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E FA TÉCNICO ADMINISTRATIVO
A DESCOBERTA DA RADIOACTIVIDADE
Becquerel lembrou-se, então, da longa associação da sua família com a fosforescência de sais
urânios e perguntou-se se essa fosforescência conteria raios-X. Foi justamente essa associação
(que, a curto prazo, demonstraria ser perfeitamente esdrúxula) entre raios-X e compostos de
urânio que o levou à descoberta da radioactividade, tão pouco tempo após o anúncio de
Roentgen.
Na semana seguinte, a 2 de Março, Becquerel estava de volta à Academia, mas agora para
anunciar uma surpreendente descoberta que viria a demonstrar-se muito mais importante do
que Roentgen e que viria a alterar irreversivelmente os destinos da humanidade. Naqueles
poucos dias, Becquerel dera-se conta que o efeito descrito acima nada tinha a ver com
fosforescência.
Tudo se deveu, mais uma vez, ao acaso, que fez com que durante aqueles dias de Inverno o Sol
se tivesse mantido oculto atrás das nuvens em Paris. Sir William Crookes, o famoso físico
experimental inglês, que, por mais de uma vez, se descolara ao laboratório de Becquerel pode
desenvolver as suas próprias pesquisas descreveu o que se passara:
“Ele havia planeado uma outra experiencia, na qual, entre a chapa e o sal de urânio, havia
interposto uma folha de papel preto e uma pequena fina cruz de cobre. Ao levar o conjunto
para a luz solar, o Sol havia-se ocultado, de modo que foi levado de volta para o armário escuro
e aí deixado até outra oportunidade de insolação. Mas o Sol manteve-se oculto atrás das
nuvens durante vários dias e, cansado de esperar (ou com a inconsciente previsão dos génios),
Becquerel revelou o seu filme. Para sua surpresa, em vez de nada encontrar; como esperado, o
filme tinha-se obscurecido tão fortemente como se o urânio tivesse sido previamente exposto a
luz solar, com a imagem da cruz de cobre brilhando a branco contra o fundo negro. Este foi o
fundamento da longa série de experiencias que levaram às notáveis descobertas que tornaram
os raios de Becquerel uma expressão comum em Ciência[...]”
Durante o mês de Maio ficou claro para Becquerel que todos os sais de urânio, mesmo aqueles
que não eram fosforescentes, davam lugar à nova radiação e que nada tinha a ver, nem com a
fosforescência, nem com os raios - X. Aliás, com a continuação das suas experiencias, nas quais
lançou mão de uma variedade de sais de urânio, o que mais intrigou Becquerel desde logo foi a
peculiaríssima espontaneidade da emissão, com a total ausência aparente de uma “cause
excitatrice”