Você está na página 1de 8

Conference ICBL2007 May 07 - 09, 2007 Florianopolis, Brazil

Comunicação na Educação a Distância: contribuições para


Aprendizagem Interativa em Comunidades Virtuais

Maira Teresinha Lopes Penteado1


Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Palavras-chave: Comunicação, Educação a distância e Aprendizagem e Interação em


Comunidades Virtuais.
Resumo:
A ação comunicativa tanto escrita como a audiovisual são necessárias para o
processo de construção de conhecimento e interação entre os homens. Este estudo
fundamentado sob as teorias de Reddy, Vygotsky, Sartori e Roesler, Távola, e
Boufleuer, propõe uma reflexão sobre as contribuições da Comunicação na prática
docente em Educação a distância sugerindo dessa forma uma aprendizagem mais
interativa em comunidades virtuais incentivada pelo uso adequado da linguagem e das
Tecnologias da Informação e da Comunicação.

1 Educação a distância: ação comunicativa e o fazer pedagógico


Na Educação a distância o principal meio de interação se dá pela comunicação, pois
são as ações comunicativas que possibilitam a aprendizagem em comunidades virtuais.
“Tematizar um conteúdo de saber dentro do processo educativo significa, na perspectiva do
agir comunicativo, apresentar pedagogicamente as razões que o tornam um saber válido.”
(Boufleuer, 1997, p. 75).
Atualmente, diversos autores da área de Educação a Distância, destacam em suas obras
a importância de um olhar mais critico e reflexivo sobre a importância de uma comunicação
motivadora e diferenciada que objetive melhorias no processo de ensino e aprendizagem
virtuais. E principalmente, respeito aos alunos com relação às suas necessidades, expectativas
e bagagem cultural, quando ingressa em um curso a distância, visto que a comunicação virtual
será o meio principal de interação entre professor e aluno. Para ilustrar o que é abordado neste
trabalho por ações comunicativas, recorreu-se a afirmação do professor Boufleuer, filósofo e
doutor em Educação:

A fundamentação do conceito de ação comunicativa ou a


reconstrução teórica da competência comunicativa implica a
necessidade de demonstração do potencial gerador de entendimento
da linguagem. (BOUFLEUER, 1997, p. 35).

Comunicar é estabelecer uma ação que objetiva expressar idéias por meio de
palavras/textos, e/ou imagens e sons; contudo é preciso que o professor de Educação a
distância entenda exatamente que fatores existem por traz do ato comunicativo para que se

1
Conference ICBL2007 May 07 - 09, 2007 Florianopolis, Brazil

obtenha um melhor resultado nas ações comunicativas em ambientes virtuais de


aprendizagem, qualificando sua prática docente. Daí surge a necessidade de se aprofundar os
estudos sobre os aspectos comunicativos que tenham um teor didático e para tanto é de
fundamental importância a compreensão do papel que o conteúdo comunicado exerce.
A comunicação, tanto de maneira escrita quanto audiovisual; oferecidas aos alunos
dentro de ambientes virtuais contribuem para o bom desempenho e desenvolvimento de uma
proposta de Educação a distância de qualidade que privilegie a aprendizagem por meio da
interação de ações comunicativas com os demais sujeitos.
Boufleuer (1997) propõe em sua obra Pedagogia da Ação Comunicativa: uma leitura
de Habermas, transformar o espaço educativo em um ambiente onde o agir comunicativo se
torne privilegiado. “Á luz do paradigma da comunicação, buscaremos perceber a “natureza”
modificada do conhecimento como fruto de entendimento lingüístico e, por isso, de uma
relação social” (BOUFLEUER, 1997, p. 20).
A prática docente na modalidade EAD (Educação a distância), requer do professor
habilidades comunicativas diferenciadas e mais elaboradas em relação a comunicação dos
conteúdos publicados nos espaços e salas de aula virtuais. O professor deve compreender os
aspectos pedagógicos que podem facilitar seu processo de comunicação com os alunos
virtuais, e passando dessa forma, a agir como um coordenador das ações.

