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Jornal Nº 1-Out2007
Jornal Nº 1-Out2007
ANO 1 — NÚMERO 1
É como o verbo “amar”...o verbo “sonhar”.
Outubro - Dezembro, 2007
Editorial
Daniel Pennac
O número um do jornal
que se publica agora, nas-
ce da necessidade de se
voltar a criar, na escola,
um espaço público de
DESTAQUE do MÊS:
comunicação, cujo convite
e desafio se dirige a toda a
comunidade escolar. Um Visita da escritora e
jornal faz-se da boa vonta-
de e disponibilidade comissária
daqueles que, através da
escrita, informem a popu- para o Plano Nacional de
lação escolar dos eventos
mais significativos ocorri- Leitura, Isabel Alçada
Jornal da Biblioteca
dade, de informações inte-
ressantes e generosamente Biblioteca
divulgadas sobre cultura e
ciência, de jogos e passa-
tempos, de críticas de
filmes ou de livros, de
escrita criativa.
A equipa da biblioteca
agradece a todos os que
colaboraram neste número
e àqueles que, através
também do impulso dos
seus professores, já apre-
sentaram textos para os
próximos números. Até lá,
aguardamos uma adesão
forte de todos para que o
jornal que agora nasce,
consiga atingir edições
mais frequentes.
A Equipa
Nesta edição:
Página: Pontos de interesse especiais:
• Dia das Bruxas na Biblioteca
DESTAQUES 2
• Visita da escritora e comissária para
o Plano Nacional de Leitura, Isabel
ENTRETENIMENTO 3
Alçada
FICHA TÉCNICA 4
DESTAQUES
PRÉMIO NOBEL
PRÉMIO DA MEDICINA
NOBEL 2007
da MEDICINA atribuído a trabalhos com células estaminais.
No dia 8 de Outubro foi atribuído, pela Assembleia Nobel do Instituto Karolinska – Oslo (Suécia), o
Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina aos investigadores Mário R. Capecchi, Sir Martin J. Evans e Oliver
Smithies pelas suas descobertas na introdução de modificações específicas em genes de ratos utilizando células
estaminais embrionárias.
Os laureados com o prémio Nobel deste ano fizeram uma série de descobertas importantes no que diz
respeito a células estaminais embrionárias e recombinação de DNA em mamíferos. As suas descobertas levaram à
criação de uma poderosa tecnologia designada “gene targeting” em ratos. Esta tecnologia está agora a ser aplicada
à quase totalidade das áreas de biomedicina – desde investigação básica ao desenvolvimento de novas terapias.
A tecnologia de “gene targeting” é muitas vezes utilizada para inactivar genes individuais. A técnica de
desactivar genes tem permitido identificar o papel de numerosos genes no desenvolvimento embrionário, fisiolo-
gia do adulto, envelhecimento e doença. Até à data, já se conseguiu fazer a desactivação de mais de dez mil genes
de rato (aproximadamente metade dos genes do genoma destes mamíferos). Num futuro próximo, os esforços
internacionais que estão a ser desenvolvidos tornarão possível obter ratos com qualquer um da totalidade dos seus
genes desactivados.
Com a tecnologia de “gene targeting” é agora possível produzir quase todos os tipos de modificações do
DNA do genoma do rato, permitindo aos cientistas estabelecer o papel de genes individuais na saúde e na doen-
ça. Esta técnica já produziu mais de cinco centenas de diferentes ratos-modelo de doenças humanas, incluindo
doenças cardiovasculares e neuro-degenerativas, diabetes e cancro.
Em 2006, lançou An Inconvenient Truth (Uma Verdade Inconveniente), documentário sobre mudanças climáticas, mais
especificamente sobre o aquecimento global.Recebeu o prémio Nobel da Paz em 2007, conjuntamente com o Painel Inter-
governamental para as Alterações Climáticas da ONU, “pelos seus esforços na construção e disseminação de maior conhe-
cimento sobre as alterações climáticas induzidas pelo homem e por lançar as bases necessárias para inverter tais alterações.”
Com quase 88 anos, a escritora britânica Doris Lessing recebeu este ano o Prémio Nobel da Litera-
tura quando já não o esperava. Com uma lista de 75 livros publicados, O Caderno Dourado foi sem dúvida o
livro da sua consagração, a designada “bíblia do feminino”, porque se entretece de relatos sobre as vidas de
mulheres. Sexualidade, casamento, maternidade, crises sentimentais, profissionais e existenciais, convicções
políticas e vida quotidiana são os grandes temas reflectidos nesse e noutros livros. Este rótulo feminista foi,
contudo, sempre rejeitado pela autora galardoada que considera que “há uma busca feminina, mas no sentido
da própria existência, do ser”.
Outros títulos a destacar são: O Quinto Filho, A Revoltada, Gatos e mais Gatos. Recorde-se que há
dois anos o Reino Unido recebeu o Prémio Nobel, atribuído a Harold Pinter.
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ENTRETENIMENTO HORIZONTAL:
1. Gás cuja fórmula molecular é CH4 .
1 2. Local da realização da cimeira da U.E.,
2 em Outubro de 2007.
3 . .País cuja capital é La Valetta.
