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Candidatura do Bloco de Esquerda às Autárquicas de

Carrazeda de Ansiães

Bases para um programa de acção

2009-2013
É hora!...
É hora de recolher ânimo e ensinamentos na história. Da importância
estratégica de Ansiães na aurora da nacionalidade, destacamos a lealdade e a
disponibilidade total. Atente-se às lições, tão actuais, de administração do país
dadas por D. Afonso Henriques, que reconhece a necessidade de coesão
nacional e desenvolvimento uniforme com a concessão de diversos privilégios
consignados na outorga de foral, que viriam a ser confirmados com as visitas
de D. Afonso IV (1343) e D. Dinis às terras da fiel Ansiães.
Se os exemplos “tem efeitos mais duráveis que qualquer ensino por mais
excelente que seja, dêem-se exemplos. Nas grandes crises da identidade
nacional de 1383/85, quando os senhores da terra escolheram o apoio
interesseiro a Castela, o rei D. João I doaria para sempre o concelho aos seus
“homeens boons”; ou em 1580, quando, no norte do país, a grande maioria dos
ventos sopravam pela integração em Espanha e os moradores da vila se
mantiveram resistentes em aceitar o jugo da dependência filipina; ou os
exemplos de D. Lopo Vaz de Sampaio, Frei Gonçalo Morais, João Pinto de
Morais, João José de Freitas que arrostando com coragem e sacrifício contra a
adversidade souberam “libertar-se da lei da morte” e deram razões de orgulho
aos carrazedenses e que nunca celebramos.
É hora de mostrar coragem e agir contra a adversidade exposta na dívida
municipal e no despovoamento e saída dos jovens. De pôr a questão social em
primeiro plano e de ter um novo olhar para a população envelhecida, e as
minorias culturais, como sejam os imigrantes e ciganos.
É hora de fazer ouvir a nossa voz e juntá-la a outras de forma a tornar-se
mais forte e assim mais ouvida na distribuição de investimentos da
administração central para reclamar uma descriminação positiva para uma
região que contribui com a electricidade do Douro e o vinho do Porto, duas das
principais riquezas nacionais.
É hora de saber contar com todos e sobretudo lutar contra o caciquismo e o
conjunto de interesses mesquinhos instalados. A opção de serem sempre os
mesmos a acumular cargos e neles se perpetuar, origina a acomodação, a falta
de iniciativa, cria o desânimo nos outros pela falta de oportunidade, desacredita
as instituições e aumenta o abuso do poder e a utilização em proveito próprio,
ou dos seus, de bens comuns. O desprezo e marginalização de muitos criam
ódios inúteis, afasta energias válidas, obrigando-os a procurarem outros locais
para se poderem realizar. O cacique, enquanto sinónimo daquele que dispõe
de todas as influências para se conseguir o emprego ou o favor, na forma de
benesse ou subsídio pretendido, é o pior mal do nosso concelho, pois promove
a subalternidade, a corrupção, o clientelismo e como arrastamento perpetua o
analfabetismo, a injustiça e o subdesenvolvimento. Sem eliminarmos as
metáforas do chapéu na mão para o pedido do “arranje-me lá o lugar ao
afilhado!”, “veja lá Sr. Doutor!”, “eu sou do seu partido!”; de necessitar de andar
com a “bandeirinha” na campanha eleitoral para arranjar emprego, não
trilharemos caminhos de progresso.
É hora de potenciar o património local e atrair investimento e fixar
pessoas. Estamos entalados com dois vales dos mais belos belíssimos do
país, os vales do Douro e do Tua, com potencialidades ímpares de
desenvolvimento turístico. São múltiplos os factores de atracção. Os dois
cursos de águas convidam à criação de praias fluviais (não há nenhuma no
concelho!) e ao desenvolvimento de desportos aquáticos. As aldeias e as
quintas mantêm traços de ruralidade e encanto propícios à atracção de turismo
de qualidade.
A rusticidade expressa na habitação, nos trabalhos do campo, na gastronomia
e na vida da aldeia potencia o turismo rural de habitação, que aqui tem um
campo enorme de expansão. Roteiros de passeios pedestres e outros
devidamente elaborados de visita aos diversos patrimónios paisagísticos e
monumentais seriam outras propostas para atrair visitantes; as estradas de
inspiração romana são campo a explorar. A paisagem agreste convida ainda
aos desportos radicais como o montanhismo, a escalada, entre outros.
A elevação do Alto Douro a Património Mundial pela UNESCO deve ser a guia
do desenvolvimento turístico de toda a região pela notoriedade adquirida, pelo
conjunto de verbas que permite obter dos fundos estruturais da Comunidade
Europeia, complementado pela recente criação da região de turismo do Douro
que poderia unir toda a região com esse traço comum, o Alto Douro, de modo a
criar e desenvolver programas turísticos comuns.
É hora de olhar definitivamente para as termas do S. Lourenço e vê-las
como um importante vector de desenvolvimento turístico do concelho.
É hora de promover os produtos agrícolas. O vinho, a maçã e o azeite são
os principais produtos que identificam o concelho e por eles têm passado
muitos dos investimentos agrícolas que têm proporcionado mais-valias e
criação de emprego. A sua divulgação e qualificação está muito abaixo do que
seria possível, basta olhar-se para os concelhos vizinhos, como é o caso do
azeite de Vila Flor e Mirandela, as frutas da Vilariça, a cereja de Alfândega, as
castanhas de Macedo e Bragança, as amêndoas de Moncorvo, os enchidos de
Vinhais…
Há ainda outros produtos a promover e a qualificar como são e a laranja na
terra quente e as potencialidades da agricultura de montanha que estão
novamente a ser equacionadas por terem possibilidade de se tornarem
rentáveis e é de considerar a proposta de culturas alternativas propiciadoras de
sucesso, que poderão criar postos de trabalho e fixar pessoas, como são: a
castanha, a amora silvestre, a framboesa, a cereja, o figo e os cogumelos
silvestres.
Temos ainda a pesca e a caça que poderiam ser importantes receptores de
dinheiros para a região e um factor importante no desenvolvimento económico.
A aposta na florestação tem também sido continuamente adiada devido a
constrangimentos vários que se prendem com falta de ordenamento e espírito
associativo, sobra, pois, a possibilidade de rentabilizar verdadeiras explorações
de pinheiros, sobreiros, castanheiro bravo, carvalhos…

