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Federação Nacional dos Sindicatos da Educação

FNE exige o fim do actual regime jurídico dos professores de Ensino de Português no
Estrangeiro

Vencimentos e subsídios devem ser adequados aos países onde docentes leccionam

FNE exige o fim do actual regime jurídico dos professores de Ensino de Português no Estrangeiro

A reunião de hoje com o Ministério da Educação marca o início de um ciclo de negociações entre a FNE e a
Tutela, há muito pedido e aguardado por esta Federação, relativamente ao Ensino de Português no Estrangeiro
(EPE).

Na referida reunião, o ME anunciou a alteração do regime jurídico destes professores, datado de 2006, e do qual
a FNE discorda. A comissão negociadora do ME anunciou também o processo de transferência de competências
relativas aos docentes de EPE, que passarão da alçada do Ministério da Educação para a do Ministério dos
Negócios Estrangeiros. Este é um processo que está a decorrer e que poderá ter conclusão a breve prazo.

A FNE reiterou, entretanto, a necessidade de substituir o regime jurídico dos docentes em causa, com a finalidade
de acabar com uma precária situação que leva a que, muitos deles, tenham de pedir licença sem vencimento para
ser contratados no estrangeiro.

Quanto à actualização de vencimentos pedida pela FNE ao Ministério da Educação em diversas ocasiões,
refira-se a proposta de aumento na ordem dos 2,9 por cento. Proposta imediatamente contestada por esta
Federação, que considera iníquo o valor apresentado, tendo em conta que os professores de EPE não têm
aumentos desde 2006, podendo ficar dessa forma diminuídos em termos de justiça salarial quando comparados,
e em igualdade de circunstâncias, aos seus colegas de profissão que trabalham no nosso país.

Outra das reivindicações há muito levantada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Educação diz respeito
ao pagamento do subsídio de refeição, que estava até aqui injustamente englobado no vencimento dos
professores de EPE. Sobre a gravosa situação em particular, o Ministério da Educação anunciou, na reunião de
hoje, a alteração da atribuição do referido subsídio de refeição, distinguindo-o finalmente do vencimento em si, tal
como é aplicado aos restantes trabalhadores da Administração Pública. No entanto, a FNE não concorda que
esse subsídio tenha valor idêntico ao dos docentes a leccionar em Portugal, uma vez que ele deve ser atribuído
em conformidade com
as reais necessidades e custos de vida existentes em cada um dos países onde leccionam os docentes.

A FNE não poderia deixar de colocar na linha das suas prioridades, também nesta reunião, a exigência de que,
em sede de IRS, possam ser deduzidas as despesas de saúde e formação que estes profissionais realizam nos
países onde trabalham. É que, à luz da legislação em vigor, entregando estes professores a sua declaração de
rendimentos em Portugal, vêem as respectivas repartições de finanças não aceitar as declarações das referidas
despesas, sob a justificação de que têm origem noutros países que não o nosso.

Outra das exigências entregues à Tutela é relativa aos concursos de professores. Para a FNE, devem
obrigatoriamente ser respeitados os prazos de abertura dos concursos, e os mesmos devem decorrer o mais
rápido possível, tendo em conta que em alguns países o início do ano lectivo acontecerá impreterivelmente a 1 de
Agosto de 2009.

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Federação Nacional dos Sindicatos da Educação
FNE exige o fim do actual regime jurídico dos professores de Ensino de Português no
Estrangeiro

De salientar que não existe ainda data para nova ronda negocial sobre esta matéria, mas que FNE e Ministério da
Educação voltarão a reunir-se para debater a situação dos professores de EPE ainda durante o mês de Março.

Porto, 26 de Fevereiro de 2009


Departamento de Informação e Imagem

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