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Análise das Demonstrações Contábeis

Prof. MSc Fabiano Torres Júnior


Contador, Mestre em Ciências
Contábeis pela UERJ.
Programa
Análise da situação econômica e
financeira das empresas, a partir da
reclassificação de suas
demonstrações contábeis.
Interpretação dos indicadores
tradicionais utilizados pelo mercado,
através da abordagem dos aspectos de
liquidez, endividamento, atividade e
rentabilidade.
Objetivos
Proporcionar ao aluno conhecimento
básico das técnicas de análise das
demonstrações contábeis com a
utilização de instrumental que
permita fazer análise vertical e
horizontal, verificar a estrutura
patrimonial e avaliar os indicadores
de liquidez, atividade, lucratividade e
rentabilidade.
Bibliografia
- MATARAZZO Dante C. Análise
Financeira de Balanços. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
- MARION, José Carlos. Análise das
Demonstrações Contábeis. 7 ed. Ed.
Atlas, SP, 2012.
- SILVA, José Pereira da. Análise
Financeira das Empresas. 12 ed.
São Paulo: Atlas, 2013.
Material Complementar

Exercícios disponibilizados no MOODLE.


Conceitos Iniciais
Objetivo da Análise das Demonstrações
Contábeis:
Fornecer informações numéricas de dois
ou mais períodos, de modo a instrumentar
acionistas, administradores, fornecedores,
clientes, governo, instituições financeiras,
investidores e outras pessoas físicas ou
jurídicas interessadas em conhecer a
situação da empresa para tomar decisões.
Conceitos Iniciais
Demonstrações contábeis: fornecem dados.
Análise das Demonstrações Contábeis: transformar
DADOS em Informações.
* O produto da Análise das Demonstrações
Contábeis são os relatórios.
* Informações a serem incluídas nos relatórios:
situação financeira (fluxo de caixa), situação
econômica (resultado), situação patrimonial (bens,
direitos, obrigações), desempenho, eficiência na
utilização dos recursos, pontos fortes e pontos
fracos, tendências e perspectivas, quadro evolutivo,
adequação das fontes às aplicações de recursos etc.
Metodologia de Análise
Base da disciplina: comparar os resultados.
Raciocínio científico para interpretar as
demonstrações contábeis:
- tomam-se as demonstrações contábeis para
fins de análise;
- preparo das demonstrações contábeis;
- extraem-se os índices;
- compara-se os resultados;
- ponderam-se as diferentes informações e
chega-se a um diagnóstico ou conclusão;
- tomam-se decisões.
Técnicas de Análise
- Análise através de índices;
- Análise Vertical/ Análise Horizontal;
- Análise do Capital de Giro: prazos
médios;
- Modelos de análise da Rentabilidade:
ROI, ROE e GAF;
- Análise do Fluxo de Caixa;
- Análise prospectiva.
Usuários das Informações
a) Fornecedores: capacidade de pagamento dos
clientes.
b) Clientes: segurança dos fornecimentos.
c) Bancos: são os maiores usuários da análise
das demonstrações contábeis.
d) Corretoras de valores e investidores:
preocupação principal com a rentabilidade.
e) Concorrentes: fornecem os padrões para fins
de comparação.
f) Dirigentes: instrumento complementar para
a tomada de decisões.
Usuários das Informações
g) Governo: acompanhamento de empresas
públicas, autarquias, desempenho de
concessionárias de serviços públicos, certames
licitatórios (liquidez) etc.
h) Acionistas: retorno dos investimentos;
i) Empregados e Sindicatos: estabilidade no
emprego.
Demonstrações Contábeis
Art. 176 da Lei 6.404/76
a) Balanço Patrimonial
b) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados
c) Demonstração do Resultado do Exercício
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa;
e) Demonstração do Valor Adicionado, se Cia.
Aberta.
Observação: complementadas por Notas
Explicativas
Demonstrações Contábeis
CPC 26 – Apresentação das Demonstrações
Contábeis
a) Balanço Patrimonial;
b) Demonstração do Resultado;
c) Demonstração do Resultado Abrangente do
Período;
d) Demonstração das Mutações do PL;
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa;
f) Demonstração do Valor Adicionado, se exigido
legalmente.
Observação: complementadas por Notas Explicativas
Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado
Demonstração do Resultado
Demonstração do Resultado Abrangente
Segundo o CPC 26: inicia-se com o Lucro
Líquido do Exercício
Demonstração dos Lucros ou
Prejuízos Acumulados
Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Método Indireto
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Método direto: única diferença é a
apresentação dos Fluxos de Caixa das
Atividades Operacionais
Demonstração do Valor Adicionado
Demonstração do Valor Adicionado
Integração das Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis estão todas


