania para jovens em situação de
vulnerabilidade social, e uma alternativa de lazer para jovens de classe média, atendendo parte
da região urbana do Bandeira, nas proximidades dos bairros Tiradentes, Maria Aparecida
Pedrossian, Jardim Noroeste, e Arnaldo Estevão de Figueiredo.
18
1.2 - Objetivos
1.3 - Metodologia
Figura 2.1
Fonte: charagoesquerdo.files.wordpress.com.fome
21
Por outro lado é polêmico quando se trata sobre trabalho na juventude, pois é uma
população que, em princípio, deveria estar dedicada aos estudos, mas em grande parte da
população jovem há a necessidade de suas famílias, que do seu trabalho dependem.
Foto 2.2
Fonte: www.proec.ufg.br
considerado o lugar mais propício para o envolvimento com a criminalidade e drogas; além
disso, a falta de oportunidade de trabalho e alternativas de lazer caracteriza uma marca de
vulnerabilidade à violência.
Os menores que perambulam pelas ruas das cidades, nelas estabelecem suas relações
sociais algumas vezes recebendo uma cultura marginalizada.
Com esses problemas a escola deixou de ser prioritária para crianças e adolescentes,
que desde cedo buscam emprego, para contribuir com o sustento da família.
Deixai vir a mim as criancinhas, quer dizer: deixai que sejam crianças, que cresçam
com o sorriso nos lábios e com fronte levantada para o céu, porque é estúpido que
se consiga a riqueza com o sangue das suas veias e com a medula dos seus ossos, ao
preço de sua inocência e da bondade de sua alma. (Boletim da Escola Moderna,
1919).
Segundo dados obtidos no portal Voluntário, no Brasil são dois eixos de atuação: por
meio de contato direto ou indireto com crianças e adolescentes:
O Projeto Luz, Câmera... Paz! Desde 2006, com o apoio do HSBC, recebe
adolescentes em conflito com a lei, ensinando-os a trabalhar com os jornais, buscando fazer
com que o assunto infância e adolescência saia na mídia e com melhor qualidade.
24
A Fundação Abrinq é uma organização “amiga da criança”, sem fins lucrativos, que
nasceu em 1990, ano da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Tem a missão
de promover a defesa dos direitos e o exercício da cidadania da criança e do adolescente.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) atua em 158 países do mundo e
tem como objetivo promover a defesa dos direitos das crianças, ajudar a dar resposta às suas
necessidades básicas e contribuir para seu pleno de desenvolvimento. É a única organização
mundial que se dedica especificamente às crianças. Trabalha com os governos nacionais e
organizações locais em programas de desenvolvimento de longo prazo nos setores de saúde,
educação, nutrição, água e saneamento e também em situações emergenciais, na defesa das
crianças vítimas de guerras e outras catástrofes. O UNICEF também considera o esporte um
meio eficaz de complemento à educação e uma forma eficiente de aumentar o interesse e o
desempenho na escola. Além de fazer bem à saúde, o esporte permite trabalhar, ao mesmo
tempo, a afetividade, as percepções, a expressão, o raciocínio e a criatividade de meninos e
meninas.
As Aldeias Infantis SOS criam famílias para crianças que não podem ser mantidas
em sua família natural, ajudando-as a construir seu próprio futuro. Cada Aldeia Infantil SOS
é um condomínio formado por 10 a 12 casas-lares, onde moram famílias com até 9 crianças
com idades diferentes, que convivem sob os cuidados de uma mãe social. Além disso, através
dos Centros Sociais, participam do desenvolvimento de suas comunidades, criando programas
que tenham como meta fortalecer as famílias e prevenir o abandono infantil. Nos Centros
Sociais são desenvolvidas atividades educacionais, artísticas, culturais, esportivas, de
capacitação profissional e geração de renda para famílias de comunidade em situação de risco,
bem como de capacitação para agentes sociais e líderes comunitários.
A região do Bandeira é populosa, pobre, e distante do centro da cidade. Essa pode ser
a definição da região dada pelo Campo Grande News, que está na pouco confortável situação
de concentrar o maior número de ocorrências policiais em Campo Grande, que junto com a
Região Anhanduizinho, segundo o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança
Pública), concentra 31% dos casos, e entre os bairros, o segundo mais violento da cidade esta
o bairro Tiradentes, com crimes muitas vezes ligados ao comércio de drogas, perdendo apenas
para o jardim Los Angeles.
Por ser uma região em que concentra muitas pessoas de baixa renda, os pais
permanecem fora de casa a maior parte do tempo e pelo baixo poder aquisitivo remete à
pouca aquisição de livros, revistas, computadores, filmes, cursos, lazer e ausência de cuidado
integral.
Na falta de local adequado para passarem a maior parte do dia, resta às crianças e
adolescentes buscarem nas ruas e terrenos baldios formas de convivência, “socialização” e de
diversão.
27
São as unidades:
PARCEIROS:
• A.a.b.b
• Abctran
• União recreativa
28
Ideal seria que essas instituições passassem por uma reorganização e revitalização de
maneira a contribuir e satisfazer as necessidades do local.
CAPÍTULO 3 – EDUCAÇÃO
equipamentos de lazer, esporte e cultura, podem inibir o livre curso do seu desejo e
habilidades.
“A escola finge que ensina e o aluno finge que aprende” (Darcy ribeiro)
Figura 3.1
Fonte: www.fnde.gov.br
3 (Nascimento, Volmer do. Ex-coordenador do movimento nacional dos meninos e meninas de rua do rio de
janeiro. Entrevista ao jornal do Brasil, 2-12-1990).
32
Parece ter ficado de fora das escolas tradicionais, o lúdico da aprendizagem e valores
como valentia, religião, e o que é certo ou errado também não fazem parte do universo
escolar.
Figura 3.2
Fonte: www.fnde.gov.br
Tem-se a idéia de trabalhar uma nova concepção e uma nova maneira de pensar a
escola, em que os processos educativos não mais fiquem restritos aos muros escolares, mas
que também complementem as atividades escolares com outras atividades em um espaço
alternativo ao da escola, insistindo-se na teoria de complementação, assumindo um papel
33
“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisará passar para
atravessar o rio da vida, ninguém exceto tu. Existem, por certo, inúmeras veredas,
e pontes, e semi-deuses que se oferecerão para levar-te do outro lado do rio; mas
isso te custaria tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no
mundo um único caminho, por onde só tu podes passar. Para onde leva? Não
perguntes, segue-o.” (Friedrich Nietzsche)
Na medida em que a escola ensina conteúdos conflitantes com os aprendidos na
família e na rua, gera desinteresse e a sala de aula se transforma no espaço em que se
aprendem coisas “chatas”, sem conexão com a vida lá fora.
CAPÍTULO 4 – LAZER
Lazer – [do lat. Licere, “ser lícito”] ócio, descanso, folga, vagar. Senso de prazer e
da volúpia. Tempo de que se pode livremente dispor, uma vez cumprido os afazeres
habituais. Divertimento, entretenimento, distração, recreio. (Novo Aurélio Século
XXI)
4 Dumazedier, Joffre. Sociólogo Francês, apud Oleias, Valmir José. Sociólogo Brasileiro. Disponível no site
http://www.cds.ufsc.br/valmir/cl.html . Acessado Em 03/06/2007 as 05hs35min.
38
a rotina, nem que seja com uma simples caminhada em um parque, ou em uma conversa
familiar, onde encontram prazer em pequenos gestos do cotidiano, e são capazes de preencher
com isso as necessidades de exercícios físicos, de criatividade manual, de sonhos, de
informação, de sociedade.
“O lazer é como qualquer atividade que não seja profissional ou doméstica, um
conjunto de atividades gratuitas, prazerosas, voluntárias e liberatórias, centradas
em interesses culturais, físicos, manuais, intelectuais, artísticos e associativos,
realizados em um tempo livre roubado ou conquistados historicamente sobre a
jornada de trabalho profissional e doméstico e que interferem no desenvolvimento
pessoal e social dos indivíduos” (Camargo, 1989).
