Você está na página 1de 17

Copacabana

Novela de Kedney Graico


Escrita por Evana Ribeiro

CAPÍTULO 06
2

CENA 01 – BOATE COPACABANA/SALÃO – INT – NOITE


Continuação da cena final do capítulo anterior. Copélia começa a dançar
ao som de uma música sensual, sob os olhares sorridentes de Malu, e os
olhares incrédulos das outras garotas.

MADÁ – Como assim? Ela me corta por causa dessa... Dessa criatura?
LAYLA – Pra você ver como são as coisas...

Layla olha para o lado e vê Josuel, que faz um sinal a chamando. Ela
sorri enfaticamente e levanta da cadeira.

LAYLA – Vou nessa. Divirta-se com o show!


MADÁ – Sem graça.

Layla se afasta, indo em direção a Josuel. Os dois sobem a escada


juntos. O show de Copélia continua.

CORTA PARA

CENA 02 – BOATE COPACABANA/QUARTO – INT – NOITE


Josuel e Layla entram juntos no quarto. Ela vai direto para a cama e se
deita, em posição sensual.

LAYLA – Demorou pra chegar hoje, hein?


JOSUEL – Minha mulher teve um mal estar repentino, tive que ir vê-la no
hospital.
3

LAYLA – Mas essa sua mulher é frágil demais, hein? Por que você não larga
ela de uma vez?
JOSUEL – Justamente por ela ser frágil demais. (t) Mas vamos deixar isso pra
lá, certo? Não foi pra falar das doenças da minha mulher que eu vim aqui.

Josuel também vai para a cama. Ele e Layla se beijam ardentemente.

CORTA PARA

CENA 03 – BORDEL COPACABANA/SALÃO – INT – NOITE


Continuação da cena 01. O show de Copélia está quase no fim. Corta
para Catherine e Pérola, sentadas à uma mesa em companhia de dois homens
na faixa dos 30 anos, vestidos como executivos. Os quatro bebem um drinque
qualquer.

CATHERINE – É impressão minha ou tem algo errado aqui?


PÉROLA – Errado? Não tô vendo nada errado aqui.
CATHERINE – Não é de ver, é de sentir mesmo. (t) Cheiro estranho. Repara.
Parece que tem algo queimado por aqui.
PÉROLA – Não tô sentindo nada.
CATHERINE (olhando para o palco) – Não sei não... É melhor procurar a
mãe. Se me dão licença...

Os homens que estão com elas fazem um sinal de assentimento.


Catherine levanta e se afasta deles, procurando Malu, que não está mais perto
do palco.
4

Travelling seguindo a procura de Catherine por Malu, sem sucesso. A


apresentação termina. Todos aplaudem efusivamente, de pé. Gritos, assovios.
Corta para Copélia, no meio do palco, com um largo sorriso. Nuvens de gelo
seco saem de um lado e outro do palco. Quase ao mesmo tempo, um pequeno
foco de incêndio aparece nos fundos do palco. Antes que qualquer um
perceba, acontece uma explosão. Copélia salta bruscamente para fora do
palco, ilesa.
Corta de volta para Catherine, que se vira para olhar o palco pegando
fogo. Muito assustada. Todos os presentes começam a correr para fora do
bordel, trombando uns nos outros. Gritos desesperados das mulheres. Pérola
chega correndo.

PÉROLA – Você tava certa! Cadê a Malu?


CATHERINE (correndo e puxando Pérola junto) – Sei lá! Acho que ela não tá
mais aqui. Vamos logo pra fora, antes que o fogo se espalhe!

As duas saem correndo juntas no meio da multidão.

CORTA PARA

CENA 04 – BORDEL COPACABANA/QUARTO – INT – NOITE


Josuel e Layla estão debaixo dos lençóis, conversando depois do sexo.

