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Sou a Maria (nome fictício), tenho 21 anos, vivo em Lisboa e sou uma das pessoas

que faz parte das estatísticas dos infectados com o vírus da SIDA. Quando tinha 18
anos, conheci um rapaz super atraente, com tudo o que podia desejar-se num
namorado: era giro, inteligente e com um corpo… bem, um corpo realmente
ESPETACULAR. Sempre que recordo o momento em que nos vimos pela primeira
vez, sinto de novo aquele “frio” no estômago. Fiquei sem reacção, como se tivesse
sido fulminada por um raio, sem conseguir tirar os olhos dele! Era demais: giríssimo,
simpático, com um sorriso maravilhoso e uns dentes brancos que pareciam pérolas a
contrastar com a sua pele morena. Não demorou muito tempo até que eu conseguisse
que uns amigos comuns nos apresentassem e daí até ficar íntimos foi um instante.
Ainda hoje, quando penso nisso, tenho a certeza que nunca me ocorreu dizer-lhe para
usarmos preservativo, apesar de saber que devia usá-lo e de sempre o ter usado, nas
relações anteriores. Com ele, porém, só pensava: “quer fazer amor comigo sem
protecção? Se calhar, gosta mesmo de mim…”, desejava eu secretamente. Na
verdade, o facto de ele nunca ter falado em preservativo fazia com que eu me sentisse
privilegiada, achando que ele me considerava especial. Mas, passados dois meses,
ele desapareceu sem deixar raso e eu fiquei destroçada. Perguntei por ele a toda a
gente, enviei sms’s, telefonei para o único número que tinha – e que já não estava
atribuído – e nada! Não consegui descobrir o que era feito dele. Constava apenas que
os pais tinham decidido mudar de cidade, mas ninguém sabia para onde, nem porquê.
Tudo aconteceu de repente e sem explicação. Algumas semanas mais tarde, fui
obrigada a ir ao hospital por causa de uma doença sem qualquer ligação aparente
com este meu relacionamento, mas os médicos decidiram fazer uma série de exames
e análises. E foi então que descobri que aquele meu namorado maravilhoso tinha
mesmo “tudo”, incluindo o HIV, coisa que ele nunca se dignou referir. Pensei que
também não sabia que era portador do vírus da SIDA e, durante umas semanas, andei
desesperada a tentar localizá-lo, para o avisar e para que me desse algum do seu
apoio. Tudo em vão.
Quando desisti de o procurar e percebi o que se passava comigo, entrei numa espiral
de pânico e desespero. Foi horrível. Aprendi da maneira mais dura que não se pode
avaliar as pessoas pelo seu aspecto, que um olhar doce e um maravilhoso sorriso de
dentes impecáveis também podem esconder uma pessoa infectada com HIV, ou com
outras doenças sexualmente transmissíveis. Qualquer pessoa pode ter HIV, até o
rapaz mais bonito e com a personalidade mais encantadora. Agora sei que é preciso
usar preservativo sempre que temos sexo, não só para não engravidarmos mas
também para nos protegermos de doenças mortais. Para mim, porém, é tarde de
mais…”
A reacção dos Amigos e da Família
“Apesar de viver numa grande cidade, moro num bairro onde todos se conhecem e já
tive de lidar com o julgamento – e ouvir nomes… – das pessoas que pensam que o
HIV é uma doença de gays ou de drogados. A minha família, felizmente estava ciente
da ignorância que cerca esta doença e apoiou-me sempre. Mas, mesmo assim não
queriam contar aos de fora, com medo da rejeição. E tinham razão! A rejeição dos
amigos foi uma realidade muito dura para mim. Perdi quase todos os amigos, assim
que lhes disse o que se passava comigo. Só a Cátia, a minha melhor amiga, ficou do
meu lado, porque foi educada para não ter preconceitos e sabe que o HIV/SIDA é uma
doença que não é transmissível pelo toque. Foi mesmo muito mau: ia sozinha para as
aulas, almoçava sozinha, sem amigos…”