Poderíamos definir lazer, como uma forma de você utilizar seu tempo dedicando-se a
uma atividade prazerosa e que você goste de fazer, o que não significa que seja sempre uma
mesma atividade.
Fazendo convergir às diversas expressões, podemos considerar a ausência de
qualquer atividade concreta, ou seja, certa liberdade de não fazer coisa alguma. Surge de
forma clara uma tentativa de definir certo tempo (fora das ocupações diárias) em contraponto
com o outro tempo (o das ocupações diárias). Assim, o conceito “tempo livre” parece aquele
que melhor corresponde à necessidade de “batizar” a parte do dia em que não estamos
ocupados com atividades definidas.
É evidente constar à importância do lazer para a recuperação física e psíquica dos
desgastes que as pessoas sofrem nas relações no dia a dia, na família e nos grupos sociais de
que fazem parte.
A instituição procurara em suas ações proporcionar ao publico alvo experiências que,
além de possibilitarem a recuperação física e mental, melhorem a qualidade de vida e atendam
à necessidade de participação, solidariedade e integração sócio-cultural.
No Brasil a classificação de lazer se divide em três atividades: as esportivas, as
recreativas ou lúdicas e as culturais. O lazer é geralmente gratuito, o lazer cultural é centrado
nas artes e no conhecimento, e o lazer esportivo é relacionado a exercícios físicos.
39
O brincar não esta restrito apenas as crianças. É mais comum vê-los brincar, mas
muitas vezes os adultos usam brincadeiras para esquecer o stress do dia-a-dia.
Todas as crianças, assim como todo ser humano, são indivíduos inseridos na
sociedade, e são portadores de cultura profundamente marcada pelo meio em que vivem.
Tendo na família um ponto de referência por onde estabelecem relações sociais.
Através do brincar a criança tem uma forma de aprendizagem, e é um instrumento
que permite que a criança atribua sentido ao mundo e as suas relações com suas necessidades,
tendo assim bagagem para desenvolver atividades mais elaboradas futuramente.
É desenvolvida durante o brincar a auto-estima das crianças, o entendimento da
colaboração, divisão, liderança, obediência às regras e competição, favorece a aprendizagem e
habilidades motoras, desenvolve habilidades visuais e auditivas, seu raciocínio criativo e
inteligência. Finalmente, o brincar pode funcionar como um espaço através do qual a criança
deixa sair sua angústia, aprende a crescer e aprende os limites.
A experiência criativa começa com o viver criativo, manifestado primeiramente na
brincadeira. A criança privada de brincadeiras é notoriamente inquieta e incapaz de brincar,
apresentando um empobrecimento da capacidade de experiências no campo cultural. Se a
criança não gosta de brincar ou não é criativa nas brincadeiras, é porque ela esta com
problemas.
CAPÍTULO 5 – CULTURA
5.1 - Conceito
educação, permitir ao público-alvo o acesso durante seu tempo livre ao lazer cultural que
proporcione diversão e entretenimento.
Os pais se preocupam com a cultura recebida por seus filhos.Um exemplo é uma
entrevista feita por Zaluar, a um ladrão eventual de 29 anos, pai de família, onde ele
demonstra preocupação com seus filhos não os querendo no meio da rua. Assim se referindo
ao local (rua):
“... é igual, por exemplo, você gostar de uma moto, gostar de um carro bonito,
então eu acho que isso atrai a gente e a mesma coisa é isso, crime. Você vê um
bandido passar e que o bandido falou isso, fez aquilo, que dizer que a pessoa é
atraída por aquilo. É só o que a gente ouve hoje, sobre crime... porque no ambiente
em que a gente mora só se comenta isso, é o que mais se comenta na favela é a
respeito do crime... e isso fascina as pessoas que moram ali dentro e é atraído por
aquilo.” (ZALUAR, 1992, PAGINA 26).
