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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC n° 02.233/07
b) APLICAR ao Sr. Edvaldo Alves de Aguiar, Ex-Diretor Presidente do PREVSAPÉ, MULTA no valor de R$
2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com fulcro no art. 56, 11 da LOTC/PB;
concedendo-lhe o prazo de 30 (trinta) dias para recolhimento voluntário ao Fundo de Fiscalização
Orçamentária e Financeira Municipal, conforme previsto no art. 3° da Resolução RN TC n° 04/2001, sob
pena de cobrança executiva a ser ajuizada até o trigésimo dia após o vencimento daquele prazo, podendo-se
dá a intervenção do Ministério Público, na forma da Constituição Estadual;
d) ASSINAR PRAZO de 90 (noventa) dias ao atual Diretor Presidente do PREVSAPÉ para enviar todos os
processos de concessão de aposentadoria e/ou pensão ainda não remetidos a este Tribunal, para fins de
registro, ou comprove a inexistência de processos pendentes de encaminhamento, se for o caso;
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Procuradora Geral Ana Teresa Jrl!Pbrega
REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCEIPB
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te n° 02.233/07
RELATÓRIO
Após examinar a documentação pertinente, a equipe técnica desta Corte de Contas elaborou o
relatório de fls. 411123, ressaltando os seguintes aspectos:
Criado pela Lei Municipal n" 848, de 26 de setembro de 2002, o Instituto, com natureza
jurídica de autarquia, tem como objetivo assegurar aos seus associados e seus dependentes
os benefícios de aposentadoria, pensão por morte do segurado;
Processo Te n° 02.233/07
A defesa solicita relevação da falha alegando que o fato do Balanço Orçamentário não demonstrar o
valor das receitas previstas não causa prejuízo ao Fundo de Previdência.
A Auditoria diz que a ausência dessa informação no Balanço Orçamentário fere o artigo 102 da Lei n°
4.320/64, regulamentando as informações que devem conter o Balanço, sendo obrigatória que essa
demonstração contemple as receitas que foram previstas no orçamento da entidade.
Alega a defesa que o registro das receitas de contribuição da Câmara, tanto patronal como dos
segurados, foi efetuado corretamente.
O Interessado diz que o PREVSAPÉ não pode ser responsabilizado pelo não repasse das contribuições
devidas pelo município. Esses valores, em atraso, foram objeto de parcelamento através de Lei
Municipal n? 950/2006. No entanto, não o parcelamento não foi aceito pelo Ministério da Previdência,
uma vez que não estava adequado às orientações normativas vigentes à época.
O Órgão Auditor enfatiza que a irregularidade diz respeito à forma de contabilização errônea. Pois
receitas de contribuições repassadas em atraso, deve ser classificada como receita de dívida, pois é de
exercícios anteriores e, no caso em questão, contabilizou-se como receita do próprio período,
inviabilizando o controle da dívida que o município tem com o Fundo de Previdência.
A defesa argumenta que se trata da contratação de um veículo para servir a diretoria do órgão, visto
que o Presidente e seu Diretor gozam de direito de representação A contratação foi a forma mais
econômica de adotar um transporte para atender os serviços do PREVSAPÉ.
O Órgão Técnico questiona a forma como vinha sendo utilizada a prestação de serviço de transporte
contratada pelo PREVSAPÉ. Ao analisar as notas de empenho, referentes ao exercício de 2006, a
auditoria identificou que em quase todos dos dias úteis realizaram-se viagens entre as cidades de Sapé
e João Pessoa. Tal freqüência demonstra forte indício de desvio de finalidade, infringindo o artigo 10,
inciso III, da Lei n° 9717/98, o qual estabelece estrita vinculação dos recursos dos regimes ao
pagamento de benefícios previdenciários.
Processo Te n° 02.233/07
Segundo o defendente houve algumas dificuldades por parte da Diretoria Administrativa e Financeira
na questão da GFIP, o que ocasionou o recolhimento das obrigações previdenciárias ao INSS.
Contudo, a questão já foi solucionada mediante o recolhimento conforme documentos fls. 576/590.
A Auditoria verificou os pagamentos efetuados (R$ 6.693,12). Considerando o valor dos prestadores
de serviços e os comissionados, foi estimado um valor devido ao INSS de R$ 15.200,00. Subtraindo o
valor já recolhido, há ainda um montante de R$ 8.000,00 aproximadamente a ser repassado ao INSS.
