Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
ATM, como nova tecnologia de transporte digital de banda larga, dispõe de mecanismos
de controle dinâmico do largo de banda. Deste modo, quando uma fonte de dados deixa
de emitir, a largura de banda que resulta liberado do canal de comunicação se resigna a
outra fonte.
1 Tecnologia ATM
A evolução das aplicações que requerem transporte digital mostra, desde faz tempo, uma
clara mudança de rumo de meios ponto a ponto a meios pontos a multipontos. Aplicações
como videoconferências, tráfico LAN, broadcasting de vídeo, etc. requerem de suporte
broadcast na capa de transporte.
ATM, ainda que seja uma tecnologia orientada à conexão contempla o uso de circuitos
ponto-multiponto que permitem oferecer funções de broadcasting de informação. Os
dados se replicam no interior da rede ali onde se divide o circuito ponto-multiponto. Esta
aproximação minimiza o largo de banda associado ao tráfico broadcast e permite a
extensão e crescimento destes serviços até níveis muito elevados.
Outro requerimento que se lhe pediu a ATM foi que dispusesse de mecanismos para o
estabelecimento de circuitos comutados sob demanda do DTE. Estas funcionalidades que,
até a data, só se exigiam às redes de banda estreita (RTC, RDSI, X.25, Frame Relay,…)
fazem-se, cada vez mais, necessárias na capa de banda larga (Cabo - TV,
Videoconferência,…)
ATM define um protocolo de sinalização entre o DTE e a rede, chamado UNI, que
permite a este segundo, a negociação de canais comutados sob demanda. O protocolo,
baseado no Q.931 de RDSI, permite ao DTE a criação de um canal (ponto a ponto ou
multiponto) com uma determinada qualidade de serviço (largo de banda, retardo,…).
1.3 Escalabilidade
ATM se desenhou como uma rede "inteligente". O objetivo era que os nodos que
compunham a rede fossem capazes de descobrir a topologia (nodos e enlaces) que lhes
rodeava e criar-se uma imagem própria de como estava formada a rede. Ademais, este
procedimento devia ser dinâmico para que a inserção de novos nodos ou enlaces na rede
fossem detectados e assimilados automaticamente pelos outros nodos.
Esta filosofia de rede, que é muito comum nas redes de banda estreita (redes de routers,
Frame Relay, ...), implanta-se na banda larga com a tecnologia ATM.
Um balanço geral dos pontos anteriores permite ver como a tecnologia de transporte
ATM incorpora e melhoram muitas das técnicas utilizadas unicamente, até então, nas
redes de banda estreita. Isto quer dizer que ATM é também uma tecnologia válida para
este tipo de redes.
ATM se define como uma tecnologia universal válida tanto como transporte digital de
banda larga, como para backbone de alta velocidade em redes LAN ou integração de
serviços em redes corporativas sobre enlaces de baixa velocidade. ATM é uma solução
global extremo a extremo; é tanto uma tecnologia de infra-estrutura como de aplicações.
ATM se baseia num conjunto de novidades tecnológicas que fazem possível que cumpra
os requerimentos a ela exigidos.
1.5.1 Padronização
Conquanto suas origens se remontam aos anos 60, é a partir de 1988 quando o CCITT
ratifica a ATM como a tecnologia para o desenvolvimento das redes de banda larga (B-
RDSI), aparecendo os primeiros padrões em 1990.
5
Desde então até nossos dias ATM tem estado submetida a um rigoroso processo de
padronização; destinado não somente a uma simples interoperabilidade a nível físico
(velocidades SONET e SDH…), senão a garantir a criação de redes multifabricantes a
nível de serviço, padronizando aspectos como Sinalização (UNI, NNI), Controle de
Congestão, Integração LAN, etc.
Para que se possa gerar corretamente a largura de banda sobre um enlace, é necessário
que as diferentes fontes que o utilizam apresentem seus dados em unidades mínimas de
informação.
Para ATM se decidiu uma unidade mínima de 53 bytes fixos de tamanho. O uso de um
tamanho fixo permite desenvolver módulos hardwares muito especializados que
comutem estas celas às velocidades exigidas na banda larga (atuais e futuras). A
longitude da unidade deve ser pequena para que se possa multiplexar rapidamente sobre
um mesmo enlace, campos de diferentes fontes e assim garantir qualidade de serviço aos
tráficos sensíveis (voz, vídeo,...)
Como ATM é uma tecnologia orientada à conexão permitirá, entre outras coisas,
conseguir uma unidade mínima de informação de tamanho pequeno. Como foi dito
anteriormente, as previsões de crescimento para ATM nos obrigavam ao uso de um
6
Definem-se quatro categorias de tráfico básicas: CBR (Constant Bit Rate), VBR
(Variável Bit Rate), UBR (Undefined Bit Rate) e AVR (Available Bit Rate)
No momento da criação, o DTE caracteriza o tráfico que vai enviar pelo circuito mediante
quatro parâmetros categóricos (PCR, SCR, CDVT e MBS). A rede propaga essa petição
internamente até seu destino e valida se o requerimento exigido vão poder cumprir. Em
caso afirmativo, a rede aceita o circuito e, a partir desse momento, garante que o tráfico
seja tratado conforme as condições negociadas no estabelecimento.