http://www.abraco.org.pt/arquivo/boletim/pdf/2007/boletim_set_out_site.pdf

Era jovem, como tantos outros jovens, cheio de vida e de vontade de viver. Porém, um
dia, o meu corpo começou a morrer . Como uma serpente silenciosa e mortal, fostes
ganhando a batalha dentro de mim, e aos poucos, me tiras o que de mais importante,
existia dentro do meu ser, a minha saúde.
Deram-te um nome,(sida) mas poderias ter outro qualquer, que continuarias a ser tão
devastadora e cruel como és, e nem por um só instante abrandas o teu combate
mortal contra a minha vida.
Aos poucos. tiras-me todos os pequenos prazeres por mais insignificantes que sejam,
todas as vontades, mas acima de tudo, tiras-me todos os meus sonhos.
O que resta de mim, é menos que um farrapo, menos que um trapo velho, apenas
vivo, porque ainda não me deste o teu golpe mortal.
Pois, preferes me consumir aos poucos, para sentires espelhado nos meus olhos, o
sabor da derrota.
Porem, vou continuar a lutar, não na esperança de te vencer, pois sei, que no fim tu
serás a vencedora, mas me
opondo a ti, com todas as minhas forças, para saberes, que vais Ter luta até ao meu
ultimo suspiro.
Quando perdemos o nosso único bem, ainda nos resta o bem, que podemos fazer aos
outros.
MDM – Olá Ana, como já tínhamos conversado, gostaríamos que nos desses o teu
testemunho e a tua experiência de vida como santomense e seropositiva.

Ana – Descobri que sou seropositiva há 3 anos, foi difícil mas tive bastante apoio
especialmente do meu marido, na minha família ninguém sabe, mas desconfiam, mas
nunca tive aquela coragem de contar, por causa da atitude que elas têm tido com
outras pessoas.

MDM – O que te levou a fazer o teste?

Ana – Fiquei doente, com diarreias, manchas vermelhas no corpo, fui a uma consulta
e a Dra. Perguntou-me se eu queria fazer o teste, fiz e deu positivo. Depois disso não
voltei mas para o posto, achei que podia ser mentira e fui confirmar no GATV de
Médicos do Mundo. Encaminharam-me para um médico, fiz análises e depois comecei
a fazer tratamento para esses sintomas e mais tarde comecei com anti-retrovirais.

MDM – Tiveste alguma reacção aos anti-retrovirais?

Ana – Sim, no princípio, mas o meu médico disse-me que é normal. Depois com o
tempo, vão passando. No princípio foi difícil, mas consegui superar. Hoje sinto-me
perfeitamente normal.

MDM – Quando soubeste o resultado, contaste a alguém?

Ana – Telefonei ao meu marido, que desde logo me apoiou e me deu toda a força.

MDM – Ele apoiou-te como?

Ana – Psicologicamente, conversa comigo bastante. Acho que se não tivesse apoio
dele, podia até morrer.

MDM – E a vossa vida conjugal, a partir desse momento? Ana – Não mudou.
Continuou como era, mas sempre com preservativo. Nunca mais fizemos sexo sem
camisinha.

MDM – Mas nada mudou na tua vida?

Ana – Naquela altura, quando soube, eu era a pessoa mais infeliz do mundo. Eu ia na
rua e parecia que todas as pessoas estavam a olhar para mim. Eu era a mais infeliz do
mundo. Mas, depois mesmo sabendo que sou seropositiva, eu posso dizer que sou
feliz.

MDM – Mas agora, passado esse tempo, acha que as pessoas olhavam mesmo para
ti, ou eras só tu que sentias?

Ana – Era e não era. As pessoas murmuravam mesmo, não são todas… mas
comentam umas com as outras e as coisas vão passando.

MDM – Mas se não disseste a ninguém, como é que as pessoas sabiam?

Ana – Posso dizer que hoje em dia, é só uma pessoa emagrecer e as pessoas já
dizem que é de SIDA. Eu emagreci 10 kgs e toda a gente já dizia que eu tinha Sida.
MDM – E o teu marido, também já fez o teste?

Ana – Ele nunca fez teste, já o aconselhei várias vezes, mas ele só está preparado
para fazer se tiver algum sinal ou algum sintoma.

MDM – Na tua opinião, porque é que ele nunca fez o teste? Falta de coragem?

Ana – Sim, é falta de coragem e medo também... sim é medo.

MDM – Tens filhos?

Ana – Sim, tenho 2. Já fizeram o teste e não estão infectados.

MDM – Conheces outras pessoas seropositivas?

Ana – Sim, muitos. Uns convivem com a família de forma normal, outros não sabem.

MDM – Qual é o conselho, ou o que tens a dizer a outras pessoas seropositivas?

Ana – Prevenir e usar preservativos para os que não são e para os seropositivos, não
devem desanimar. Posso dizer que é uma doença crónica, mas com os
medicamentos, podemos levar uma vida, igual à das outras pessoas.

MDM – Como achas que as pessoas em S.Tomé reagem com as pessoas que têm
Sida?

Ana – Há uma parte negativa, porque mesmo até agora, há uma grande
discriminação. Há uns casos que eu ouvi que discriminam as pessoas directamente.
Por exemplo, quem tem bar, muitas vezes dizem que injectam o sangue na comida, ou
então comem, fazem despesas e não pagam, para se vingar.

MDM – Porque é que achas que isso acontece?

Ana – Não é por falta de informação, porque informação há muita, as pessoas sabem,
mas ignoram. Porque é uma doença que se apanha essencialmente com sexo. Antes,
falavam muito mal da doença e essa discriminação é dos males que falavam e fez
crescer essa discriminação. Quando não havia medicamento e mostravam sempre
imagens de pessoas muito doentes e tristes.

MDM – Achas que só se falava do lado negativo da doença? Que Sida mata?
Ana – Talvez também porque se fosse uma doença normal que se apanha como
hepatite ou outra doença, não era assim.

MDM – Achas que se não fosse uma doença tão ligada ao sexo, tu tinhas coragem de
assumir publicamente?

Ana – Se fosse outra doença que não desse tanta discriminação eu já tinha dito, mas
assim… já tentei várias vezes tomar coragem, mas não fui capaz.

Por sua vez, Rita nasceu em Porto Alegre e reside em Água Grande. Não
consegue aceitar que é seropositiva. Não contou a ninguém, já quis acabar com
a vida e não quer tomar anti-retrovirais. Já gastou mais de 6 milhões de dobras
em remédios tradicionais, mas não sabe se está melhor. Não quer voltar ao
médico com medo de ser discriminada.

MDM – Olá Rita, como já tínhamos conversado, gostaríamos que nos desses o teu
testemunho, e a tua experiência de vida como Santomense e seropositiva.

Rita – Descobri que sou seropositiva há 1 ano, quando decidi fazer o teste de HIV,
junta com as minhas colegas do curso nocturno. Foi bastante difícil para mim,
principalmente a partir do momento em que fui confirmar o resultado no GATV dos
Médicos do Mundo. Mas tive muito apoio especialmente de um amigo, e hoje vivo
graças aos seus conselhos. Já pensei em me matar por várias vezes, mas sempre que
lembro os seus conselhos, não o faço, Encaminharam-me para um médico, fiz
análises, mas não me senti com coragem de começar o tratamento com os anti-
retrovirais.

Isto pelo facto de eu sentir muita vergonha de ser vista por muita gente e elas se
aperceberem do meu estado serológico e medo da discriminação. Por isso, tenho
recorrido aos tratamentos tradicionais que também até agora não vejo o resultado. Já
gastei para mais de 6.000.000,00 de dobras, dinheiro que consegui pedindo
emprestado. Já pensei muitas vezes em viajar e desaparecer deste país, por que aqui
não vou ter hipótese nenhuma. Falaram-me de um Senhor que fazia tratamento, gastei
muito dinheiro. Mas ele me enganou. Encontrei outro Senhor, já tomei 5 frascos de
medicamento, já pensei tomar comprimidos para dormir e nunca mais acordar.

Se não fosse o meu amigo, que me dá carinho e me alegra, já me tinha matado. A


gente conversa muito e ele me anima. Eu vivo graças a esse meu amigo. Não tenho
marido, nem namorado. Eu tinha namorado, mas quando descobri que era
seropositiva disse-lhe e ele me abandonou. Mas eu agora sei que ele também é
seropositivo.

MDM – Mas disseste que não tinhas dito a ninguém?

Rita – Sim. Mas eu sei que ele nunca ia falar. Já falei a dois senhores. Esse Senhor
viu-me, gostou muito de mim e eu do Sr. Ele convidou-me para sair e eu aceitei. Eu
contei ao Senhor que era seropositiva e ele deu-me dinheiro para medicamentos, mas
já gastei tudo. O meu amigo disse-me que eu fiz mal, porque eu devia ter comprado
comida e tomar os anti-retrovirais. Eu devia ir ver um médico. Mas não tenho coragem
de ir ao médico, porque tenho medo que as pessoas me vejam.

MDM – Como é que vais buscar os medicamentos tradicionais? O Sr. que os vende
não o conhece?

Rita – É outra pessoa que os vai buscar.

MDM – Mas sente-se melhor?

Rita – Não sei se estou melhor, mas sei que estou cada vez mais magra, tenho que
fazer muita dieta. Só posso tomar caldo.

MDM – Tens filhos?

Rita – Sim tenho 2 filhos, e já fizeram teste e os resultados deram negativos.

MDM – Quando pensaste em matar-te, não pensaste nos teus filhos?

Rita – Não, só pensei em apagar-me. Quando eu pensei nisso, o meu amigo disse-me
que não. Mas não consigo aceitar, continuar a perder peso, ficar com manchas no
corpo e cair o cabelo. Tenho medo de não conseguir esconder as manchas. Por isso é
que eu quero viajar, mas o meu amigo disse-me que não, que eu tenho que ficar e ir
ao médico.

MDM – Porque não segues esse conselho?

Rita – Eu já fui muitas vezes, mas quando chego a entrada, volto para trás. As
empregadas de lá me conhecem. Até uma vez um taxista quando eu entrei disse: -
ouvi dizer que aqui na vossa zona há gente com Sida!
Rita – Todas as raparigas disseram que não, mas eu fiquei muito atrapalhada, se
calhar ele sabe d’alguma coisa. Eu agora só ando com a cara a olhar para o chão e o
meu amigo diz-me para eu levantar a cara e olhar de frente para as pessoas. Mas eu
não sou capaz. (A conversa com MDM continuou. Muitas coisas precisaram de ser
faladas. Mas sem gravador).

Tenho SIDA e agora? (Não sou eu, calma)

O que vou contar-vos tem um bocado de chocante, mas informo já que não é na
primeira pessoa, apesar de bastante doloroso por conhecer bem a pessoa em causa...

Sou amigo de longa data de um antigo colega meu de trabalho que foi embora de lx e
de vez em quando lá mandamos um mail ou damos dois dedos de conversa por
telefone...

Recentemente ligou-me dizendo que estava cá em Lisboa e fomos almoçar.

No final do almoço disse com um ar de enterro algo que me chocou (ainda choca só
de pensar nisso):

- Vou dizer-te uma coisa, mas é segredo: contraí o vírus da sida!

Respondi que devia estar a gozar, que não se brinca com essas coisas, mas ele
repetiu:

- Não é brincadeira! Estou a falar a sério. Fui fazer umas análises de rotina e recebi
dias depois uma carta para lá ir o mais rápido possível. Contaram-me o que se
passava e pediram-me para fazer uma contra-análise que deu positivo! Não há
dúvidas, apesar de me sentir bem sou seropositivo!

Fiquei sem saber o que dizer. Esse rapaz é pouco mais novo (2 ou 3 anos) que eu e
sempre "transpirou" saúde e boa disposição, além de ter uma "lata" brutal com as
miúdas (deve ser por isso que continua solteiro...).

Ainda a refazer-me perguntei-lhe se sabia como foi e ele disse mais ou menos:
- Sabes que sempre fui muito mulherengo e se há casos em que tomei precauções, na
maior parte das vezes não o fiz! Não sei com quem contraí o vírus, há quanto
tempo o tenho ou se já contaminei mais alguém. Apenas sei que a transmissão foi
por via sexual!

Quando nos separámos fiquei a olhar para ele e a pensar no que sucedera. Tentei não
alterar o meu comportamento (não gosto de ser preconceituoso), mas assumo que se
cria uma espécie de "barreira invisível"!

Estou chocado, sem saber o que dizer ou pensar. Peço que pensem que não acontece
só aos outros. Um dia pode acontecer connosco ou com pessoas próximas de nós!