A defesa afirmou que a abertura de contas no sistema extra-orçamentário são feitas mediante a
necessidade de se fazer a retenção de algum valor pertencente a terceiros para posterior repasse
quando esse mesmo valor é lançado em despesa extra-orçamentário.
h) Ausência de encaminhamento a esse Tribunal, para fins de registro, de 121 (cento e vinte e
um) processos de aposentadoria e 81 (oitenta e um) processos de pensão (item-a).
A Unidade Técnica esclarece que até o exercício de 2006, o RPPS era vinculado a Secretaria de
Administração Municipal, a quem competia o encaminhamento dos processos ao Tribunal. A partir do
exercício de 2006, com a edição da Lei n" 919/2006, o art. 44 dessa lei atribui ao Diretor Executivo do
PREVSAPÉ a responsabilidade pelo envio dos processos de benefícios concedidos pelo Instituto.
i) Situação irregular frente a vários critérios analisados pelo MPS (subitem 5.7).
A defesa informa que recebeu uma notificação do Ministério da Previdência Social. No entanto, quase
todas as irregularidades foram sanadas. Restando tão somente as alíquotas de equilíbrio atuarial e os
repasses do município.
o Órgão Auditor verificou que restam ainda três critérios a serem regularizados na avaliação do MPS,
quais sejam: 1) Caráter Contributivo (ente e ativos - repasse); Caráter contributivo (inativos e
pensionistas - repasse) e Caráter contributivo (repasse - decisão administrativa). 2) Demonstrativos de
investimentos e das disponibilidades financeiras e 3) Demonstrativo previdenciário.
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Processo Te n° 02.233/07
A Auditoria informa que nos termos da Portaria MPS n° 4992/99, art. 2°, inciso VII e art. 12, o registro
contábil individualizado das contribuições do servidor bem como dos entes estatais é obrigatório,
inclusive para os RPPS, de modo a garantir o equilíbrio financeiro e atuarial.
A defesa diz que os serviços contratados são de um técnico especializado em assuntos previdenciários,
enquadrando-se nas disposições estabelecidas no art.25 combinado com o art. 13 da Lei 8.666/93.
A Unidade Técnica afirma que não foi realizado processo de inexigibilidade nem de convite quando da
contratação do técnico em 2006. O processo foi realizado apenas em fevereiro de 2007.
No que concerne às despesas não licitadas, salientamos que a licitação é antes de tudo, um
escudo da moralidade e da ética administrativa, sua finalidade é escolher para a Administração a
proposta mais vantajosa, procura proteger o tesouro, evitando favorecimentos condenáveis, impedindo
o enriquecimento ilícito custeado com o dinheiro público, repelindo a promiscuidade administrativa.
Daí cabe a intervenção do Ministério Público Comum na defesa do patrimônio público, verificando se
houve algum cometimento de atos de improbidade administrativa.
Com relação aos processos de aposentadoria e pensão não enviados, assine-se o prazo ao atual
Presidente do PREVSAPÉ para remeter a esta Corte todos aqueles não analisados, para fms de
registro.
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Processo Te n° 02.233/07
Ante o exposto, alvitra a Representante do MPjTCE a:
2) Aplicação de multa pessoal com fulcro no art. 56, II da LOTCE ao Sr. Edvaldo Alves de
Aguiar, Presidente do Fundo de Previdência dos Servidores Públicos de Sapé -
PREVSAPÉ, no exercício de 2006;
VOTO
Senhor Presidente, Senhores Conselheiros:
Considerando as conclusões a que chegou a equipe técnica, assim como o Ministério Público
junto ao Tribunal, através de parecer oferecido, VOTO para que esta Egrégia Corte de Contas:
Il) APLIQUE ao Sr. Edvaldo Alves de Aguiar, Diretor Presidente do PREVSAPÉ, MULTA no
valor de R$ 2.805,10, com fulcro no art. 56, II, da LOTCEIPB;
lII) REPRESENTE à DELEPREV e à Receita Federal a cerca dos recolhimentos feitos, de forma
parcial, das contribuições previdenciárias incidentes sobre os cargos comissionados e os
prestadores de serviço, no exercício de 2006;
IV) ASSINE PRAZO de 90 (noventa) dias ao atual Diretor Presidente do PREVSAPÉ para enviar
todos os processos de concessão de aposentadoria e/ou pensão, acaso não remetidos a este
Tribunal, para fins de exame da legalidade ou comprove a inexistência de processos pendentes
de encaminhamento, se for o caso;