“Amamentados pelos sons dos tiros” é esse o contexto onde esses jovens vivem, em
meio aos riscos e vulnerabilidades das drogas, violências e crimes, e as figuras com as quais
43
eles se identificam é o chefe do tráfico, o chefe do crime. Para esses jovens, o tráfico
representa uma possibilidade de melhoria de vida social. E o traficante é visto nos meio onde
eles vivem como uma figura de respeito que zela pelo bem-estar da comunidade à medida que
faz bem feitorias, muitas vezes substituindo o Estado. E para eles são os traficantes que os
respeitam como cidadãos.
Outro motivo para jovens se envolverem com o crime é para financiar o próprio
vício, pois as drogas é uma forma que encontraram para fugir da vida difícil, uma forma de se
sentirem mais leves, mais contentes.
À medida que a criança vai crescendo, recebe novas influências desse mesmo grupo,
de modo a fazer parte da sociedade, passando a agir como reflexo de sua sociedade fazendo
aquilo que é normal e constante para ele, agindo de acordo com padrões já pré-estabelecidos.
Como a diversão é limitada, a rua se torna a única forma de diversão para crianças de
bairros carentes, a mesma rua marginalizada, onde recebem as culturas provenientes deste
meio. Essa rua que muitas vezes é onde a criança passa a maior parte do dia, quando não estão
na escola.
A carência de atividades é explorada pelo tráfico marcando presença e ocupando
espaços deixados em aberto pelo poder público, colocando lazer, organizando festas, e uma
série de outras atividades para animar a comunidade, e assim se transformam em uma
referência para os jovens.
44
Campo Grande é uma cidade que se revela moderna, de vias largas e arborizadas que
harmoniza crescimento com qualidade de vida.
45
A FREQÜÊNCIA MÉDIA É:
NW: 0-14%
NE: 5-17%
SE: 5-16%
46
N: 5-17%
E: > 36%
Tabela 6.2
A Cidade está dividida em sete regiões: Região Urbana do Centro, Região Urbana do
Segredo, Região Urbana do Anhanduizinho, Região Urbana do Bandeira e Região Urbana do
Prosa.
Figura: 6.5
Fonte: www.pmcg.ms.gov.br
47
O bairro onde será implantado o Centro Cultural e Assistencial Infantil, esta localizado
na Região Urbana do Bandeira. O lote está localizado no Bairro Tiradentes.
Figura 6.6
Fonte: www.pmcg.ms.gov.br
Em meados de 1950, o médico Dr. Anísio de Barros, compra uma extensa área do
“Bandeirinha” (antigo dono de uma extensa área na cidade, situada na região hoje chamada de
Bandeira, em homenagem a ele) e forma a Fazenda Rancharia, que inicialmente serve para
receber os gados provenientes de suas fazendas no pantanal.
Com a abertura da rua Joaquim Murtinho, a cidade começa a se aproximar da Fazenda
Rancharia, fazendo com que o Dr. Anísio de Barros reveja os planos para sua propriedade.
Assim nos anos 70, o médico promove o começo do loteamento da fazenda, para
incentivar a ocupação. Doou uma área para os salesianos, área onde hoje é o Asilo São João
Bosco.
48
Posteriormente a fazenda é cortada pela estrada das Três Barras e pelo mini-anel. A
proximidade ao mini-anel, e as condições hidrológicas, suscitou uma coleção de mais de doze
piscinas naturais regadas pelas minas do Córrego Lajeado, área recentemente ocupada pelo
empreendimento imobiliário, Condomínio Dahma.
O terreno esta localizado entre as ruas: ao norte Joaquim Murtinho, ao sul Brasilândia
e a oeste Antônio Pinto de Barros.
A lei de uso e ocupação do solo, que dispõe sobre a área urbana do território do
município de campo grande, estabelecida por lei, para as quais são atribuídas diferencialmente
permissões e restrições de uso e ocupação do solo, visando o ordenamento geral do
assentamento.