Os comutadores ATM executam um algoritmo chamado dual leaky buckets que garante,
quadro por quadro, que seja oferecida a qualidade de serviço requerido. É permitido que o
DTE envie os dados por um circuito à velocidade maior da negociada. Nesse caso o
comutador ATM pode proceder ao descarte dos quadros correspondentes em caso de
saturação em algum ponto da rede.
2 Rede inteligente
7
Uma rede de transporte ATM é uma rede inteligente na qual cada nodo que a compõe é
um elemento independente. Como se comentou anteriormente, os comutadores que
formam a rede ATM descobrem individualmente a topologia de rede de seu meio
mediante um protocolo de diálogo entre nodos.
Este tipo de aproximação, inovador nas redes de banda larga, abre as portas a um novo
mundo de funcionalidades (enlaces de diferente velocidade, topologia flexível, balanço de
tráfico, Escalabilidade,…) e é, sem lugar a dúvidas, a pedra angular da tecnologia ATM.
Com tecnologia ATM se consegue criar uma rede de transporte de banda larga de
topologia variável, isto é, em função das necessidades e enlaces disponíveis, o
administrador da rede pode optar por uma topologia em estrela, malha, árvore, etc. com
uma configuração livre de enlaces (E1, E3, OC-3 , …)
Suponhamos, por exemplo, o caso de uma dependência que antecede ao resto da rede de
transporte ATM mediante um enlace E1 a 2Mbps. Por um crescimento inesperado no
nome de trabalhadores em tal dependência, as necessidades de largura de banda
ultrapassam o umbral dos 2Mbps que, no momento do desenho da rede considerou-se
suficiente.
9
Ante esta situação, o administrador da rede pode optar por duas soluções. Uma delas
consiste em contratar um segundo enlace E1 para o acesso da dependência (um agregado
de 4Mbps) ou mudar o enlace principal ao outro nível na hierarquia (E3 a 34Mbps)
Qualquer das duas atuações será detectada instantaneamente pelos comutadores ATM
afetados sem necessidade de reconfigurar a rede.
Outro problema muito freqüente com o que se encontram os administradores das redes de
transporte é como adaptar-se às mudanças relativas a requerimentos de cobertura
geográfica. Estas mudanças, que muitas vezes são devidos a mudanças estratégicas das
empresas e, portanto imprevisíveis, estavam associados a graves problemas tecnológicos
e econômicos antes da aparição da tecnologia ATM.
2.2 PNNI
Nos dois pontos anteriores explicamos que os comutadores que compõem uma rede ATM
são capazes de detectar, dinamicamente, as mudanças de topologia que ocorrem a seu
arredor. A base de todo este comportamento é a existência de um protocolo interno entre
nodos: o PNNI
Para permitir que este tipo de protocolo não represente um problema à Escalabilidade da
rede, o PNNI usa uma aproximação hierárquica. A rede pode ser dividida em áreas dentro
das quais se executa uma cópia independente do algoritmo. Cada área, a sua vez, pode
estar composta por um número indeterminado de subáreas e assim indefinidamente. As
redes baseadas em tecnologia ATM com PNNI podem crescer até mais de 2500
comutadores.
No campo das aplicações, uma rede de transporte digital ATM oferece um conjunto novo
de funcionalidades disponíveis sem, por isso deixar de oferecer as funções tradicionais.
Mediante a imitação de circuito, uma rede ATM pode se comportar exatamente igual a
uma rede de transporte baseada em tecnologia SDH.
Os dados que enviam os DTE nos extremos da imitação de circuito, são transformados
em quadros e transmitidos através do circuito permanente CBR para seu destino. Ao
mesmo tempo em que se procede à transformação da informação em celas, executa-se um
algoritmo de extremo a extremo, que garante o sincronismo do circuito. Este conjunto de
procedimentos está documentado no método de adaptação a ATM AAL1.
Mediante a técnica de imitação de circuito, uma rede ATM pode comportar-se como uma
rede de transporte baseada na multiplexação no tempo (TDM). Este tipo de serviço
permite transportar enlaces digitais de central, linhas ponto a ponto, enlaces E1 para
codecs, etc. transparentemente.
O objetivo na definição de ATM foi que esta fora a nova geração de rede de transporte de
banda larga, com um conjunto de funcionalidades novas, mas completamente compatível
com os serviços tradicionais de transporte.
Como para o tráfico Frame Relay, ATM oferece uma nova maneira de transportar o
tráfico de voz sobre a rede de transporte (a parte da óbvia de imitação de circuito)
A aproximação consiste em conseguir que a rede de transporte ATM seja emulada como
uma grande central de trânsito (tandem PBX). Esta técnica recebe o nome de comutação
de voz sobre ATM.
