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PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Luiz Inácio Lula da Silva

MINISTRO DE ESTADO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

das quatro forças da natureza


Sergio Machado Rezende

Sumário
ouca gente sabe que só existem quatro tipos de força na natureza: a gravi- CONFLITO ENTRE O O PRINCÍPIO
P tacional, responsável pela atração entre os corpos celestes e por estarmos SUBSECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO DAS UNIDADES DE PESQUISA
Avílio Antônio Franco
MACRO E O MICRO
Inconsistentes entre si
HOLOGRÁFICO
Escapar ou não
presos ao chão; a força forte, que mantém coeso o núcleo dos átomos; a
Força infinita Área do horizonte
força fraca, que está por trás de certos tipos de radioatividade, bem como da produção DIRETOR DO CBPF As outras forças Superfície bidimensional
Ricardo Magnus Osório Galvão
de luz e energia nas estrelas; e a força eletromagnética, que atua entre cargas elétricas Modificação consistente
EDITOR CIENTÍFICO TEORIA DAS
Supercordas
e causa o atrito entre os corpos.
Nathan Berkovits (Instituto de Física Teórica/Universidade Estadual Paulista)
EINSTEIN E O SONHO SUPERCORDAS
No século passado, o desenvolvimento da teoria da relatividade geral e da mecânica
APOIO FINANCEIRO DA UNIFICAÇÃO Corda fundamental
quântica deu o arcabouço teórico para a formulação e o entendimento dessas quatro Vitae Dimensão circular Modos de vibração
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Objetos unidimensionais Teste de propriedades


forças (ou interações) fundamentais. A mecânica quântica descreve fenômenos na escala EDIÇÃO DE TEXTO
Compactação das dimensões
subatômica. A relatividade mostrou que espaço e tempo são dimensões intimamente
Cássio Leite Vieira
O sonho da unificação das
DIMENSÕES EXTRAS
ligadas e podem, em certas circunstâncias, se dilatar ou se contrair. PROJETO GRÁFICO
quatro forças da natureza De perto e de longe SUPERSIMETRIA

unificação
Ampersand Comunicação Gráfica
(www.amperdesign.com.br) Como plantas e peixes Bósons e férmions
Mas será que a relatividade funciona quando efeitos quânticos se tornam importantes?
Princípio da exclusão

Supercordas
Parece que não. Uma unificação dessas quatro forças, no entanto, parece exigir a exis- CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS FÍSICAS Simetrias estabelecidas
Rua Dr. Xavier Sigaud, 150 BURACOS NEGROS E A
tência de dimensões espaciais extras. Será que vivemos em um mundo de dez dimen- O grande acelerador
22290-180 - Rio de Janeiro - RJ PERDA DE INFORMAÇÃO
sões? Por que só sentimos quatro delas (comprimento, largura, altura e tempo). Onde Tel: (0xx21) 2141-7100
Sugador de luz e matéria
Fax: (0xx21) 2141-7400
estão as outras? Será que um dia poderemos provar a existência delas? Essas questões Internet: http://www.cbpf.br
Sumiço de elefantes PESQUISA
Solução do paradoxo NO BRASIL

O sonho da
são tratadas neste folder, que certamente abrirá novas dimensões na maneira de o leitor
Agradecimentos: Geová Maciel Alencar Filho Altas energias
ver o mundo. Boa leitura. (Instituto de Física Teórica/Universidade Estadual Paulista)

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Desafios da Física, bem como a revista CBPF – Na Vanguarda da Pesquisa, estão
João dos Anjos disponíveis em formato PDF em http://www.cbpf.br/Publicacoes.html
COORDENADOR DO PROJETO DESAFIOS DA FÍSICA
Vitae não compartilha necessariamente dos conceitos e opiniões expressos

Sugestões para leitura


BERKOVITS, N. ‘Supercordas: a física do GREENE, B. Universo elegante: supercordas,
neste trabalho, que são da exclusiva responsabilidade dos autores. futuro?’ In: O universo sem mistério – uma dimensões ocultas e a busca da teoria
visão descomplicada da física definitiva (Companhia das Letras, São Paulo,
contemporânea. (Natale, A. A. e Vieira, C. L., 2001)
eds.) (Vieira & Lent Casa Editorial, Rio de
Janeiro, 2003) MALDACENA, J. ‘Ilusão em três dimensões’, In:
Scientific American Brasil, artigo de capa de
BERKOVITS, N. ‘Descobrindo a teoria de novembro 2005
supercordas’ In: Scientific American Brasil,
artigo de capa de janeiro de 2004 RANDALL, L. Warped passages - unraveling the
mysteries of the universes’s hidden dimensions
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (Harper Collins, New York, 2005)