JOSUEL – Eu devia mesmo ter chegado antes para apreciar mais a sua
companhia.
LAYLA – É... Quem mandou ficar pajeando mulherzinha doente?
5

Layla ri, de uma maneira, de certa forma, coquete, jogando os cabelos


para trás e deixando seu pescoço à mostra. Josuel a beija no pescoço e só
então repara no colar que ela está usando: um colar belíssimo, de pérola negra.

JOSUEL (afastando-se para olhar melhor) – Que colar é esse?


LAYLA – Esse aqui? Ah, foi um presente.
JOSUEL – De quem?
LAYLA – Um amigo aí.
JOSUEL – Sempre achei que fosse seu cliente exclusivo.
LAYLA – Exclusividade não dá, né meu bem? Você só aparece aqui quando
dá e eu tenho que ganhar o dia, certo?
JOSUEL – Sei...
LAYLA – Mas não se preocupe. Mesmo não sendo exclusivo, ainda é o
melhor. (lasciva) Tá pra nascer outro cliente que eu tenha mais gosto de
atender que você. (t) E esse colar foi presente de amigo mesmo. Ele disse que
era a minha cara.
JOSUEL – Ele não mentiu. (beija)
LAYLA (levanta) – Vou buscar uma bebida pra gente. Prefere o quê?
JOSUEL – O que você preferir.
LAYLA – Então vamos de vodca. (t) Pura!

Layla se dirige até o frigobar e o abre, não encontrando nada.

LAYLA – Droga! Tá vazia. (indo para a porta) Vou descer pra pegar, se
importa?
JOSUEL – Não.
6

Layla abre a porta e dá de cara com uma garota, que entra no quarto,
desesperada.

LAYLA – Ei, garota! Isso lá é jeito de entrar quando tô com cliente? Ainda
mais um VIP?
GAROTA (quase chorando) – Vocês precisam sair daqui agora! Tá tudo
pegando fogo!

Layla e Josuel se entreolham, entre espantados e incrédulos.

CORTA PARA

CENA 05
Tomada aérea de Copacabana/transição noite-dia.

CORTA PARA

CENA 06 – BORDEL COPACABANA – EXT – DIA


O prédio do bordel está bastante avariado. Malu, Pérola, Catherine,
Madá e outras garotas estão sentadas na calçada, com ar desolado. Malu é a
que está mais abatida.

MALU (olhando para o céu) – Por que, hein? Por que é que Deus tinha que
fazer isso logo comigo? (t) Se tiver alguém ouvindo aí agora, responde!
CATHERINE – Não fica nervosa, mãe...
7

MALU (muito alterada, chorando) – E como você quer que eu não fique
nervosa, garota? Isso aqui é a minha vida, e devia ser a sua também. Mas pelo
jeito não é, não é mesmo?
CATHERINE – Não fala bobagem! É claro que eu também tô chateada...
Apesar de tudo, cresci aí dentro. (t) Tô feliz porque ninguém morreu.
MALU – Ao menos isso!
MADÁ – O que me preocupa é o que vai acontecer agora. Não temos pra onde
ir! (t) O que a gente vai fazer, Malu?
MALU – Não vem me amolar com isso agora, Madalena!
PÉROLA – A gente vai dar um jeito. Vamos pensar nesse incidente como algo
bom...
MALU – Bom saber que alguém tenta ver um lado bom nessa droga. Por que
eu só vejo um lado. (t) E é um lado cinzento!

Malu entra no prédio, sozinha.

PÉROLA – Gente... E a Layla?


MADÁ – Vai saber!

Elas continuam observando o movimento da rua, ainda não muito


intenso, pois é começo da manhã.

CORTA PARA
8

CENA 07 – BORDEL COPACABANA/ESCOMBROS – INT – DIA


Malu caminha por entre o que sobrou do bordel, muito triste. Enquanto
anda, lágrimas rolam por seu rosto. Pára perto do palco, e começa a chorar
convulsivamente.

MALU (entre soluços) – Isso não podia ter acontecido comigo, não podia!
Logo agora que tava tudo indo tão bem... O que vai ser de mim, de Catherine,
de Pérola sem isso, hein? (t) Será que o Grande Arquiteto dessa droga de
universo tem uma solução pra me dar agora?

Malu, ainda chorando, olha em volta, até fixar seu olhar na porta
escancarada. Vê Catherine de longe. Enxuga as lágrimas que insistem em
descer.

MALU – Acho que estou vendo uma solução. Se não for, é muito parecida
com uma. (t) Obrigada, Senhor.

CORTA PARA

CENA 08 – CASA DE JOSUEL/SALA DE JANTAR – INT – DIA


Josuel e Ana terminam de tomar café, sozinhos.

JOSUEL – Já está se sentindo bem melhor, pelo que vejo.


ANA – Pois é, acordei mais disposta. Você é que não tá com uma cara muito
boa.
JOSUEL – Muito trabalho. Ando precisando tirar umas férias.
ANA – Realmente.
9

JOSUEL – E os meninos, por que não desceram?


ANA – Pedi que ninguém os acordasse. Coitadinhos, foram dormir muito
tarde, e por culpa minha.
JOSUEL – Ora essa... Complexo de culpa a essa hora da manhã?
ANA – Eles não conseguiram dormir direito de preocupação.
JOSUEL – Sim... Mas Anderson tem que ir trabalhar. Ele anda muito relapso
ultimamente.
ANA – Dá o dia de folga pra ele... Por favor.

Josuel fica uns instantes calado.

JOSUEL – Tudo bem. Mas só porque você está pedindo, viu?


ANA – Obrigada.
JOSUEL – Agora tenho que ir, não posso chegar atrasado.
ANA – Tenha um bom dia.
JOSUEL – Você também.

Eles se dão um beijo frio. Josuel sai. Ana levanta-se e também sai.

CORTA PARA

CENA 09 – CASA DE LAYLA/SALA – INT – DIA


Layla está jogada num sofá dois lugares, muito desconfortável, mas
dormindo profundamente. Maria entra e fica parada, a uma certa distância,
olhando para a filha com tristeza. Instantes depois, se aproxima lentamente e
toca o braço de Layla delicadamente, tentando acordá-la, mas dando a
10

impressão de que só quer fazer um carinho. Layla abre os olhos lentamente e


fica séria ao ver a mãe.

LAYLA (levantando, insatisfeita) – O que você quer? Já não dá nem pra


dormir em paz aqui?
MARIA – É melhor você ir pra cama, tá muito desconfortável aí.
LAYLA – Lá ou cá, tanto faz. O desconforto é o mesmo. Mas já que acordou,
vou pra lá.
MARIA – Não quer comer nada?
LAYLA – Quero que ninguém vá me encher. Já basta a noite de cão que eu
tive!

Layla sai em direção a seu quarto, pisando duro. Os olhos de Maria se


enchem de lágrimas.

CORTA PARA

CENA 10 – CASA DE LAYLA/QUARTO DE LAYLA – INT – DIA


Layla entra e se joga bruscamente em sua cama.

LAYLA (olhando para o teto) – Droga, agora tô sem sono! (t) Tudo bem,
tenho que pensar no que vou fazer daqui pra frente. Sem Copacabana... Pro
calçadão é que eu não vou, coisa mais decadente! (levanta-se e fica sentada na
cama, de frente para o espelho do guarda roupa) Acho que é a hora de colar
muito bem colado no Josuel. Com um cara poderoso daqueles do meu lado,
não preciso de mais nada! Nada! (leva uma das mãos ao colar de pérola negra
que ostenta no pescoço, muito sensual) Eu me garanto.
11

Layla ri, como se comemorasse um triunfo.

CORTA PARA

CENA 11 – CASA DE JOSUEL/QUARTO DE ANA E JOSUEL – INT – DIA


Ana está deitada em sua cama, lendo um romance qualquer, mas sem
dar muita atenção a ele. Cauê entra.

CAUÊ – Posso entrar?


ANA – Fique à vontade, filho.

Cauê se aproxima e dá um beijo na testa de Ana.

CAUÊ – Como passou a noite?


ANA – Muito bem.
CAUÊ – Eu não dormi muito...
ANA – E por que não ficou mais na cama?
CAUÊ – Não consigo. Muita preocupação na cabeça.
ANA – Não quer dividir as preocupações com sua mãe aqui?
CAUÊ – Não esquenta... Já basta as suas coisas. Eu me viro bem sozinho.
ANA – Se vira... Sei.
CAUÊ – É bobagem, juro. (t) Mas eu queria te perguntar um negócio.
ANA – Pergunte.
CAUÊ – Quem é Adalgisa?
ANA – Adalgisa?
12

CAUÊ – Sim. Você ficou tão alterada por causa dela, agora quero saber quem
é.
ANA – Não era ninguém.
CAUÊ – Pode se abrir comigo, mãe. Juro que não conto pra ninguém...
ANA (interrompe, com doçura) – Não é questão de contar ou não contar, meu
querido. Eu só não quero preocupar você com essas coisas tão pequenas, sem
importância.
CAUÊ – Elas têm importância pra você... Mas não vou te chatear insistindo
nisso. Quando quiser, tô aqui pra te ouvir.

Ana e Cauê se abraçam.

CORTA PARA

CENA 12
Tomada externa da Fábrica Pérola.

CORTA PARA

CENA 13 – FÁBRICA PÉROLA/SALA DE ELINA – INT – DIA


Elina está sozinha, mexendo em alguns papéis. A secretária entra sem
bater.

SECRETÁRIA – Bom dia, dona Elina...


ELINA (interrompe, brava) – Começou bem, viu? Já vai entrando sem bater!
Não te ensinaram como se faz, mocinha?
13

SECRETÁRIA – Desculpe-me, dona Elina. Mas trago ordens do doutor


Josuel... Ele acabou de chegar e pediu que a senhora se dirigisse
imediatamente a sala dele.
ELINA – Não adiantou do que se trata?
SECRETÁRIA – Não, senhora.
ELINA – Vou ver o que ele quer tão cedo. (levanta) E não me olhe com essa
cara de paspalhona! Volte pros seus afazeres!

A secretária se retira. Elina sai logo depois.

CORTA PARA

CENA 14 – FÁBRICA PÉROLA/SALA DE JOSUEL – INT – DIA


Josuel está sentado à sua mesa, esperando. Elina entra.

JOSUEL – Bom dia, Elina. Primeiramente, agradeço por ter atendido tão
prontamente ao meu pedido. Por favor, sente-se.
ELINA – Fiquei preocupada com seu chamado... Algum problema?
JOSUEL – Não, problema não. Só queria transmitir a você uma idéia. A
campanha de divulgação da nova coleção ainda não saiu, correto?
ELINA – Não, tivemos um problema e...
JOSUEL (interrompa) – Esqueça as desculpas e me ouça. Foi até bom
acontecer o atraso, porque quero que façam uma interferência.

Josuel continua falando, fora de áudio. Elina presta atenção.

CORTA PARA
14

CENA 15 – CASA DE TOTIA/SALA – INT – DIA


Tuco lê o jornal. Totia entra, vinda da cozinha.

TOTIA – Bom dia!


TUCO (sem tirar os olhos do jornal) – Bom dia.
TOTIA – Não vai tomar café?
TUCO – Já tomei.

Totia se aproxima de Tuco, pára na frente dele e lhe arranca o jornal.

TUCO – O que é isso, criatura?


TOTIA – Vai ficar me dando gelo até quando, posso saber?
TUCO – Até o dia em que você parar de bancar a inconseqüente.
TOTIA – De novo esse papo?
TUCO – É, de novo esse papo! E vou ficar repetindo, repetindo... Até
conseguir colocar algo que se pareça com juízo nessa sua cabeça oca.
TOTIA – Se eu sou desajuizada você é o quê?
TUCO (pega o jornal de volta e se levanta) – Totia, eu não quero brigar a essa
hora da manhã. Outra hora, quem sabe... Agora deixa eu terminar meu jornal.
(vai saindo)
TOTIA (o retém) – Mas eu quero discutir!
TUCO (se desvencilha) – Dá licença.

Tuco sai batendo a porta. Totia fica bufando de raiva.

CORTA PARA
15

CENA 16
Tomada aérea da praia de Copacabana.

CORTA PARA

CENA 17 – PRAIA DE COPACABANA – EXT – DIA


Catherine caminha sozinha pela areia, sem prestar atenção ao caminho.
A certa distância de onde ele está, Rick está sentado na areia, com as pernas
esticadas, olhando o mar. Também está sozinho.
Catherine segue andando até tropeçar nas pernas de Rick e cair no chão.
Imediatamente ela se levanta. Rick faz o mesmo.

RICK – Tudo bem?


CATHERINE – Tudo... Foi mal aí, eu não vi por onde tava andando.
RICK – Não foi nada... Quem é que ia adivinhar que tinha um mané com as
pernas esticadas justo aqui? (ri)
CATHERINE – Já tava me preparando pra ouvir uns grito... “Olha por onde
anda, sua puta estúpida!” (ri)
RICK – Mas você não tem cara de estúpida.
CATHERINE – De puta sim, né?
RICK – Não.

Os dois ficam se olhando em silêncio. Parece surgir uma certa


cumplicidade entre eles.

CATHERINE – Bom, vou nessa.


16

RICK – A gente se vê por aí...


CATHERINE – É... Agora vou prestar mais atenção.

Catherine se afasta, e Rick volta a se sentar. Ela olha para trás e acena
para ele, que retribui com um sorriso.

CORTA PARA

CENA 18 – FÁBRICA PÉROLA/SALA DE ELINA – INT – DIA


Elina e Alberto estão conversando.

ELINA – É isso. Agora a campanha de lançamento da nova coleção vai ficar


congelada até que o ilustríssimo doutor Josuel resolva que a criatura que ele
quer pra estrela esteja pronta!
ALBERTO – E, só pelo jeito que você fala, tá odiando.
ELINA – Não exatamente. Isso faz você ganhar tempo.
ALBERTO – Ganhar tempo pra quê?
ELINA – Não banque o esquecidinho! Sabe muito bem que temos que
descobrir quem foi o responsável pelo vazamento de uma das peças da nova
coleção!
ALBERTO – E o que eu tenho a ver com isso?
ELINA – Tudo! Eu quero que você mova céus e terras e descubra quem fez
isso.
ALBERTO – Mova céus, terras e até infernos você, já que está tão interessada.

Alberto sai.
17

ELINA – Estúpido!

CORTA PARA

CENA 19 – BORDEL COPACABANA/ESCOMBROS – INT – DIA


Malu continua lá, junto do palco, pensativa. Pérola entra e se aproxima
dela, cuidadosa.

PÉROLA – Malu...
MALU – Oi.
PÉROLA – Já ficou tempo demais aqui, não? Já chega de ficar se torturando.
Vamos procurar um canto pra ficar e pensar num novo começo...
MALU – É justamente nisso que eu tô pensando, Pérola. Tô aqui há mais de
hora, só juntando forças pra começar de novo.
PÉROLA – Vamos te dar força.
MALU (olha para Pérola, decidida) – Nosso Copacabana vai renascer, nesse
mesmo lugar. Das cinzas, como uma fênix. (t) Isso eu te garanto.

********** FIM DO CAPÍTULO 06 **********

Você também pode gostar