integradas: origem no Balanço
Patrimonial e na Demonstração do
Resultado.
Padronização das Demonstrações
Contábeis
Objetivo: preparar as demonstrações
contábeis para fins de análise.
Consiste numa crítica às contas das
demonstrações contábeis, bem como
sua transcrição para um modelo
previamente definido.
Motivos para se Padronizar
- Simplificação.
- Comparabilidade.
- Adequação aos objetivos da
análise.
- Precisão na classificação das
contas.
- Descoberta de erros.
- Intimidade do analista com as
demonstrações contábeis.
Balanço Patrimonial Padronizado
Balanço Patrimonial Padronizado
Balanço Patrimonial Padronizado
Balanço Patrimonial Padronizado
Demonstração do Resultado – CPC 26

Receita Líquida de Vendas


(-) Custo das Mercadorias Vendidas
= Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais (vendas, administrativas, outras
receitas e despesas operacionais, resultado do MEP)
= Lucro Antes do Resultado Financeiro
+ Receitas Financeiras / (-) Despesas Financeiras
= Lucro Líquido da Atividade Continuada antes dos Tributos
sobre o Lucro
(-) IR/CSLL
= Lucro Líquido da Atividade Continuada
+- Resultado da Atividade Descontinuada, líquido de tributos
= Lucro Líquido do Exercício
Análise Vertical e Horizontal
Técnica utilizada de forma complementar, que
visa conhecer pormenores que nem sempre os
índices mostram.
Processo de análise:
- tomam-se as demonstrações contábeis para fins
de análise;
- padronização;
- cálculo dos índices;
- AV/AH;
- comparação dos resultados;
- elaboração do relatório.
Análise Vertical e Horizontal
A análise Vertical e Horizontal
são índices calculados para
complementar a análise por quocientes.
Esta análise destaca as principais
variações ocorridas nas contas ou nos
grupos de contas.
Análise Vertical
“ O percentual de cada conta mostra sua real
importância dentro do conjunto do qual ela
pertence.”
Objetivo: demonstrar a representatividade e
a avaliação da estrutura do ativo e do
passivo, de um elemento patrimonial ou da
Demonstração do Resultado em relação a
um grupo ou total de contas classificadas nas
demonstrações contábeis.
Análise Vertical
Cálculo dos coeficientes de participação:
Ativo: valor da conta ou do grupo x 100
Ativo Total

Passivo: valor da conta ou do grupo x 100


e PL Passivo + PL
AV DR: base a Receita Líquida de
Vendas
Análise Vertical
Análise Vertical
Demonstração do Resultado
Análise Vertical
Observações:
a) realizada dentro da própria
demonstração contábil;
b) não é afetada por processos
inflacionários;
c) técnica baseada em proporções;
d) análise estrutural;
e) resultados podem (e devem) ser
comparados.
Análise Horizontal
“A evolução de cada conta mostra
os caminhos trilhados pela empresa
e as possíveis tendências.”
AH: comparação que se faz entre
valores de uma mesma conta ou
grupo de contas, em diferentes
exercícios sociais.
Análise Horizontal
Corresponde ao estudo das variações
ocorridas em períodos de tempo
consecutivos nos itens que compõe a
Demonstração Contábil. É a
comparação que se faz entre valores de
uma mesma conta ou grupo de contas,
em diferentes exercícios sociais.
Análise Horizontal
AH → análise de tendências; quanto maior a
quantidade de exercícios sociais, melhores os
resultados.
Técnica baseada na evolução das contas ou grupo
de contas:
a) se o cálculo for feito com o exercício
imediatamente anterior chama-se de análise anual;
b) se o cálculo for feito levando em consideração
um exercício social como base (geralmente o mais
antigo da série), chama-se de análise encadeada.
Análise Horizontal Anual
Análise Horizontal Anual
Análise Horizontal Encadeada
Análise Horizontal
Encadeada
Análise Horizontal