É hora de olhar o planalto e descer à ribeira! E ter um pensamento para o


concelho, identificar as suas potencialidades, promover a discussão e o
confronto de ideias, criar um projecto e depois decidir, buscar apoios, apontar
caminhos, promover produtos, recuperar e valorizar patrimónios monumentais
e ambientais.
Diagnóstico
O diagnóstico da situação socioeconómica no Douro e Alto Trás-os-
Montes é preocupante: “condições naturais adversas, de difícil acessibilidade,
com tecidos económicos e sociais frágeis, e uma ocupação dos solos
dominada por manchas florestais em grande parte mal ordenadas, degradadas
e recorrentemente afectadas por incêndios florestais”.
O despovoamento cresce a um, ritmo implacável, podendo registar-se até 2020
uma redução de cerca de 20% de uma população que se situa actualmente em
445 mil habitantes (o desejável seria não descer muito abaixo dos 430 mil
habitantes, isto é pouco mais de 3%).
A riqueza produzida é 2,7% do PIB nacional (devia ser o dobro). O emprego no
sector primário (agricultura) tem ainda um peso entre três e quatro vezes a
média do País.
A economia do Douro e Trás-os-Montes tem uma grande dependência dos
serviços colectivos (escolas, equipamentos de saúde e segurança social) e da
Administração, (leia-se funcionalismo público e autárquico).
Esta é a descrição catastrófica do Programa Nacional da Política e do
Ordenamento do Território (http://www.territorioportugal.pt) encomendado pelo
governo.
Os cenários de desenvolvimento apontam para que a agricultura, a silvicultura
e a pecuária que vão manter um peso decisivo na estrutura económica da
região. Para além destes, as apostas centrais de desenvolvimento terão de
focalizar-se no turismo e na dinamização desencadeada por esta actividade
nos restantes serviços. Os nichos turísticos a potenciar serão: patrimónios
mundiais (Douro Vinhateiro e Arte Rupestre em Foz Côa), rio Douro, quintas,
solares, paisagens, identidade cultural das aldeias e pequenas cidades,
termalismo e produtos de qualidade.
Uma das grandes opções passa por organizar uma “rede de excelência” de
espaços rurais de molde a certificar bons e genuínos produtos locais, se
possível com denominação de origem que ofereçam ainda qualidade de
ambiente e património, Uma outra passa por ordenar as zonas protegidas e
potenciá-las para o desenvolvimento.
A concretização das medidas deverá ser feita através de planos sectoriais,
especiais, regionais, intermunicipais e municipais.
No concelho de Carrazeda o diagnóstico é muito mais desolador.
Identificámos problemas e constrangimentos:

1. Falta de uma planificação para um desenvolvimento sustentado tendo em


conta as nossas potencialidades e integração no novo plano rodoviário
com a construção do IC5.
2. Pouca capacidade empreendedora dos residentes, pois não se
aproveitam todas as energias e porque os serviços municipais não têm
estruturas de apoio a jovens, empresas e idosos.
3. Mau entendimento da gestão da água, dos concursos públicos, da
distribuição de empregos e promoções que gera desconfianças várias.
4. Obras pouco clarificadas e por isso sem serem compreendidas pelas
populações, agravadas pela construção de equipamentos públicos sem
um critério perfeitamente definido para o usufruto das populações.
5. Falta de infra-estruturas básicas: ruas não pavimentadas, um pavilhão
gimnodesportivo, um campo relvado, um balneário digno nas termas de S.
Lourenço…
6. Pouca sensibilidade aos problemas sociais: apoio à terceira idade, as
realidades de minorias étnicas eternamente adiadas que criam exclusão.
7. Falta de participação da população na gestão camarária e mau
aproveitamento das novas tecnologias de informação e comunicação para
estabelecer interactividade com os cidadãos e promover o concelho.
8. Uma dívida municipal, que é difícil de explicar, exige uma clarificação e
tomadas de medidas para a ultrapassar.
9. Aldeias em rápido declínio e decréscimo da população jovem e aumento
da percentagem de idosos.
10. Deficiente promoção do concelho e valências pouco aproveitadas:
património rural, arqueológico, monumental e ambiental.
11. Dinamização cultural pouco imaginativa, centralista, sem uma perspectiva
de participação organizativa dos diversos actores e protagonistas do
concelho e ausência de uma política cultural local para formar públicos.
12. Ausência de uma política desportiva vocacionada para o usufruto das
pessoas, a afirmação da identidade, a ocupação dos tempos livres…
Uma herança pesada: Quem nos colocou em dívidas
não nos tira delas
A 29 de Fevereiro de 2008, fomos informados em DR que a Câmara Municipal
ultrapassou em mais de meio milhão de euros o limite de endividamento líquido
em 2006. Face a esta violação, foi aplicada a redução de 10% da respectiva
transferência do Fundo de Equilíbrio Financeiro prevista na lei.
Em Agosto do mesmo ano procedeu-se à reapreciação do endividamento
municipal. Nada de novo, o município mantém o excesso de endividamento e a
Administração Central continua a deduzir 10% do Fundo de Equilíbrio
Financeiro. Acrescente-se que Carrazeda de Ansiães foi o Municipio cuja
variação do excesso de endividamento líquido registou maior crescimento,
375,5%, uma verdadeira explosão.
Divida a quem?
Aos bancos, actualmente a divida do Municipio à banca ronda os sete milhões
de euros. A terceiros, no valor de quatro milhões de euros.
Quem paga?
Tu, eu e os que estão por vir. Penalização dos munícipes que não viram
satisfeitas muitas das necessidades que são da responsabilidade do Municipio.
Houve um aumento da despesa sem melhorias significativas no nível de vida
dos munícipes.
E agora?
O Municipio de Carrazeda de Ansiães não pode fazer do endividamento uma
fonte de receita sustentável no médio e longo prazo. O esforço de contenção
da despesa terá que ser significativo, tem que haver um compromisso com os
Carrazedenses de que é necessário gastar menos e melhor do que o que tem
sido feito até hoje. Há que renegociar e tomar medidas urgentes de forma a
ultrapassar o endividamento. A aposta no desenvolvimento criará novas
dinâmicas que ajudarão a ultrapassar o problema.
A candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Carrazeda de
Ansiães assume esse compromisso, um compromisso pelo trabalho, pelo rigor
e pela transparência!
A essência da democracia não é sermos eternamente penalizados pelos erros
dos outros, a essência da democracia é a participação activa de todos os
cidadãos nos assuntos da sua comunidade.
Bases programáticas da candidatura do BLOCO
Com base no diagnóstico realizado, porque é HORA…a candidatura do
BLOCO propõe quatro linhas de acção:

i - Uma Carrazeda para todos:


Os eleitos pela candidatura do Bloco comprometem-se a ter uma ideia bem
definida de desenvolvimento assente nas particularidades e potencialidades do
concelho para planificar, saber contar com todos, incentivar o mérito, executar
uma gestão rigorosa e traçar como objectivo central uma Carrazeda solidária.
Estabelecer um ciclo plurianual de planeamento, orçamentação e
avaliação da actividade camarária, com divulgação e participação
públicas.
Reestruturar os serviços municipais de modo a servir as populações
e as suas dinâmicas económicas e sociais com serviços de dinamização
cultural, do turismo e da promoção do concelho; serviços de apoio à
acção social, às micro e pequenas empresas que incluam um
departamento de apoio à terceira idade e um outro aos jovens; serviços
de planificação de obras e de reabilitação paisagística; serviços
administrativos.
Implementar uma política transparente de admissão de pessoal e de
promoção das carreiras.
Credibilizar as instituições municipais, incentivando o mérito, ser
rigoroso na utilização dos bens da autarquia e promover uma verdadeira
rentabilização dos equipamentos.
Criar uma equipa oficinal domiciliária em colaboração com as juntas
de freguesia para resolver pequenos problemas em casa dos mais
idosos e desfavorecidos. Uma equipa sempre pronta a atender
pequenas solicitações dos carenciados.
Implementar uma linha de emergência municipal para pessoas sós e
carenciadas.
Estimular a participação cívica apoiando bancos de voluntariado
assente em instituições locais, nos reformados e outros disponíveis para
acudir às necessidades de carenciados
Apelar à participação de todos os actores de desenvolvimento,
estabelecer protocolos de colaboração com escolas, associações e
empresas:
 Contratualizar com a Misericórdia local uma unidade de
cuidados continuados.
 Estabelecer protocolos com as empresas e associações
empresariais para divulgação de produtos e serviços
locais: maçã, vinho, azeite e outros.
 Promover o consumo e o gosto pelos produtos locais
através de programas pedagógicos a contratualizar com as
escolas
Incentivar o fornecimento de serviços e adjudicações de obras a
empresas do concelho.
Estudar o contrato com as Águas de Carrazeda de modo a clarificar
o negócio e iniciar rapidamente medidas para o retorno à gestão
pública deste bem essencial.
Examinar a possibilidade da baixa do IRS aos munícipes, o IMI, as
taxas de água e saneamento.
Na área da Acção Social é imperativo acabar com os focos de
pobreza, salubridade e exclusão social, concretamente a resolução
do problema dos ciganos e estar atento às novas imigrações para uma
integração plena.
o Não devamos mais permitir que a comunidade cigana
carrazedense viva nas condições actuais de miséria, para isso é
necessário aproveitar melhor as políticas sociais; trabalhar com a
comunidade para uma integração; estabelecer uma mediação;
promover e apoiar projectos de escola inclusiva.
ii - Carrazeda uma vila global
Os eleitos pela candidatura do Bloco propõem-se pensar o concelho como um
todo integrado nas mais diversas valências. Para além da criação dos serviços
há que mobilizar as populações e mostrar-lhe a utilidade dos investimentos.

Abandonar o amadorismo da promoção do concelho e contratualizar


de forma profissional a sua promoção - as suas riquezas naturais e
produções. Os principais objectivos seriam o de chamar potenciais
investimentos, turistas, moradores…
Implementar medidas concretas de fixação da população e melhorar as
políticas existentes: apoio à criação de emprego, apelo à fixação de
aposentados (aliciar possíveis interessados a ter uma reforma num
ambiente acolhedor e calmo), de emigrantes que queiram regressar,
direccionar a formação profissional para atender a necessidades
concelhias e estabelecer programas de ajuda a estudantes carenciados
que apostarem em cursos com possibilidades de fixar-se no concelho.
Criar o programa e-carrazeda para uma interactividade entre o
município e os cidadãos com a criação de uma caixa electrónica para
comentários, sugestões, reclamações e outros actos de participação na
gestão camarária. Um acesso facilitado, rápido e eficaz aos serviços
municipais, não descurando a divulgação turística on-line…
Criação de uma plataforma rodoviária que se integre na construção
do IC5 e que inclua um Mobi-e, para abastecimento de veículos
eléctricos, bem como uma zona de lazer e de promoção do concelho.

Criar uma estrutura de apoio às micro e pequenas empresas e


disponibilizar espaços a custos simbólicos para sedeação temporária de
empresas no Centro Cívico e na Zona Oficinal e Artesanal. Esta
domiciliação obedecerá a critérios bem definidos: empresas jovens,
criação de emprego, viabilidade económica, aproveitamento de
potencialidades endógenas…

o Organizar e alargar a oferta de terrenos infra-estruturados a


preços aliciantes.

o Criar um sistema de incentivos para fixação de empresas.


o Premiar as iniciativas privadas ou públicas que criem emprego
e fomentem investimentos relevantes.

Alargar, numa 1.ª fase, a zona urbana da vila às aldeias de


Samorinha, Luzelos, integrando a Sr.ª da Graça e Fontelonga condignos
com bons acessos para que elas se tornem elementos integrantes e
estruturantes da vila., descentralizar serviços
Promover o associativismo ou criar empresas de capitais mistos
(públicos e privados) na área da floresta.

Defesa intransigente dos serviços públicos da responsabilidade da


Administração Central.
Lutar pela abertura diária de uma extensão agrícola em Carrazeda de
Ansiães.
Criar uma comissão para reformular a toponímia de ruas que nada
têm a ver com a nossa história e até com o património histórico e cultural
do país.
Concertar relações com outros municípios para reivindicar uma
acção do governo de modo a atenuar diferenças regionais.

As Termas de S. Lourenço devem ser um importante pólo de


desenvolvimento do concelho. Para isso é necessário de forma urgente:
o Construir um balneário modular de modo a prever ampliações,
que numa primeira fase poderá funcionar de forma simples
sempre com o apoio de um técnico de saúde devidamente
formado;
o Melhorar os acessos, limpar a estrada municipal existente
procedendo a alguns alargamentos e infraestruturá-la para
diminuir a sua perigosidade.

