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CRIME CONTRA A INDUSTRIA

Cometer uma ação ilegal, colocar em risco vidas humanas, provocar queimadas em matas,
derrubar aviões, incendiar casas e empresas ou ainda provocar acidentes trágicos em
refinarias, mutilações, queimaduras... Todas essas violações poderiam fazer parte de uma lista
de atos terroristas. Porém, são conseqüências de uma atitude que está muito mais próxima de
nossa realidade do que se imagina, praticada por pessoas comuns, às vezes nossos vizinhos.
Não é exagero, todas essas mazelas citadas são resultados da fabricação e soltura de balões.
Quem solta balões conhece os riscos a que está submetendo o restante da sociedade, mas
muitas vezes o faz por considerar o delito uma arte e uma tradição. Sob o pretexto de enfeitar o
céu e aplicar um aprendizado de pai para filho, coloca conscientemente, sob perigo iminente as
pessoas que participam da atividade e principalmente, quem estiver sob o balão no momento
da queda. Não há como saber onde e quando ele irá descer e quem ou o que irá atingir.

Soltar balões é crime, previsto pela lei 9605 artigo 42, que define pena de 1 a 3 anos de reclusão e multa de até
R$ 7.500,00. Mas ainda assim, os baloeiros se especializam em driblar a fiscalização e a lei, constróem
artefatos cada vez maiores e mais perigosos.

Indústria cria rotina de observação

As indústrias petroquímicas mantêm, de forma contínua, uma rotina de observação do céu.


“Todos os nossos funcionários são orientados a informar imediatamente se algum balão estiver
nas proximidades” – informou João Carlos Hermenegildo, responsável pela segurança
industrial da Unipar Química, indústria do Pólo de Capuava, em Santo André. Na iminência de
queda dentro da empresa, inicia-se uma verdadeira operação para captura do objeto, antes
que ele caia e incendeie - o que poderia provocar acidentes graves. O gerente de produção da
Unipar, Jorge Garcia Peixoto, explicou que as indústrias químicas e petroquímicas trabalham
com produtos inflamáveis. “Temos diversos dispositivos de segurança para evitar acidentes
dessa natureza, mas um balão pode trazer outros impactos para a produção e para o meio
ambiente, até mesmo se cair na rede de alta tensão e exigir uma parada de emergência não
programada” – disse. Nesses casos, os equipamentos entrariam em processo de
despressurizarão, que geraria gases que precisariam ser queimados no Flare (torre existente
nas indústrias para queima), com prejuízo para o meio ambiente. Segundo levantamento do
PAM (Plano de Auxílio Mútuo), que compõe as brigadas de incêndio das 10 indústrias
associadas da APOLO (Associação das Indústrias do Pólo Petroquímico do Grande ABC), em
2006 caíram 27 balões dentro das empresas, contra 47 em 2005, 35 em 2004, 27 em 2003, 22
em 2002 e 113 em 2001.

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