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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Curso de Engenharia Civil

Engenharia de Irrigação

Rio de Janeiro, 05 de fevereiro de 2013


Tópicos Abordados:

•  Introdução.

•  Métodos de Irrigação.

•  Relação água-solo.

•  Relações água-planta-atmosfera.

•  Irrigação por superfície.

•  Irrigação por aspersão.


INTRODUÇÃO
Definição de irrigação:
é a aplicação artificial de água às plantas, visando suprir a falta,
insuficiência ou má distribuição das chuvas.

Complementar
 Planta pode completar o ciclo sem a irrigação.
 Má distribuição de chuvas.
 Melhorar a produtividade.
 Decisão econômica. Região Sudeste.

Essencial ou total
Planta não completa o ciclo sem a irrigação. Nordeste e
estufas.
Vantagens da irrigação

•  Incorporação de áreas improdutivas a produção


agrícola.
•  Garantia de produção  deficiências hídricas.
•  Colheita na entressafra.
•  Permite mais de uma safra por ano.
•  Permite a fertirrigação.
•  Geração de empregos.
•  Melhor qualidade da produção.
•  Aumento da produtividade (tabela).
Limitações da irrigação
•  Alto consumo de água  manejo da irrigação.

•  Alto custo de implantação.

•  Falta de mão-de-obra especializada.

•  Salinização de solos inadequadamente manejados.

•  Impactos ambientais  Resíduos, mosquitos, alteração


de ecossistemas.

•  Disponibilidade hídrica.
Como surgiu a irrigação?
4.000  AC    Mesopotâmia      canais  
•  3.000 AC  Egípcios

•  2.000 AC  China e Índia


•  Itália  Aquedutos 312 AC
Brasil  1589  
•  Jesuítas  Fazenda Santa Cruz Rio de Janeiro

•  Primeira lavoura arroz irrigado (RS) em 1904

•  Área irrigada no Brasil foi praticamente inexpressiva até


meados dos anos 60.

•  Década de 70 e 80  investimento em projetos públicos


de irrigação com a construção de barragens e
implantação de perímetros públicos de irrigação.
Uso da Irrigação no Brasil 2004

Região localizada Pivô- Aspersão Superfície


central Convencional
Norte 4,5% ↑ 2,0% ↑ 9,2% ↑ 84,3%
Nordeste 24,7% ↑ 15,0% 32,5% 28,3%
Centro- 8,1% ↑↑ 60,9% ↑ 11,0% ↓ 20,0%
Oeste
Sudeste 11,8% ↑ 37,1% 29,5% 22,0% ↓

Sul 1,4% ↑ 2,9% ↑ 7,0% ↑ 88,7%

Brasil 9,8% ↑↑ 20,6% 19,3% 50,3%


Fonte:  Christofidis  (2006)  e  Censo  Agropecuário.    
MÉTODOS DE IRRIGAÇÃO

•  4 MÉTODOS:

–  IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE

–  IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO

–  IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

–  IRRIGAÇÃO POR SUBSUPERFÍCIE OU


SUBIRRIGAÇÃO
INTRODUÇÃO

Importância da Água
IMPORTÂNCIA DA ÁGUA

A água flui continuamente


através das plantas: entra
pelas raízes e sai pelos
estômatos (transpiração).
A transpiração, faz com que as
plantas necessitem de de água
disponível no solo.
IMPORTÂNCIA DA ÁGUA

A água é veículo para transporte dos nutrientes


solúveis;

Contribui para a manutenção da estrutura da planta


(turgescência);

Afeta a aeração (troca de gases) e a temperatura do


solo;

Influencia os processos bióticos


(microorganismos,reações químicas, etc.).

A existência de umidade suficiente no solo é uma


preocupação essencial no manejo de
agroecossistemas.
IMPORTÂNCIA DA ÁGUA

Raramente a disponibilidade de água de um solo é


exatamente a ótima para uma cultura durante um
período de tempo muito longo (um ciclo de cultivo).

Pode variar de deficiente a excessivo, de um dia para


outro ou em intervalos curtos.

Existe uma faixa de valores de umidade que possibilita


os rendimentos mais elevados para a maioria das
plantas cultivadas.

O desafio é manejar a água no solo de maneira a


manter as condições dentro dessa faixa ótima.
IMPORTÂNCIA DA ÁGUA

Ao se projetar um sistema de irrigação é


necessário estar ciente de:

1.  Como a água se comporta no solo e qual o seu teor


adequado;

2.  Como os níveis de umidade são afetados por


condições atmosféricas e por práticas de cultivo;

3.  Que quantidades de água devem ser aplicadas para


obter a umidade ideal sem desperdício;

4.  Quais são as necessidades que as plantas


cultivadas têm.
ASPECTOS AGRONÔMICOS BÁSICOS
GRANULOMETRIA DO SOLO E SUPERFÍCIE
ESPECÍFICA

Relação entre o diâmetro de partículas esféricas, seu


número por cm3 e sua superfície em cm2.
Diâmetro das Nº de partículas em Área da superfície das
partículas (cm) 1 cm3 de solo partículas (cm2)

1 1 3,14

0,5 8 6,28

0,06 4.096 50,23

0,001 1.000.000.000 3.141,60


ESTRUTURA DO SOLO

Refere-se ao modo como as partículas estão


arranjadas umas em relação às outras e à adesão de
partículas menores entre si devido à ação de agentes
cimentantes, para formação de agregados.

