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Castelo de Guimarães - Márcia

O Castelo de Guimarães localiza-se na freguesia de Oliveira do Castelo, cidade e


Concelho de Guimarães, no Distrito de Braga, em Portugal.
Em posição dominante, sobranceiro ao Campo de São Mamede, este monumento
encontra-se ligado à fundação do Condado Portucalense e às lutas da independência
de Portugal, sendo designado popularmente como berço da nacionalidade.
Classificado como Monumento Nacional, em 2007 foi eleito informalmente como
uma das Sete maravilhas de Portugal.

O castelo medieval
A povoação de Vimaranense distribuía-se, à época, em dois núcleos: um no topo do
então chamado Monte Largo, e outro, no sopé dessa elevação, onde o mosteiro foi
fundado. Era vulnerável à época, além das possíveis incursões de forças Muçulmanas,
oriundas da fronteira ao Sul de Coimbra, às incursões de Normandos, oriundos do mar
do Norte em embarcações rápidas e ágeis, que assolavam as costas e o curso
navegável dos rios à época.
Visando a defesa do núcleo mona cal, a benfeitora principiou, no topo do Monte
Largo, um castelo para o recolhimento das gentes em caso de necessidade. É bem
conhecido historiograficamente o trecho da carta de doação desse castelo aos
religiosos, lavrada em Dezembro de 958, do qual consta essa decisão. Acredita-se que
a estrutura então erguida, sob a invocação de São Mamede, fosse bastante simples,
composta por uma torre possivelmente envolta por uma cerca.
Pouco mais de um século passado, a povoação de Vimaranense encontrava-se entre os
domínios doados pelo rei Afonso VI de Leão e Castela a D. Henrique de Borgonha,
que formaram o Condado Portucalense. O conde D. Henrique (1095-1112) e sua
esposa, D. Teresa de Leão escolheram esta povoação e o seu castelo como residência.
Desse modo, a primitiva construção da época de Fumadora terá sido demolida e, em
seu lugar, erguida a imponente estrutura da Torre de Menagem. O perímetro defensivo
foi ampliando e reforçando, nele se rasgando a porta principal, a Oeste sobre a vila, e
a chamada Porta da Traição, a Leste.
Dentro dos muros dessa cerca terá resistido D. Afonso Henriques (1112-1185), em
1127, ao assédio das forças do rei Afonso VII de Leão e Castela, evento que levou
Egas Moniz a garantir aquele soberano a vassalagem de seu amo, libertando a vila do
cerco. No vizinho campo de São Mamede, o castelo foi testemunha do embate entre
as forças de D. Afonso Henriques e as de D. Teresa (24 de Junho de 1128) que, com a
vitória das armas do primeiro, deu origem à nacionalidade portuguesa.
Entre o final do século XII e o início do XIII, D. Sancho I (1185-1211) circuitou a
parte alta da vila a cavalo, a fim de lhe assinalar um termo, sendo provável que se
tivesse iniciado o amuralhando da vila a partir de então. Em meados do século XIII,
sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279), iniciou-se o traçado definitivo da cerca
da vila, unificando a vila do Castelo (parte alta) à vila de Santa Maria (parte baixa).
Estas obras estariam concluídas ao tempo de D. Dinis (1279-1325), em data anterior a
1322, quando a vila, cujo alcaide era Ema Rodrigues de Vasconcelos, suportou
vitoriosa o assédio das tropas do infante D. Afonso. Em seu interior, entretanto,
manteve-se o antigo muro da parte alta, demolido por volta de 1420.
Sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), foram procedi das obras de reforço na
cerca da vila, assediada neste período pelas tropas de Henrique II de Castela, que
invadindo Portugal pelo Minho, já haviam conquistado Braga. Era seu alcaide, à
época, Gonçalo Pais de Meira (1369).
Quando da crise de 1383-1385, tendo o seu alcaide, Aires Gomes da Silva, mantido o
partido de Castela, a vila foi novamente cercada (Junho de 1385), agora pelas forças
leais a D. João I (1385-1433), que a conquistaram. Este soberano unificou a jurisdição
das duas comunidades (alta e baixa), incorporando-as a um único concelho, doravante
denominado como Guimarães (1389). A cerca de Guimarães compreendia, neste
período, um perímetro de cerca de dois quilómetros, sendo reforçada por oito torres e
rasgada por oito portas.

Trabalho por: Márcia Magalhães

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