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PORTA CORTA-FOGO PARA SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

Ana Cláudia Meneguci Silva

1. Introdução
Um equipamento comum em nossa vida quer estando em casa (para aqueles que reside
m em apartamentos) quer em nossos momentos de lazer, a porta corta-fogo não costum
a chamar muito nossa atenção, salvo quando em um teatro ou cinema somos informados d
e que ...nas laterais há portas corta-fogo destravadas e com barras antipânico... .
A utilizamos como passagem no dia-a-dia e muitas vezes não nos damos conta de sua
importância. Mais ainda: estando em um shopping center, qual de nós têm a preocupação de
localizar a saída de emergência mais próxima do local que nos encontramos com nossa fa
mília?
Como acontece com equipamentos de emergência, somente nos damos conta de sua impor
tância quando da sua falta: o Edifício Andorinha, incendiado em 1986, não possuía escada
s de emergência; o prédio da TAM Express atingido pelo vôo TAM 3054 em Congonhas, teve
a escada de emergência atingida pela aeronave, bloqueando a rota segura para evac
uação das pessoas.

2. Definição
Seu papel é o de conter as chamas e o calor provenientes do fogo, razão pela qual el
a é o equipamento aplicado nas saídas de emergência e nas escadas de incêndio, oferecend
o um caminho seguro tanto para a fuga dos civis quanto para o acesso dos bombeir
os que irão combater o fogo.
Por definição a porta corta-fogo é do tipo de abrir com eixo vertical, composta de ba
tente, ferragens e da porta em si, com a função de impedir ou retardar a propagação do f
ogo e calor. (NBR 11742, 3.1).

3. Aplicação
Há uma combinação entre a capacidade de resistência ao fogo (classe da porta) e sua apli
cação nas edificações. Embora a Norma Técnica de referência (Norma ABNT NBR 11742) classifi
ue as portas corta-fogo (P-30, P-60, P-90 e P-120) e até seu emprego (4,1 e 4,9),
cada Corpo de Bombeiros Estadual estabelece um dos quatro tempos de resistência a
o fogo (P) que a porta deve proporcionar, levando em conta a existência ou não de an
tecâmara e o cálculo de risco da edificação.
É exigência de Norma que a porta seja instalada com três dobradiças. Elas podem variar
de modelo (fechamento por gravidade ou por dispositivo hidráulico mola), mas nunca
de quantidade. Também determinada por Norma é o uso da fechadura de sobrepor com tr
inco, item gerador de interpretações equivocadas. Devemos lembrar que a porta corta-
fogo oferece duas condições de segurança ao usuário: a primeira conter e impedir a propa
gação do fogo, a segunda: oferecer um caminho de fuga para nós civis e um fácil acesso a
os bombeiros.
A fim de garantir o desempenho satisfatório da porta corta-fogo conter as chamas
e o calor é obvio que ela deve estar fechada, o que não significa trancada. Erro mui
to comum é a colocação de fechaduras de chave não previstas em Norma ou cadeados. Em cas
o de incêndio quem irá buscar a chave no almoxarifado? Barras antipânico são acessórios pr
evistos para situações de grande público.

4. Manutenção
Diferentemente de um extintor de incêndio ou de um sprinkler, a porta corta-fogo é u
tilizada em nosso dia-a-dia como passagem, quando subimos ou descemos um andar.
Sendo assim, ela não fica inerte aguardando o momento de entrar em cena , pelo contrári
o: é manuseada diversas vezes em movimentos de abrir e fechar. São os dispositivos q
ue garantem a abertura e o fechamento da porta que devem ser preocupação de manutenções
mensais. Semestralmente, deve ser avaliada a condição da folha da porta e a lubrific
ação das dobradiças e fechadura com graxa.
Tão importante quando a manutenção da porta corta-fogo é o estado da saída de emergência.
omum que sejam utilizadas como depósitos temporários de diversos objetos: um morador
troca o sofá e como está um pouco tarde, deixa-o na saída de emergência para no outro d
ia removê-lo para descarte. Acontece que emergências não têm o hábito de marcar hora, e no
caso de um incêndio, um sofá dificultará a passagem das pessoas, além de ser extremamen
te combustível.

5. Cuidados
Deve-se observar também o uso de agentes corrosivos na limpeza das escadas de emer
gência, uma vez que água sanitária e cloro reagem com o material externo da porta (aço g
alvanizado) provocando sua oxidação (ferrugem). Sintoma comum do uso de tais agentes
corrosivos é a presença de ferrugem ou casca de laranja na parte inferior da porta co
rta-fogo.

6. Segurança do Produto
No Brasil, as empresas de portas corta-fogo submetem seus produtos a um processo
de certificação, com o objetivo de atestar, assseverar o cumprimento de exigências de
Normas Técnicas, uma vez que o desempenho de um equipamento está diretamente relaci
onado às matérias-primas empregadas na sua confecção e no controle do processo produtivo
.
Desde 1940 a ABNT atua no segmento de segurança contra incêndio, e por conseqüência junt
o aos fabricantes de portas corta-fogo, garantindo o desempenho mediante o acomp
anhamento de ensaios, e o controle das etapas de fabricação e do produto no mercado
em auditorias.
Para portas corta-fogo foi criado o Selo de Marca de Conformidade ABNT, fixado
em cada porta, contendo um número de série e informando a classe (tempo de resistência
ao fogo). Junto à esta etiqueta metálica deve haver outra com informações do nome do fa
bricante, e em conjunto estes dois selos são capazes de garantir a rastreabilidade
do produto, isto é, chegar aos lotes originais de matéria-prima empregados na confe
cção daquela porta.
Em cada lote de portas fornecido, o fabricante deve enviar um Manual de Instruções
contendo informações sobre dimensões e massas nominais, cuidados de transporte, embala
gem, armazanamento, instalação, funcionamento, manutenção e garantia.

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