Segundo esta, o terreno escolhido esta localizado na zona de uso Z7, que permite as
categorias residenciais, comerciais atacadistas e varejistas, industrial e serviços diversos.
O tema deste trabalho encaixa-se na categoria de prestação de serviços, S1 e S2, que
permite resumidamente:
S1: Autônomos, escolas de informática, bicicletaria, serviços para alimentação,
imobiliárias, consultórios e clinicas medicas, academia de ginástica, cursos de línguas e
profissionalizantes, bares e congêneres sem musica. Todos com porte até 720m².
S2: idem ao item S1, todos com porte acima de 720m².
Foto 6.7
Fonte: www.maps.google.com.br
6.5 - Infra-estrutura
6.6 - O terreno
Figura 6.10
Fonte: www.maps.google.com.br
A própria sociedade impõe barreiras para a inclusão social, começando por dar valor
de status a quem tem acesso à cultura. Sendo assim é conveniente a construção de um espaço
público, para que as crianças possam desde cedo desfrutar do verdadeiro sentido de cultura,
lazer e educação.
Qual a fórmula para um novo ensino
público de qualidade? Teoricamente: pão +
trabalho + educação = ordem. Combater a fome
e a ociosidade, esta seria a fórmula para um
ensino de qualidade e para impedir o avanço da
criminalidade.
Figura 7.1
Fonte: posto-assistencia-maria-ajudando
55
É indicada a oferta de serviços educacionais com tal abrangência através de uma rede
de apoio à escola visando o ensino integral como forma de proteção à infância.
O plano pedagógico da nova educação deve articular cultura, saúde e educação e ser
construído em toda a comunidade escolar. É o que garantirá a qualidade do ensino integral.
Isso é fundamental para os processos de igualdade social. A educação deve ser repensada
como uma forma de integração com os outros espaços.
É importante fazer com que a educação integral tenha entre seus princípios a
interligação com a sociedade para o desenvolvimento social dos estudantes e da comunidade.
Segundo dados obtidos no programa Escola Viva, em Campo Grande MS, em média
402 jovens freqüentam as oficinas oferecidas nas escolas aos finais de semana, portanto os
projeto pretende assistir uma média de 500 crianças diariamente.
RODRIGUES
14 EM PROF.ª MARINA COUTO 244
FORTES
15 EM PROF.ª ONEIDA RAMOS 316
16 EM SANTOS DUMONT 370
17 EM PE. TOMAZ GHIRARDELLI 647
18 EM PROF.ª OLIVA ENCISO 420
19 EM SULIVAN SILVESTRE 434
OLIVEIRA
20 TOTAL PARTICIPANTES 8050
7.3 - Condicionantes
8 – PRECEDENTES
8.1 - Funcionais:
Precedente 1
Obra: CENTRO CULTURAL E ASSISTENCIAL
Local: Ubatuba – SP
Ano: 2001
Autor do Projeto: Ruy Ohtake
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura628.asp
Figura 8.1
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura628.asp
Figura 8.2
Precedente 2
Obra: CENTRO ASSISTENCIAL
Local: São Paulo – SP
Ano: 2002
Autor do Projeto: Danielle Klintowitz, Stefânia Dimitrov e Alessandra Pires.
Figura 8.3
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura312.asp
61
8.2 – Tipológicos
Precedente 3
Obra: CENTRO DE ENSINO EXPERIMENTAL CÍCERO DIAS
Local: Recife - PE
Ano: 2006
Autor do Projeto: Ana Paula Polizzo, Gustavo Martins e Marco Milazzo
Figura 8.4
Fonte: www.plataformaarquitectura.cl/.../admin/page/5/
62
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/institucional/
Figura 8.5
Escola pública modelo, funciona em período integral. Os alunos fazem três refeições
por dia e contam com aulas especiais, como língua estrangeira e filosofia.
A escola não possui muros nem portões, partindo da idéia que o conhecimento não
deve ser concentrado e sim difundido para além das barreiras e muros da escola.
