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Esboço
A. Amom (25.1-7)
B. Moabe (25.8-11)
C. Edom (25.12-14)
D. Filístia (25.15-17)
E. Tiro (26.1—28.19)
F. Sidom (28.20-26)
G. Egito (29.1—32.32)
IV. A Mensagem Profética da Restauração de Israel (33.1—48.35)
A. O Atalaia da Restauração (33.1-33)
B. As Promessas da Restauração (34.1—39.28)
C. A Visão da Restauração (40.1—48.35)
Autor: Ezequiel
Tema: O Juízo e a Glória de Deus
Data: 590-570 a.C.
Considerações Preliminares
Ezequiel e Daniel foram contemporâneos de Jeremias, porém mais jovens que ele e,
provavelmente, foram por ele influenciados, por ser profeta mais velho em Jerusalém (cf. Dn 9.2).
Quando Ezequiel chegou à Babilônia, Daniel já era bem conhecido como homem de elevada
sabedoria profética; Ezequiel refere-se a ele três vezes no seu livro (14.14,20; 28.3). Ao contrário
de Daniel, Ezequiel era casado (24.15-18), e vivia como um cidadão comum entre os exilados
judeus, junto ao rio Quebar (1.1; 3.15,24; cf.Sl 137.1).
O livro claramente atribui suas profecias a Ezequiel (1.3; 24.24). O uso do pronome pessoal “eu”
através do livro, juntamente com a harmonia estilística e a linguagem, indicam a autoria exclusiva
de Ezequiel. As profecias de Ezequiel têm datas exatas por causa de sua organização em datá-las
(cf. 1.1,2; 8.1; 20.1; 24.1; 26.1; 29.1,17; 30.20; 31.1; 32.1,17; 33.21; 40.1). Seu ministério
começou em julho de 593 a.C. e continuou, pelo menos, até a última profecia registrada em abril
de 571 a.C.
Propósito
O propósito das profecias de Ezequiel foi duplo: (1) entregar a mensagem divina do juízo ao povo
apóstata de Judá e Jerusalém (1—24) e às sete nações estrangeiras ao seu redor (25—32); e (2)
conservar a fé do remanescente fiel a Deus no exílio, concernente à restauração de seu povo
segundo o concerto e à glória final do reino de Deus (33—48). O profeta também ressaltava a
responsabilidade pessoal de cada indivíduo diante de Deus, ao invés de somente culpar os
antepassados e seus pecados como a causa do exílio como julgamento (18.1-32; 33.10-20)
Visão Panorâmica
O livro de Ezequiel está bem organizado, e seus quarenta e oito capítulos dividem-se naturalmente
em quatro seções principais: (1) A seção introdutória (1—3) descreve a poderosa visão que
Ezequiel teve da glória e do trono de Deus (cap. 1) e o encargo divino que o profeta recebeu para
seu ministério profético (2; 3).
(2) A segunda seção (4—24) contém a mensagem contundente de Ezequiel sobre o juízo vindouro
e inevitável de Judá e Jerusalém, devido a sua obstinada rebeldia e apostasia. Durante os últimos
sete anos de Jerusalém (593-586 a.C.), Ezequiel advertiu os judeus de Jerusalém e os cativos em
Babilônia, que não deviam alimentar a falsa esperança de que Jerusalém sobreviveria ao
julgamento. Os pecados passados e presentes de Jerusalém provocavam a sua segura ruína.
Ezequiel trombeteia sua mensagem profética de juízo através de várias visões, parábolas e atos
simbólicos. Os capítulos 8—11 descrevem como Deus levou Ezequiel a Jerusalém numa visão
para profetizar contra a cidade. No capítulo 24, a morte da querida esposa do profeta serviu de
parábola e sinal da destruição de Jerusalém.
(3) A terceira seção (25—32) contém profecias de juízo contra sete nações estrangeiras que se
alegravam da calamidade de Judá. Na profecia sobremaneira longa contra Tiro, aparece uma
descrição mascarada de Satanás (28.11-19) como o verdadeiro agente por trás do rei de Tiro.
(4) A seção final do livro (33—48) assinala uma transição na mensagem do profeta, que mudou do
terrível juízo para o consolo e a esperança futuros (cf. Is 40—66). Depois da queda de Jerusalém,
Ezequiel profetiza a respeito do avivamento e restauração futuros, quando, então, Deus será o
verdadeiro pastor do seu povo (cap. 34) e dará aos seus um “novo coração” e um “novo espírito”
(cap. 36). Neste contexto surge a famosa visão de Ezequiel, de um exército de ossos secos que
ressuscitam mediante a mensagem profética (cap. 37). O livro termina com a descrição da
restauração escatológica do templo santo, da cidade santa de Jerusalém, e da terra santa de Israel
(40—48).
Características Especiais
Sete características principais assinalam o livro de Ezequiel. (1) Contém um grande número de
visões surpreendentes, de parábolas arrojadas e de ações simbólicas e excêntricas, como um meio
de expressão da revelação profética de Deus. (2) Seu conteúdo é organizado e datado com
cuidado: registra mais datas do que qualquer outro livro profético do AT. (3) Duas frases
características ocorrem do começo ao fim do livro: (a) “então saberão que eu sou o SENHOR”
(sessenta e cinco ocorrências com suas variantes); e (b) “a glória do SENHOR” (dezenove
ocorrências com suas variantes). (4) Ezequiel recebe de Deus, de modo peculiar, os nomes de
“filho do homem” e “atalaia”. (5) Este livro registra duas grandiosas visões do templo: uma delas
mostra-o profanado e à beira da destruição (8—11), e a outra, purificado e perfeitamente
restaurado (40—48). (6) Mais do que qualquer outro profeta, Ezequiel recebeu ordens de Deus
para identificar-se pessoalmente com a palavra profética, expressando-a através do simbolismo
profético. (7) Ezequiel salienta a responsabilidade pessoal do indivíduo e sua responsabilidade
diante de Deus.
A mensagem dos capítulos 33—48 concerne, em síntese, à futura obra redentora de Deus
conforme revela no NT. Fala não somente da restauração física de Israel à sua terra, como também
da sua restauração final futura, i.e., sua plena realização reservada por Deus, como o Israel
espiritual, junto às nações como resultado de missões. Profecias importantes em Ezequiel a
respeito do Messias do NT: 17.22-24; 21.26,27; 34.23,24; 36.16-38 e 37.1-28.