A barragem do Rio Tua pode ser um investimento interessante para a


empresa que a vai explorar, a EDP, mas provocará, sem dúvida, uma perda
irrecuperável do transporte público, da paisagem e da agricultura de
Carrazeda, que se tornará mais pobre e despovoada. A construção da
barragem de Foz Tua deverá ser objecto de uma larga discussão pública
porque tem impactos negativos superiores aos positivos para a região
transmontana: 1. a barragem vai alagar o fundo do vale do Tua considerado
de elevado valor ecológico e paisagístico; 2. afecta a paisagem da região do
Douro Vinhateiro; 3. Destrói grande parte da linha do Tua; 4. destrói
culturas…
A candidatura do BLOCO decide lutar pela manutenção da linha do
Tua devidamente modernizada e operacional porque é um transporte
fundamental para as aldeias como Foz-Tua, Castanheiro, Tralhariz, S.
Lourenço e Brunheda.
Em caso da irreversibilidade da construção da barragem terão de ser
dadas contrapartidas importantes, entre elas:
o infra-estruturas turísticas e um plano de desenvolvimento
turístico em torno da nova albufeira, que permita a navegação
por embarcações não poluentes;
o construção de cais e de praias fluviais;
o recuperação das termas de S. Lourenço com condições para a
prática balneária e acessos condignos;
o criação de uma reserva natural de espécies e habitats;
o programa para a criação de oportunidades de auto-emprego;
o exigir um contrato de partilha de produção da energia eléctrica a
negociar com a EDP;
o manutenção em boas condições do troço restante da linha do Tua
em condições de tráfego ferroviário.
No que toca às energias alternativas, a candidatura do Bloco propõe-
se estudar todas as formas de desenvolvimento das energias renováveis numa
perspectiva de aproveitamento das nossas potencialidades ambientais e de
criação de riqueza. Assim, pretenderá desenvolver e apoiar parcerias publico
e/ou privadas para aproveitamento da energia solar e eólica.
iii - Em defesa das nossas aldeias

Os eleitos pela candidatura do Bloco comprometem-se a desenvolver


programas locais de desenvolvimento das nossas aldeias e que coloquem o
social e o ambiental no centro da política autárquica carrazedense.
“O desenvolvimento de espaços rurais deve assentar na dinâmica gerada pelas
vilas. "Portugal é dos países europeus com maior território rural: 85,4%
corresponde a áreas rurais e 70% são zonas rurais com muito baixa densidade
populacional. As condições de vida dos aglomerados rurais melhoraram
consideravelmente, porém estas transformações não permitiram consolidar as
economias rurais locais nem superaram as carências da população rural,
persistindo situações de pobreza e exclusão ou agudizando-se o
despovoamento e envelhecimento."

A principal actividade económica das nossas aldeias era (é) a agricultura. A vila
de Carrazeda, curiosamente até ao 25 de Abril de 1974 não é a localidade com
mais habitantes no concelho, sendo suplantada por outras freguesias do
concelho, como Vilarinho da Castanheira, Linhares, Pombal e Castanheiro do
Norte. É aí que se concentram as principais explorações agrícolas do concelho,
constituídas pelos cereais, o vinho, o azeite, a amêndoa...
O abandono de muitas culturas agrícolas e de práticas tradicionais e, a par do
declínio da agricultura na economia, no emprego e nas perspectivas da
população rural, emergiram novas procuras do rural como espaço de consumo
e residência. O rural surge agora associado a práticas de turismo e de lazer
consubstanciado no turismo rural e de habitação e na procura de outras ofertas
culturais: a gastronomia, o artesanato...
Este é um processo que deve centrar-se nos recursos e capacidades locais,
tanto dos que vivem e trabalham nas aldeias, bem como dos que aí se
pretendem enraizar.

Para isso é necessário:

Criar novas centralidades rurais: Vilarinho da Castanheira, Seixo de


Ansiães, Castanheiro do Norte, Pombal… com uma forte âncora de
desenvolvimento do turismo rural, apoiado nos vales do Douro. Vilarinho
da Castanheiro com a valência do Douro e do Museu concelhio; Pombal
com a potencialidade das termas, do rio e do caminho de ferro do Tua;
Seixo de Ansiães com a Sr.ª da Ribeira, o Douro e a criação de uma
praia fluvial.
Assegurar um nível satisfatório de serviços de interesse geral e
equipamentos sociais com a criação em todas as juntas de freguesia de
um serviço público de internet e a todos os serviços que ela
disponibiliza: marcar uma consulta médica, meter on-line a sua
declaração de IRS, solicitar uma certidão de casamento ou nascimento à
conservatória, comunicar-se com familiares no estrangeiro e muitas
outras utilizações.
Valorizar os recursos e amenidades rurais. Os dois cursos de águas
convidam à criação de praias fluviais (não há nenhuma no concelho!)
e ao desenvolvimento de desportos aquático.
A rusticidade expressa na habitação, nos trabalhos do campo, na
gastronomia e na vida da aldeia potencia o turismo rural de habitação. A
riqueza monumental e paisagística devem potenciar roteiros de
passeios pedestres, a aposta nos desportos radicais como o
montanhismo, a escalada e outros.
Implementar serviços públicos básicos, tais como centros de dia e lares.
Uma das medidas seria transformar as antigas escolas em centros
de convívio diário;
Garantir acessibilidades e mobilidade. Estudar a criação de carreiras
regulares com transporte municipal ou recorrendo a particulares;
Implementar redes de apoio social que respondam às situações de
pobreza e exclusão social e que facilitem a conciliação entre a
actividade profissional e a vida familiar (apoio a crianças, idosos e outros
dependentes).
Criar uma equipa municipal de apoio para sinalizar e acompanhar
casos de pobreza e isolamento em colaboração com segurança social e
Misericórdia local e operacionalizar um número de emergência para
apoio a idosos sós e carenciados.
O gabinete de apoio das empresas do Município estar atenta à criação
de emprego (áreas de artesanato, produção cultural e actividades
ligadas ao património natural, cultural e urbanístico; turismo de natureza,
rural, de aventura, cultural, gastronómico e cinegético; tecnologias de
informação e comunicação; serviços de proximidade
Elaborar um plano para reabilitação do património arquitectónico
construído, incluindo o habitacional: integrar e publicitar programas a
exemplo das Aldeias do Xisto e das Aldeias Históricas;
Projectar produtos agrícolas de excelência produzidos e apoiar a
sua certificação.
Pôr em funcionamento o Mercado Municipal, entregando a gestão
das bancas às Juntas de freguesia para serem negociados produtos
locais; organizar feiras de produtos usados…
Aproveitar de forma racional os nossos recursos naturais, como
sejam as pedreiras, exploradas de uma forma desorganizada, que
estragam a paisagem e não deixam mais-valias. Fazer cumprir a
regulamentação para que se minimizem danos ambientais, se façam e
cumpram os Planos de Exploração e ao pagamento de uma renda
municipal. É também urgente fazer um levantamento exaustivo dos
recursos existentes.
Os problemas das aldeias terão a mesma prioridade que os da vila.
iv - Dar Cor a Carrazeda
Começamos com uma ligeira avaliação do que vem sendo realizado nos planos
cultural e recreativo. Sucintamente o que temos de palpável é insuficiente:
umas megas merendas, uma feira do livro, um festival de música medieval,
encontros de idosos para um jantar ou uma passeata e um conjunto de
actividades cíclicas, sem uma planificação participada, com cada vez menos
adesão e motivação. Sucintamente diremos que as práticas de dinamização
cultural têm sido pouco imaginativas, muitas delas elitistas, direccionadas
para a ostentação porque são mais para serem referenciados, do que serem
proveitosas aos munícipes e vocacionadas para valorização pessoal dos
organizadores que as antecedem de copiosos discursos laudatórios. Não se
conhece uma política cultural perfeitamente definida, que trace objectivos
concretos e potenciadores do enriquecimento cultural das populações e em
que se pretenda criar públicos.

A avaliação pessimista decorre ainda de não se desenvolveram sinergias que


existiam no concelho, não se potenciaram muitos aspectos relevantes que se
fizeram não há muito tempo e podiam ser base para o desenvolvimento de
actividades culturais e recreativas sólidas e duradouras e que nasciam da
necessidade das populações.
Num passado recente, o concelho possuiu iniciativas louváveis de promoção
desportiva, como sejam torneios de futebol inter-aldeias, estafetas e corridas
de atletismo que estimularam a prática atlética, para não falar do andebol, ténis
de mesa, o motocrosse, os raids, que tiveram uma prática generalizada e
mobilizadora de jovens e adultos. O Clube de Futebol de Carrazeda de Ansiães
é um “oásis” no deserto desportivo municipal, continua a “teimar” na prática
desportiva com cada vez menos apoio.
Para além de algumas estruturas, entre elas o circuito de manutenção da zona
de lazer da piscina municipal, não há locais apropriados para a prática
desportiva regular, daí a urgente necessidade da construção de um pavilhão
coberto vocacionado para diversas práticas desportivas. O anúncio da sua
edificação ficou localizado por um enorme placar junto da actual Escola
Profissional. Já passaram tantos anos, que poucos recordarão! É também
urgente a construção de um campo relvado de futebol.
E que dizer da associações culturais e recreativas? O caso da Associação
Cultural e Recreativa de Pombal de Ansiães tem sido um exemplo. Muitas das
suas acções, autênticas pedradas no charco do imobilismo geral são quantas
vezes mal entendidas e, parece-nos até mal interpretadas porque são apostas
várias resistências, consubstanciadas na pouca divulgação e apoio.
De resto, o panorama geral é desolador. As actividades, outrora variadas e
diversificadas, estiolaram porque não estimuladas, entre outras razões por uma
contínua centralização na sede da vila. A desertificação das aldeias não pode
ser explicação para tudo!
No que concerne à preservação do património histórico, monumental e
arqueológico, um ou outro colóquio, uma ou outra publicação, a construção de
um edifício de apoio ao castelo de Ansiães, o arranjo, no mínimo polémico, da
zona envolvente da anta do Vilarinho da Castanheira, a intenção da criação de
um museu rural que ruiu e não solução à vista, e pouco mais.
Estamos de acordo com a programação de eventos para um público mais
exigente e saudamos os recitais de música clássica, de câmara e dita erudita.
Porém lamenta-se, muitas das realizações aparecem descontextualizadas,
fruto da moda, do improviso e do capricho, sem uma planificação, um projecto
de criação de públicos, como aconteceu com o festival de rock, de há uns
tempos a esta parte, denominado com toda a prosápia “Rock Ansiães”, e
aconteceu com os encontros de poesia, anualmente realizados; ou o Festival
de Música Medieval feito com pompa e circunstância e tão pouco participados,
ou um filme sobre o concelho que nunca ninguém viu, uma monografia, os
trabalhos de arqueologia que não se divulgam e aproveitam de forma
pedagógica.

Há iniciativas que se aplaudem como sejam a “Feira do Livro”, a “Feira da


Maçã”, o “Cantar dos Reis”, entre outros. Convém melhorar programações, dar-
lhes uma nova dinâmica, potenciar ideias, ultrapassar barreiras provenientes
de rotinas e da interioridade que as esmaga e condiciona.

O museu internacional de escultura contemporânea ao ar livre (MIECAL)


merece todos os aplausos pela possível repercussão em termos turísticos. O
seu patrono é o escultor Alberto Carneiro. É um dos nomes mais importantes
do panorama internacional e isso é já uma garantia de sucesso e qualidade.
Feita a avaliação do panorama cultural do concelho, conclui-se que a
realização das actividades de carácter cultural e recreativo é organizada de
uma forma centralista, sem uma perspectiva de participação organizativa dos
diversos actores e protagonistas do concelho, sem aproveitar todas as
sinergias existentes, sem uma continuidade para além da acção e apoio
camarário, centradas, algumas vezes, em vaidades pessoais e vacuidades
estéreis. Quais deverão ser as prioridades e por onde deve passar a actuação
para o fomento das actividades culturais e recreativas?

