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Cop A Cabana 06
Cop A Cabana 06
CAPÍTULO 06
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MADÁ – Como assim? Ela me corta por causa dessa... Dessa criatura?
LAYLA – Pra você ver como são as coisas...
Layla olha para o lado e vê Josuel, que faz um sinal a chamando. Ela
sorri enfaticamente e levanta da cadeira.
CORTA PARA
LAYLA – Mas essa sua mulher é frágil demais, hein? Por que você não larga
ela de uma vez?
JOSUEL – Justamente por ela ser frágil demais. (t) Mas vamos deixar isso pra
lá, certo? Não foi pra falar das doenças da minha mulher que eu vim aqui.
CORTA PARA
CORTA PARA
JOSUEL – Eu devia mesmo ter chegado antes para apreciar mais a sua
companhia.
LAYLA – É... Quem mandou ficar pajeando mulherzinha doente?
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LAYLA – Droga! Tá vazia. (indo para a porta) Vou descer pra pegar, se
importa?
JOSUEL – Não.
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Layla abre a porta e dá de cara com uma garota, que entra no quarto,
desesperada.
LAYLA – Ei, garota! Isso lá é jeito de entrar quando tô com cliente? Ainda
mais um VIP?
GAROTA (quase chorando) – Vocês precisam sair daqui agora! Tá tudo
pegando fogo!
CORTA PARA
CENA 05
Tomada aérea de Copacabana/transição noite-dia.
CORTA PARA
MALU (olhando para o céu) – Por que, hein? Por que é que Deus tinha que
fazer isso logo comigo? (t) Se tiver alguém ouvindo aí agora, responde!
CATHERINE – Não fica nervosa, mãe...
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MALU (muito alterada, chorando) – E como você quer que eu não fique
nervosa, garota? Isso aqui é a minha vida, e devia ser a sua também. Mas pelo
jeito não é, não é mesmo?
CATHERINE – Não fala bobagem! É claro que eu também tô chateada...
Apesar de tudo, cresci aí dentro. (t) Tô feliz porque ninguém morreu.
MALU – Ao menos isso!
MADÁ – O que me preocupa é o que vai acontecer agora. Não temos pra onde
ir! (t) O que a gente vai fazer, Malu?
MALU – Não vem me amolar com isso agora, Madalena!
PÉROLA – A gente vai dar um jeito. Vamos pensar nesse incidente como algo
bom...
MALU – Bom saber que alguém tenta ver um lado bom nessa droga. Por que
eu só vejo um lado. (t) E é um lado cinzento!
CORTA PARA
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MALU (entre soluços) – Isso não podia ter acontecido comigo, não podia!
Logo agora que tava tudo indo tão bem... O que vai ser de mim, de Catherine,
de Pérola sem isso, hein? (t) Será que o Grande Arquiteto dessa droga de
universo tem uma solução pra me dar agora?
Malu, ainda chorando, olha em volta, até fixar seu olhar na porta
escancarada. Vê Catherine de longe. Enxuga as lágrimas que insistem em
descer.
MALU – Acho que estou vendo uma solução. Se não for, é muito parecida
com uma. (t) Obrigada, Senhor.
CORTA PARA
Eles se dão um beijo frio. Josuel sai. Ana levanta-se e também sai.
CORTA PARA
CORTA PARA
LAYLA (olhando para o teto) – Droga, agora tô sem sono! (t) Tudo bem,
tenho que pensar no que vou fazer daqui pra frente. Sem Copacabana... Pro
calçadão é que eu não vou, coisa mais decadente! (levanta-se e fica sentada na
cama, de frente para o espelho do guarda roupa) Acho que é a hora de colar
muito bem colado no Josuel. Com um cara poderoso daqueles do meu lado,
não preciso de mais nada! Nada! (leva uma das mãos ao colar de pérola negra
que ostenta no pescoço, muito sensual) Eu me garanto.
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CORTA PARA
CAUÊ – Sim. Você ficou tão alterada por causa dela, agora quero saber quem
é.
ANA – Não era ninguém.
CAUÊ – Pode se abrir comigo, mãe. Juro que não conto pra ninguém...
ANA (interrompe, com doçura) – Não é questão de contar ou não contar, meu
querido. Eu só não quero preocupar você com essas coisas tão pequenas, sem
importância.
CAUÊ – Elas têm importância pra você... Mas não vou te chatear insistindo
nisso. Quando quiser, tô aqui pra te ouvir.
CORTA PARA
CENA 12
Tomada externa da Fábrica Pérola.
CORTA PARA
CORTA PARA
JOSUEL – Bom dia, Elina. Primeiramente, agradeço por ter atendido tão
prontamente ao meu pedido. Por favor, sente-se.
ELINA – Fiquei preocupada com seu chamado... Algum problema?
JOSUEL – Não, problema não. Só queria transmitir a você uma idéia. A
campanha de divulgação da nova coleção ainda não saiu, correto?
ELINA – Não, tivemos um problema e...
JOSUEL (interrompa) – Esqueça as desculpas e me ouça. Foi até bom
acontecer o atraso, porque quero que façam uma interferência.
CORTA PARA
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CORTA PARA
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CENA 16
Tomada aérea da praia de Copacabana.
CORTA PARA
Catherine se afasta, e Rick volta a se sentar. Ela olha para trás e acena
para ele, que retribui com um sorriso.
CORTA PARA
Alberto sai.
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ELINA – Estúpido!
CORTA PARA
PÉROLA – Malu...
MALU – Oi.
PÉROLA – Já ficou tempo demais aqui, não? Já chega de ficar se torturando.
Vamos procurar um canto pra ficar e pensar num novo começo...
MALU – É justamente nisso que eu tô pensando, Pérola. Tô aqui há mais de
hora, só juntando forças pra começar de novo.
PÉROLA – Vamos te dar força.
MALU (olha para Pérola, decidida) – Nosso Copacabana vai renascer, nesse
mesmo lugar. Das cinzas, como uma fênix. (t) Isso eu te garanto.