• A agregação resulta na formação de macroporos, que


melhoram a permeabilidade do solo à água, a condição
para a aeração e a penetração das raízes;

• A estrutura pode ser melhorada com a rotação de


culturas, técnicas conservacionistas de cultivo e
incorporação de matéria orgânica.
DENSIDADE DO SOLO (d)

É a relação entre a massa de uma


amostra de terra seca e o seu volume na condição
natural (sem destruir a estrutura).

d é dada em gramas de solo por cm3;


m é a massa da amostra após secagem em estufa a
105°C (g);
V é o volume da amostra de solo (cm3).
DENSIDADE DO SOLO (d)

Amplitude de variação dos valores da densidade do


solo (valores médios):

Solos argilosos: 1,0 a 1,4 g/cm3


Solos arenosos: 1,2 a 1,4 g/cm3
Solos húmicos: 0,7 a 1,0 g/cm3
Solos turfosos: 0,2 a 0,5 g/cm3
POROSIDADE DO SOLO

É a relação entre o volume ocupado pelos poros e o


volume total do solo.

P é a porosidade (%);
d é densidade do solo (g.cm-3)
dp é a densidade das partículas do solo (g.cm-3).

Obs.: Para solos minerais, o valor médio de dp é de


2,65 g.cm-3
UMIDADE GRAVIMÉTRICA

É a relação entre a massa de água presente


numa amostra de terra e a massa seca da mesma amostra.

U é a umidade gravimétrica dada em g de água por g de terra


seca (ou % se multiplicarmos por 100);
mu é a massa da amostra úmida (g);
ms é a massa da amostra seca (g);
ma é a massa de água na amostra.

É fácil de ser medida, pois envolve apenas


medidas de massa, sem que seja necessária a conservação da
estrutura. A amostra deve ter entre 10 e 100 gramas.
UMIDADE VOLUMÉTRICA

É a relação entre o volume de água presente numa amostra e


o volume total da amostra.

θ é dado em cm3 de água por cm3 de solo (ou em


percentagem, se multiplicarmos o resultado por 100);
Va é o volume de água na amostra (cm3);
V é o volume total da amostra (cm3).

Observação: É possível fazer Va = ma porque a densidade da


água da = ma/va ≈ 1,0 g.cm-3

Pode-se demonstrar que: θ = U * d


ARMAZENAMENTO DE ÁGUA

A é dado em mm de lâmina d’água ou em litros de água por m2


de superfície de solo;
θ é a umidade volumétrica média no perfil de solo;
L é a profundidade de solo considerada (mm).
Observação:1 mm = 1 litro por m2
MOVIMENTO DE ÁGUA PARA DENTRO E PARA FORA
DO SOLO

A água chega ao solo trazida pela chuva e pelo degelo


(regiões frias) ou pela irrigação e para ficar disponível,
deve infiltrar.
A infiltração de forma alguma está garantida: a água
que chega pode ser perdida por escoamento
superficial ou evaporação se não puder penetrar
facilmente na superfície do solo.
A infiltração é afetada por vários fatores, tais como o
tipo de solo, a declividade do terreno, a cobertura
vegetativa e também pelas características da
precipitação.
MEDIDA DA INFILTRAÇÃO

Infiltrabilidade é o fluxo
que ocorre naturalmente
quando água sob pressão
atmosférica (ou na forma
de uma lâmina pequena)
encontra-se livremente
disponível na superfície
do solo.
FRENTE DE MOLHAMENTO FORMADA DURANTE A
INFILTRAÇÃO
MEDIDA DA INFILTRABILIDADE: MÉTODO DO
INFILTRÔMETRO
MEDIDA DA INFILTRABILIDADE: MÉTODO DO
INFILTRÔMETRO

RÉGUA
CANO DE PVC

ISOPOR
CILINDRO

SOLO
ÁGUA
UMIDADE DE CAPACIDADE DE CAMPO (CC)

Se colocarmos um papel de filtro ou um pano seco,


que possuem poros capilares, em contato com a água,
esta se movimenta em sua direção, mesmo contra a
gravidade.

RESUMO:

A diferença na energia da água entre dois pontos do


solo será determinada pela atração gravitacional e pela
interação entre os poros e a água (forças de adesão e
coesão - fenômenos da capilaridade).
UMIDADE DE CAPACIDADE DE CAMPO (CC)

Durante a redistribuição, alguns poros grandes serão


completamente drenados e outros permanecerão
preenchidos pela água.

Naqueles poros em que os fenômenos capilares


conseguem reter a água contra a atração gravitacional,
o movimento será mais lento, podendo até cessar.

Isto faz com que a energia da água em diferentes pontos


do perfil do solo possa assumir valores muito próximos,
com a atração gravitacional sendo equilibrada pela
retenção da água nos poros capilares.
UMIDADE DE CAPACIDADE DE CAMPO (CC)

Se a diferença na energia da água ao longo do perfil for


pequena, o movimento se torna cada vez mais lento,
podendo tornar-se imperceptível de um dia para outro
em algumas situações.