2006
CONFLITO ENTRE O MACRO E O MICRO DIMENSÕES EXTRAS BURACOS NEGROS O PRINCÍPIO HOLOGRÁFICO SUPERSIMETRIA
E A PERDA

CHANDRA X-RAY OBSERVATORY / NASA


INCONSISTENTES ENTRE SI • A drão. Embora nele as partículas ele- DE PERTO E DE LONGE • Se o nosso universo tem ESCAPAR OU NÃO • Todo buraco negro tem um ‘ho- BÓSONS E FÉRMIONS • Quando as distâncias são até agora são: i) a simetria de translação (uma
mecânica quântica, teoria que lida mentares também sejam corpos pon- mais que três dimensões espaciais, por que não rizonte’ ao seu redor. Essa fronteira virtual determi- pequenas, a teoria das supercordas prevê, além
com o microuniverso atômico e sub- tuais, essas forças são perfeitamente as vemos? Uma possível explicação é que as di- DE INFORMAÇÃO na se uma partícula poderá ou não escapar dele. das dimensões extras, uma outra propriedade que
experiência feita em São Paulo vai dar o mesmo
resultado que uma teoria feita em Paris); ii) a
atômico, e a relatividade geral, que consistentes com a mecânica quânti- mensões extras são círculos com raio tão pequeno Antes de cruzar essa superfície bidimensional, ain- poderia ser testada experimentalmente: a supersi- simetria de rotação (o resultado de uma expe-
trata dos fenômenos gravitacionais, ca (vale lembrar que ele foi aprovado que seria necessária luz com energias altíssimas da é possível para uma partícula desviar e escapar metria. Supersimetria é o nome dado para uma re- riência não depende de o equipamento estar orien-
foram postuladas no começo do sé- em vários experimentos envolvendo para observá-las, bilhões de vezes mais intensas de cair dentro do buraco negro. Mas, ultrapassado o lação postulada entre as duas principais classes tado na direção leste-oeste ou na direção norte-
culo passado e talvez sejam as duas distâncias subatômicas). No modelo que a energia da luz visível. Por exemplo, um fio horizonte, qualquer corpo está fadado a um destino de partículas elementares, ou seja, os bósons (res- sul); iii) a simetria de impulso (uma experiência
teorias mais bem sucedidas de toda padrão, a eliminação dos infinitos que de aço visto de longe parece ter somente uma cruel: ser sugado pelo buraco negro e só ser devolvi- ponsáveis por transmitir as forças da natureza) e feita num trem com velocidade constante dará o

DANA BERRY (CFA/NASA)