1
4. Designação das palavras de diferente grafia mas com o mesmo
som.
5. Partícula elementar de carga negativa.
2
6. Deus da luz e da beleza, filho de Zeus.
7. Sigla de agenda electrónica.
3 3
8. Apelido de laureada com o prémio Nobel da Literatura 2007.
6 VERTICAL
4 1. Cidade onde em 25 de Março de 1957, foi assinado o tratado que
7 5 instituiu a CEE.
8 2. Campeã mundial de triatlo de 2007.
9 3. Sedimentos de origem glaciar.
4. Filósofo grego autor de " Alegoria da caverna"
5. Tremor de terra
10
Naruto
Naruto, um dos maiores sucessos no mundo dos desenhos animados
japoneses, está a conquistar cada vez mais fãs, não só no Japão como no resto
do mundo.
Apesar desta carismática série não ser transmitida em Portugal (como
acontece com a maior parte dos desenhos animados japoneses, conhecidos por
“anime”), são visíveis em várias partes do país à venda as conhecidas
“mangas” (banda desenhada japonesa), em lojas dirigidas por peritos no assun-
to ou por lojas como a Fnac. No entanto, existem muitos fãs da série em Portu-
gal, devido a sites na Internet como www.youtube.com ou www.veoh.com que
permitem a visualização de vários episódios da série, já para não falar das
imensas “fan subs”(sites que legendam animes) que existem actualmente.
Existem várias comunidades sobre “anime”, como por exemplo,
www.naruto-portugal.ativoforum.com, um fórum onde os fãs de Naruto discu-
tem a série, partilham as suas opiniões e ajudam os novatos (muitas vezes, ape-
lidados de “noobs”) a integrarem-se na comunidade, orientando-os e dando-
-lhes informações. Se sempre teve algum interesse sobre este tema, dirija-se a
uma das comunidades, onde será certamente acolhido e orientado.
Miguel Oliveira, 11º CT1
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O QUE ELES DIZEM...
FICHA TÉCNICA
Procuro-te
Procuro-te no céu
Pessoa deriva, etimologicamente, do Latim persona, que significa máscara, figura, papel representado por um actor. Neste sentido, actualmente, ainda se asso-
cia persona à imagem com que uma pessoa se apresenta em público. Muitos autores admitem que as pessoas, na sua vida quotidiana, agem assumindo várias
personagens, representando papéis impostos pelos grupos sociais, como se a vida social de um palco se tratasse. Tal como no teatro, se a representação é boa,
ter-se-á aceitação por parte dos assistentes. Citando Shakespeare “O mundo inteiro é um palco. Todos os homens e mulheres não passam de actores. Têm as
suas entradas e as suas saídas”.
Muitas vezes a vida social obriga a “representar” no dia-a-dia, podendo mesmo acontecer, frequentemente, que os indivíduos ocultem os seus verdadeiros
sentimentos ou então mostrem sentimentos que, verdadeiramente, não possuem mas, por conveniência social e expectativas dos outros, tendem a manifestar.
Por exemplo, fingir contentamento numa festa que não lhes agrada ou manterem-se sérios numa situação que lhes parece cómica. Quer isto dizer que, quando
uma personagem não é compreendida pelo grupo social, quando as máscaras utilizadas não permitem representar o papel na sua plenitude, podem ocorrer
problemas para os indivíduos.
Com efeito, o conformismo social pode levar ao medo de não ser aprovado pela sociedade, conduzindo a uma rigidez na mudança das máscaras. Em contrapar-
tida, a necessidade de aprovação social pode levar o indivíduo a procurar, desenfreadamente, um destaque especial para o papel que representa. Assim, as
máscaras podem ser defesas, cuja finalidade principal é proteger os indivíduos do meio social envolvente. É por isso que, com o passar do tempo, vamos
aprendendo a representar no palco da vida, movimentando e adaptando de forma adequada as máscaras, não só antecipando as reacções às nossas acções, mas
também aprendendo a identificar as expectativas dos outros.
Façamos agora um jogo entre o indivíduo Fernando e o conceito Pessoa, deixemo-nos conduzir pelos heterónimos de Fernando Pessoa que, como refere José
Saramago, é homem de máscaras que olham máscaras, como se só máscaras o pudessem ler e porventura compreender. Máscaras que têm nomes como Ricar-
do Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro ou Bernardo Soares. Sabendo que da palavra persona, enquanto máscara de actor, também deriva a palavra perso-
nalidade, será interessante saber se todos estes heterónimos, enfim, não passam de máscaras que transfiguram a verdadeira personalidade de Fernando Pessoa,
homem de máscaras.
Citando José Saramago: “Há vertigem neste jogo. As máscaras olham-se sabendo-se máscaras. Usam um olhar que não lhes pertence, e esse olhar, que vê, não
se vê. Colocamos no rosto uma máscara e somos outro aos olhos de quem nos olhe. Mas de súbito descobrimos, aterrados, que, por trás da máscara que afinal
não poderemos ser, não sabemos quem somos. Está portanto por saber quem é Fernando Pessoa”. Talvez seja melhor seguir a máxima inscrita no Templo de
Delfos, que tanto motivou Sócrates: “Conhece-te a ti próprio”.
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