A umidade na qual o movimento da água no perfil


torna-se muito lento, é denominada:

UMIDADE DE CAPACIDADE DE CAMPO


UMIDADE DE CAPACIDADE DE CAMPO (CC)
PONTO DE MURCHA PERMANENTE (PMP)

O termo “umidade de ponto de murcha permanente” é


usado para representar a umidade abaixo da qual, a taxa
de absorção de água pela planta não será suficiente para
suprir a demanda evapotranspirativa;

Em função desse descompasso entre a quantidade de


água absorvida e quantidade de água transpirada, a
planta sofrerá uma deficiência hídrica crescente, que
resultará em murcha e morte por secamento.
DISPONIBILIDADE TOTAL DE ÁGUA NO SOLO:
CONCEITO

A água disponível no solo para utilização pelas


plantas é aquela armazenada entre os graus de
umidade correspondentes à CAPACIDADE DE
CAMPO e ao PONTO DE MURCHAMENTO
PERMANENTE.

CAD = θcc - θpmp

CAD = (Ucc – Upmp) . d


DÉFICIT HÍDRICO TOLERÁVEL (Y)

Relação entre a diferença da


disponibilidade total de água no solo e o
conteúdo de umidade do solo no limite onde o
crescimento vegetativo é sensivelmente
prejudicado pela disponibilidade total de água
no solo. É geralmente expresso em
porcentagem.

Y = { [ (UCC – ULHI) . d ] / CAD } x 100


DÉFICIT HÍDRICO TOLERÁVEL (Y)

É a porção do conteúdo de água que deve ser


consumida, para que a espécie cultivada
permaneça em condições de umidade ótimas.

Déficit Y
Cultura
(%)
Banana 30
Cana 15
Laranja 35
IRRIGAÇÃO POR ESCOAMENTO SOBRE A
SUPERFÍCIE DO SOLO
Sistemas de Irrigação

• Irrigação por sulcos

• Irrigação por inundação  faixas


 tabuleiros
MÉTODO DE IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE

•  Utiliza a superfície do solo.


•  Distribuem a água na superfície por gravidade.
•  Nivelamento da superfície do solo.
•  Simplicidade operacional.
•  Baixo custo.
•  Independe da altura das plantas.
•  Exige de maior mão-de-obra.
•  Necessita de muitos parâmetros de campo para
projetos.
•  Não permite a fertirrigação.
•  Apresenta baixa eficiência de aplicação (em média
50%).
De que se trata?

Nos métodos de irrigação por escoamento sobre a


superfície, a água é trazida por canais ou tubos até a
parte mais alta da área de cultivo e daí é distribuída,
escoando diretamente sobre o solo.

Controlando o tempo durante o qual ocorre o


escoamento, podemos promover uma infiltração
adequada para umedecer o perfil do solo onde estão
as raízes das espécies cultivadas.

Os procedimentos de distribuição da água dispensam


o uso de tubulações dentro da área irrigada.
ÁREAS ADEQUADAS PARA IRRIGAÇÃO POR
ESCOAMENTO SOBRE A SUPERFÍCIE
MODALIDADES DE IRRIGAÇÃO POR ESCOAMENTO
SOBRE A SUPERFÍCIE DO SOLO

1) Método de irrigação por inundação


Inundação intermitente
Inundação contínua

2) Método de irrigação por sulcos

3) Método de irrigação por faixas


TRIGO IRRIGADO POR INUNDAÇÃO INTERMITENTE
INUNDAÇÃO INTERMITENTE EM FRUTEIRAS
IRRIGAÇÃO POR INUNDAÇÃO CONTÍNUA (ARROZ)
IRRIGAÇÃO POR SULCOS
RAZÃO DA DESUNIFORMIDADE NA APLICAÇÃO DA
LÂMINA DE IRRIGAÇÃO AO LONGO DO SULCO

Sulco
Canal de irrigação

Lâmina infiltrada Canal de drenagem

A água permanece muito mais tempo em


contato com o início do sulco que com a
parte final.
INUDAÇÃO EM TABULEIROS
OU BACIAS DE INUNDAÇÃO

É um método de irrigação que consiste na aplicação de


água a uma parcela da superfície do solo cercada por
diques (taipas). A água represada infiltra, umedecendo a
zona do perfil onde se encontram as raízes das plantas
cultivadas.

A parcela irrigada recebe o nome de “tabuleiro de


inundação” ou “quadra” e constitui uma unidade
independente no que se refere ao manejo da água.
TABULEIRO DE INUNDAÇÃO

Dique ou Taipa

Espelho d’água
TABULEIRO DE INUNDAÇÃO

TABULEIRO

ESTRADA
ESPÉCIES ADAPTADAS

A irrigação em tabuleiros de inundação pode ser utilizadas para


várias espécies. O arroz cresce muito bem em solos inundados e
por isso está associado a este método de irrigação mais que
qualquer outra cultura.

Há relatos na literatura de uso deste método com forrageiras


(trevo e alfafa), fruteiras (citrus, banana, ameixa), culturas
semeadas a lanço, como cereais (aveia, cevada) e culturas
cultivadas em linha, como feijão e milho.

A irrigação em tabuleiros não é indicada para espécies que


sofrem prejuízos quando o solo permanece saturado por períodos
longos, tais como batata, mandioca, beterraba e cenoura.
MANEJO DA INUNDAÇÃO

O tempo que a água permanece dentro do tabuleiro define


se o manejo é contínuo ou intermitente.