Usando técnicas tradicionais de modulação foi possível a construção mais rápida e
econômica.
O volume foi dividido em cinco blocos: de administração e professores, de salas de
aula e laboratórios, de serviço e refeitório, de biblioteca e informática, e de auditório. Esse
conjunto possui um e dois andares unidos por um conjunto de estruturas metálicas.
O projeto atende todos os requisitos de acessibilidade e conforto térmico, utilizando-se
de rampas e bom aproveitamento de ventilação e iluminação natural.
Outro fator importante é o entendimento de que a escola não poderia ter fundos, todas
as fachadas deveriam ser trabalhadas como principais.
O programa para a escola foi elaborado de forma a iniciar um novo conceito de ensino.
As nove salas de aula foram dimensionadas para um específico número de alunos e são
divididas entre si por painéis móveis, que permitem a configuração de um espaço único, se
necessário. As salas são equipadas para que possa ser informatizado, o auditório localizado no
térreo possibilita fácil acesso de visitantes em caso de eventos e o programa da escola também
inclui uma biblioteca informatizada.
A idéia é formar uma escola para ensino diferenciado, buscamos criar um projeto de
fácil execução, racionalidade construtiva, sem perder de vista a sua estética, volumetria e
importância como formadora de cidadãos.
63
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/institucional/
Figura 8.6
Precedente 5
Obra: ESCOLA PHD INFANTIL
Local: Natal-RN
Ano: 2003
Autor do Projeto: Felipe Bezerra
Por sua vez, as classes são delimitadas por cobogós. “Desse modo há ventilação
cruzada constante”.
8.4 – Tecnológicos
Precedente 6
Obra: TEATRO MUNICIPAL DE NATAL
Local: Natal-RN
Ano: 2005
Autor do Projeto: Mario Biselli e Guilherme Motta
Precedente 7
Obra: UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
Local: São Paulo – SP
Ano: 2001
66
Figura 8.10 elementos da fachada da Unicsul Figura 8.11 janelas da biblioteca voltada para pátio
Fonte: arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura529 Fonte: arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura133
9 – MEMORIAL DESCRITIVO
Representação em Projeto:
Figura 9.1
Fonte: www.isla.com.br/img/artigos/2005-02-14.grama.jpg
• FLAMBOYANT
Representação em projeto:
Seu uso na arborização urbana fica recomendado apenas a parques e grandes espaços,
devido a sua altura e suas raízes muito superficiais que destroem as calçadas ao seu redor.
Suas flores são majestosas e de cor vermelha-alaranjada ou amarelas, e a época de
floração é de outubro a dezembro.
69
Figura 9.2
Fonte: http://ourworld.compuserve.com/
• JACARANDÁ
Representação em projeto:
Figura 9.3
Fonte: www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=50815...
• PATA DE VACA
Representação em projeto:
Figura 9.4
http://www.arvores.brasil.nom.br/florin/bauhi.htm
• CHUVA DE OURO
Representação em projeto:
Figura 9.5
Fonte: www.imagem.ufrj.br/index.php?acao=detalhar_im
• CLOROFITO
Representação em projeto:
Figura 9.6
Fonte: www.biologico.sp.gov.br
• TRAPOERABA-ROXA
Representação em projeto:
Figura 9.7
Fonte: www.biologico.sp.gov.br/bioin_janeiro05.htm
74
• PALMEIRA-DE-NATAL
Representação em projeto:
Figura 9.8
Fonte: www.jardinagempaisagismo.com
75
SANGUE DE ADÃO
Representação em projeto:
Foto 9.9
Fonte:
http://www.expomudas.com.br
/ornamentais017.htm
MARIA-SEM-VERGONHA
Representação em projeto:
76
Foto 9.10
Fonte: http://www.artevegetal.com.br/htmls
Porte: Até 60cm na espécie original e até 20cm nas variedades anãs.
Flores: Quase o ano todo, em diversas cores.