Chamo ação comunicativa àquela forma de interação social em que


os planos de ação dos diversos atores ficam coordenados pelo
intercâmbio de atos comunicativos, fazendo, para isso, uma
utilização da linguagem (ou das correspondentes manifestações
extraverbais) orientada ao entendimento. Á medida que a
comunicação serve ao entendimento (e não só ao exercício das
influências recíprocas) pode adotar para as interações o papel de um
mecanismo de coordenação da ação, e com isso fazer possível a ação
comunicativa. (HABERMAS apud BOUFLEUER, 1997, p. 40).

A utilização dos ambientes virtuais pelas universidades como uma extensão do ensino
em sala de aula aponta desafios e nos leva a uma questão fundamental, que é a formação
profissional do corpo docente destas instituições para o estabelecimento de um novo fazer
pedagógico segundo o proposto paradigma da Comunicação e apoiado no bom uso das
tecnologias da Comunicação e da Informação.

1.1 Aspectos Pedagógicos: Uso adequado da Linguagem e das Tecnologias


da Comunicação e Informação na Educação a distância

O autor Michael Reddy, como maneira de ilustrar suas conclusões em torno dos
estudos da linguagem sobre outra linguagem, descreve de maneira metafórica uma teoria a
qual denominou “Metáfora do Tubo’’ ou “Metáfora do Conduto’’ que pode ser definida pelos
seguintes momentos/ações:

(1) a linguagem funciona como um conduto, transferindo pensamentos


corporeamente de uma pessoa para outra; (2) na fala e na escrita, as

2
Conference ICBL2007 May 07 - 09, 2007 Florianopolis, Brazil

pessoas inserem nas palavras seus pensamentos ou sentimentos; (3) as


palavras realizam a transferência ao conter pensamentos e sentimentos e
conduzi-los às outras pessoas; (4) ao ouvir e ler, as pessoas extraem das
palavras os pensamentos e os sentimentos novamente. REDDY (2000,
p.13).

Segundo Reddy, os quatro aspectos acima citados, são os fundamentos essenciais


que caracteriza a chamada “metáfora do conduto”, o texto faz referência ao conflito da
linguagem sobre a linguagem. O que leva-nos a refletir sobre a importância da elaboração da
linguagem no fazer pedagógico no que se trata ao desenvolvimento da uma escrita e
linguagem específicas para ambientes virtuais, que favoreça e facilite a aprendizagem dos
alunos, pois, de acordo com os “termos da Metáfora do conduto, o que requer explicação é
falha em comunicar”(Reddy, 2000, p.18). Ao professor caberá coordenar ações comunicativas
que estimulem a comunicação objetiva evitando ao máximo as falhas em comunicar, quando o
professor age respeitando esses aspectos ele incentiva o uso pedagógico da linguagem dentro
de cenários de Educação a distância.
Os aspectos pedagógicos referenciam um uso adequado e crítico das tecnologias da
Comunicação e da Informação, também devemos considerar os Hipertextos, as animações, as
Simulações, os vídeos e os jogos como tecnologias de comunicação que apóiam o
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos na modalidade a distância.
Os recursos tecnológicos facilitam a interação e interatividade em comunidades
virtuais, contudo; cada vez mais, diferentes são os alunos da Educação a Distância, lugares
realidades e culturas, esse cenário atual podemos fazer uma analogia com o modelo proposto
por Reddy em seu denominado: paradigma dos construtores de instrumentos, esse paradigma
problematiza a questão sobre o que é realmente a comunicação entre pessoas distantes e de
linguagens distintas, esses fundamentos contribuirão para uma reflexão maior sobre como
evitarmos as falhas de comunicação, como apoio a formação de professores em sua prática
docente na formação de comunidades virtuais de aprendizagem mais interativas em Educação
a distância.
Reddy, ao finalizar o texto explicativo “A metáfora do conduto: um caso de conflito
de enquadramento na nossa linguagem sobre a linguagem”, ele conclui com a seguinte
complexa reflexão:

a metáfora do conduto está nos conduzindo a um beco sem saída,


tecnológico e social. Esse beco sem saída são os sistemas de
comunicação de massas acoplados com a negligência em massa dos
sistemas internos, humanos, que são responsáveis por nove décimos
do trabalho de comunicar. Pensamos que estamos “captando idéias
em palavras” e vertendo-as por um funil para o maior público da
história do mundo. (REDDY, 2000, p. 33).