No manejo contínuo, típico da cultura do arroz, o espelho


d’água pode permanecer dentro do tabuleiro por todo o
ciclo da cultura, auxiliando no controle das plantas
espontâneas; dependendo da tradição local, pode haver
curtos períodos de drenagem. Próximo à colheita a água é
retirada.

No manejo intermitente, o espelho d’água é formado


rapidamente e permanece dentro do tabuleiro apenas
durante o tempo necessário para que a água umedeça o
perfil do solo até a profundidade em que se encontram as
raízes da espécie cultivada. Depois deste tempo a água é
retirada.
Manejo intermitente

Tabuleiro individual para


irrigação de fruteira
CARACTERÍSTICAS DOS TABULEIROS
DE INUNDAÇÃO

Os tabuleiros de inundação podem


apresentar formas e tamanhos diferentes em cada
região, conforme o costume local, a tecnologia de
produção adotada e se são construídos totalmente
planos ou com desnível em seu interior.

Geralmente apresentam forma alongada


numa direção, para melhorar o desempenho
operacional das máquinas de preparo do solo e
colheita.
TIPOS DE TABULEIROS

Tabuleiro em desnível
O campo é dividido em faixas de largura
variável por diques paralelos ou em contorno; a
água é fornecida através de comportas ou sifões
localizados em canais de irrigação situados
geralmente na parte mais alta do terreno.
Em algumas regiões é costume
desmanchar os diques durante o preparo do solo,
reconstruindo-os a cada safra. A forma e o tamanho
dos tabuleiros depende da declividade da área.
TABULEIROS EM DESNÍVEL
TABULEIROS EM DESNÍVEL

Tabuleiros em desnível
TABULEIROS EM DESNÍVEL

Tabuleiros em desnível
DIQUES EM CONTORNO

Tabuleiros em desnível no Rio Grande do Sul


DIQUES EM CONTORNO

Tabuleiros em desnível no RGS - erosão


IRRIGAÇÃO POR INUNDAÇÃO

Tabuleiros planos
São construídos em áreas que recebem um trabalho de
nivelamento para ficarem planas. Os diques que os
cercam são permanentes, ou seja, o tabuleiro não é
desmanchado por ocasião do preparo do solo.

Geralmente procura-se construí-los com forma


retangular alongada, para favorecer a eficiência
operacional das máquinas que tem que trabalhar em
seu interior.
IRRIGAÇÃO POR INUNDAÇÃO

Tabuleiros em relevo plano


Tabuleiros de Arroz
IRRIGAÇÃO POR INUNDAÇÃO

Tabuleiros planos em relevo acidentado


TAMANHO DOS TABULEIROS

A forma e o tamanho dos tabuleiros dependem da


declividade da área.
• Quanto maiores forem os tabuleiros, menor será
a área total de plantio perdida com a construção
de diques.
Para que a altura do espelho d’água formado seja
uniforme (lâmina de água de altura semelhante
em todos os pontos), o tabuleiro deve ter o menor
desnível possível entre pontos em seu interior.
MÉTODO DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

•  A água é aplicada em pequenas vazões sob a copa das


plantas, na região do sistema radicular.

•  Reduz a superfície do solo molhada.


•  Não folha as folhas.
•  Reduz plantas invasoras.
•  Alta eficiência de aplicação.
•  Fertirrigação.
•  Baixas pressões.
•  Alto custo implantação.
•  Sensível a entupimentos.
•  SISTEMAS  DE  IRRIGAÇÃO    

 gotejamento     Superficial  
        Subsuperficial  (enterrado)  

  microaspersão  
Gotejamento superficial

•  Bastante utilizado em
árvores frutíferas,
morango, tomate, café,
plasticultura,
paisagismo, ...

•  Indicado culturas
espaçadas ou de alto
valor.
•  Gotejamento em morango
•  Gotejamento em
linha dupla em
banana
Gotejamento em café
Gotejamento subsuperficial

•  Sistema totalmente enterrado.

•  Utilizado em cana-de-açúcar,
tomate, melão, gramados e
jardins.

•  Aplicação de água residuária.

•  Reduz perdas por evaporação


na superfície do solo.
•  Reduz   a   incidência   de  
plantas  invasoras.  

•  EsOmula   crescimento   do  
sistema  radicular.  

•  Alto  custo  de  instalação.  

•  Dificuldade  de  manutenção.  

•  Apresentas   problemas   com  


intrusão  radicular.  
Gotejamento em vasos
Tubos exudantes
Microaspersão

•  A   água   cobre   uma   pequena  


área   próxima   ou   abaixo   da  
copa  da  planta.  

•  B a s t a n t e   u O l i z a d a   e m  
paisagismo   e   campos   de  
golf.  

•  Menos   problemas   com  


entupimento.  
MÉTODO DE IRRIGAÇÃO POR SUBSUPERFÍCIE

•  Também chamado de subirrigação

•  Controle do lençol freático

•  Irrigação associada à drenagem

•  A ação capilar atrairá a água do solo para a zona


radicular.
Sistemas de Irrigação:

• Irrigação Convencional  portátil


 fixo - portátil
 fixo - permanente

• Mecanizado  lateral rolante


 pivô-central
 sistema lateral
 Montagem direta
 autopropelido
Convencional
Convencional Fixo permanente
Mecanizado: Lateral rolante

•  Culturas de porte baixo


•  Teve pouco uso no Brasil
Mecanizado: Pivô Central
•  Redução no custo por hectare em função do aumento
da área irrigada.

•  Caminhamento impulsionado por moto – redutores


instalados em cada torre.
•  Sistema mais utilizado na
região cerrado brasileiro.
•  Requer pouca mão-de-
obra.
Mecanizado: Sistema Linear

• Semelhante ao pivô central.


• Indicado para áreas retangulares.
• Utilizado para irrigação complementar.
Mecanizado: Montagem Direta

•  Aplicação de vinhaça

•  Composto por:
•  - canhão hidráulico
•  - bomba centrífuga
•  - sucção especial
•  - montados sobre
chassi de 4 rodas
geralmente tracionado
por um trator
Mecanizado: Autopropelido

•  Movimentado pela energia hidráulica


•  Composto por : canhão; mangueira de alta pressão (até
500m), cabo de aço ou carretel enrolador.
Cabo de aço
Carretel enrolador
MÉTODO DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO

•  A água é aplicada ao solo em forma de chuva por aspersores.

•  Pode ser usada em combate a geadas, aumentar a umidade relativa,


reduzir o aumento da temperatura e descarte de resíduos.

•  Dispensa o preparo do solo.

•  Permite bom controle da lâmina de irrigação.

•  Alto custo de implantação e gastos de funcionamento.

•  Favorece desenvolvimento de algumas doenças.

•  Imprópria para água com alto teor de sais.


IRRIGAÇÃO PRESSURIZADA
ASPERSÃO
ASPERSORES - CLASSIFICAÇÃO

1. Quanto ao funcionamento
• Fixos;
• Rotativos (impacto, reação, engrenagens);
2. Quanto ao ângulo de ação
• Circular completo : 360º;
• Setorial: ângulo de molhamento ajustável;
3. Quanto ao ângulo de inclinação
• Inclinação normal: entre 25 e 30º;
• Sub-copa: inclinação de 6º ;
4. Quanto ao número de bocais:
• 1, 2 ou 3 bocais (diâmetros: 2 a 30 mm);
5. Quanto à pressão de operação e alcance do jato
• Alta, média ou baixa pressão.
ASPERSORES - FUNCIONAMENTO

Fixos
•  Difusores

Rotativos
•  Rotativos por impacto
•  Rotativos por reação
•  Rotativos por engrenagens
•  Rotativos por outros mecanismos
ASPERSORES ROTATIVOS POR IMPACTO
ASPERSORES ROTATIVOS POR REAÇÃO

Aspersor rotativo com dois braços sobre base, ideal para


irrigar superfícies circulares, médias e pequenas. Bicos
reguláveis que otimizam a irrigação em função do tipo de
plantas a irrigar. Superfície máxima irrigada de 150 metros
quadrados ( 14 m de diâmetro ).
ASPERSORES ROTATIVOS POR ENGRENAGENS
ASPERSORES FIXOS (DIFUSORES)

Os aspersores fixos
(difusores) tem sido os tipos
preferidos para o
equipamento pivô central.
ASPERSOR FIXO: TABELA DE DESEMPENHO
ASPERSORES - CLASSIFICAÇÃO

A)  ASPERSORES DE PRESSÃO DE SERVIÇO MUITO


BAIXA:

4 mH2O < P < 10 mH2O e raio de alcance < 6 m

Rotativos por reação, alguns microaspersores e


alguns difusores. Usados para irrigação em jardins,
cultivo protegido (estufas) e pomares.

Podem ser abastecidos por reservatórios elevados


devido à baixa exigência de pressão.
ASPERSORES DE PRESSÃO
DE SERVIÇO MUITO BAIXA
PRESSÃO DE SERVIÇO MUITO BAIXA:
MICROASPERSORES
ASPERSORES - CLASSIFICAÇÃO

B) ASPERSORES DE PRESSÃO DE SERVIÇO BAIXA:

10 mH2O < P < 20 mH2O;

Raio de alcance entre 6 e 12 m

São em geral do tipo rotativo, movidos por impacto


do braço oscilante ou outros mecanismos. Podem ser
também do tipo fixo.

Usados principalmente para irrigação de hortaliças,


viveiros de mudas e sub-copa em fruticultura. Podem
ser instalados no final de adutoras por gravidade
(baixa necessidade de pressão).
ASPERSORES DE PRESSÃO DE SERVIÇO BAIXA

ASPERSOR SUB-COPA
ASPERSORES DE PRESSÃO DE SERVIÇO BAIXA
ASPERSORES - CLASSIFICAÇÃO

C) ASPERSORES DE PRESSÃO DE SERVIÇO MÉDIA:

20 mH2O < P < 40 mH2O;

Raio de alcance entre 12 e 36 m.

São os tipos mais usados nos projetos de irrigação por


aspersão portáteis ou semi-fixos e adaptam-se a quase
todos os tipos de cultura e de solo.

Em geral são rotativos por impacto ou por outros


mecanismos e apresentam dois bocais.
ASPERSORES DE PRESSÃO DE SERVIÇO MÉDIA
PRESSÃO DE SERVIÇO MÉDIA: EXEMPLO DE
CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS
ASPERSORES - CLASSIFICAÇÃO

D) PRESSÃO DE SERVIÇO ELEVADA (CANHÃO


HIDRÁULICO)

Os canhões de médio alcance trabalham com pressão


variando de 40 a 80 mH2O e tem raio de ação entre 30
e 60 m.

Os canhões de longo alcance trabalham com pressão


entre entre 50 e 100 mH2O e possuem raio de alcance
entre 40 e 80 m.

São usados para irrigação de forrageiras, cereais,


cana de açúcar e também em pomares e em sistemas
de montagem direta para aplicação de vinhaça e em
sistema em cana de açúcar e forrageiras.
CANHÃO HIDRÁULICO
SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO

Sistemas convencionais
Sistemas moto-mecanizados

ASPERSÃO - SISTEMAS CONVENCIONAIS

Os sistemas convencionais podem ser


apresentados em diferentes tipos. De forma geral,
são constituídos pelas linhas: principal,
secundárias e laterais.

A mobilidade dessas linhas define os


diferentes tipos de sistemas.
SISTEMA PORTÁTIL

• Todas as linhas e componentes deslocam-se na área


irrigada;

• A superfície é dividida em parcelas, irrigadas uma de


cada vez;

• O sistema é desmontado após a irrigação de uma


parcela;

•  As tubulações, conexões e acessórios são leves,


facilitando o deslocamento manual.

• Menor custo inicial e maior custo operacional.


SISTEMA PORTÁTIL
SISTEMA PORTÁTIL
SISTEMA SEMI-PORTÁTIL (OU SEMI-FIXO)

As linhas principais e secundárias


permanecem fixas e as linhas laterais se
deslocam nas diferentes posições da área
irrigada.

As linhas principal e secundárias


podem ou não ser enterradas.

Como no sistema portátil, as


tubulações, conexões e acessórios são
leves, facilitando o deslocamento manual.
SISTEMA SEMI-PORTÁTIL (OU SEMI-FIXO)
SISTEMA SEMI-PORTÁTIL (OU SEMI-FIXO)
SISTEMA FIXO PERMANENTE

Todas as tubulações do sistema na área


irrigada são enterradas e apenas os registro e
as hastes dos aspersores afloram à superfície
do terreno.

Este sistema apresenta alto custo de aquisição


e justifica-se para irrigação de áreas pequenas,
culturas de elevada valor econômico e mão-de-
obra escassa ou cara.

São utilizados para irrigação de gramados e


jardins (neste caso, os aspersores podem ser
escamotáveis).
SISTEMA FIXO PERMANENTE
SISTEMA FIXO
PERMANENTE
Exercício

Distribuição da linha lateral e dos


aspersores
HIDRÁULICA DE ASPERSORES ROTATIVOS

1) Vazão dos aspersores rotativos

q é a vazão do bocal do aspersor (m3/s);


Cd é o coeficiente de descarga, que para os
bocais deve estar entre 0,95 e 0,96;
S é a área da seção transversal do bocal (m2);
g é a aceleração da gravidade (m/s2);
h é a pressão da água no interior do bocal (mH2O).
HIDRÁULICA DE ASPERSORES ROTATIVOS

h
S

A altura h corresponde à pressão de trabalho


recomendada pelo fabricante, para operação
adequada do aspersor.
HIDRÁULICA DE ASPERSORES ROTATIVOS

2) Alcance do jato em
aspersores rotativos quando o
bocal faz um ângulo de 30°
com o plano horizontal:
r é o raio de alcance do jato
(m); Exemplo:
d é o diâmetro do bocal do d = 7 mm
aspersor (mm);
h = 35 mH2O
h é a pressão da água no
interior do bocal (mH2O). r = 21,13 m
HIDRÁULICA DE ASPERSORES ROTATIVOS

3) Índice de pulverização do jato em aspersores


rotativos (Ip):

Ip = d/h

O índice Ip é um indicativo do tamanho das


gotas formadas pelo aspersor.

h é a pressão da água no interior do bocal


(mH2O);
d é o diâmetro do bocal do aspersor (mm).
HIDRÁULICA DE ASPERSORES ROTATIVOS

Tipo de gota Ip

Gotas finas < 0,3

Gotas médias 0,3 a 0,5

Gotas grossas > 0,5


CARACTERÍSTICAS DE
FUNCIONAMENTO DOS ASPERSORES

Diagrama pluviométrico e avaliação


da distribuição
DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO

O que é?

O diagrama pluviométrico de um aspersor


mostra o modo como o equipamento distribui a
precipitação na superfície molhada ao seu
redor.
DETERMINAÇÃO DO DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO
A CAMPO
Coletores (pluviômetros)
são distribuídos em todo o
entorno dos aspersores
para medir a precipitação
produzida.
DETERMINAÇÃO DO DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO

ASPERSOR PLUVIÔMETROS
DETERMINAÇÃO DO DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO
A CAMPO

Nos equipamento móveis como o pivô


central, os pluviômetros podem ser
colocados em linha.
DETERMINAÇÃO DO DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO

O Número de pluviômetros a empregar varia conforme


o rigor pretendido no teste e o alcance do raio de
molhamento do aspersor.

Em geral é feita uma malha quadrada, com


espaçamento desde 1m x 1m (um para cada m2) até 3
m x 3m (9m2), ou então entre 40 e 160 pluviômetros
por aspersor.

A FORMA DO DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO AUXILIA NA


R E C O M E N D A Ç Ã O D O E S PA Ç A M E N T O E S T R E
ASPERSORES PARA PERMITIR A SOBREPOSIÇÃO DAS
ÁREAS MOLHADAS.
DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO

Diagrama pluviométrico em
vista superior, obtido em
condições de ventos
fracos (4,1 km/h).
DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO

Diagrama pluviométrico
em vista superior, obtido
em condições de ventos
fortes (17,1 km/h).
DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO
(VISTA LATERAL)

A forma da distribuição definirá o diagrama


pluviométrico do aparelho (curva pluviométrica).

Posição do aspersor
Intensidade
de
precipitação
i (mm)

0
Distância do aspersor (m)
DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO

A intensidade de precipitação i, em qualquer


ponto será função apenas da distância x do
ponto considerado até o aspersor, se:

• Não houver vento;

•  A velocidade de rotação for rigorosamente


uniforme.
DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO

O diagrama pluviométrico depende de fatores externos:

• vento;

E de fatores do próprio equipamento:

• diâmetro do bocal;

• pressão de funcionamento;

• velocidade de rotação.

O diagrama deve ser obtido em zona sem vento ou em área


protegida deste, passando portanto a depender apenas dos
fatores do próprio equipamento.
FORMAS DO DIAGRAMA PLUVIOMÉTRICO EM
FUNÇÃO DA PRESSÃO DA ÁGUA

Pressão muito baixa

Pressão normal

Pressão muito alta


SOBREPOSIÇÃO DE ÁREAS MOLHADAS

A sobreposição das áreas molhadas garante melhor


distribuição da precipitação.

ESPAÇAMENTO RECOMENDADO ENTRE ASPERSORES


EFEITO DA SOBREPOSIÇÃO NA UMIDADE DO
SOLO
SOBREPOSIÇÃO DE ÁREAS MOLHADAS

Para garantir a uniformidade de distribuição de


água, é necessário adotar um espaçamento
adequado entre os aspersores no campo.
FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO DOS ASPERSORES NO
CAMPO

AQUI USOU-SE
ASPERSORES SETORIAIS
INTENSIDADE DE PRECIPITAÇÃO

S1

S2

A intensidade de precipitação é obtida dividindo-se a


vazão do aspersor pela área molhada.
Área molhada = Espaçamento entre aspersores (S1)
x espaçamento entre posições na canalização (S2).
TESTE DE PRECIPITAÇÃO DE UM ASPERSOR

No quadro da página seguinte apresentamos os resultados


de um teste de precipitação de um aspersor. Os dados são
volumes (cm3) coletados em pluviômetros espaçados de 3m
em 3m. Outras informações:

• Duração do teste = 120 minutos;


• Aspersor = modelo PX;
• Pressão de serviço = 30 mH2O
• Altura do aspersor = 1,50 m;
• Vazão do aspersor = 1,2 l/s;
• Velocidade de rotação = 1,5 rpm.
18 m 18 m#
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 14 21 26 21 27 14 4 0 0 0 0
0 0 0 21 29 27 33 21 27 27 17 5 0 0
0 0 15 29 33 49 61 33 49 30 26 15 0 0 15 m
0 1 28 30 48 60 75 74 57 45 27 23 4 0
0 4 30 31 55 71 66 68 64 48 31 24 7 0
0 6 31 30 54 62 65 63 60 49 31 24 11 0
0 2 27 28 47 55 62 63 57 44 24 30 8 0
0 0 21 28 32 46 52 53 44 32 26 26 0 0
0 0 5 23 26 28 32 33 28 26 26 7 0 0 18 m

0 0 0 8 22 21 26 26 28 23 6 0 0 0
0 0 0 0 3 8 16 15 12 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
TESTE DE PRECIPITAÇÃO:
SIMULAÇÃO DE DOIS ASPERSORES

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
27 14 4 0 0 0 0 0 0 0 14 21 26 21
21 27 27 17 5 0 0 0 0 0 21 29 27 33
33 49 30 26 15 0 0 0 0 15 29 33 49 61
74 57 45 27 23 4 0 0 1 28 30 48 60 75
68 64 48 31 24 7 0 0 4 30 31 55 71 66

ESPAÇAMENTO = 42 M
TESTE DE PRECIPITAÇÃO:
SIMULAÇÃO DE DOIS ASPERSORES

21 27 14 4 14 21 26

21 27 27 17 5 + 21 29 27 33
26
33 49 30 26+15 15+29 33 49 61
41 44
74 57 45+ 1 27+28 23+30 4 + 48 60 75
46 55 53 52
68 64 48+ 4 31+30 24+31 7 + 55 71 66
52 61 55 62
24 m
TESTE DE PRECIPITAÇÃO:
SIMULAÇÃO DE QUATRO ASPERSORES
63 60 55 62 54 65 62 65
63 57 46 51 58 55 55 62
53 44 32 47 54 32 46 52
54 55 40 35 30 40 49 58
47 55 50 23 34 51 48 59
48 61 30 41 44 36 57 77
74 57 46 55 53 52 60 75
68 64 52 61 55 62 71 66

24 m
COEFICIENTES DE UNIFORMIDADE

Os coeficientes de uniformidade traduzem a maior ou


menor regularidade da distribuição de água na superfície
útil correspondente a cada emissor, tendo já em conta as
sobreposições entre as áreas molhadas.

Devemos encontrar a melhor distância entre emissores


consecutivos, tendo em vista coeficientes de
uniformidade aceitáveis.

Enquanto o diagrama pluviométrico caracteriza o


aspersor, os coeficientes de uniformidade caracterizam a
instalação.
COEFICIENTE DE UNIFORMIDADE DE
CHRISTIANSEN

CUC é o coeficiente de uniformidade de Christiansen;

é o módulo do somatório dos desvios dos valores coletados nos


pluviômetros em relação à lâmina média;
é a lâmina média observada nos pluviômetros;
n é o número de observações feitas a campo.
COEFICIENTE DE UNIFORMIDADE DE
CHRISTIANSEN

Exemplo:
Número de observações feitas a campo (n): 64
Lâmina média observada nos pluviômetros:
= 52,9 cm3

= 564,937

n. = 3386

C.U.C. = 83,31% (recomenda-se que seja > 80%)


HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

Canalizações porta emissores são


aquelas em estão inseridos os aspersores,
gotejadores ou microaspersores.

h1, q1 h2, q2 h3, q3 h4, q4

Se a pressão da água nos pontos 1, 2, 3 e 4 da


canalização for diferente, as vazões nos aspersores
também serão diferentes.
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

Fazendo
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

Exemplo: Um fabricante informa que para a pressão


de trabalho de 30 mH2O, a vazão de um aspersor
será de 5 m3/h.
h1 = 30 mH2O e q1 = 5 m3/h
Para uma variação admissível de apenas
10% na vazão, de quanto poderá ser a variação de
pressão na canalização?

q4 = 4,5 m3/h ⇒ ⇒ h4 = 24,3 mH2O


HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

30 – 24,3 = 5,7 mH2O


5,7/30 = 0,19
A variação de pressão foi de aproximadamente 20%.

CONCLUSÃO:
A variação de 20% na pressão de trabalho entre
aspersores situados ocasionou uma variação de vazão
em torno de 10%.
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

Problema: Como selecionar o


diâmetro correto de uma
canalização para que a perda de
energia entre o primeiro e o
último aspersor não ultrapasse
20% da pressão de trabalho
recomendada pelo fabricante? j é a perda de energia, em mH2O
por m linear de canalização;
Na solução vamos
utilizar a equação de Hazen D é o diâmetro da canalização. Em
Willians para estimar a perda de m;
energia em canalizações. Q é a vazão escoada, em m3/s;
C é o coeficiente de rugosidade
da canalização.
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

h1, q1 h2, q2 h3, q3 h4, q4

6m 12 m 12 m 12 m
Comprimento total = 42 m

Vamos escolher o diâmetro da canalização que vai atender


os quatro aspersores mostrados acima, de modo que se o
primeiro estiver sob pressão h = 30 mH2O, no último atue
pressão h ≥ 24,3 mH2O. Ou seja, a variação de pressão não
pode ultrapassar 5,7 mH2O.
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

Os dados para uso da equação de Hazen


Willians são os seguintes:

• Vazão Q = 5 m3/h x 4 aspersores = 20 m3/h


= 5,55 x 10-3 m3/s;
• Coeficiente de rugosidade C = 130 (p.v.c.)
• Diâmetros comerciais testados = 0,05 e 0,075m;
• Comprimento da canalização = 42m.
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

OBS.: Esta perda de energia calculada ocorreria somente se a


vazão fosse constante nos 42 metros da canalização. No caso
de canalizações porta-emissores, a vazão vai sendo reduzida
em cada emissor.
A perda de energia real vai ser menor que os valores
encontrados.
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

Para encontrar os valores reais de


perda de energia, há dois procedimentos
possíveis:

• Calcular a perda de energia em cada segmento


de canalização, computando a vazão que
realmente escoa ali;

• Usar um coeficiente de correção que considera a


redução na perda de energia decorrente da
redução na vazão.
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES (tabela para S/2)

Número de Fator de Número de Fator de Número de Fator de


emissores correção emissores correção emissores correção

1 1 7 0,381 13 0,366

2 0,519 8 0,377 14 0,365

3 0,442 9 0,374 15 0,364

4 0,412 10 0,371 16 0,363

5 0,397 11 0,369 18 0,361

6 0,387 12 0,367 20 0,360


HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA EMISSORES

Então, a perda de energia real para quatro aspersores,


considerando o coeficiente de correção F = 0,486, será:

7,83 x 0,412 = 3,23 mH2O

1,09 x 0,412 = 0,45 mH2O

RECORDANDO: PERDA ADMISSÍVEL = 5,7 mH2O


O DIÂMETRO ESCOLHIDO É 0,05m (50mm)
HIDRÁULICA DE CANALIZAÇÕES PORTA
EMISSORES

Observação:

Para que a variação máxima de pressão ao longo da


linha porta-emissores não ultrapasse 20% da pressão
de trabalho recomendada pelo fabricante, além de
escolher corretamente o diâmetro da canalização,
devemos instalar a canalização em nível.

Se houver aclive ou declive no terreno, a pressão será


afetada e portanto a diferença de nível deve ser medida
e computada no cálculo.
FIM

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