Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APOIO:
02 Assédio Moral
Expediente
Coordenação Geral: Edilson de Paula Oliveira ;Secretaria de Finanças e Administração: Iduigues Ferreira
Martins ; Secretaria de Relações Internacionais: Sérgio Novais; Secretaria de Saúde e Meio Ambiente:
Osvaldo da Silva Bezerra;Secretaria de Política Sindical: Arlei Medeiros da Mata; Secretaria de Formação
e OLT: José Samuel Magalhães (Jacaré) ; Secretaria de Imprensa: Leonard Duane Chaves Rosendo;
Secretaria de Políticas Sociais: Luís Carlos Costa Santos; Secretaria de Gênero : Simone Maria Pinto
Brandão;Secretaria Setorial do Setor Petroquímico, Petróleo e Energia : Roberto Odilon Horta ;Secretaria
Setorial do Setor de Plásticos e Borracha: Marcelo Peres Ribeiro ; Secretaria Setorial do Setor de Vidros
e Cerâmica : Lídia Pinto de Morais ; Secretaria Setorial do Setor Químico e Farmacêutico: Sandro
Lourenço da Silva -; Secretaria Setorial do Setor de Papel, Papelão e Celulose: José Roberto Martins í;
Secretaria Regional Sudeste I: Edson Moreira Soares ;Secretaria Regional Sudeste II : Carlos Alberto
Herlaín de Oliveira; Secretaria Regional Norte/Nordeste: Carlos Alberto Itaparica ; Secretaria Regional
Sul: José Luís Gomes de Souza.
Suplentes : Arialdo Andrade Oliveira ; Aurélio Antônio de Medeiros ;Lucineide Dantas Varjão ; Maurício França
Rubem ;Sérgio Silva de Araújo; Nilza Pereira de Almeida.
Conselho Fiscal: Antenor Eiji Nakamura ; Ionara Carvalho Cruz ;José Brito de Oliveira.
Paul Eluard
04 Assédio Moral
Índice
Apresentação ............................................................ 05
Cenas de violência cotidiana ..................................... 06
Cena 1 ....................................................................... 06
Cena 2 ....................................................................... 07
Cena 3 ....................................................................... 08
Assédio Moral, antigo problema que se agrava nestes
tempos globalizados .................................................. 09
A tirania no trabalho .................................................. 10
Caldo de cultura adequado........................................ 11
O problema aqui no Brasil ......................................... 13
Várias faces da agressão .......................................... 14
Formas de violência contra os funcionários ............... 16
Violência contra a mulher .......................................... 17
Violência contra doentes e acidentados .................... 18
A humilhação e a saúde do trabalhador .................... 19
O que fazer? .............................................................. 21
A legislação a respeito do assédio moral .................. 22
Cena final – A resistência .......................................... 23
Considerações finais ................................................. 24
Assédio Moral 05
Apresentação
Cena 2
Cena 3
A tirania no trabalho
freqüente em relações hierárquicas
autoritárias, nas quais predominam
condutas negativas, relações desuma-
nas de longa duração, exercidas por
um ou mais chefes contra os subor-
dinados, ocasionando a deses-
tabilização da vítima com o ambien-
te de trabalho e a organização.
A vítima é isolada do grupo sem
explicação, passa a ser ridiculariza-
da, inferiorizada e desacreditada di-
ante de seus colegas.
Assédio Moral é a conduta Estes, por medo, vergonha,
abusiva, através de gestos, palavras, competitividade ou individualismo,
comportamentos, atitudes, que aten- rompem os laços afetivos com a víti-
te, seja por sua repetição ou sistema- ma e, muitas vezes, acabam reprodu-
tização, contra a dignidade ou inte- zindo ações e atos do agressor e ins-
gridade física de uma pessoa, amea- taurando um “pacto de tolerância e
çando seu emprego ou degradando o de silêncio coletivo”, diante do fato,
ambiente de trabalho. enquanto a vítima vai se degradando
Trata-se, portanto, da exposição e se enfraquecendo.
do trabalhador (a) a situações humi- A humilhação repetitiva acaba
lhantes e constrangedoras, feitas de interferindo na vida do humilhado,
forma repetitiva e prolongada duran- gerando sérios distúrbios para a saú-
te a jornada de trabalho e no exercí- de física e mental, podendo evoluir
cio das funções. para a própria incapacidade para o
Essa exposição à tirania é mais trabalho, o desemprego e a morte.