Perante o panorama é desanimado, as linhas de actuação passam pela


planificação, programação e envolvimento colectivo, assente na
profissionalização de eventos culturais. A planificação terá de ser
contratualizada, nunca esquecendo o objectivo da criação de públicos. Assim,
propõe-se:
Potenciar a MIECAL através da actividade pedagógica das escolas e de
um programa de divulgação devidamente estruturado associado a outras
valências turísticas. De imediato será necessário editar uma boa
publicação que servirá de suporte a toda e qualquer publicação.
Dinamizar e potenciar as obras construídas – Centro Cívico, Centro
de Apoio Rural, Piscinas Municipais, Centro Interpretativo do Castelo de
Ansiães. Tão importante como a edificação é a rentabilização dos
espaços.
o Espera-se que o Centro Cívico de Carrazeda de Ansiães que
envolveu grandes verbas e um enorme dispêndio das energias
dos seus promotores, não seja um “elefante branco”, uma obra de
fachada. Espera-se o seu funcionamento pleno, que sirva ao
usufruto dos munícipes e venha solucionar a ausência de
espaços adequados para assistir a eventos culturais: ciclos de
cinema, exposições…
o As Piscinas Municipais cobertas que no primeiro ano
estabeleceram protocolos com as escolas e o centro de saúde
e devido aos humores dos responsáveis autárquicos deixaram de
funcionar este ano.
o O Centro Interpretativo do Castelo de Ansiães deve
transformar-se num local visitado e de potencialidade pedagógica.
Impulsionar as iniciativas individuais e das agremiações culturais e
recreativas e favorecer o aparecimento de novas iniciativas; preservar e
valorizar os patrimónios materiais e imateriais; dinamizar a leitura e a
escrita; potenciar realizações de diversa índole de modo a criar públicos.
Admitir um técnico de animação cultural para dinamizar as
actividades de índole cultural e recreativa.
Assinar protocolos de colaboração com entidades prestigiadas para
sermos destinos de eventos culturais de qualidade.
Estabelecer intercâmbios com a escola com a celebração de
protocolos colaborativos com o agrupamento do concelho e uma
atenção continuada a instalações e recursos. Num diálogo continuado,
surgirão o estabelecimento de parcerias para desenvolvimento conjunto
e referenciado de um sem número de actividades que propiciarão às
nossas crianças aprendizagens activas e diversificadas, com os
objectivos de:
o estimular o carinho pela terra,
o divulgar produtos locais,
o conhecer o concelho e a região,
o difundir exemplos da nossa história,
o estudar os diversos patrimónios locais…
Desenvolver iniciativas e implantar boas rotinas no relacionamento
com as associações culturais e recreativas. Para além das
actividades dirigidas e pontuais como o “Cantar dos Reis”, importa que
desenvolvam um trabalho autónomo, de acordo com as necessidades
dos locais.
Apoiar a Associação Cultural e Recreativa de Pombal de Ansiães
para que as suas actividades, particularmente o Festival de Artes, sejam
de interesse concelhio.
Integrar o património arqueológico e histórico aliado a variados
aspectos da ruralidade e da paisagem para incrementar o
desenvolvimento local.
o o castelo de Ansiães, as antas, integrados podem oferecer um
bom e atractivo cardápio em termos turísticos e ajudarão o
desenvolvimento concelhio;
o a recolha de informação sobre o património das populações ajuda
à sua preservação e à criação de uma identidade, contribuindo
fortemente para o desenvolvimento local;
o os solares rurais podem constituir-se como pólos potenciadores
do turismo local e fontes de dinamização da economia rural.
o a criação de espaços museológicos e aproveitamento de outros
como é o caso do de Mogo de Malta e a sua integração em
diversos conteúdos propagandísticos serviriam também para
atrair forasteiros…
No plano desportivo há quase tudo para fazer. A actividade física é
essencial a um desenvolvimento harmónico da pessoa. Parece-nos
urgente que os dois quadros preenchidos são mais que suficientes para
a dinamização desportiva do município. Com determinação, assente
num projecto bem fundamentado, muito poderia ser realizado
o revitalização de jogos tradicionais,
o estabelecimento de contratos programas com o Clube de Futebol
e outras agremiações
o dinamização do desporto escolar com a celebração de protocolos
com o Agrupamento de escolas.
A candidatura do BLOCO propõe contratualizar com as
associações culturais e recreativas formas de financiamento
transparente, como por exemplo a entrega da exploração da piscina
municipal descoberta e bar ao clube local.
o Parece-nos urgente agendar a construção urgente de um
pavilhão desportivo e de um campo de jogos relvado.
No campo das novas tecnologias, abrem-se campos importantíssimos
de divulgação cultural. Os novos media, proporcionados pela Internet
são um meio privilegiado de divulgação das nossas especificidades
locais, do património e serve ainda à interacção dos utilizadores do
ciberespaço.
No campo do artesanato pouco ou nada foi realizado e há que reflectir
de modo ao seu desenvolvimento. A constituição de uma cooperativa,
há um tempo muito longínquo, e o seu falhanço impossibilitou novas
experiências que poderiam constituir-se interessantes.
A candidatura do Bloco quer que a Biblioteca Municipal seja um pólo
essencial da dinamização cultural e para isso terá de ter uma maior
frequência e intervenção cultural com os munícipes e escolas; e
implementar uma biblioteca itinerante em parceria com o PNL.
Obras prioritárias.
1. Continuação do arranjo das entradas da vila, ligação à Samorinha, Mogo
de Malta, Fontelonga…
2. Concluir a variante como uma via estruturante fundamental.
3. Construção de um complexo desportivo com pavilhão multi-usos e
relvado.
4. Arranjo urbanístico do fundo da vila e ligação da Senhora dos Aflitos ao
Moinho do Vento.
5. Um balneário modular nas termas de S. Lourenço.
6. Arranjo urbanístico do Moinho de Vento.
7. Construção de praias fluviais.
8. Construção de uma zona de lazer e de um Moby-e no nó da IC5
9. Construção de um pavilhão para criação de um ninho de empresas.

O momento é agora!
Mostramos firmeza para promover uma participação de todos, inverter a
situação de declínio do concelho e projectar o futuro.
Temos confiança porque assumimos a capacidade para ajudar a construir um
futuro melhor.
Pomos a tónica na solidariedade social pois a nobreza da política é tomar
partido pelos mais desfavorecidos.
Assumimos os princípios do rigor, da transparência da gestão pública e da
informação clara dos actos.

A essência da democracia não é sermos eternamente penalizados pelos erros


dos outros, a essência da democracia é a participação activa de todos os
cidadãos nos assuntos da sua comunidade e é por isso que serão os
Carrazedenses os únicos juízes da boa ou má gestão dos seus representantes.
O juízo, esse tem data marcada, dia 11 de Outubro!

É HORA!...
VAMOS JUNTAR FORÇAS POR CARRAZEDA!

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