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EPIDEMIA
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Sujeito ativo é qualquer pessoa que realizar a conduta. Sujeito passivo é o Estado, a
coletividade.
44.2 TIPICIDADE
O caput do art. 267 traz o tipo básico. No § 1º está previsto o crime qualificado pelo
resultado morte. No § 2º estão o tipo culposo e a forma qualificada pelo resultado morte
decorrente da conduta negligente.
Epidemia diz respeito apenas a doenças que acometem os seres humanos. Doença
que se propaga rapidamente entre animais constitui epizootia e em vegetais configura a
epifitia, não alcançadas pela norma comentada.
A propagação pode ser feita por várias maneiras, por inoculação, contaminação,
disseminação direta ou indireta, enfim, por qualquer meio que tenha idoneidade para
causar a doença. Há doenças que se propagam pelo ar, pela simples presença da pessoa
contaminada e sua proximidade em ambientes fechados.
Não se trata de toda e qualquer doença infecciosa e contagiosa, mas apenas das
capazes de se propagar com facilidade e rapidez na população. Dentre as mais conhecidas
estão o tifo, a poliomielite, a raiva, a difteria, o sarampo, a varíola etc.
A norma exige que o agente atue com dolo, com consciência de que está
propagando germe patogênico capaz de causar epidemia e vontade livre de agir para
difundir a doença. Deve, por isso, saber que o germe patogênico tem aptidão para
disseminar a doença, criando a epidemia. Admite-se o dolo eventual se o agente apenas
assume o risco de produzi-la.
Se não sabe que o germe patogênico é apto a disseminar a doença de modo rápido e
fácil, ficará excluído o dolo, podendo realizar-se o tipo culposo, analisado mais à frente.
epidemia. O agente, sendo previsível que a propagação de germe patogênico possa resultar
em epidemia, atua com negligência, imprudência ou imperícia, produzindo-a contra sua
vontade e sem nela consentir. É o que acontece quando manipula, sem o devido cuidado,
material contendo germe patogênico, e acaba por permitir sua propagação.
Se da epidemia culposa resultar morte, a pena será detenção, de dois a quatro anos
(§ 2º, última parte, do art. 267).
A epidemia dolosa qualificada por morte é crime hediondo, conforme dispõe o art.
1º, inciso VII, da Lei nº 8.072/90.