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Barroco

- Características:
O Barroco importou a grande maioria de suas características da Europa, em particular de Portugal e
Espanha.
- culto exagerado da forma, com poesias repletas de metáforas, antíteses, hipérbole e a alegoria.
- linguagem rebuscada, extravagante
- conflitos entre alguns opostos (céu, homem e Deus, bom e mau, pecado e perdão, etc.)
- dividido em duas tendências:
* cultismo, conhecido por jogos de palavras, linguagem extremamete culta e extravagante.
* conceptismo, conhecido pelo jogo de idéias e conceitos, modo racional e lógico

- Principais Autores:
Houve para este movimento dois autores: Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira, ambos com vidas
parte no Brasil e parte na Europa, como está abaixo:

Padre Antônio Vieira

Vieira nasceu em Lisboa, em 1608. Alguns autores alegam que seu sangue era de origem negra ou
hebraica. Vem para o Brasil com sete anos de idade, e, em 1623 afilia-se para a Companhia de Jesus.
Com a restauração portuguesa em 1640, volta à Portugal, e trava amizade com o rei Dom João IV. Lá foi
nomeado preceptor do príncipe Teodósio, e foi embaixador em Paris, Holanda e Roma. Morre em 1697
na Bahia.
Sua obra conta de profecias, cartas e sermões. No primeiro, revela intenso nacionalismo quando
demonstra Portugal como sendo o futuro Quinto Império do mundo. Escreveu também cerca de
quinhentas cartas que são de grande importância histórica, ao constatar a relação Portugal/Holanda da
época, assim como a situação da colônia.
Sua obra atinje sua maior amplitude por seus sermões. São quase duzentos, todos de estilo
conceptista. Ficou famoso por ser polêmico, criticando o cultismo, e, às vezes, até a Igreja.
Seu vocabuário é vasto e rico, e seu conhecimento geral não menos surpreendente. Tinha também
brilhante imaginação, memória, e voz, o que lhe fez ainda mais grandioso orador.

Gregório de Matos

Nasceu na Bahia, no dia 20 de dezembro de 1633, João de Matos Guerra, depois mudando seu nome
para Gregório de Matos Guerra. Foi o primeiro poeta brasileiro. Após estudar no colégio dos jesuítas,
gradua-se em Direito na faculdade de Coimbra. Suas sátiras expulsaram-no de Portugal, e mais tarde até
do Brasil; foi para a Angola. Foi permitido sua volta quando já estava muito doente, e morreu logo depois
em janeiro de 1696.
Gregório de Matos foi conhecido em seu tempo como "Boca do Inferno, graças à suas sátiras, que foi
o que tornou-o mais popular. Apesar disso, escreveu em ambos os estilos barrocos: cultismo e
conceptismo. No cultismo, apresentou todas as suas características, como jogo de palavras, uso excessivo
de figuras de linguagem, e vocabulário extravagante. No conceptismo, criticou o brasileiro, o português,
o clero, e os costumes baianos.
Vale destacar que nenhuma de suas obras foram publicadas em sua época. Seus manuscritos de
poesias foram conservados e publicados em pleno movimento modernista, em seis volumes, de 1923 à
1933. Dizem que a imprensa nunca se deu bem com o autor, o que pode ser a razão para que não visse
nenhum de suas obras publicadas.

- Principais Obras:
1601- Prosopopéia, de Bento Teixeira.
Esta foi a obra que propagou o estilo Barroco no Brasil. Além disso, tem pouca importância literária,
pois Bento Teixeira nunca foi muito bem aceito pela crítica.
1623- I- Sacras, de Gregório de Matos.
Primeiro da série de livros publicados pela Academia de Letras deste autor. Esta série compreende
quase todas as obras encontradas de Gregório de Matos.
1623- II- Líricas, de Gregório de Matos.
1630- III- Graciosas, de Gregório de Matos.
1630- IV- Satíricas, de Gregório de Matos.
Este é o estilo no qual Gregório de Matos revelou maior talento: o estilo satírico. Cabe a ele, portanto,
dois dos volumes da coleção lançada no começo deste século.
1630- V- Satíricas, de Gregório de Matos.
1633- VI- Últimas, de Gregório de Matos.

Perceba que não foi publicada a nenhuma obra do Padre Antônio Vieira. Isto deve-se pelo fato de
que ele não escreveu romances, poesias, ou contos, mas pregou sermões e escreveu cartas principalmente.
Os principais destes sermões estão listados abaixo:

1655- Sermão de Sexagésima


Conhecido também como a palavra de Deus, este foi um sermão polêmico. Pregado na Capela Real de
Lisboa, este sermão resume a arte de pregar. Fez críticas diretas as gongórios dominicanos, adversários
católicos, acusando-os de não frutificar a palavra de Deus.
1640- Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda
Foi pregado na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, na Bahia. O padre alega neste sermão o mal que os
holandeses poderiam fazer na Bahia e no Brasil, com todos os seus horrores e depredações. Segundo o
pregador, os holandeses não fariam distinção de idade, sexo, ou condição.

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