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12 Fevereiro 2009 9

PORTUGAL
Subsídios contra a desertificação Sigilo bancário Infarmed retira produto do mercado
A Administração Fiscal vai
Os subsídios autárquicos por cada novo nascimento é uma acabar com o sigilo bancário aos A Infarmed mandou retirar do mercado todos os lotes de um
realidade já antiga no interior do país mas esta batalha contra a contribuintes que evidenciem produto para higiene íntima por utilizar um conservante proibido.
desertificação chegou também a concelhos do litoral, que lutam sinais exteriores de riqueza. Trata-se do Produto Cosmético e de Higiene Corporal Saugella
por ter mais habitantes com incentivos à natalidade. Caminha e A medida será introduzida este Poligyn, uma emulsão da marca Saugella. Num comunicado
Nazaré são dois pequenos concelhos do litoral que já apostam ano, como revela o Plano de publicado no seu site, a Autoridade Nacional do Medicamento e
nestes instrumentos que não são novidade em municípios como Estabilidade e Crescimento Produtos de Saúde alerta para a retirada do mercado de todos os
Melgaço ou Vila de Rei. IA prioridade é estancar a perda de para 2008-2011 aprovado no lotes do produto, que contém o conservante Methyldibromo
população para outros concelhos maiores e mais atractivos e Parlamento a 29 de Janeiro e já glutaronitrile. De acordo com o Infarmed, a utilização do
regular a organização no território. enviado à Comissão Europeia. conservante Methyldibromo glutaronitrile é actualmente proibida.

PARA DIMINUIR CARGA FISCAL DAS CLASSES MÉDIAS


MONTANTE DE 20 MILHÕES

Sócrates identifica os ricos


O secretário-geral do PS, José Sócrates, garantiu, em
BES vai lançar
fundo de arrendamento
Viseu, ser possível identificar os ricos e reduzir-lhes as
deduções para assim conseguir diminuir a carga fiscal O Banco Espírito Santo (BES) anunciou que vai lançar um fundo
da classe média portuguesa. de arrendamento com um montante até 20 milhões de euros, para
Ao apresentar a sua moção política ao Congresso do ter “todas as soluções possíveis para resolver problemas no crédito
PS, o primeiro-ministro aproveitou para responder à à habitação”.
presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, que “Temos já na CMVM o pedido para o lançamento de um fundo de
considerou que o alívio da carga fiscal da classe média arrendamento, com o volume de até 20 milhões de euros”,
“não é exequível, é uma fantasia” e afirmou que “não anunciou o administrador do BES responsável pela banca de
está definida a concepção de rico”. retalho, Jorge Martins.
“É uma proposta razoável, exequível, a favor da O BES é assim o segundo banco a lançar um fundo de
equidade fiscal e da justiça fiscal”, replicou José arrendamento, com um valor, neste caso, que é o mínimo
Sócrates, explicando que o que propõe é que o próximo estipulado pela lei para os fundos de investimento imobiliário para
Governo faça uma reforma do sistema fiscal “de modo arrendamento habitacional (FIIAH), depois da Caixa Geral de
a que os rendimentos mais elevados tenham menos Depósitos, que lançou o Caixa arrendamento em Janeiro, com
deduções” e, “aproveitando essa folga”, se possam volume de até 30 milhões de euros.
reduzir os impostos à classe média. “É mais um instrumento que poderá ser útil e a aplicar em
Isto porque, justificou, “hoje, em Portugal, as determinados casos”, referiu Jorge Martins, num encontro com
deduções, em particular da saúde mas também da jornalistas, prognosticando que muitas famílias vão ter “momentos
educação, são quase iguais para aqueles que têm altos mais difíceis, seguramente, em 2009”.
rendimentos e para aqueles que têm rendimentos “como é que alguém diz que não é possível fazer isto O fundo é uma das medidas lançadas pelo banco liderado por
medianos”. apenas porque não é possível identificar um rico”. Ricardo Espírito Santo para “reforçar a prevenção do risco” e para
“Mas oiço para aí dizer que esta proposta não é “Nós sabemos quem é rico e quem não é rico. O que “completar o leque de instrumentos e soluções para fazer face às
exequível porque afinal de contas não se pode me dá impressão é que aqueles que não querem fazer dificuldades das famílias”, face ao contexto económico.
identificar ou classificar o que é um rico. Francamente, nada arranjam sempre boas desculpas para não se fazer
eu já ouvi desculpas melhores para não se fazer nada”, nada”, considerou.
frisou.
José Sócrates lembrou que foi este Governo que
“Mais obras públicas não porque isso dá emprego,
imaginem, a estrangeiros. Mais investimento também
Chineses interessados na Qimonda
aumentou “os escalões maiores do IRS de 40 para 42 não, porque não há dinheiro para nada. Aumentar o Um vendedor de semicondutores chinês poderá estar interessado na
por cento” e congelou “as pensões mais altas que salário mínimo também não porque isso põe em causa compra da Qimonda, revelou esta segunda-feira Max Kley, membro do
estavam muito próximas de 12 vezes o indexante de a competitividade das nossas empresas”, refutou. conselho de fiscalização da Infineon, empresa que controla a
apoios sociais” e eram muito elevadas. Na sua opinião, andar “à procura apenas de desculpas multinacional alemã, que detém uma fábrica em Vila do Conde.
Apontou ainda como “um acto de justiça” o fim de para não se fazer nada” em Portugal “já não é apenas Em entrevista publicada no jornal diário alemão ‘Sueddeutsche
“algumas regalias que não faziam o mínimo sentido na um lapso”. Zeitung’, Max Kley anunciou que a casa mãe está a negociar a venda da
administração pública portuguesa, a começar pela “Tem a ver com um padrão de pensamento que subsidiária e fabricante de memórias DRAM (Dynamic random acess
subvenção vitalícia dos deputados e dos titulares de define uma linha política: “o melhor era mesmo não memory) com “um investidor de uma província chinesa”.
cargos políticos”. fazer nada e sentarmo-nos à espera que a crise De acordo com este responsável da Infineon, as conversações entre as
“Podemos fazer mais e ir mais além”, defendeu o passasse”. Não é essa a atitude que se deve ter no partes interessadas prolongaram-se até Janeiro, tendo sido interrompidas
secretário-geral do PS, dizendo não compreender Governo”, defendeu. quando a Qimonda declarou falência, no passado dia 23 de Janeiro.
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