a física. Mas há um conflito entre surgem quando duas partículas com dimensão, ou seja, comprimento. Mas, se olhar- do ao mundo exterior na forma de radiação. os férmions (quarks, elétrons, neutrinos etc.). A mesmo resultado que uma experiência feita num
elas. Embora a relatividade geral, fi- cargas opostas se aproximam é pos- mos de perto, percebemos que o fio também tem SUPERFÍCIE BIDIMENSIONAL • Um exemplo no supersimetria prevê que, para cada férmion, deve trem parado). Existem argumentos teóricos de
ÁREA DO HORIZONTE • Uma propriedade interes-
nalizada em 1915 pelo físico de ori- sível graças a um processo chamado uma segunda dimensão, que é um circulo peque- qual toda a informação é contida em uma superfície existir um bóson companheiro dele, isto é, uma par- que a única extensão natural dessas três sime-
sante dos buracos negros é que a informação contida
gem alemã Albert Einstein (1879- ‘renormalização’. Porém, a renorma- no, descrevendo sua circunferência. Então, nesse bidimensional é o de uma foto holográfica. Por isso, tícula supersimétrica. E vice-versa. Isso faria cres- trias é a supersimetria, que, como vimos, relacio-
nele é proporcional à área de seu horizonte. Esse fato
1955), tenha sua precisão checada lização não funciona na teoria da rela- modelo de dimensões extras, as três dimensões essa propriedade da informação nos buracos ne- cer significativamente o número de partículas ele- na bósons e férmions.
é surpreendente, pois, normalmente, se esperaria que
para distâncias interplanetárias, a tividade geral, porque a força gravi- infinitas (altura, comprimento e largura) seriam gros (ou seja, o fato de a informação contida nele mentares conhecidas hoje. A supersimetria parece
a quantidade de informação contida num objeto fos- O GRANDE ACELERADOR • No entanto, ainda não
verificação dela ainda não foi feita tacional entre duas partículas é pro- dimensões como o comprimento de nosso fio, en- SUGADOR DE LUZ E MATÉRIA • Quando uma ser proporcional à área de seu horizonte) é chama- ser não só um elemento essencial para as super-
se proporcional ao seu volume. Por exemplo, a infor- há evidências diretas que confirmem a super-
para distâncias subatômicas. De fato, há razões porcional às massas delas e não às suas cargas. quanto as outras dimensões seriam circulares, estrela colapsa, depois de chegar ao final de sua da ‘princípio holográfico’. Recentemente, essa pro- cordas, mas sim um ingrediente necessário para dar
mação contida num livro é proporcional ao tamanho simetria. Ou seja, ainda não foi descoberta ne-
teóricas para acreditar que as duas teorias, que Uma maneira de entender por que massas e cargas como a circunferência dele. vida, ela pode formar um objeto cósmico ultrama- priedade holográfica de buracos negros foi ex- consistência teórica a essa teoria.
de uma página bidimensional multiplicado pelo nu- nhuma partícula supersimétrica. Mas já existem
são as colunas de sustentação da física contem- são diferentes é lembrar que a massa é sempre ciço, tão denso que qualquer corpo que se aproxi- plicada com a ajuda da teoria de supercordas.
COMO PLANTAS E PEIXES • Outra possível ex- mero de páginas do livro. PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO • Bósons e férmions evidências indiretas, vindas de experiências com
porânea, sejam inconsistentes entre si. positiva, enquanto a carga pode ser ou positiva ma dele é puxado para o seu interior pela força
plicação para não observarmos as dimensões ex- podem ser distinguidos pelo fato de que qualquer aceleradores de partículas. É possível que a exis-
(como no próton), ou negativa (como no elétron). gravitacional. Nem mesmo as partículas de luz
FORÇA INFINITA • A força gravitacional aumenta tras: nosso universo observável é uma superfície numero de bósons cabe no mesmo ponto do espa- tência da supersimetria seja confirmada em ex-
(fótons) escapam de serem sugadas por ele. Daí
à medida que os corpos se aproximam. Se, por MODIFICAÇÃO CONSISTENTE • As inconsistências tridimensional dentro de um volume com quatro ço, onde só caberia um férmion. Uma analogia para periências no LHC (sigla, em inglês, para Grande
a denominação buraco negro para esses ‘ralos’
acaso, a distância entre a Terra e a Lua caísse para quânticas na relatividade geral se tornam apreciá- ou mais dimensões espaciais. Nessa possibilida- ilustrar a diferença de comportamento entre essas Acelerador de Hádrons), que será o mais potente
a metade, a força gravitacional entre nosso plane- veis quando as distâncias são da ordem de 10-30 cm, de, chamada ‘brane-world’ (ou mundo-brana), par-
cósmicos. Como um buraco negro cria forças gra-
vitacionais enormes, e seu tamanho é muito pe-
TEORIA DAS SUPERCORDAS duas classes de partículas: se um grande grupo de acelerador de partículas do mundo. O LHC está
ta e seu satélite aumentaria quatro vezes. Se pas- que está muito longe da precisão obtida hoje nos tículas como os elétrons e os fótons estariam con- bósons fosse se hospedar num hotel, provavelmen- sendo construído pelo Centro Europeu de Pes-
queno, efeitos quânticos passam a ser relevan-
sasse a ser um quarto do que é, a força seria 16 experimentos. Mesmo diante dessa impossibilida- finados à superfície tridimensional. Apenas o CORDA FUNDAMENTAL • Como vimos, o modelo de supercordas que podem ser efetivamente tes- te todos eles dormiriam no mesmo quarto e... na quisas Nucleares, em Genebra (Suíça), e deve
tes, fazendo do mais bizarro corpo celeste um
vezes maior. E assim por diante. No entanto, na de prática, há razões para tentar resolver essa in- gráviton, o transmissor da força gravitacional, esta- mais promissor deste início de século para se che- tadas em experimentos. mesma cama! No caso dos férmions, cada um de- entrar em funcionamento em 2007.
laboratório para estudar a união da gravidade
teoria da relatividade geral, as partículas elemen- consistência da relatividade geral. Uma delas é que ria livre para perambular no volume inteiro. En- gar a uma gravitação quântica (ou seja, à unificação les ocuparia primeiramente um quarto separa-
com a mecânica quântica, a chamada gravita-

CE RN
entender o comportamento dessa teoria a distân- tão, nesse modelo, os elétrons e os fótons seriam COMPACTAÇÃO DAS DIMENSÕES • Diferente- do. Se o número de quartos fosse insuficiente
tares (elétrons, fótons, quarks etc.) são corpos pon- ção quântica. da relatividade geral com a mecânica quântica) é a
cias muito pequenas é essencial para o estudo, por como plantas destinadas a boiar na superfície de mente da teoria da relatividade geral, que pode ser para todos, só aí é que eles começariam dividi-
tuais, ou seja, sem dimensão. Nesse caso, fica fá- teoria das supercordas. Ela foi formulada inicialmen-
exemplo, dos buracos negros e do universo primor- um lago, enquanto os grávitons seriam como pei- SUMIÇO DE ELEFANTES • Uma das conseqüênci- definida com qualquer número de dimensões es- los, mas nunca dormiriam na mesma cama! Essa
cil imaginar o que aconteceria com a força gra- te na década de 1970 e postulou que todas as par-
dial (perto do Big Bang). Outra razão: a resolução xes que nadariam livremente dentro dele. Como a as dos efeitos quânticos sobre os buracos negros paciais, a teoria das supercordas somente é consis- propriedade ‘anti-social’ dos férmions é cha-
vitacional na colisão entre duas dessas partícu- tículas elementares (por exemplo, quarks, elétrons,
de inconsistências da relatividade geral pode levar luz é composta de fótons, sempre confinados à é que esses corpos cósmicos podem evaporar. tente quando o espaço contém nove dimensões. mada principio da exclusão, sendo responsá-
las: a força gravitacional entre elas seria infinita, neutrinos etc.) são ressonâncias de uma corda uni-
a idéias que ajudem a entender fenômenos além superfície tridimensional, somente as três dimen- Um paradoxo relacionado com esse fenômeno se Mais uma vez, as dimensões extras devem ser com- vel pela Tabela Periódica, que descreve os vá-
pois a distância entre elas se tornaria nula. Eis aí a dimensional. Nesse modelo, em vez de existirem
daqueles governados pela gravitação. E, finalmen- sões usuais seriam observadas diretamente. expressa através da seguinte pergunta: o que pactas (ou seja, devem ser muito pequenas), de mo- rios tipos de átomos segundo a quantidade
causa da inconsistência entre a relatividade geral várias partículas elementares, há apenas uma enti-
te, se quisermos concretizar o sonho de Einstein e acontece com a informação contida num buraco do que não possamos vê-las. Há várias maneiras de elétrons que eles têm. Como os elétrons
e a mecânica quântica. dade física: a corda fundamental, cujas diferentes
construir uma teoria que unifique a força gravita- negro depois que ele evapora totalmente? Por de compactar essas seis dimensões extras. Uma de- são férmions, os átomos na tabela periódica
vibrações descrevem diferentes partículas.
AS OUTRAS FORÇAS • O modelo atual para des- cional com as outras três forças da natureza (a ele- exemplo, se um elefante cai num buraco negro, o las é a de Kaluza e Klein, na qual todas as seis di- com mais elétrons têm tamanho maior, pois
crever a força eletromagnética, a força forte e a tromagnética, a forte e a fraca), teremos que achar que acontece com essa informação depois que o MODOS DE VIBRAÇÃO • Semelhantemente a uma mensões extras seriam círculos muito pequenos. elétrons têm que estar em pontos diferentes
força fraca (estas duas últimas atuam somente no uma modificação da relatividade geral que seja buraco negro desaparecer por evaporação? É per- nota musical produzida, por exemplo, pela corda de Outra é a chamada compactação de Calabi-Yau (re- do espaço.
âmbito do núcleo atômico) é chamado modelo pa- consistente com a mecânica quântica. dida para sempre? A resposta parece ser não, um violino – cuja altura (grave ou aguda) e intensi- ferência ao matemático norte-americano Eugenio
dade (forte ou fraca) dependem, respectivamente, Calabi e ao chinês Shing-Tung Yau), em que essas SIMETRIAS ESTABELECIDAS • As simetrias
pois a mecânica quântica prediz que a informação
da freqüência e da energia da vibração –, as proprie- seis dimensões se entrelaçam de uma maneira me- experimentalmente bem estabelecidas
é sempre preservada. Portanto, se a informação
contida num buraco negro fosse realmente perdi- dades de uma partícula (como sua massa e carga nos trivial. Infelizmente, ainda não sabemos se a teo-
da, a mecânica quântica teria de ser abandonada. elétrica) dependem de como a corda fundamental ria das supercordas é capaz de dizer de que modo
EINSTEIN E O SONHO DA UNIFICAÇÃO Theodor
Oskar
Klein está vibrando. essas seis dimensões extras estão compactadas.
Kaluza SOLUÇÃO DO PARADOXO • Um dos sucessos da
TESTE DE PROPRIEDADES • A teoria das supercordas
DIMENSÃO CIRCULAR • Depois de formular a
teoria da relatividade geral, Einstein dedicou pra-
teria uma dimensão a mais. Mas, diferentemente das
três dimensões em que vivemos, cujos tamanhos são
teoria das supercordas, a melhor candidata até
agora para a unificação das quatro forças da natu- prevê que, quando as distâncias são grandes, a for- PESQUISA NO BRASIL
ticamente suas últimas três décadas de vida à infinitos, a dimensão extra da teoria de Kaluza e Klein OBJETOS UNIDIMENSIONAIS • Embora a teoria reza, foi resolver o aparente paradoxo da perda ça gravitacional toma a forma daquela estabelecida
tentativa de unificar, numa só teoria, a força ele- teria a forma de um círculo com raio muito pequeno. de Kaluza e Klein unificasse a força gravitacional de informação em buracos negros. Essa teoria pre- pela relatividade geral. Mas, para distâncias peque- ALTAS ENERGIAS • Na pesquisa mundial, a teoria de supercordas talvez seja o tópico mais ativo
tromagnética e a força gravitacional. Uma propos- Partículas andando no sentido horário do círculo te- com a força eletromagnética, ela ainda era incon- vê que a informação contida num buraco negro nas (da ordem de 10-30 cm), a teoria de supercordas deste início de século na área de física teórica de altas energias. No Brasil, há grupos pequenos
ta a que Einstein se dedicou foi a teoria idealiza- riam carga elétrica negativa (como o elétron), en- sistente com a mecânica quântica. Essa inconsis- não é perdida, pois está armazenada na radiação modifica a relatividade geral para torná-la compatí- trabalhando com supercordas na Universidade de São Paulo, na Universidade Federal do Rio de
da, independentemente, pelo físico alemão quanto aquelas se movimentando no sentido anti- tência só seria resolvida 50 anos mais tarde, com o expelida durante a evaporação. Isso faz com que vel com a mecânica quântica. Embora as energias Janeiro, na Universidade Federal de Itajubá (MG), no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (RJ), na
Theodor Kaluza (1885-1954) e o sueco Oskar Klein horário seriam positivas (como o pósitron). Partícu- surgimento de uma nova teoria na qual o conceito o processo de evaporação de um buraco negro acessíveis em experiências feitas neste início de sé- Universidade Federal de Campina Grande (PB), na Universidade Federal de Pernambuco, entre outras
(1894-1997). Nela, além das três dimensões usu- las paradas em relação a essa quarta dimensão es- de partícula como um ponto sem dimensão seria passe a ser consistente com os princípios da me- culo não sejam suficientemente altas para testar es- instituições. O grupo de supercordas com mais participantes e colaboradores internacionais está no
ais de altura, largura e comprimento, o espaço pacial teriam carga elétrica zero (como o neutrino). substituído pelo de objetos unidimensionais. cânica quântica. sas modificações, há várias propriedades da teoria Instituto de Física Teórica, da Universidade Estadual Paulista.

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