Na citação acima o autor, demonstra sua preocupação sobre a complexidade da


interpretação das mensagens oferecidas pelos meios de comunicação de massa e também
podemos aqui, fazer referência a Internet, pois cada vez mais é possível com as possibilidades
de comunicação e as milhares informações que as tecnologias da informação e comunicação

3
Conference ICBL2007 May 07 - 09, 2007 Florianopolis, Brazil

disponibilizam. Com isso, abaixo, será debatido um outro assunto complementar, que está
fundamentado na proposta metodológica de Távola para Leitura Crítica da Comunicação, que
apresenta oito cursos concomitantes que constituem uma mensagem.

1.2 Aspectos Metodológicos: Leitura crítica e interpretação da Comunicação

A obra A Liberdade do Ver – Televisão em Leitura Crítica de Artur da Távola,


publicada no ano de 1984 pela editora Nova Fronteira, apresenta uma proposta de
Metodologia para compreender os cursos da Comunicação.
Primeiramente, o professor que deseja compreender o ato comunicativo precisa
entender como se dá esse processo. Para o autor:

A comunicação, sendo processo, é um movimento contínuo,


concomitante e co/incidente de cursos. Sai de um ponto e atinge outro,
tanto física como subjetivamente. O conceito de cursos concomitantes
permite a integração até de “leituras” diversas do processo da
comunicação, sempre dependentes da precedência dada a um de seus
elementos constitutivos. Assim, uma análise ideológica leva a leitura
semiótica para um lado diverso da análise psicológica ou simbólica ou
mitológica. (TÁVOLA, 1984, p. 252).

Segundo Távola (1984), a interpretação da comunicação é muito complicada, pois a


mensagem são códigos direcionados a receptores. Os oitos elementos (cursos concomitantes)
propostos pelo autor são os seguintes: o Discurso, o Incurso, o Percurso, o Decurso, o
Excurso, o Concurso, o Recurso e o Transcurso. Estão apresentados como uma metodologia
para Leitura crítica da comunicação.
Não se aprofundara cada um dos cursos, visto que o presente estudo tem por objetivo
divulgar subsídios teóricos em torno do tema comunicação na Educação a distância, por tanto
abaixo está apresentado um breve resumo sobre cada um dos cursos concomitantes (proposta
de metodologia), de acordo com Távola (1984):

• Discurso – é o que é dito, esse curso é fruto de todas as outras categorias da


linguagem;
• Excurso – são todos os aspectos visuais (recursos) como cores, sons,
imagens; ou seja, são os signos que deixarão a mensagem mais atraente para
quem irá receber;
• Incurso – refere-se a ideologia/mitologia (pensar prévio);
• Recurso – podemos entender como a didatização da mensagem (trilha o pré-
existente) “o recurso empobrece a comunicação, mas segundo o autor, sem
ele a comunicação não existe”;
• Decurso – refere-se a dimensão temporal, o decurso da comunicação é o fator
responsável pela compreensão, confusão ou cansaço do receptor (tempo para
expressar / tempo de entendimento por parte do receptor);

4
Conference ICBL2007 May 07 - 09, 2007 Florianopolis, Brazil

• Percurso – “o percurso é determinante direto de sua eficácia”;


• Concurso – pode se entender pela estática da recepção “as pesquisas
determinam o perfil do receptor e as obras se adequam a ele” (o receptor
“corre com” a comunicação);
• Transcurso – trata-se da subjetividade da mensagem “instante em que o
curso normal da comunicação consegue, por razões explicáveis ou
inexplicáveis, uma instância além (trans) que transpassa o planejado”;