12 Assédio Moral
A humilhação é um
risco invisível , porém
muito real, à saúde dos
trabalhadores e revela
uma das formas de violên-
cia mais poderosa e sutil
nas relações de trabalho,
atingindo, sobretudo, as
mulheres e os adoecidos,
através de práticas perver-
sas e arrogantes, típicas
das relações autoritárias
das empresas, onde pre-
domina o desprezo e a in-
diferença pelo sofrimen-
to dos funcionários.
Os trabalhadores
são, com freqüência,
responsabilizados pela queda da pro- acima de suas próprias forças, escon-
dução, acidentes e doenças, dendo as queixas e evitando ser hu-
desqualificação profissional, demis- milhados e demitidos.
são e o desemprego. Para manter esse regime de ter-
Essas atitudes reforçam o medo ror, as chefias atacam os laços
individual e aumentam a submissão afetivos, a troca de informações e as
coletiva, construída e alicerçada no comunicações entre colegas, de modo
medo.Assim, os funcionários, tangi- a evitar contatos que estimulem for-
dos pelo medo, passam a produzir mas de resistência.
Assédio Moral 21
• Diminuição da libido.
• Alterações na capacidade de se
concentrar e memorizar.
• Aumento do consumo de bebidas
alcoólicas e outras drogas.
• Anulação dos pensamentos ou sen-
timentos que relembrem a tortura
psicológica, como forma de se pro- • Agravamento de doenças pré-exis-
teger e resistir. tentes.
O que fazer?
Apenas 0,2% das empresas
têm política contra o assédio mo-
ral. Normalmente as atitudes au-
toritárias das chefias, que humi-
lham e infernizam a vida dos fun-
cionários, contam com o apoio
dos patrões, cujo objetivo restrin-
ge-se ao aumento da produtivida-
de para alcançar as metas
estabelecidas e assegurar os lu-
cros, considerando o funcionário
apenas como uma mera peça da
engrenagem, sem existência própria. as Cipas, os sindicatos e a sociedade
Muitas empresas utilizam a pró- organizada, exigindo a adoção de leis
pria família do funcionário como for- e medidas que impeçam o assédio
ma de pressioná-lo, para que se en- moral, garantindo alguns pontos fun-
quadre dentro de um sistema de damentais como:
opressão, violência e injustiça, sem • Cancelamento da demissão do
reclamações ou luta pelos direitos. trabalhador que for vítima ou teste-
No entanto, é dever do empre- munha de assédio moral.
gador adotar medidas que eliminem • Assegurar que o agressor se
quaisquer formas de humilhação, retrate, por escrito, retirando as quei-
constrangimento e discriminação no xas contra o trabalhador (a).
trabalho. A grande luta que se deve • Caso haja a repetição de prá-
travar é a de resistência. ticas ofensivas e violência moral, sem
Essa luta envolve os trabalha- que medidas preventivas tenham sido
dores, a partir do local de trabalho, adotadas pelo empregador, ele deve-
Assédio Moral 23
Considerações Finais
Talvez essa seja a grande res- como na própria lei.
posta ao assédio moral: resistir, re- Porém, o primeiro passo é ven-
forçar a solidariedade no local de tra- cer o medo, romper com a visão indi-
balho, denunciar, exigir a participa- vidualista das corporações e lutar so-
ção das Cipas e sindicatos. Tornar o lidariamente, para impedir que o am-
fato visível, não se calar e não engo- biente de trabalho se torne uma are-
lir a humilhação e violência. A partir na de tirania , onde o autoritarismo e
daí, o trabalhador começa a mudar a a insensibilidade humana e social
realidade e impedir que o trabalho se destruam os sonhos, esmaguem as
transforme num cotidiano amargo, esperanças , levando vidas ao deses-
marcado pelo sofrimento, humilhação pero, ao desemprego, às drogas e
e medo . E também garantir prote- mesmo à morte.
ção contra as práticas de assédio
moral tantos nos acordos coletivos, Resistir é preciso!
26 Assédio Moral
APOIO: