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PROBLEMAS SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS
Para que um problema social seja considerado um problema sociológico deve possuir as
condições de:
- Regularidade
- Uniformidade
- Impessoalidade
- Repetição
Sociologia Relativista – não existe nenhum critério universal para o conhecimento e para
a verdade. Todos os critérios utilizados serão sempre internos ao sistema cogniscente e, como
tal, serão relativos e não universais. O que importa estudar é a definição subjectiva dos
problemas sociais, conhecer os processos pelos quais uma dada situação se torna problema
social.
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b) Por outro, desenvolver teórica e metodologicamente a sociologia enquanto ciência
(Estudo dos problemas sociológicos)
Sociologia de Intervenção – modo de ver o trabalho do cientista social que em vez de isolar
asseptivamente o investigador do seu objecto de estudo, o desafia a ser “contaminado” por
este, o leva a intervir activamente na realidade que estuda e a não separar os papéis de
investigar e de cidadão. A investigação social deve ser utilizada para melhorar a sociedade.
Uma vez que o problema está no indivíduo, é essencial que se identifiquem as características
que diferencia o elemento doente daqueles que são normais.
Teorias
Para Cesare Lombroso era claro que a explicação do comportamento criminal dos
indivíduos estava em características fisiológicas particulares como o tamanho dos maxilares,
assimetria facial, orelhas grandes ou a existência de número anormal de dedos.
Teorias
Cooley – teorizou a distinção entre grupos primários e secundários sendo que nos grupos
primários os indivíduos vivem relacionamentos face a face, mais intensos e duradouros,
enquanto que nos grupos secundários as relações sociais são mais impessoais e menos
frequentes.
Definição – desorganização social é a desintegração das tradições. As regras sociais deixam
de funcionar.
Thomas e Znaniecki – no seu estudo sobre imigrantes polacos, conceptualizaram a
desorganização social como a quebra de influência das regras sociais sobre os indivíduos.
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Ogburn – centrou-se no conceito de desfasamento cultural que este autor propôs. A
sociedade não é um organismo mas sim um sistema, composto por várias partes
interdependentes. As partes do sistema cultural podem modificar-se a ritmos diferentes,
produzindo um desfasamento no sistema que origina a desorganização social.
Os problemas podem passar de um tipo para outro, acompanhando as mudanças nos valores
sociais.
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1.2.1.4 – Comportamento Desviado
Escola de Harvard – Talcott Parsons – pensamento funcionalista-estrutural – contributo
para a perspectiva do comportamento desviado
O CONCEITO DE ANOMIA
Durkheim –significa uma ausência de normas
Merton – desfasamento entre metas culturais a atingir e os meios que a sociedade
proporciona para o efeito.
Teorias
Albert Cohen – Teoria da subcultura delinquente
Richard Cloward e Lloyd Ohlin – teoria da oportunidade
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1.2.2.1 – Labeling – Base interaccionista
Teoria de labeling ou teoria da rotolagem – Georg Herbert Mead, Blumer e Goffoman
Mead – os indivíduos aprendem a ver-se como objectos sociais e comportam-se de acordo
com esse percepção. Os seus significados emergem da interacção social.
Herbert Blumer – os significados não são dados, mas requerem um a interpretação activa
Taylor Walton e Young – o desvio deve ser analisado de forma materialista e histórica.
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Críticas dos positivistas a esta teoria
- é mais uma ideologia do que uma teoria científica
- o ênfase dado por esta corrente às questões de classe e ao poder económico, quando
existem outras fontes de conflito social, com base no género, idade ou nas diferenças
étnicas.
John Kitsuse e Malcolm Spector – publicaram dois artigos revista Social Problems. A
questão que os preocupava era saber porque é que algumas situações são consideradas
problemas sociais e outras não. A condição objectiva do problema social, é posta de lado pela
perspectiva constructista.
É a definição subjectiva do problema social que se revela essencial para a existência do
mesmo e como tal só esta deve ser investigada pelos sociólogos. Problemas como a violência
conjugal, trabalho infantil, poluição do ambiente são exemplos de situação que só se
converteram em problemas sociais quando se estabeleceu com sucesso um movimento de
reivindicação. Os construtivistas não poderam deixar de reconhecer a enorme importância
que os mass média têm neste mesmo processo.
Somente após o estudo empírico do processo de definição de cada problema social é que
podem ser elaboradas possíveis soluções para o mesmo. A perspectiva construtivista não
apresenta soluções à priori para os problemas sociais.
Ver quadro.
Ver anexos
Perspectivas liberalistas
As teses
Adam Smith, Jereimis Bentham, Burke Humbold – liberalismo positivista clássico
Paine e Godwin – liberalismo utópico
Roberto Nozick, John Rawls – neoliberalismo
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Em todos estes autores encontramos uma forte crítica à excessiva dimensão do Estado.
Um ex. deste tipo de efeitos perversos é o do ciclo vicioso das despesas públicas:
- O crescimento das necessidades dos cidadãos implica aumento da procura do Estado
- O aumento da procura do Estado implica aumento da oferta de Estado
- Para que a oferta de Estado cresça este é obrigado a fazer mais despesas públicas
- O aumento das despesas públicas determina um aumento dos impostos
- O aumento da carga fiscal sobrecarrega os cidadãos o que lhes aumenta as
necessidades e a procura de Estado.
As limitações = Críticas
- os limites da acção do Estado são insuficientemente operacionalizados
- os efeitos imprevistos do funcionamento do mercado não são convenientemente
equacionados.
- Contradição entre a apregoada liberalização de pessoas, bens, serviços e capitais – tese
central da corrente liberal – e a realidade observada no terreno, muitas vezes
fortemente proteccionista. (Sussane de Brunhoff)
Perspectivas Marxistas
As Teses
O pensamento de Marx relativamente ao papel do Estado não é idêntico ao longo da sua obra,
nela se encontrando:
- posição idealista
- o Estado era uma expressão da alienação
- papel positivo em favor das classes oprimidas
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Duas estratégias defendidas:
- quando o estado não é controlado pela classe trabalhadora às organizações desta
classe cabe fazer pressão, no sentido de que o poder político lhes faça concessões.
- Quando o estado é controlado pela classe trabalhadora, deve-lhe competir o papel
dominante no planeamento e organização da economia e da protecção social.
As limitações = Críticas
- ponto de vista doutrinário – ao privilegiar a luta de classes o marxismo provocou
danos elevados na coesão social, lançando as classes sociais umas contra as outras,
gastando consideráveis energias sociais necessárias ao crescimento económico e ao
desenvolvimento social, em nome da igualdade e em detrimento da liberdade.
- Do ponto de vista político – falta de eficácia e de eficiência, uma vez que os
resultados obtidos foram muito inferiores aos previstos (ineficácia) e os avanços
conseguidos foram a custos económicos e sociais elevados (ineficiência).
As perspectivas conciliadoras
A situação actual
Devido a várias crises (crise do petróleo, mudança acelerada, tendência para a globalização e
a localização) nos anos setenta a situação sócio-económica alterou-se iniciando-se um
período de recessão que teve dois efeitos na protecção social:
- aumento da procura de Estado devido ao crescimento do desemprego provocado pela
recessão económica;
- diminuição das contribuições para o sistema de segurança social que condicionou a
redução da oferta de Estado.
Modelo Neoconservador
Segundo o seu ponto de vista grande parte dos problemas sociais são decorrentes de uma
excessiva despesa pública, sendo a sua solução passar pela redução da oferta de Estado.
O excessivo custo social das medidas implementadas e a sua ineficácia conduziram
novamente à tentativa de adaptação do Estado-Providência com novas propostas (ex.
Terceira Via – valor da solidariedade como um valor político, reconhecendo o seu
incontornável papel de aglutinador social e de legitimidador político).
GESTÃO DA ÁGUA
Diferentes contaminantes
- físicos
- químicos
- biológicos
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Conjunto de factores para evitar os conflitos entre países para obtenção do
curso de água que atravessa fronteiras
- análise por bacia hidrográfica
- regulamentação legal
- regras administrativas
- mecanismos financeiros
- monitorização e controle
Protocolo de Quito
- Redução global das emissões dos gases (dióxido de carbono e metano) que contribuem
para o efeito de estufa
Mecanismos de Quito
- Comércio de emissões entre países industrializados
- A implementação conjunta entre países industrializados
- Cooperação entre países industrializados
- Desenvolviemtno para implementação de mecanismos de tecnologias limpas
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Limitações do Protocolo de Quito
- não incluir os países em desenvolvimento que para já estão sem obrigação de redução
ou limitação de crescimento de emissões e de não terem sido criados mecanismos de
punião para quem não cumprir o acordo.
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alterações de comportamentos hidrológicos, conduziram a desequilíbrios importantes que
em alguns ecossistemas demonstraram ser irreversíveis.
Biodiversidade aplicada
A biotecnologia e a engenharia genética podem contribuir para a criação de novos
organismos transgénicos, com capacidade até então inexistentes. Poder-se-á assim,
recorrendo a esta riqueza genética, aumentar a eficiência de medicamentos naturais,
descobrir novas substâncias terapêuticas, criar diferentes modos de controlo biológico de
pragas agrícolas, tirar partido do teor proteico de algumas plantas endémicas para obter
culturas mais ricas em proteína, inventar novos produtos de interesse industrial, mais
baratos e menos tóxicos, entre outros.
Protecção da Biodiversidade
Os países envolvidos se comprometeram a realizar um inventário sobre as espécies existentes
nos seus territórios. Sendo os países pobre a ter maior diversidade biológica passam a ter
direito a benefícios económicos pelo transacção dos seus recursos biológicos com terceiros.
Desertificação e desflorestação
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Floresta e protecção ambiental
As florestas são os pulmões do planeta e sustento de uma imensa variedade biológica. Ao
absorverem grandes quantidades de CO2 contribuem para atenuar a importância das
emissões deste gás. A queima de extensas áreas de floresta, qualquer que seja a justificação
conduz a uma importante libertação de CO2 para a atmosfera. Deste modo, em vez de
absorver este gás, a floresta deixa de o poder utilizar, contribuindo também para aumentar a
quantidade que é libertada para a atmosfera. Assim, a floresta, torna-se mais um factor
contribuinte para o aumento do efeito de estufa e também do aquecimento global da terra.
Processo de desertificação
A queima da floresta deixa o solo desprotegido. O solo exposto às radiações solares, ao
aquecimento e à falta de protecção por uma camada de folhagem, sofre mineralização e
torna-se improdutivo. Como consequência é abandonado. Sofre erosão, e sob a influência dos
factores climáticos, lentamente transforma-se num deserto.
Floresta e biodiversidade
A desflorestação assume hoje proporções importantes para dar lugar a pastagens para
rebanhos de lemures, campos de arroz e milho. Os solos esgotados, pisoteados pelos animais,
são abandonados, deixados à mercê dos agentes climáticos, e onde antes existia vegetação
abundante, hoje encontra-se deserto.
O homem está a contribuir para a saelização ( processo regressivo em que os ecossistemas
tendem para situações de pré-deserto) e Desertificação de vastas áreas da terra, esquecendo
que as suas actuações a nível local se fazem sentir de forma global, à escala planetária.
Medidas futuras
Propor que os países do Norte, que têm climas temperados e solos de melhor qualidade,
produzam bens para vender aos países do sul a preços baixos.
Compostagem
Processo de reciclagem dos resíduos que envolve a separação e conversão biológica dos
resíduos sólidos orgânicos, o produto final, o composto, pode ser utilizado posteriormente
como correctivo agrícola.
Resíduos Industriais
Distinguem-se dos resíduos domésticos/urbanos pela:
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- maior variação na sua composição
- maior quantidades produzidas
- grande variação do seu carácter tóxico
Medidas Futuras
Além de sancionar, legislar e aplicar taxas de tratamento é preciso educar, sensibilizar e
formar consciências.
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Conferência do Rio de Janeiro – Agenda 21
O seu objectivo é preparar o mundo para os desafios do século XXI face aos actuais
problemas de ambiente e desenvolvimento
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Tecnologias limpas – processo de implementação de tecnologias menos poluidoras nas
industrias que tenham em conta a prevenção da poluição e não a utilização de técnicas de
despoluição
Subsídios – procedimentos que tanto podem originar degradação ambiental como beneficiar
Taxas ambientais – processo que consiste na incorporação dos custos da poluição e outros
custos ambientais nos preços, ou seja um processo de correcção de preços e aplicação do
princípio do poluidor-pagador.
Comércio ambiental e implementação conjunta - instrumento económico que se baseia na
fixação total de uma quantidade de poluição permitida, sendo permitido o comércio de
emissões entre diferentes países desde que o balança final seja mantido.
IV – MIGRAÇÕES
- Internas
- Internacionais
Migrações internas
São movimentos definitivos ou sazonais das populações dentro de um país, território ou área
restrita.
Migrações internacionais
Por migrações internacionais entendem-se os movimentos populacionais que ocorrem entre
países.
Emigrante – o individuo que sai do seu país para ir trabalhar para outro país.
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Consequências para o país de origem
- ordem económica – contribuição financeira dos seus emigrantes através do envio
de remessas, redução da população activa qualificada (cuja integração no país de
destino é tendencialmente mais fácil)
- ordem demográfica – envelhecimento das suas populações dado que a tendência é
para que emigrem mais os jovens do que os mais velhos.
- Ordem social – abandono de mulheres e crianças, contacto com outras culturas e
tradições que puderam levar à extinção de determinadas práticas tradicionais ou à
adopção de práticas novas como ex. técnicas de planeamento familiar
V – GLOBALIZAÇÃO ECONÓMICA
Globalização – interacção de 3 processos distintos que têm ocorrido ao longo dos anos e
afectam as dimensões financeira, produtiva, comercial e tecnológica das relações económicas
internacional. Esses processos são:
a) a expansão dos fluxos internacionais de bens, serviços e capitais
- Ocorre através do comércio internacional
- Investimento externo directo – um agente económico estrangeiro actual na economia
nacional por meio de subsidiárias ou filiais
- Relações contratuais – permite que agentes económicos nacionais produzam bem ou
serviços que têm origem no resto do mundo
b) a concorrência desenfreada nos mercados internacionais – esses investidores
podem actuar por meio de instituições financeiras internacionais ou, então,
directamente nos mercado nos quais têm interesse
c) a maior integração entre sistemas económicos nacionais
Determinantes da globalização
- Tecnológicos – revolução da informática e das telecomunicações – resultado foi
uma redução dos custos operacionais e de transação.
- Institucionais – A liberdade de escolha, diante de opções políticas e ideológicas
mais liberalizantes, parece ter desempenhado um papel coadjuvante no processo de
liberalização, tendo em vista a força avassaladora e a gravidade da realidade
económica, bem como a própria fragilidade e a incapacidade das elites nacionais de
definirem projectos alternativos de ajuste e desenvolvimento. O resultado foi uma
mudança do orientação na estratégia de diversificação dos recurso, no sentido de uma
maior dispersão geográfica.
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- Sistémica e estrutural – a questão central refere-se ao menor potencial de
crescimento dos mercados domésticos dos países desenvolvidos, ricos em capital, isto
é, trata-se do problema clássico de realização do capital. Como resultado, há um
deslocamento de recursos da esfera produtiva para a esfera financeira e, portanto, um
efeito de expansão dos mercados de capitais domésticos e internacional.
As economias capitalistas desenvolvidas defrontam-se com quatro respostas básicas para sair
da crise de acumulação
1ª Saída Keynesiana
2ª Saída Schumpeteriana
3ª Saída centra-se na distribuição do produto e riqueza
4ª Saída encontra-se no mercado externo
O processo de globalização por meio da abertura e exploração dos mercados externos – tem
permitido uma recuperação das taxas de lucro.
Esta estratégia surge como reacção à insuficiência de procura interna nos países capitalistas
desenvolvidos, sendo activamente promovido por governos e empresas transnacionais.
Portanto, a insuficiência da procura colectiva nos países desenvolvidos constitui-se no mais
importante e determinante fenómeno da globalização económica deste final de século.
Os consumidores e a globalização
Num tempo em que as campanhas eleitorais se mudam dos comícios para a televisão, das
polémicas doutrinárias para o confronto de imagens e da persuasão ideológica para as
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pesquisas de marketing. Embora ainda nos interpelem como cidadãos é mais fácil e coerente
sentirmo-nos convocados como consumidores.
Ler Glossário
Definição
Saúde é o bem estar físico, psíquico e social do indivíduo.
O nível de saúde é maior nos países industrializados do que nos países em vias de
desenvolvimento, onde as condições de vida e a presença ainda de doenças como o sarampo,
a malária, ou a tuberculose são responsáveis por elevadas taxas de mortalidade geral e
específica.
Os países desenvolvidos viram surgir porém o aumento de outras doenças como as doenças
cardiovasculares e vários tipos de cancro.
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é nos países menos desenvolvidos que se encontra também uma maior percentagem de
doenças infecciosas.
A nível mundial de entre as doenças infecciosas com maior responsabilidade nas causas de
morte destacam-se por ordem decrescente:
- doenças respiratórias agudas (pneumonia e gripe)
- sida
- doenças diarreicas
- tuberculose pulmonar
- malária
- sarampo
A nível geral as principais causas de morte a nível decrescente são as doenças:
- cardiovasculares
- doenças infecciosas
- vários tipos de cancro
- os acidentes
- as doenças respiratórias
- e o tubo digestivo
Causas:
- Genéticas
- Hormonais
- Estilos de vida
Classe Social
Tem-se notado diferenças devido não só aos menores recursos económicos nas classes mais
baixas, mas também a um menos conhecimento nessas classes sobre como utilizar os serviços
de saúde e como se proteger das doenças mais comuns.
Se tomarmos em conta as habilitações sociais nota-se que os estados de saúde mais negativos
são mais frequentes nos grupos com menores habilitações literárias.
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contrapartida regista-se o alargamento da formação contínua, à medida em que se vai
tomando consciência da degradibilidade do saber e do seu ciclo de vida cada vez mais curto.
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Processos de socialização – 3 diferentes sentidos por vezes conflituais (Margaret Mead)
- Socialização tipo tradicional - das gerações mais velhas para as mais novas
- Socialização semelhante à que os grupos de migrantes sofrem, em que várias gerações
em presença sofrem uma resocialização em simultâneo, fruto do contacto com as
sociedades de acolhimento
- Socialização de sentido inverso, das gerações mais novas para as mais velhas
A autora atribui este fenómeno à principal causa do conflito de gerações. Remetendo para o
alargamento das necessidades educativas a todas as gerações, o que tem vindo a criar uma
sobrecarga de exigências aos sistemas educativos contemporâneos.
Novas aprendizagem por parte dos cidadãos para poderem tirar partido dos novos sistemas
de poder:
- Aprender a planear
- Aprender a decidir sozinho e em grupo
(Em suma aprender a ser autónomo, sem se insularizar no individualismo)
- aprender democracia, quer como meta a alcançar quer como método a desenvolver
dia-a-dia
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Dimensões do desenvolvimento humano através de 3 níveis:
- Perspectiva macro-sociológica – a questão da educação deve ser concebida como
um problema económico e político, tanto pela amplitude das necessidades e dos
recursos envolvidos como pelos efeitos glogais do seu funcionamento.
- Numa óptica meso-sociológica – é indispensável entendê-la como um problema
organizacional uma vez que a organização dos recursos tem efeitos imeditados na
eficácia e na eficiência do processo educativo
- Numa aproximação micro-sociológica – interessa equacioná-la como um
problema psico-social, dado o processo educativo resultar fundamentalmente de
relações inter-pessoais, estabelecidas entre os diversos protagonistas envolvidos no
processo.
Os factores de produção
Os principais factores de produção são:
- Recursos humanos entre os quais se encontram os aprendentes (alunos,
formandos), os ensinantes (professores e formadores) e os outros protagonistas do
processo educativo
- Recursos materiais que englobam verbas, instalações, equipamentos e materiais de
ensino, bem como bens e serviços diversos (água, electricidade)
- Recursos ambientais que integram as infraestruturas de comunicações e
telecomunicações, o ambiente social, económico e político.
Quanto aos aprendentes, nos últimos anos o seu número e diversidade aumentaram, devido a
diversos factores:
- Crescente consciência da importância que tem a melhoria do nível de educação
de um povo para o seu desenvolviemnto económico e social
- Aumento da população infantil e juvenil em termos absolutos nos países menos
desenvolvidos
- Aumento das necessidades de formação contínua da população adulta
criando um enorme contingente adicional de aprendentes.
Para fazer face à pressão da procura educativa muitos sistemas educativos têm-se
confrontado com um duplo problema político: os recursos são escassos e são desviados para
fins militares e para além de escassos o investimento em educação tem sido globalmente
assimétrico, em detrimento dos países mais pobres. A indústria do ensino está claramente a
falhar em recursos materiais e tal carência é mais grave nos países que apresentam baixos
índices de desenvolvimento humano (IDH). Ligado a isto está a carência de ensinantes e do
seu custo crescente.
Perante está situação têm-se vindo a desenvolver programas alternativos ou metodologias
complementares de ensino.
Os produtos
Produtos = Qualidade das qualificações
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Número de pessoas qualificadas
- melhoria global da alfabetização mas a um ritmo demasiado lento para as
necessidades
- o fosso entre países ricos e pobres está a reduzir-se
- países mais carecidos apresentam índices piores de taxa de alfabetização
- o segmento feminino encontra-se em piores condições.
Em suma, existe uma crise global, resultante de uma insuficiente oferta de ensino perante
uma crescente pressão da procura:
- as necessidades do mercado aumentaram
- os recursos materiais, humanos e ambientais são insuficientes
- a falta de recursos é mais grave nos países menos desenvolvidos
- as assimetrias observadas reflectem-se nos produtos, na qualidade, quantidade e são
agravadas pela condição feminina e pelo nível de desenvolvimento.
Pode-se afirmar que a educação é um problema sócio-político por excelência, uma vez que a
adequação dos recursos às necessidades educativas tem efeitos evidentes na sociedade global,
quer em termos de coesão e de locomoção.
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É necessário que para isto funcionar os seus decisores tenham formação específica. Tão
formação deve dotá-los de competências técnicas para saber – planear, organizar e
controlar – mas também treinar a sua inteligência emocional de modo a poder
desempenhar as funções de liderança organizacional – motivação, comunicação e
desenvolvimento dos recursos humanos.
Condicionadores do aprendente
- Factores exógenos – meio social donde provém o aluno, e o sistema de recursos que ele
dispõe, fora do meio familiar, para poder gerir o seu processo de aprendizagem.
- meio social – situação sócio-económica da familia, o seu grau de instrução, a língua
materna e a etnia.
- Sistema de recursos do meio – locais de estudos, de bibliotecas, de cantinas, podem
compensar ou agravar as dificuldades do meio familiar
- Factores endógenos – aqueles que o aprendente encontra em si para gerir com êxito o
processo de aprendizagem, como a sua ambição pessoal, a capacidade de se auto-motivar.
Condicionadores do ensinante
- Factores exógenos – a coerência curricular, os recursos disponíveis na escola e na
comunidade envolvente
- Factores endógenos – a competência e a inteligência emocional
RACISMO
Teorias da Raça – dividiam a espécie humana em categorias biológicas distintas e atribuíam a
cada uma delas uma posição específica numa hierarquia de capacidades culturais e de
estádios de civilização. Esta diferenciação entre “raças superiores” e “raças inferiores” e a
legitimação da supremacia das primeiras face a estas designa-se por racialismo.
DETRIMINISMO BIOLÓGICO
3 teorias para a legitimação do racismo
- Gobineau – alertava para a degenerescência das “raças” como resultado da mistura
entre si.
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- Spencer – darwinismo social – defende a rejeição dos elementos mais fracos e menos
adaptados da sociedade em prol da sobrevivência e evolução desta (evolução das
espécies de Darwin)
- Francis Galton – o eugenismo – teoria que defendia a melhoria da espécie humana
através de um processo de selecção semelhante àquele que se utiliza no reino animal
Racismo institucional
- Ausência de políticas ou acções que promovam a melhoria da situação de grupos
étnicos
Acto Único Europeu – exemplo de racismo institucional – o direito da livre circulação entre
as fronteiras da UE para os nacionais era excluída para os não-nacionais
Teorias
Taguieff – Desigualdade está relacionada com a naturalização e sua inferiorização
Diferença está ligada à ideia de preservação da especificidade de cada cultura
Wieviorka – Desigualdade está ligado à dominação colonial – o racismo existe se a
consciência da inferioridade dos povos colonizados for acompanhada pelo
medo de invasão ou de perda da identidade do colonizador.
Diferença cultural só produz racismo se a cultura minoritária for entendida
como ameaçadora pela cultura dominante
Novo racismo
- relação de causa-efeito entre a pertença a grupos culturais minoritários e um estatuto
sócio-económico desfavorecidos, associação que frequentemente empurra largas
camadas da população imigrante para situações de exclusão social e económica.
- O medo da descaracterização da cultura e identidade nacionais, aliado ao aumento do
desemprego, leva ao racismo.
XENOFOBIA E FUNDAMENTALISMOS
Xenofobia – traduz a rejeição de outrém em relação aos traços físicos, cultura, pertença
nacional ou em outros aspectos. Em suma significa medo do estrangeiro.
A conjugação destas duas características - rejeição daquele que identificamos como diferente
e medo face a ele – leva ao fundamentalismo
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Fundamentalismo – reporta à crença e à defesa de um conjunto de princípios religiosos que
são entendidos como verdades fundamentais.
Sexismo
Define-se por preconceitos, estereótipos e discriminações baseado no sexo da pessoa.
A análise das desigualdades e da discriminação das mulheres face aos homens gira em torno
de 3 temas – natureza, família, trabalho
Os efeitos da democratização
Após a 2ª guerra assiste-se a uma maior democratização do mercado de trabalho, do acesso à
educação e uma democratização das relações sociais (apenas aparente porque o sistema
sócio-económico ao mesmo tempo que democratiza, vem acentuando desigualdades)
No campo da Educação
- apesar do acesso maciço das raparigas à escola, rapazes e raparigas continuam a ser
orientados para carreiras específicas, reproduzindo a divisão sexual do trabalho.
No campo de trabalho
- novas formas de trabalho que têm vindo a acentuar as desigualdades entre os sexos.
o O trabalho parcial – é um trabalho feminino, conservando a diferença salarial
entre os sexos bem como a divisão das tarefas domésticas
o O trabalho domiciliário – resultou do aumento da população feminina activa,
mas sempre numa situação de grande precariedade e em tarefas vistas como
“naturalmente” femininas.
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o O trabalho temporário e os contratos a prazo – têm afectado principalmente
as mulheres e os jovens.
Objectivos da ONU
- manutenção da paz internacional
- o desenvolvimento de relações amigáveis entre as nações
- a realização de cooperação internacional na solução de problemas internacionais
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IX – O SUÍCIDIO UM PROBLEMA SOCIAL CONTEMPORÂNEO
O suicídio em Durkheim
Fenómeno de patologia social.
No modelo sociológico o suicídio é um acto individual, particular, previsível mas cuja
natureza é eminentemente social.
Os católicos se suicidavam menos que os protestantes e estes mais que os judeus e os casados
menos que os celibatários, divorciados ou viúvos.
Também certas épocas do ano pareciam favorecer o suicídio observando-se uma crista na
primavera e princípios de verão.
Causas do suicídio
O suicídio tem vindo a aumentar de forma muito acentuada em todos os países atingindo
camadas cada vez mais jovens: adolescentes e crianças.
O suicídio é muito raro durante a infância, atingindo o seu apogeu com a velhice,
aumentando regularmente com a idade entre a infância e a velhice.
Suicídio infantil
A falta de afecto, maus resultados escolares e depressões psíquicas.
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sendo a taxa de suicídio tanto mais elevada quanto maior for a cidade. Constata-se ainda que
na maior parte dos casos o paciente que tem intenções suicidas as comunica.
Perfil do suicida
- pertencer ao sexo masculino
- viver só ou não ter um companheiro/a estável
- doença psiquiátrica
- falta de apoio social
- perda do posto de trabalho
O suicídio em Portugal
Prof. Fragoso Mendes - Um acto que representava desesperança ou anulação do sentido de
existência, o gesto suicida, consumado ou não, manifesta-se principalmente nos estados de
depressão e de ansiedade e deve-se muitas vezes à solidão e isolamento sócio-psicológico.
Daniel Sampaio – o suicídio é sempre um acto de desistência que desperta em todos nós uma
onda de angústia, talvez porque levanta sempre a questão da decisão do outro estar certa.
O homem comete suicídio três vezes mais frequentemente que a mulher a qual, em
contrapartida, comete o triplo das tentativas de suicídio do homem. Mas o suicídio no sexo
feminino vem manifestando uma nítida subida. É assinalável também o contraste entre o
norte e o sul do país. Razões culturais expliquem que o sul de Portugal seja três vezes mais
propenso ao suicídio do que o norte.
Fouquet – o alcoólico é todo aquele que perdeu a liberdade de se abster do álcool e que, por
conseguinte, não exerce controlo no seu “consumo”
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A dependência do álcool pressupõe um primeiro contacto inicial entre o tóxico e o organismo
vulnerável.
Causas do alcoolismo
Índole Económica e sócio-cultural
- país viti-vinícola
- preceitos religiosos
- hábitos
- mitos
- tradições
- falsos conceitos
- razões individuais de origem fisiológica e psicológica
- razões externas decorrentes de exigências profissionais
Consequências do alcoolismo
Índole social e económica
- meio familiar (ambiente perturbado com repercussões nos membros da família e no
orçamento familiar)
- suicídio
- criminalidade
- ambiente de trabalho (acidentes, redução de produção de trabalho, absentismo)
- acidentes de viação
- acidentes domésticos
Durante décadas, o consumo tradicional do álcool foi quotidiano praticamente exclusivo dos
homens, com uma enorme componente social e essencialmente protagonizado pelo vinho.
Naturalmente que o facto de sermos um dos maiores produtores mundiais de vinho
associado a mitos e preconceitos e em certas regiões servindo de pagamento complementar
da jorna e utilizado como alimento pobre justifica que sejamos também um dos maiores
consumidores europeus de álcool per capita.
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A ingestão de bebidas começa cada vez mais cedo, a idade do início do consumo de vinho e
cerveja é por volta dos 11 anos, e os 14 anos a idade modal das primeiras bebedeiras. Em
relação às raparigas bebem metade do que os rapazes.
Vodka e cerveja são as bebidas preferidas pelos estudantes que frequentam discotecas e pubs
alterados que foram os hábitos tradicionais de consumo de álcool e que radicavam no vinho.
Efeitos do álcool
- acidentes motorizados
- insucesso escolar
- vulgarização de jovens embriagados
A reacção social a essas formas de comportamento tem variado não só entre as culturas, mas
igualmente ao longo do tempo, podendo as sanções sociais assumir várias formas, como o
ridículo, a estigmatização ou a exclusão social. Ideias religiosas, políticas e pseudo-científicas
contribuem, por vezes, para manter e reforçar a ideia de desvio relativo a esses
comportamentos, quase sempre relacionados com a ideia de protecção da família e de
manter o comportamento do homem e da mulher segundo o padrão socialmente definido.
Prostituição
Embora a prostituição tenha hoje em dia mais visibilidade pública do que no passado, há
indícios de que esta actividade tende a diminuir principalmente devido a uma maior liberdade
sexual.
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Homossexualidade
Implica uma orientação sexual de um homem ou mulher em relação a outra do mesmo sexo.
As questões mais controversas dizem respeito ao casamento e à possibilidade de adoptarem
crianças.
Causas da homossexualidade
- biológicas
- psicológicas
- sociais
- culturais
Pornografia
É todo o tipo de material concebido para provocar excitação sexual. Pode ser constituído por
fotografias ou filmes, textos escritos ou gravações áudio.
Diferenças - Erotismo pode ser uma forma de arte destinada a despertar, portanto, os
sentimentos estéticos no indivíduo enquanto que a pornografia se destina a despertar apenas
a excitação sexual.
A palavra crime evoca na maioria dos casos actos de violência física sobre os indivíduos, cuja
explicação tem sido procurada por teorias de natureza biológica, psicológica, sociológica e
cultural.
Crime e droga
A ideia popular que associa a droga ao crime, sobretudo no caso de roubo ou fruto encontra
apoio nos estudos que têm sido realizados. De facto muitos toxicodependentes envolvem-se
em actividades criminosas com vista a obterem dinheiro que lhes permita o consumo.
Teorias biológicas
Ex. Os investigadores procuram a origem do comportamento criminoso numa anomalia dos
cromossomas sexuais masculinos.
Teorias sociológicas
Teorias de aprendizagem social
- Teoria da associação diferencial – Edwin Sutherland – existem subculturas que
poderão encorajar os indivíduos a cometer actos delinquentes.
- Teoria da identificação diferencial – Daniel Glaser – o indivíduo só passa a ter um
comportamento desviante depois de se identificar com a perspectiva das pessoas reais
ou imaginárias que têm esse comportamento.
- Teoria do reforço diferencial – Roberto Burgesse e Ronal Akers – o indivíduo tende a
manter os comportamentos que são mais reforçados, podendo o reforço ser de
natureza material ou psicológica.
Teorias de controlo social
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- Teoria do auto-controlo e do comportamento social – Travis Hirschi – o
comportamento delinquente existe pela falta de apego às normas socialmente aceitas.
- Teoria da rotulação – vê a delinquência como um processo interactivo entre quem
comete o acto e a sociedade.
Terrorismo
O terrorismo é também uma forma de violência física que pode ser exercida sobre o
indivíduo.
O objectivo é combater o poder instituído, sendo os indivíduos atingidos cidadãos inocentes
que não têm nenhuma relação pessoal com os terroristas.
O terrorismo representa uma forma de luta radical praticada por cidadãos de um país contra
o próprio Estado ou praticada contra Estados estrangeiros, podendo os terroristas
representar movimentos religiosos ou políticos.
O objectivo procurado pelos terroristas pode ser de dois tipos:
Instrumental – o terrorista pretende fundamentalmente chamar a atenção da opinião
pública de uma país ou da comunidade internacional. A violência neste caso tende a ser
minimizada pelo próprio terrorista, procurando tratar o melhor possível as vítimas da
violência para obter aquilo que pretende e granjear simpatia para a sua causa.
Expressivo – é mais violento, traduzindo a frustração perante o poder instituído. Esta
forma de terrorismo tem sido praticada sobretudo por grupos extremistas religiosos.
Terrorismo/Guerrilha
Guerrilha – designa a luta armada de grupos minoritários contra as forças armadas do
Estado, com o objectivo de restabelecer ou instaurar uma nova ordem.
A violência na família
Mitos a respeito da violência familiar
1 – a violência familiar é característica das famílias pobres
2 – violência e amor não podem coexistir na mesma família
3 – as crianças maltratadas transformam-se mais tarde em pais maltratantes.
4 – o álcool e as drogas estão associadas à violência na família
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