A didatização da linguagem audiovisual revela a dificuldade de


educadores em dialogar com sua complexidade, seu movimento, sua
capacidade de surpreender e de seduzir, apesar da convivência
cotidiana com ela. A prática pedagógica manteve a linguagem
audiovisual submetida à necessidade da explicação racional, do
exercício do raciocínio lógico, da redução da emoção, o que
possibilitou o limite de sua função à de instrumento, minimizando ou
mesmo ignorando seus aspectos culturais e desperdiçando seu
potencial para a aprendizagem. (Sartori e Roesler, 2005, p.146).

2 Comunicação e aprendizagem: um processo de interação social


Na Educação a distância, a comunicação deve exercer uma função social além de
educacional. Segundo Vygotsky (1998, p.115), “o aprendizado humano pressupõe uma
natureza social específica’’, somos fruto de nossas próprias vivências e hábitos aos quais
tivemos, temos e teremos contato, ou seja; como os alunos interagem entre si nos espaços
novos da Educação a distância vai se estabelecendo um desenvolvimento interior de
pensamento reflexivo e também da suas próprias falas, isso favorece o desenvolvimento
também de ações comportamentais voluntárias.
Cabe neste momento explicar o percurso do desenvolvimento interno dos sujeitos, que
sugere uma reflexão sobre a aprendizagem por meio de interações compreender o que o termo
que Vygotsky definiu como Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) :

é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma


determinar através da solução independente de problemas, e o nível
de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de
problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com
companheiros mais capazes. (VYGOSTSKY, 1998, p 112)

Dessa forma, é importante que o professor encontre e coloque em prática novos


métodos buscando novas maneiras de expor problematizações para seus aprendizes e
atividades que estimulem o processo de mediação pedagógica por parte do orientador do
grupo na busca de novas aprendizagens mais interativas. Constantemente o professor ou
coordenador das comunidades virtuais de aprendizagem devem seguir sua prática
profissional“ procurando e preparando tais estímulos de forma a torná-los úteis para a
solução da questão e para o planejamento de ações futuras’’. (Vygotsky, 1998, p.35). É pelo

5
Conference ICBL2007 May 07 - 09, 2007 Florianopolis, Brazil

potencial das funções cognitivas e comunicativas da linguagem que os homens se diferem dos
animais, é por meio das relações de trocas e interações com o outro que o sujeito aprende
interagindo e formam suas bases superiores dos processos mentais e de raciocínio
caracterizando suas interações sociais. “Quanto mais complexa a ação exigida pela situação e
menos direta a solução, maior a importância que a fala adquire na operação como um todo’’.
(VYGOSTKY, 1998, p. 34).
Contextualizando para a temática abordada no presente estudo, podemos compreender
que quando os alunos que ingressam em um curso na modalidade a distância e que serão os
co-autores do processo de construção de uma futura comunidade sugerida aqui pela mediação
e caracterizada por um conceito de aprender interagindo.
Essas, são contribuições que favorecem o ensino-aprendizagem para que este seja um
processo de construção por meio das ações comunicativas e interativas com os demais sujeitos
que constituirão esse espaço virtual que poderiamos denominar por uma “Comunidade Virtual
de Aprendizagem Interativa’’.
As tão sonhadas, idealizadas e denominadas comunidades virtuais de aprendizagem
interativa descritas nesse estudo, seria então caracterizada por ambientes em que o professor
passa a ter função de comunicador e coordenador de ações comunicativas que servirão de
estímulos para os demais participantes da comunidade interegirem e desenvolverem soluções
dentro do cenário de acordo com as atividades e objetivos da comunidade virtual. Essas ações
podem ser analisadas como estímulo comunicacional de interações sociais, pois:

Na medida em que esse estímulo auxiliar possui a função específica


de ação reversa, ele confere à operação psicológica formas
qualitativamente novas e superiores, permitindo aos seres humanos,
com o auxílio de estímulos extrínsecos, controlar o próprio
comportamento. O uso de signos conduz os seres humanos a uma
estrutura específica de comportamento que se destaca do
desenvolvimento biológico e cria novas formas de processos
psicológicos enraizados na cultura. ( VIGOTSKY, 1998, p. 54)

Esse pensamento de Vygostky ilustra bem a questão de como é importante para o


bom desenvolvimento de uma proposta de aprendizagem interativa a participação/interação
entre os integrantes e o respeito do professor pelos alunos de acordo com seus ritmos de
aprendizagem, seus níveis culturais e sua bagagem histórico-social.
Na sociedade atual é cada vez mais necessário a todos conviver e aprender a lidar
com o diferente, com ambientes diferentes, com métodos diferentes, com alunos diferentes, é
imprencedível que o professor que vai lecionar a distância com o suporte das Novas
Tecnologias tenha uma visão ampla com relação ao seu papel que deve ser baseado em
princípios de educador, mediador e incentivador da Aprendizagem por meio do Virtual.

6
Conference ICBL2007 May 07 - 09, 2007 Florianopolis, Brazil

3 Aprendizagem interativa: reflexões iniciais à formação docente


Quando pensamos sobre EAD (Educação a Distância), em um primeiro momento não
é difícil imaginarmos: um ambiente virtual, constituído por ferramentas da comunicação e da
informação e cursos de formação docente para o professor aprender a usar essas novas
tecnologias. E quando refletimos sobre Aprendizagem a distância?
Aprender a distância requer muito mais do que ferramentas de última geração,
professores que saibam utilizar programas inovadores, requer sim uma formação para
comunicar a distância, aprender a distância, ouvir a distância, compreender ritmos a distância
entender e identificar sinais/necessidades dos alunos a distância, e além de tudo saber interagir
virtualmente, estabelecendo uma clara, coerente e afetiva comunicação.
Educar a distância é dar espaços para que sejam comunicados e apresentados novas
perspectivas, soluções e aprendizagens dos alunos baseados em uma definição de saber
interativo. Reafirmando as idéias de Sartori e Roesler (2005, p.63), “As trocas de experiências
entre professores e estudantes fazem parte de um intrincado jogo de construção coletiva de
significados”. A idéia central desse trabalho é descrever alguns princípios e subsídios com
base em uma proposta teórico-metodológica que fundamente e sugira alguns aspectos
relevantes para uma reflexão sobre novos conceitos e levantar discussões sobre como o
professor por suas ações poderá incentivar a criação de comunidades virtuais que privilegiem
a aprendizagem por meio das interações e trocas comunicativas. Algumas contribuições
reflexivas e princípios que podem favorecer o processo de aprendizagem interativa em
Comunidades Virtuais de Aprendizagem:
- Caberá ao professor que pretende criar/estimular o desenvolvimento de uma
comunidade virtual de aprendizagem sobre determinado conhecimento/conteúdo, tomar
consciência de que necessita uma formação prévia que o capacite a desencadear ações que
facilitem a construção da comunidade por meio da comunicação e estimulem o processo de
interação entre os integrantes da mesma. “Que desafio é este? O de tentar se relacionar em
uma perspectiva... com um interlocutor distante, mas nem por isso não-reagente, nem por isso
não-participante de qualquer construção possível, ou desejável em um ambiente
pedagógico”. ( Sartori e Roesler, 2005, p. 124).
- O professor passa a ser um coordenador das ações comunicativas que sejam
elaboradas como estímulos para o processo de interação entre os participantes, retomando as
idéias das autoras Sartori e Roesler:

A educação, como espaço de vivência da cidadania, ultrapassa o


aprender a acessar e selecionar informações, passando pela
capacidade de relacionar-se com o outro. Ouvir e contar, trocar
experiências, respeitar o tempo das coisas e dar tempo ao tempo, são
as bases da sabedoria, possíveis apenas em práticas sociais, adquiridas
pela vivência da vida concreta. (Sartori e Roesler, 2005, p.124).

