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sociedades e natureza, busca aprimorar seus meios de produção e a capacidade de sua força
reprodução da sociedade.
Dentre estes recursos, os que nos interessam neste momento são os alimentares,
representados no sítio arqueológico pelos restos da fauna e da flora utilizados pelo grupo ali
representado.
preocupação com os mesmos uma vez que lhe faltam critérios claros, previamente
arqueológico em estudo.
1 - Coordenador do Programa Arqueológico Puri-coroado; Pesquisador do Centro Regional de Ensino e Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais; Coordenador
Acadêmico do Centro Educacional Palmieri.
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O que parece acontecer na verdade, é que o arqueólogo, com sua atenção voltada
para os restos “ mais significativos” e com resultados imediatos, não tem grande interesse
com o qual está trabalhando, e quando o faz, o faz de forma rápida, sem maiores
informações e apenas dos elementos mais freqüentes e evidentes. É o caso dos restos da
Quando da publicação de resultados, salvo raras exceções, estes poucos restos são
Muito pouco para um trabalho que pode, e deve, apresentar elementos a respeito da
subsídios para estudo, também a arqueologia pode fornecer novos elementos para que
outros pesquisadores trabalhem, sem que isso seja um trabalho extra, e que possam, estes
Para melhor aclararmos esta idéia, poderíamos pensar nos elementos que nos
arqueologia pode, e deve, fornecer elementos à palinologia, à zoologia, à nutrição, etc., para
que possam nos dar posteriormente novos subsídios com os quais possamos trabalhar. Um
específicos, usando-os como dados de seu trabalho de campo. Depois disto, repassam-no
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aos biólogos que fazem o estudo a ele devido, estabelecendo uma série de novos elementos,
1. arqueólogo deve estar consciente de que o local onde estará trabalhando, escavando,
2. A totalidade, que deve ser buscada, nunca será a totalidade do sítio ou do espaço, mas a
realidade como um todo estruturado, dialético, no qual ou do qual um fato qualquer ...
auxiliares, bem como da mútua utilidade e intercâmbio, para que possa fornecer
material de estudo à outras ciências, da mesma forma que essas fornecem conhecimento
para a arqueologia.
áreas de maior necessidade, que trazem consigo o “ modus operantis” de cada uma
5. Estar alerta para com o sítio. Retirar dele tudo o que dele puder ser retirado. Ter em
mais poderá vê-lo a não ser através da sua leitura. Imaginemos um historiador que vai
2 - KOSIK, Karel. Dialética do concreto, Coleção Rumos da Cultura Moderna, volume 26, 2@ edição, Editora Paz e terra, Rio de Janeiro, 1976.
3 - BISSA, Walter Mareschi. Contribuição da palinologia à arqueologia: uma abordagem interdisciplinar. In: Revista de Pré-História, Universidade de São Paulo /
Instituto de Pré-História, volume 7, São Paulo, 1989, pp. 146-149.
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historiador que desejar ler aquele documento, somente poderá fazê-lo através da leitura
daquele historiador. Devemos ter em mente que a verdade agora estabelecida, pode, e
deve, ser mudada amanhã, por nós ou por outrem. Assim, o arqueólogo pode e deve
retirar do sítio tudo o que ele oferecer e não apenas o que nele interessar. O trabalho
podem advir; e a flora, numa infinidade de formas como caroços, cascas, sementes,
fibras, etc..
7. Deve ser lembrado também, que estes elementos não precisam estar necessariamente no
A origem do material e o que dele pode-se retirar, depende de sua natureza. Assim,
tanto dos restos ósseos animais (aves, mamíferos, peixes, répteis, anfíbios), quanto das
arqueológicas, pode-se obter, com importância para a arqueologia, além das espécies, o
tamanho do animal, a carne disponível em cada um deles, o seu valor protéico, o número
possível de pessoas a serem alimentadas com ela, etc.. Dos sepultamentos pode ser
pélvica, se possível em separado, e de onde pode-se obter restos ósseos, sementes, fibras,
pólens, grãos de origem vegetal, insetos e/ou restos deles, etc., bem como é possível ser
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mesma referida acima. Dos restos vegetais a importância está na identificação das
espécies num primeiro momento, no momento seguinte a busca de possíveis frutos, sua
utilização, formas de uso, etc.. Dos coprólitos humanos encontrados soltos, pode-se
é a mesma mencionada acima, quando falamos dos restos encontrados nos sepultamentos.
procedimentos, não deve ser algo solto, desarticulado, do trabalho. Há uma formação
social sendo estudada, historicamente estabelecida, com uma complexidade ainda não
alcançada, mas que buscamos. Os elementos de que falamos a pouco, fazem parte desta
ou outro elemento, perde o sentido que teriam quando relacionados àquele grupo, àquela
sociedade específica.
conclusões. Ele deve fazer parte de uma arqueologia que busca a totalidade, possível, de
relacionados.
Este trabalho poderá vir a receber críticas dos que acreditam não ser este um
trabalho para a arqueologia. A eles daríamos razão se ele fosse apenas e simplesmente
para levantamento e identificação de espécies, mas nossa proposta não é apenas esta.
responsabilidade do arqueólogo, que deve saber o que fazer e estar atento e preparado para
recuperá-los da melhor forma possível. São estes elementos por nós recuperados, que
permitirão a outros profissionais, também trabalharem com algo que julgamos ser apenas
estabeleceu suas relações, enquanto formação social, com a natureza, com o meio ou