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http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2253
A norma estava inserida na Lei Eleitoral, aprovada pelo Congresso em 1997 (artigo 8º, parágrafo 1º).
Ela atingia os deputados federais, estaduais e distritais e os vereadores e era extensiva aos
suplentes que tivessem substituído o titular em algum momento da legislatura.
Dos nove ministros presentes à sessão, o único a votar contra foi do vice-presidente do STF, Ilmar
Galvão. Ele apresentou uma razão corporativa, dizendo que os deputados abandonam carreiras de
médico, advogado ou engenheiro para optar pelo mandato legislativo e que poderiam ter dificuldade
de retornar à vida profissional. Por isso, precisariam ter essa garantia de continuidade.
O ministro Nelson Jobim, que é ex-deputado pelo PMDB do Rio Grande do Sul e atual presidente do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral), alertou que essa norma era um incentivo à infidelidade partidária.
Ela significa que o deputado pode ser candidato mesmo que tenha traído o partido.
Três ministros --Maurício Corrêa, Ellen Gracie Northfleeet e Jobim-- entenderam que a norma da Lei
Eleitoral feria outro princípio da Constituição, o da isonomia. Ex-senador pelo PDT de Brasília,
Corrêa disse que "a área eleitoral é o campo do direito que mais exige igualdade".
Na visão deles, a candidatura nata implicava oportunidade desigual entre o deputado e qualquer
membro do partido que pretendia concorrer e dependia da aprovação do seu nome na convenção
do partido para escolha das candidaturas, em junho.
Jobim afirmou que "a candidatura nata é subproduto de um sistema eleitoral completamente
distorcido e superado".
A lei anterior, que vigorou nas eleições de 1994, continha uma norma intermediária e por isso
chegou a ser analisada pelo STF, mas foi considerada válida. Ela dispensava a aprovação do nome
do deputado ou do vereador pela convenção partidária, mas permitia que um órgão da direção
nacional do partido o vetasse.
Jobim disse que a retirada da possibilidade de veto do partido e a extensão do privilégio aos
suplentes deu uma característica mais radical à nova lei.
Embora liminares sejam normalmente decisões precárias, a sua concessão em ação direta de
inconstitucionalidade representa tradicionalmente uma antecipação da decisão de mérito. Assim, a
tendência do Supremo é anular essa norma no exame definitivo.
O deputado José Genoino (PT-SP) classificou a decisão do STF de acabar com a candidatura nata
de tribunalização das eleições. Segundo ele, quando não é o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
definindo as regras é o Supremo.
http://jornal.valeparaibano.com.br/2002/04/25/nac/stf.html
26/04/2002
Supremo derruba candidatura nata
O Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional dispositivo da lei eleitoral que garantia
a candidatura nata aos deputados federais, estaduais e vereadores. Com a decisão, os
detentores de mandatos, eleitos pelo sistema proporcional, perdem esse privilégio, e suas
candidaturas à reeleição, assim como as de senador, governador e presidente, terão que ser
aprovadas pelas convenções partidárias. Isso fortalece os partidos, que poderão negar
legenda a detentor de mandato parlamentar, além de assegurar igualdade de oportunidade
entre os filiados das agremiações políticas, eliminando uma discriminação entre militantes
partidários e também entre detentores de mandatos, já que os candidatos majoritários não
tinham esse privilégio, que o Supremo em boa hora declarou inconstitucional.
http://diap.ps5.com.br/content,0,1,71228,0,0.html
SUCESSÃO
STF acaba com candidatura nata