- Compreender os cursos da comunicação, apresentados por Távola como


metodologia, tanto para leitura crítica quanto para elaboração de mensagens e materiais
audiovisuais que servirão e serviram de apoio para os alunos, ainda citando Sartori e Roesler,
“Considerando o papel crescente que os meios de comunicação vem desempenhando na

7
Conference ICBL2007 May 07 - 09, 2007 Florianopolis, Brazil

educação de modo geral, impõem-se a educadores a tarefa de dialogar de modo mais


sistemático com as linguagens audiovisuais no sentido de compreender seus mecanismos e
dinâmicas de construção de sentido, bem como os modos de interação com o saber/fazer
escolar” (Sartori e Roesler, 2005, p. 146).
- Compreender as regras da comunicação propostas por Reddy contribui para
aprendizagem interativa no momento em que se tem o cuidado em evitar as falhas de
comunicação no meio do processo comunicativo, por meio da análise proposta do Paradigma
da Construção de instrumentos, é mais fácil ao professor de Educação a distância, realizar
intervenções e análises para um bom uso e avaliação das Tecnologias da Informação e da
Comunicação, como: fóruns, bate-papos, e-mails e hipertextos construídos coletiva e
colaborativamente. “A linguagem reterá a atenção dos alunos quando for simples,
compreensível, adequada e correta, evitando o excesso de academicismo. Frases afirmativas
mantêm os alunos interessados e o uso de frases negativas, ao contrário, pode dificultar a
leitura.” (Sartori e Roesler, 2005, p.79).
Sejam pelo uso de materiais digitais ou audiovisuais como videoclipes, filmes, vídeos,
comerciais publicitários (materiais de mídia televisiva) que facilmente podem ser encontrados
pelo professor na internet e usados como meio de apoio à sua prática educativa, ou ainda pelo
simples uso da escrita o que está sendo proposto é refletir sobre a Aprendizagem virtual, a
concepção e formação docente para uso desses recursos, ou seja, uma metodologia pedagógica
que favoreça a comunicação docente e sua prática em comunidades virtuais. ‘
Contudo, caberá ao professor refletir sobre seu fazer pedagógico, inserir novos
métodos e configurar novos cenários educacionais que privilegiem a aprendizagem interativa
em comunidades virtuais, objetivando o comprometimento, a responsabilidade educacional e
social no processo de comunicação no contexto de Aprendizagem e Educação a distância.
“Para a análise das funções psicológicas superiores, Vygostsky estabelece dois processos
básicos dessa metodologia: a unidade de análise e o princípio explicativo, processos que lhe
permitirão articular teoria e método’. (MARTINS, 2005, p. 34).

Referências:
[1] BOUFLEUER, José Pedro. Pedagogia da Ação Comunicativa: uma leitura de Habermas. Ijuí:
Editora Unijuí, 1997.
[2] MARTINS, João Batista. Vygostsky & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
[3] REDDY, Michael J. A metáfora do Conduto: um caso de conflito de enquadramento na nossa
linguagem sobre a linguagem. Cadernos de Tradução nº. 9, Jan - Mar. Porto Alegre: UFRGS,
2000.
[4] SARTORI, Ademilde Silveira; ROESLER, Jucimara. Educação Superior a distância: gestão da
aprendizagem e da produção de materiais didáticos impressos e on-line. Tubarão-SC: Unisul,
2005.
[5] TÁVOLA, Artur da. A liberdade do Ver – Televisão em Leitura Crítica. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1984.
[6] VIGOSTSKY, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Autor:
Maira Penteado, Aluna de Graduação em Pedagogia Multimeios e Informática Educativa
PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Instituição: UFRGS - Departamento: CINTED (Bolsista)
Av. Paulo Gama, 110- Prédio 12105 – 3º andar CEP: 90040-060 – Porto Alegre-RS / Brasil
E-mail: maira.mmei@gmail.com.

Você também pode gostar