Características: À meia-sombra floresce mais intensamente. É utilizada em conjuntos,
bordaduras ou como forração nas variedades anãs. Dá sempre um toque campestre ao jardim,
com a delicadeza de suas flores. Não requer muitos cuidados.
IPÊ ROSA
Representação em projeto:
Foto 9.11
Fonte: baixaki.ig.com.br/.../16949-ipe-rosa.htm
PALMEIRA IMPERIAL
Representação em projeto:
foto 9.12
Fonte:
www.palmeirasholambra.com.br/fotos
.html
1. Bloco 1
A-Térreo
Setor Administrativo
- Sala de administração
- Diretoria
79
- tesouraria/secretaria
- Almoxarifado central
Setor de funcionários
- Banheiro de funcionários masculino e feminino
- Sala de funcionários
- Copa
- Sala de reuniões
Setor Assistencial
- Recepção
- Salas de Assistência Médica
- Sala de Psicologia
- Sala de Enfermagem
- Sala de Assistência Social
- Sala de Psicologia
- Sala de Vacinação
-Sala de Campanhas de apoio a família (Cesta básica, campanha do leite, etc)
- Farmácia popular
- Salas de dentista
- Sala de inalação e reidratação
Setor Cultural
- Pavilhão de exposições
- Banheiros das famílias femininos e masculinos e PNE
- Laboratório de modelagem, estilismo e costura
- Laboratório de marcenaria, marchetaria e oficina de manutenção
Setor Esportivo
- Quadra polivalente
- vestiário masculino feminino e PNE
- Lanchonete
- Depósito
B-1°Pavimento
Setor de apoio Pedagógico
80
- 2 salas experimental
- Laboratório químico biológico
- Laboratório de idiomas
- 2 Salas múltiplo uso
Setor Artístico
- Sala de cerâmica
- Sala de desenho e pintura
- Sala de música
- Sala de dança
- Sala de teatro e expressão corporal
Setor Cultural
- Vestiários, masculino e feminino
- Camarins, masculino e feminino
- Mini-auditório
- Sala de conferência
2. Bloco 2
Setor Multimídia
- Sala de Fotografia
- Laboratório de fotografia
- Estúdio de fotografia
- Laboratório de áudio, som e TV
- Rádio comunitária
- Ilha de edição/gráfica
- Tudoteca (a biblioteca de tudo)
- Laboratório de Informática
- Internet livre
Setor Assistencial
- Refeitório
- Cozinha
- Depósito
- Câmara fria
81
- Área de serviço
- Banheiros, masculino e feminino
- Espaço para refeições
Foto 9.13
Fonte: http://www.molecule.com.ar/
TÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL
Seção II
DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e
da comunidade.
Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
I — creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II — pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e
registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso
ao ensino fundamental.
Seção III
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
I — o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II — a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III — o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV — o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em
ciclos.
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar
no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação
do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de
ensino.
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e
processos próprios de aprendizagem.
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado
como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem
ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos
alunos ou por seus responsáveis, em caráter:
I — confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu
responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e
credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou
II — interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades
religiosas, que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa.
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro
horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o
período de permanência na escola.
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de
organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral,
a critério dos sistemas de ensino.
Seção IV
DO ENSINO MÉDIO
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima
de três anos, terá como finalidades:
I — a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II — a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas
condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III — o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento
crítico;
IV — a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste
Capítulo e as seguintes diretrizes:
I — destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da
ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e
da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao
conhecimento e exercício da cidadania;
II — adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa
dos estudantes;
III — será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo,
dentro das disponibilidades da instituição.
§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados
de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:
I — domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção
moderna;
II — conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
III — domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao
exercício da cidadania.
§ 2º O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
para o exercício de profissões técnicas.
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao
prosseguimento de estudos.
§ 4º A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação
profissional, poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino
médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional.
Seção V
DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram
acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos,
que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais
apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de
vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento
de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I — no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze
anos;
II — no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios
informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS