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Roteiro pro debate dia 3 de janeiro

Em azul: notas particulares

Em vermelho: contra argumentação

Em amarelo: citações

Sola fide:

Pois bem, gostaria de começar dizendo a definição da sola fide: “somos justificados somente
pela fé em Cristo, e não por nossas obras. A fé é a única maneira de alcançarmos a justiça de
Deus, porque Ele a concede gratuitamente aos crentes em Cristo .” [Comentário sobre a
Epístola aos Romanos, 3,28. Disponível em inglês no site da Christian Classics
Ethereal Library]
(Lutero que disse kk, ta aí a fonte.)

Eu entendo a posição da sola fide, mas discordo, eu defendo que a fé sem obras é morta.
Como diz a Epístola de Tiago: “Assim
como o corpo sem espírito é morto,
assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2,26). A fé que justifica é uma
fé que está viva e ativa, e que se manifesta em obras de amor e caridade.

Outra coisa que gostaria de pontuar é que caso meu oponente (o Pedro) use os pais da igreja
para provar seu ponto referente a sola fide, é INVÁLIDO. Mas qual o motivo disso? Simples,
pois bem, essa discussão é delicada pois depende da definição da fé. O catolicismo entende fé
como processo inteiro da vida cristã compreendendo crença, recepção dos sacramentos e
crença então católicos e pais da igreja afirmam que só a fé justifica. contra juvelino 2 jeronimo
mesmo afirma que a justificação se perde como más obras e se aumenta com boas obras assim
deixando tudo bem claro para nós, que a visão do catolicismo referente a fé, era essa, é essa e
sempre será. Por esses motivo que diversos pais da igreja vão dizer que só a fé justifica, mas
também alguns pais da igreja vão dizer o contrário, pois os pais da igreja que contrariam essa
ideia, contrariam a ideia de fé que não pertence o catolicismo. (sendo essa ideia: “como
processo inteiro da vida cristã compreendendo crença, recepção dos sacramentos e crença”)

Alguns pais da igreja sobre:

"Vigiai sobre a vossa vida; não deixai que vossas lâmpadas se apaguem, nem
afrouxai vossos cintos. Ao contrário, estai preparados porque não sabeis a
hora em que virá o Senhor. Reuni-vos frequentemente, procurando o que
convém a vossas almas; porque de nada vos servirá todo o tempo da vossa fé
se não fores perfeitos no último momento" (Didaqué 16,1-2).
Clemente fala como os profetas foram declarados justos não somente ao
crer, mas também ao obedecer:
"Unamo-nos, pois, àqueles a quem foi dada a graça da parte de Deus;
revistamo-nos da concórdia, mantendo-nos no espírito de humildade e
continência, justificados por nossas obras e não por nossas palavras" (1ª
Carta aos Coríntios 30,3).

"Tomemos por exemplo a Henoc, o qual, encontrado justo na obediência, foi


trasladado, sem que se encontrasse o rastro de sua morte" (1ª Carta aos
Coríntios 9,3).

"Abraão, que foi chamado 'amigo de Deus', foi achado fiel por ter sido
obediente às palavras do Deus" (1ª Carta aos Coríntios 9,1).

O homem se justifica pela fé, porém se salva sob a condição de que guarde os mandamentos e
cumpra de modo efetivo a vontade de Deus (as obras não são apenas produto da fé, mas
condição para se salvar). É isso que a igreja defende, segue a citação de clemente:
"De nossa parte, lutemos para nos encontrar no número dos que O esperam,
a fim de sermos também partícipes dos dons prometidos. Mas como
conseguir isto, caríssimos? Conseguiremos desde que a nossa mente esteja
fielmente afiançada em Deus; desde que busquemos aquilo que é agradável
e aceito por Ele; desde que, finalmente, cumpramos efetivamente aquilo que
condiz com seus desígnios irreprováveis e sigamos o caminho da verdade,
atirando para longe de nós toda injustiça e maldade, avareza, contendas,
malícia e fraude, fofocas e calúnias, ódio a Deus, soberba e jactância,
vanglória e inospitalidade. Porque os que praticam tais coisas são odiosos a
Deus; e não somente os que as praticam, como ainda os que as aprovam e
consentem. Diz, com efeito, a Escritura: 'Ao pecador, porém, disse Deus: Com
que fim explicas os meus mandamentos e pronuncias por tua boca a minha
aliança? Detestaste tu a disciplina e lançaste para trás as minhas palavras'"
(1ª Carta aos Coríntios 35,4-8)

Santo agostinho é muito citado por protestantes (tanto luteranos quanto


calvinistas) como um expoente da doutrina da "Sola Fides" e por seus textos
relacionados com a predestinação. Particularmente não posso explicar o
porquê disso, já que existem também textos bem claros do mesmo
Agostinho sobre o purgatório e a oração pelos mortos, doutrinas estas
opostas à "Sola Fides".

A maioria dos textos citados por protestantes são textos onde Santo
Agostinho combate o Pelagianismo (uma heresia que pregava que o homem
se salvava pelas obras e não pela graça). Pelágio seria como o extremo
oposto de Lutero (Pelágio pregava "Sola Opus"; Lutero, "Sola Fides" - e Santo
Agostinho, a doutrina ortodoxa: a Católica).

"Pois bem: se o mau fosse salvo pelo fogo em razão apenas de sua fé e se
esta fosse a forma como a passagem do bem-aventurado Paulo deveria ser
entendida - 'Porém, o mesmo será salvo, mas como pelo fogo' - então a fé
sem obras seria suficiente para se salvar. No entanto, aquilo que o
Apóstolo Tiago disse seria falso. E também falso seria outra frase do mesmo
Paulo. Diz ele: 'Não se equivoquem: nem os fornicadores, nem os idólatras,
nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os homossexuais, nem os
ladrões, nem os que cobiçam, nem os ébrios, nem os vilipendiadores, nem os
extorsionários herdarão o reino de Deus'" (Da Fé, Esperança e Caridade 18,3).
(fonte: Traduzido de "Enchiridion of Faith, Hope, and Love", Chapter XVIII,
paragraph 3; NPNF 1, Vol. III
http://www.ccel.org/print/augustine/enchiridion/chapter18)

Agora fundamentos bíblicos para o dogma católico:

Pedro, te desafio também a provar que na bíblia o significado de


fidúcia é o mesmo imposto por Lutero. Na verdade não tem como, os
autores do novo testamento como em joão 3:16 dizem coisas como:
¹⁶ Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna.
Eles estão presumindo (os autores do novo testamento) que crença
implica nescessariamente em obediência, ora, para provar isso é só
ver joão 3:36: ³⁶ Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas
aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre
ele permanece. Veja como o verbo crer é oposto com clareza ao
verbo obedecer, ou seja, só é considerado alguém que crê aquele que
obedece também com obras. Crer implica em fé e obras então a
correta interpretação da frase “³⁶ Aquele que crê no Filho tem a vida
eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida” seria: aquele
que tem fé e pratica as obras prescritas pela fé terá a vida eterna.
(coisa que os católicos concordam) Para fundamentar minha fala: São
joão Crisóstomo: ele não quer dizer aqui que quem crer no filho é
suficiente para ganhar a vida eterna, não devemos pensar que mesmo
uma crença correta no pai no filho e no espírito santo, seja suficiente
para a salvação, pois precisamos de uma boa vida. Tendo em vista
que a palavra crer significa fé e obras, então nós católicos não
discordamos que quem crê no filho terá a vida eterna.

em romanos 6:16 : Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém


para lhe obedecer como escravos, tornam-se escravos daquele a quem
obedecem: escravos do pecado que leva à morte, ou da obediência que
leva à justiça? “ versão católica: “Não sabeis que, quando vos
ofereceis a alguém para lhe obedecer, sois escravos daquele a quem
obedeceis, quer seja do pecado para a morte, quer da obediência
para a justiça?” Paulo usa aí o verbo “eis”que segundo o léxico
batista Strong significa: montion into (não sei escrever Pedro, foi mal
ksksksk). Logo o pecado causa condenação então obediência (uma
obra) causa justificação.

Em romanos 2:6-8 : “6.que retribuirá a cada um segundo as suas obras:


7.a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, buscam a glória, a
honra e a imortalidade;
8.mas ira e indignação aos contumazes, rebeldes à verdade e seguidores
do mal.”

Romanos 2:13: os que praticam a lei serão justificados.


1 corintios 3:8 cada um será recompensado de acordo com seu próprio
trabalho

2 corintios 5:10 5. Aquele que nos formou para este destino é Deus
mesmo, que nos deu por penhor o seu Espírito.
6.Por isso, estamos sempre cheios de confiança. Sabemos que todo o
tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor.
7.Andamos na fé e não na visão.
8.Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste
corpo para ir habitar junto do Senhor.
9.É também por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-
lhe.*
10.Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Ali cada
um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito
enquanto estava no corpo.

Colossenses 3:23-24
23.Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e
não para os homens,
24.certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do
Senhor. Servi a Cristo, Senhor. Aí recompensa e herança é obviamente a
salvação.

Em tiago 2:21: ²¹ Não foi Abraão, nosso antepassado, justificado por


obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar?

Tiago 2:21 (obviamente uma pergunta retórica, afirmando que ele foi
sim justificado pelas obras). E depois de usar tal exemplo, logo em
seguida tiago explica EXATAMENTE a doutrina católica, dizendo que
abraão além de ter sido justificado pela obras em genesis 22, foi
justificado pela fé em genesis 15. Tendo assim a justificação pela fé
precedendo a justificação pelas obras. Aí ele conclui tudo no
versículo 24: ²⁴ Vejam que uma pessoa é justificada por obras, e não
apenas pela fé.

Tiago 2:24

Na parábola de Mateus 25:15-30


¹⁵ E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um
segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
¹⁶ E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com
eles, e granjeou outros cinco talentos.
¹⁷ Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros
dois.
¹⁸ Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro
do seu senhor.
¹⁹ E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas
com eles.
²⁰ Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe
outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos;
eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
²¹ E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco
foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
²² E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse:
Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei
outros dois talentos.
²³ Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco
foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no

(Mateus 25:15-23) Nunca vi ninguém explicar isso, vemos que o rei


deu aos servos talentos, e esses servos como explica Orígenes em
suas homilias sobre mateus, são pessoas que se submeteram ao julgo
de Deus que é o mestre/rei. Os talentos são as graças como diz São
joão Crisóstomo em seu comentário sobre mateus, e o que acontece
com cada um de seus servos? Os servos que trabalharam seus
talentos para produzir mais talentos são os que são salvos e os que
não trabalhou com os talentos são jogados ao fogo eterno.

Mt 19: 16-17 / marcos 10:17-22 / lucas 18:18-22 vemos que um


homem que claramente possuía fé já, veio até Jesus ajoelhou perante
ele e disse: bom mestre, que boas obras devo fazer para alcançar a
vida eterna? E o que Jesus fez? “se quiser entrar na vida eterna,
guarde os mandamentos.” Logo, além da fé precisa de esforço para
seguir jesus (obras) e somente assim se salva, com suas obras
justificando sua fé com a caridade sendo a causa formal de tudo.

E por fim eu desafio a meu oponente, o Pedro. Você consegue


mostrar algum pai da igreja que adere a sola fide? Lembrando que já
provei que isso foi um princípio teológico imposto por Lutero e
outros pais da reforma, jamais pelos pais da igreja ou cristãos
primitivos. Gostaria de lembrar também que cada citação que ele
mandar, pode ser explicada, tanto por mim ou por qualquer outro
que entenda da patrística. Gostaria também de pedir com amor ao
meu oponente, que não cometa a idiotice - me perdoem o termo,
não quero ofender ele, e sim um ato que até mesmo qualquer um de
nós estamos sujeitos a cometer – de interpretar erroneamente nossa
noção de impacto das obras na nossa salvação. Como que se um
bandido que se converteu, batizou e morreu não pudesse se salvar
pois só possui más obras, deixei bem claro a forma que as obras
podem ter impacto na salvação segundo a nossa visão. Também não
simplesmente cite versículos que a fé justifica, pois já vi muitos
“patetas” ,que desconhecem o dogma católico, achar que o
catolicismo acredita no sola opera, que apenas a obra salva (sendo
que isso foi combatido por agostinho) como se a fé não justificasse.
Também deixei bem claro que nós cremos que a fé justifica. Aos que
estão assistindo o debate eu peço paciência, nosso oponente
certamente citará passagens como Efésios 2,8–9 , ou seja,
passagens que afirma que quem crê será salvo. Com intuito de
demonstrar que obras não impactam na justificação, mas todas
elas podem ser perfeitamente explicadas, assim como farei nas
minhas próximas falas, caso ele cite.

Se o Pedro citar (Efésios 2,8–9). Responderei assim:

Mas veja, Pedro, que São Paulo também diz em Romanos:


“Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para
vivermos segundo a carne; porque se viverdes segundo a
carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as
obras do corpo, certamente vivereis” (Romanos 8,12–13).

gostaria de acrescentar que aqueles que acreditam em Cristo


devem seguir os seus mandamentos e praticar o amor. Pois,
sem o amor, a fé é vã.

Se Pedro disser: (Gálatas 2:16). A justificação pela fé é a


doutrina mais importante do cristianismo, porque é a única
maneira de sermos salvos.

Responderei: Eu entendo sua perspectiva, mas acredito que a


justificação pela fé não significa que não precisamos mais nos
esforçar para fazer o bem. A salvação não é um dom que
recebemos por causa da nossa fé, mas por causa da misericórdia
e do amor de Deus, que nos chamou à comunhão com Ele em
Cristo.
afinal Deus, que te criou sem a tua colaboração, não te salvará
sem a tua colaboração, portanto é necessário uma colaboração
que não advém da fé somente.

Se Pedro citar (Romanos 5,8–10).


Responderei: : Concordo quanto ao fato de que a salvação é um
dom gratuito, sobre isto falei anteriormente, entretanto,
discordo quanto ao que foi dito a respeito da fé ser o único meio
pela qual obtemos a salvação. Defendo, com efeito, que a
justificação pela fé deve estar acompanhada de boas obras, haja
visto que o homem não é justificado somente pela fé, mas
também pelas boas obras que procedem da fé. Por isso São
Tiago ensina que “O homem é justificado pela fé, mas a fé sem
obras é morta” (Tg 2, 24).

a caridade é a mãe das boas obras, não a fé. Ora, a caridade é a


rainha das virtudes e a alma da vida cristã, que une e harmoniza
todas as outras virtudes e as eleva ao seu mais alto grau de
perfeição. acrescentando ao que eu disse, a causa formal da
justificação é a caridade, que é a forma e o princípio das
boas obras.

[Summa Theologiae, II-II, Q. 25, A. 1]

até porque não é a fé sozinha que salva, mas a fé que opera por
meio do amor.

O teólogo católico Ludwig Ott explicou que a caridade é a causa


de todas as obras meritórias: “Todas as obras meritórias são
obras de amor, isto é, de caridade. As obras da caridade são o
fruto da graça santificante e são, portanto, imputáveis a quem
as realiza” (Fundamentals of Catholic Dogma, p. 270).

Se o pedro citar romanos 4:5: Bom Pedro, OBRAS DA LEI.


Façamos algumas elucidações:

1. Algo é dito como causa formal da justificação se formalmente é o que causa a justificação,
por isso o nome "causa formal".

2. A caridade é a mais perfeita das virtudes.


Pontuado essas duas coisas, podemos prosseguir:

É dito que Cristo teve que sofrer na cruz (ST III, Q. 46, A. 4.) não por uma necessidade, pois
bastaria uma única gota de Seu sangue para a remissão dos pecados (Quod. II, Q. 2, A. 2), mas
por amor (Jo 3,16-17). Ora, se a causa formal da salvação é Deus (Rm 1,17), ou melhor, a
justiça divina como afirma o Concílio de Trento (Sessão VI, cap. 7), e o meio pelo qual Deus
empregou para que isso ocorresse foi a morte na cruz (Fl 2,8), e Ele o fez por amor (Rm 5, 8);
portanto, pode-se concluir que a causa formal da salvação é o amor. Com efeito, diz-se que o
amor em Deus significa Caridade, *i.e*, Deus é a Caridade (*Deus Caritas Est,* como diz o Papa
Bento XVI em sua encíclica).

Por onde pode-se deduzir algumas coisas:

1 - A Caridade é o princípio das boas obras;

2 - A Caridade é o princípio da justificação.

O que foi dito até agora foi apenas para elucidar. Pode-se defender esta tese de duas formas:

Primeira, pelo fato das obras serem necessárias para a salvação conjuntamente da fé (Tg 2,
17); ora, mas as boas obras são resultado da caridade, tanto que o próprio Cristo nos ensina:
"*Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos.*" (João 14,15).

Segunda, pois dentre as virtudes teologais (Fé, esperança e a caridade), sem a qual

nenhum alma pode ser salva, a caridade é a mais importante (I Cor 13, 13; Cl 3, 14).

Esclarecendo melhor a relação entre fé e obra, vou utilizar uma


analogia:

A fé é como a raiz da árvore, que sustenta o tronco, os ramos e as


folhas. As boas obras são como os ramos e as folhas, que brotam
da raiz e crescem para a glória de Deus. Assim como a árvore
sem raiz não pode produzir frutos, assim também a fé sem obras
é morta.

Para encerrar de uma vez por todas, a salvação é um processo


que envolve a graça de Deus e a colaboração humana, que é
manifestada nas obras, isto se chama “cooperação com a graça”,
que como você bem sabe, porém não custa repetir, consiste na
ideia de que a salvação é uma obra de Deus, mas que o ser
humano precisa cooperar com a graça divina para alcançá-la.

Podemos usar novamente de uma analogia para explicar a


cooperação com a graça:

Deus é como o sol que, com seus raios, dá à árvore a seiva, a vida
e a força, e o homem é como o agricultor que poda, enxerta e
protege a árvore, de modo que a árvore, com a ajuda do homem,
pode dar frutos, mas sem o sol ela não poderia sequer ter vida.
Do mesmo modo, a fé justifica o homem, mas o homem deve
cuidar dela para que possa crescer e dar frutos de boas obras,
sem as quais a fé é morta.

E a cooperação com a graça pressupõe as boas obras, logo


Lutero toda a sua doutrina caí por terra, do contrário você terá
que negar a doutrina da cooperação com a graça e as próprias
Sagradas Escrituras. E assim como não podemos viver sem a
alma, mas precisamos do corpo para fazer uso da alma, assim
também não podemos ter a fé sem as obras, mas
precisamos das obras para fazer uso da fé. A alma é a
causa da vida, mas não pode viver sem o corpo; a fé é a causa
da salvação, mas não pode salvar sem as obras”.

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