14
O que se procura é que o próprio comutador ATM possa interpretar o canal de sinalização
da central e criar canais comutados para a transmissão de cada circuito de voz
independentemente. O circuito vai desde a central origem até a de destino sem a
necessidade de passar por nenhuma central de trânsito externa.
portanto, o sinal não sofre a perda de qualidade associada às redes baseadas em muitos
saltos entre centrais.
• Aparelhos Telefônicos: uma das vantagens da solução Sphericall é que ela funciona
com qualquer aparelho de telefone analógico.
• Switch ATM FORE ASX-1000: provê a comunicação entre os diversos equipamentos.
• Switch Ethernet FORE ES-3810: faz a comunicação com a rede IP convencional.
• Software Servidor Sphericall: contém software de rede e de telefonia para o
gerenciamento do ambiente. É através do servidor que os VBXs (COHub, PhoneHub e
PhoneNIC) são configurados.
• Software Cliente Sphericall: contém software de rede e de telefonia para as estações
cliente.
O sistema Sphericall fornece diversas facilidades embutidas, incluindo auto-atendimento,
transferência e forward de chamada, correio eletrônico de voz utilizando-se o Microsoft
Exchange, multiconferência, integração com o gerente de contato Outlook, facilidade de
configuração e administração, entre outras. O hardware de rede Sphericall conecta o
PSTN e as extensões de telefone à rede ATM. Servidores distribuídos ou centralizados
provêem funcionalidade de controle de chamada com capacidade de administração
remota.
ao recado deixado estará disponível. Esse experimento foi realizado com sucesso.
Entretanto, é necessário que o endereço do servidor Outlook (pertencente à LANE) seja
configurado na base de dados do servidor Sphericall. Outro teste bem sucedido foi o de
transferência de chamada. Ele foi conduzido da seguinte forma: uma pessoa utilizando o
telefone com extensão 600 faz uma ligação para o telefone com extensão 601 (telefone do
servidor) deixando tocar 3 vezes. No final do terceiro toque, a chamada é transferida para
o telefone com extensão 602, fazendo-o tocar. Observamos a abertura de SVCs de voz
entre as máquinas servindo às extensões 600 e 602, quando o fone é tirado do gancho.
O último teste foi o de conferência, envolvendo 4 telefones, também executado sem
problemas. Nesse experimento, a extensão 600 discou para a extensão 601, permitindo
que outros telefones pudessem ser conectados (no caso, extensões 602 e 603). Quando
todos os telefones estão na mesma conferência (recurso do software Sphericall Phone),
temos SVCs estabelecidos ponto-a-ponto (bidirecionais) entre todos os participantes. A
única exceção é quando utilizamos o equipamento PhoneHub. Por ele ter um barramento
único para o conjunto de telefones a ele conectado, é necessário criar somente um SVC
unidirecional de recepção para cada telefone. Por não usar multicast, a conferência do
ambiente Sphericall não tem uma boa escalabilidade.
Um ambiente Sphericall ATM WAN (Fig.8, abaixo), pode ser implementado através da
interconexão de vários ambientes de telefonia ATM LAN semelhantes à Fig.7. Essa
interconexão seria realizada através da comunicação entre os servidores Sphericall que
gerenciam cada um desses ambientes (locais) em separado. Um mapeamento de um
prefixo virtual seria a forma de prover o roteamento das chamadas entre esses servidores.
Portanto, cada vez que um servidor quiser ter conectividade com outro, é necessário que
um associe ao outro um número (prefixo). Esse procedimento torna possível a ocorrência
de chamadas entre locais. Dentro dessa rede WAN de telefonia seria possível termos um
serviço de estabelecimento de interurbanos via ATM. Por exemplo, um usuário em um
20
local A utilizando um telefone poderia fazer uma chamada para um número virtual (DID
– Direct Inward Dial), associado a uma extensão real de um PBX conectado ao local B.
Na versão mais atual do Servidor Sphericall, a função do servidor foi remanejada para um
equipamento específico. Neste equipamento é possível ter um software adicional,
denominado SoftSwitch, capaz de prover serviços de gateway entre telefones IP (padrão
H.323) e os telefones configurados respectivamente nos equipamentos PhoneNIC,
PhoneHub e COHub. O objetivo é fazer uma integração entre a telefonia IP e a telefonia
ATM. [4] Tendo em vista que o projeto da RNP2 está sendo implementado com
tecnologia ATM e que esta tecnologia está presente também nas RMAVs, teríamos como
proposta a implantação de uma experiência piloto de telefonia ATM na RNP2, visando
fornecer subsídios para a pesquisa e experimentação da telefonia sobre ATM, e
possibilitar a exploração de novas configurações de engenharia de tráfego no backbone e
na administração dos recursos contratados a Embratel. Vale aqui observar que o proposto
é diferente de uma solução de telefonia IP viabilizada sobre roteadores interconectados
via enlaces ATM.
21
Referências Bibliográficas