Observações:
Análise Horizontal Nominal:
quando não se expurga o efeito
inflacionário.
Análise Horizontal Real: quando se
expurga o efeito inflacionário.
Análise Vertical / Horizontal
Aspectos revelados:
a) Estrutura de Ativo, Passivo e PL
- Crescimento do AC e ANC.
- Crescimento do PL em comparação ao
total do Passivo.
- Crescimento do PL + PNC, em
comparação ao ANC.
- Crescimento do AC em comparação ao
PC
Análise Vertical / Horizontal

b) Análise detalhada do desempenho

Ápice da aplicação da AV é na
Demonstração do Resultado.

AH da Demonstração do Resultado
identifica a evolução das despesas e seus
reflexos sobre o resultado.
Análise por Índices
Índice é a relação, a divisão, entre contas
ou grupo de contas das demonstrações contábeis,
que visa mostrar aspecto específico da situação
econômica ou financeira de uma empresa.
Também conhecida como análise por
quocientes.
Classificação dos índices:
- estáticos ou patrimoniais;
- dinâmicos ou operacionais;
- de velocidade.
Análise por Índices

Aspectos Revelados pelos índices:

Situação Financeira: estrutura e liquidez.

Situação Econômica: rentabilidade


Análise por Índices

Análise dos resultados dos índices:

- análise absoluta;

- Análise relativa:
* comparativa com padrões (interempresarial);
* comparativa evolutiva (temporal).
Índices de Estrutura

Objetivo: mostram as grandes linhas de decisões


financeiras, em termos de obtenção e aplicação
de recursos.
Avaliação: quanto menor, melhor.
Índices de Estrutura

Principais Índices:
a) Endividamento total ou global

Capital de Terceiros x 100


Passivo + PL

b) Participação de CT ou Grau de
Endividamento
Capital de Terceiros x 100
Patrimônio Líquido
Índices de Estrutura

c) Composição do Endividamento
Passivo Circulante x 100
Capital de Terceiros

d) Imobilização do Patrimônio Líquido


Ativo não-circulante* x 100
Patrimônio Líquido

Capital Circulante Próprio ou Capital de Giro


Próprio: PL - ANC
Índices de Estrutura

e) Imobilização de Recursos não correntes


Ativo não-circulante* x 100
Patrimônio Líquido + Passivo não-circulante
Índices de Liquidez

Objetivo: mostrar a base da situação financeira da


empresa. Visam medir quão sólida é a base
financeira da empresa para pagamento de suas
dívidas.

Avaliação: quanto maior, melhor.


Índices de Liquidez

Principais índices:
a) Liquidez Geral
Ativo Circulante + Realizável a LP
Passivo Circulante + Passivo não-circulante

b) Liquidez Corrente
Ativo Circulante
Passivo Circulante
Índices de Liquidez

Capital Circulante Líquido ou Capital de Giro


Líquido:
CCL ou CGL= Ativo Circulante menos o
Passivo Circulante
Ou
CCL ou CGL = Passivo não-circulante mais
Patrimônio Líquido menos o Ativo não-
circulante
Observação: Capital Circulante ou Capital de
Giro = Ativo Circulante
Índices de Liquidez
c) Liquidez Seca ou Ácida:
Ativo Circulante – Estoques
Passivo Circulante

d) Liquidez Imediata ou Absoluta


Disponível
Passivo Circulante
Índices de Liquidez
e) Solvência Geral ou Margem de Garantia
Ativo Total
Capital de Terceiros
Índices de Rentabilidade

Objetivo: rentabilidade dos capitais investidos.


Quanto renderam os investimentos e qual o grau
de êxito econômico da empresa.
Avaliação: quanto maior, melhor
Índices de Rentabilidade

Principais índices:
a) Giro do Ativo
Receita Líquida de Vendas
Ativo Total

b) Rentabilidade do Ativo – ROI


Lucro Líquido do Exercício x 100
Ativo Total
Índices de Rentabilidade

c) Rentabilidade do Patrimônio Líquido – ROE


Lucro Líquido do Exercício x 100
Patrimônio Líquido (Médio)

d) Margem Líquida
Lucro Líquido do Exercício x 100
Receita Líquida de Vendas
Índices de Rentabilidade

e) Margem Bruta
Lucro Bruto x 100
Receita Líquida de Vendas

f) Margem Operacional
Lucro Líquido Operacional x 100
Receita Líquida de Vendas
Índices de Rentabilidade

g) Margem sobre o LAJIR

LAJIR x 100
Receita Líquida de Vendas
Desdobramento das Taxas de Retorno

Conhecido como: diagrama de índices.

Objetivo: forma gráfica e analítica de


demonstrar o retorno sobre o investimento, a
partir da integração entre os índices de
atividade (giro) e a margem.

Giro x Margem
Desdobramento das Taxas de Retorno

ROI = Giro do Ativo x Margem Líquida

ROE = Giro do PL x Margem Líquida


Fórmula de Previsão de Insolvência –
Termômetro de Kanitz

Insolvência: incapacidade de uma empresa pagar


as suas obrigações financeiras na data de seu
vencimento.

Análise discriminante: técnica estatística capaz de


dizer se determinado elemento pertence a
população X ou Y.
Fórmula de Previsão de Insolvência –
Termômetro de Kanitz

FI = 0,05X1 + 1,65X2 + 3,55X3 - 1,06X4 – 0,33X5


Onde:
X1 = Rentabilidade do PL
X2 = Liquidez Geral
X3 = Liquidez Seca
X4 = Liquidez Corrente
X5 = Participação de Capital de Terceiros
Base de comparação do resultado:
Se FI < -3, empresa INSOLVENTE; se FI ficar entre –3 e
0 o modelo não define (região crítica); se FI acima de 0,
empresa SOLVENTE.
Prazos Médios – Índices de Atividade

a) Prazo Médio de Renovação de Estoques


Estoques x 360 = dias
Custo das Mercadorias Vendidas

Giro: 360 = número de vezes


PMRE
Prazos Médios – Índices de Atividade

b) Prazo Médio de Recebimento de vendas


Duplicatas a Receber x 360 = dias
Receita de Vendas

Giro: 360 = número de vezes


PMRV
Prazos Médios – Índices de Atividade

c) Prazo Médio de Pagamento de Compras


Fornecedores x 360 = dias
Compras*

Giro: 360 = número de vezes


PMPC

CMV = EI + C - EF
Prazos Médios – Índices de Atividade

d) Posicionamento relativo
PMRV
PMPC

e) Posicionamento da Atividade
PMRE + PMRV
PMPC
Inter-relação dos índices de prazos médios

Ciclo Operacional: PMRE + PMRV


Inter-relação dos índices de prazos médios

Ciclo de Caixa: Ciclo Operacional - PMPC


Índices de Ações ou de Bolsa
a) Valor Patrimonial da Ação
Patrimônio Líquido
Número de Ações

b) Lucro por Ação


Lucro Líquido do Exercício
Número de Ações

c) P/L ou Retorno Econômico da Ação


Cotação da Ação= número de anos
Lucro por ação
Índices de Ações ou de Bolsa
d) Rentabilidade da ação
Lucro por Ação x 100
Valor da Cotação da Ação

e) Dividendo por ação


Dividendos
Número de Ações

f) Retorno de Caixa
Dividendos por ação x 100
Cotação da Ação
Índices de Ações ou de Bolsa
g) Valor Capitalizado da Ação
Capital Social Realizado
Número de Ações

h) Prazo de Retorno Financeiro


Cotação da Ação = número de anos
Dividendo por Ação
FIM

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