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PROCESSO TC N° 02259/07 FI. 1/5


ADMINISTRAÇÃO INDIRETA MUNICIPAL.
Instituto de Previdência do Município de
Pilõezinhos - IPMP. Prestação de Contas
Anuais, exercício de 2006. Julga-se irregular.
Aplica-se multa. Emitem-se recomendações,
representação e determinação.

ACÓRDÃO APL Te iSj/2009

1.RELATÓRIO

Examina-se a prestação de contas anual do Instituto de Previdência do Município de


Pilõezinhos - IPMP, relativa ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do Sr. Paulo
Roberto Gomes de Souza.

A Auditoria, após a análise da documentação encaminhada, emitiu o relatório de fls.


121/129, evidenciando os seguintes aspectos da gestão:

1. a prestação de contas foi encaminhada ao Tribunal dentro do prazo legal, em


conformidade com a Resolução RN TC 07197;
2. o orçamento para o exercício em análise apresentou estimativa de receita no montante
de R$ 170.400,00;
3. a receita arrecadada, toda de natureza corrente, foi de R$ 214.447,38, sendo
composta pela receita de contribuição (R$ 130.923,27), receita patrimonial
(R$ 4.774,30) e transferências recebidas (R$ 78.749,81);
4. a despesa realizada foi de R$ 256.100,22, sendo que 100% desse valor se refere à
despesas correntes. As despesas correntes foram representadas por pessoal e
encargos sociais (88,04%), enquanto que as outras despesas correntes alcançaram
11,96%;
5. como resultado da execução orçamentária, observou-se a ocorrência de déficit no
valor de R$ 41.652,82;
6. de acordo com balanço financeiro, o Instituto mobilizou recursos, no exercício, no
montante de R$ 300.883,50, sendo 45,10% proveniente de receita orçamentária
(R$ 135.697,57); 26,18%, relativas as transferências recebidas (R$ 78.749,81) e
2,43%, de receita extra-orçamentária (R$ 7.322,32) e 26,29% de saldo do exercício
anterior (R$ 79.113,80). Quanto às aplicações, o Instituto destinou 85,12% para
pagamento de despesas orçamentárias (R$ 256.100,22); 2,44%, relativas às despesas
extra-orçamentárias (R$ 7.359,43) e 12,44%, foi registrado como saldo para o
exercício seguinte (R$ 37.423,85);
7. o Balanço Patrimonial apresentou um ativo financeiro da ordem de R$ 37.423,85,
enquanto que o ativo permanente foi de R$ 378,00, representado por bens móveis. No
passivo, não há registro de dívida, sendo representado apenas pelo ativo real líquido;
8. Não há registro, no TRAMITA, de denúncia envolvendo o exercício;

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PROCESSO TC N° 02259/07 FI. 2/5

9. Não há registro, no TRAMITA, de adiantamentos, licitações, contratos e convênios.

Por fim, apontou as seguintes irregularidades:

De responsabilidade do Chefe do Poder Executivo, Sr. Alessandro Alves da Silva

1. Não encaminhamento de Projeto de Lei ao Legislativo Municipal, com o objetivo de adequar a


Lei Municipal, no que diz respeito aos benefícios dos segurados e as alíquotas de contribuição, à
legislação previdenciária federal (item 2);

2. Ausência de repasses regulares das contribuições previdenciárias (fls. 106 -subitem 3.1.a);

3. Divergência entre o valor informado no SAGRES (R$ 137.429,90) e o contabilizado pelo


instituto (R$ 117.292,16) , referente às contribuições dos segurados repassadas ao RPPS (subitem
3.1.a);

4. Falta de cumprimento do pagamento do parcelamento referente às contribuições


previdenciárias não repassadas ao instituto no período devido (subitem 5.5).

De responsabilidade do gestor do instituto à época, Sr. Paulo Roberto Gomes de Souza

1. Omissão às imposições da legislação previdenciária federal no tocante à concessão de


benefícios, aos segurados e às alíquotas de contribuição (item 2);

2. Divergência entre o total dos créditos constantes nos extratos bancários (R$ 172.866,98) e
a receita de contribuição registrada nos demonstrativos da PCA (R$ 209.673,08)(fls. 107 -subitem 3.1.
a);

3. Ausência de processo licitatório para contratação de consultoria contábil (R$ 10.400,00) e


Consultoria Jurídica (R$ 9.600,00), contrariando o que determina a Lei 8.666/93 (subitem 3.1.b);

4. Déficit na execução orçamentária, no montante de R$ 41.652,82 (subitem 3.1.c);

5. Falta de empenho de obrigações patronais referentes a vencimentos e vantagens fixas e


serviços de consultoria (contador e advogado), bem como da retenção e repasse do INSS (parte
empregado) referente aos serviços de consultoria (subitem 5.4);

6. Falta de registro e controle da dívida da Prefeitura para com o instituto, descumprindo a Lei
Municipal nO111/00 (subitem 5.5);

7 Não encaminhamento da Avaliação Atuarial referente ao exercício de 2006, descumprindo,


o art. 1°, inciso I, da Lei nO9.717/98 e art. 2°, inciso I, da Portaria nO4.992/99 (subitem 5.6);

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PROCESSO N° 02259/07 FI. 3/5

8. Balanço Patrimonial e Demonstrativo da Dívida Flutuante elaborados incorretamente, vez


que apresenta um valor negativo na conta "depósitos" no passivo financeiro (subitem 3.3.);

9. Instituto encontra-se em situação irregular junto ao MPS, razão pela qual não possui o
CRP (subitem 5.7);

10. Despesas administrativas acima do limite determinado pela Portaria MPAS nO 4.992/99,
art.17, inciso IX, §3° ( subitem 5.3.).

11. Situação irregular com relação a alguns critérios avaliados pelo MPAS (subitem 5.6).

Em virtude das irregularidades indicadas, os ex-Gestores foram regularmente notificados,


deixando transcorrer o prazo sem manifestação.

Instado a se pronunciar, o Ministério Público junto ao TCE/PB emitiu o Parecer nO


386/2009, opinando pela:

a) Irregularidade da vertente prestação de contas;


b) Imputação de débito solidária do saldo bancário não comprovado, em valor
atualizado contra os Senhores Paulo Roberto Gomes de Sousa e Alessandro
Alves da Silva;
c) Aplicação de multa legal aos mesmos gestores nominados;
d) Assinação de prazo ao Poder Executivo e à gestão do Instituto para que
comprovem o cumprimento dos requisitos constitucionais e legais de
funcionamento do referido sistema previdenciário ou procedam à sua extinção,
sob pena de multa e glosa das despesas administrativas, após esgotado o
prazo.

É o relatório, informando que os interessados foram regularmente notificado para esta


sessão de julgamento.

2. VOTO DO RELATOR

o Relator entende que as irregularidades atribuídas pela Auditoria ao Prefeito municipal


devem ser objeto de verificação e responsabilização em sua prestação de contas.

Quanto à contratação de assessoria jurídica e contábil sem licitação, o Tribunal de Contas


já firmou entendimento de que é possível a adoção de inexigibilidade para as contratações da espécie.
As obrigações previdenciárias não retidas, decorrentes dessa contratação, devem ser objeto de
representação junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil para as providências a seu cargo.

Em relação à divergência entre os créditos efetuados e os registrados como receita de


contribuição na PCA, o que se verifica é que o saldo financeiro, ao final do exercício, constante no
extrato de fls. 48, está compatível com o valor da receita, a maior, contabilizado na PCA, não havendo,
no entendimento do Relator, irregularidade sujeita a imputação, mas apenas falha de escrituração.

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TR!BUNAL DE GONTAS DO ESTADO

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PROCESSO TC N° 02259107
No mais, o Relator acompanha a Auditoria e o Parquet votando pela:

1) Irregularidade da prestação de contas do Instituto de Previdência do Município de Pilõezinhos -


IPMP, relativa ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do ex-Presidente, Sr. Paulo
Roberto Gomes de Souza;

2) Aplicação de multa a Sr. Paulo Roberto Gomes de Souza, no valor de R$ 1.500,00 (um mil e
quinhentos reais), em virtude das irregularidades e falhas constatadas pela Auditoria, com
fundamento no art. 71, VIII, da CF, e 56, li da LCE 18/93; assinando-lhe o prazo de 60 (sessenta)
dias, a partir da publicação deste ato, para recolhimento voluntário ao erário estadual, à conta do
Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, sob pena de cobrança executiva,
desde logo recomendada, conforme o disposto no art. 71, § 4° da Constituição do Estado da
Paraíba;

3) Recomendação a atual Presidente do Instituto para que tome medidas visando a não repetição
das ocorrências verificadas;

4) Representação à Receita Federal do Brasil quanto à ausência de retenção e repasse ao INSS


(parte empregado) referente aos serviços de consultoria contratados pelo Instituto (Contábil - R$
10.400,00; e Jurídica - R$ 9.600,00);

5) Recomendação ao Chefe do Poder Executivo e a(o) atual Gestor(a) do Instituto no sentido de


envidar esforços visando o cumprimento dos requisitos constitucionais e legais de funcionamento
do referido sistema previdenciário; e

6) Determinação à Auditoria para que verifique, quando da análise das prestações de contas,
exercício de 2008, da Prefeitura, quanto às irregularidades de responsabilidade do chefe do Poder
Executivo.

3. DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO

Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC nO 02259/07, ACORDAM os


membros integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, na sessão de julgamento, por
unanimidade de votos, em:

1. JULGAR IRREGULAR a prestação de contas do Instituto de Previdência do Município de


Pilõezinhos - IPMP, relativa ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do ex-
Presidente, Sr. Paulo Roberto Gomes de Souza;
2. Aplicar multa pessoal ao Sr. Paulo Roberto Gomes de Souza, no valor de R$ 1.500,00 (um mil
e quinhentos reais), em virtude das irregularidades e falhas constatadas pela Auditoria, de sua
responsabilidade, com fundamento no art. 71, VIII, da CF, e 56, 11 da LCE 18/93; assinando-lhe
o prazo de 60 (sessenta) dias, a partir da publicação deste ato, para recolhimento voluntário ao
erário estadual, à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, sob
pena de cobrança executiva, desde logo recomendada, conforme o disposto no art. 71, § 4° da
Constituição do Estado da Paraíba;

gmbc
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO Te N° 02259/07 FI. 5/5

3. Recomendar a atual Presidente do Instituto para que tome medidas visando a não repetição
das ocorrências verificadas;
4. Recomendar, também, ao Chefe do Poder Executivo e a(o) atual Gestor(a) do Instituto no
sentido de envidar esforços visando o cumprimento dos requisitos constitucionais e legais de
funcionamento do referido sistema previdenciário;
5. Representar à Receita Federal do Brasil quanto à ausência de retenção e repasse ao INSS
(parte empregado) referente aos serviços de consultoria contratados pelo Instituto (Contábil -
R$ 10.400,00; e Jurídica - R$ 9.600,00); e
6. Determinar à Auditoria para que verifique, quando da análise das prestações de contas,
exercício de 2008, da Prefeitura, quanto a permanência das irregularidades de
responsabilidade do chefe do Poder Executivo.

Publique-se, intime-se e cumpra-se.


Sala das Sessões do TCE-PB - Plenár.' inistro João Agripino.
João Pessoa, 13 de io de 009.

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Antônio Cláudió\Si~
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Santos IL~~)~.
Ana Terêsa Nóbrega -
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~/ Relalor / Procuradora Geral do
Ministério Público junto ao TCE·PB

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