Fonte: http://forum.autohoje.com/showthread.php?t=45298

Fui infectada através de uma relação sexual, tinha 15 anos. Foi o meu primeiro amor,
uma entrega total. O meu namorado era mais velho, tinha 28 anos. Eu era uma jovem
que sonhava casar e dedicar-me totalmente à pessoa que amava. Dediquei-me
imenso a ele, adorava-o, era tudo para mim! Eu era respeitada por ser a namorada do
Tiago, era acarinhada por todos. Com 15 anos pensava tal qual uma menina dessa
idade. Basta um homem olhar para nós e dar-nos carinho, para nos sentirmos as
mulheres mais felizes do mundo. Nunca pensei em me proteger, não pensei em
absolutamente nada.
(…) Hoje tenho 25 anos e quando digo a alguém que sou seropositiva há 10 anos, as
pessoas não acreditam. Com esse bom aspecto?! Ainda tem aquela imagem da SIDA
associada a uma pessoa débil, magra, e eu tenho 85 kg! (…) Apenas olhando para
mim, ninguém acredita (…)”
Fonte:

Recebi uma proposta para ir para outro país na empresa que trabalho, o que me
deixou feliz e ao mesmo tempo preocupado, pois não sei a política para tratamento de
HIV no tal país, as doenças locais, é um lugar muito frio e totalmente diferente do
sudeste brasileiro, além disso, seria estrangeiro, longe dos poucos amigos e muitos
conhecidos que tenho.
E não ando na mais estável das fases como vocês podem perceber.

Eis que ironicamente (e não poderia deixar de ser diferente), dois dias depois de
receber o convite (que eu ainda não aceitei), conheço na internet um rapaz muito
bonito, educado, inteligente e atencioso que se interessou por mim.

Eu tinha entrado na internet para conversar, me vesti de um nick com a palavra HIV e
já pressupunha que ninguém quereria nada comigo, mas apareceu ele.

Não foi problema o HIV e só por isso eu já o admirava.

Ficamos horas conversando, ele quis me conhecer ao vivo, conversamos mais um dia
e então ele tomou a minha agenda para sí e mesmo sabendo que estava cheio de
compromissos e eu também, se dispôs a acordar cedo e marcou de tomar café da
manhã comigo numa terça feira.

durante as conversas, afinidades brotavam e ele me confessou que era manequim de


uma grande agencia de modelos, eu fiquei fascinado por um homem tão bonito ser tão
legal, e não uma pessoa fútil.

não poderia ser mais irônico eu me interessar tanto por uma pessoa que conheci pela
internet e justo quando eu fui convidado para ne mudar de país

Contei para ele por cima da proposta internacional que me foi feita, e ele ficou
querendo me ajudar a arrumar outro trabalho em são paulo, em outra empresa.

Fiquei feliz de conseguir sobrepujar a piada cósmica desta vez, parece que finalmente
iria voltar a viver minha vida, iria viver um amor quem sabe...

naaa, os deuses do destino acharam tudo muito fácil...

Mandei uma mensagem na segunda à noite para ele perguntando se estava de pé e o


horário de manhã, o booker dele me respondeu dizendo que surgiu um trabalho em
Paris e que ele teria que desmarcar.

Entendi, isso acontece...


Na mesma noite ele me encontrou na internet e disse que a viagem duraria 15 dias e
que estava chateado por não me ver, foram mais horas de conversa.

combinamos de nos escrever e nos falar por msn quando desse, uma semana se
passou e tivemos alguns contatos esparsados, mas não diários.

e sempre que nos víamos eram horas de coversa, apesar do fuso horário.

Me prometeu mandar e-mails todos os dias, queria manter contato, e de repente eu


me vi esperando...

okay eu não tenho nada com ele, mas é crime?

Um cara bonito e legal, interessante, te dando bola é uma coisa que não tem preço, eu
mereço me iludir um pouquinho com a possibilidade de poder amar.

E ele não escreveu.

Encontrei ele na internet no outro dia, perguntei como estava e disse que esperei o
email, que estava gostando das nossas conversas de ultimamente, que ele me fazia
bem

Fiquei mega chateado de sequer pensar que ele pudesse achar que eu estava
cobrando alguma coisa, mas poxa, falou que vai escrever, escreva, ou não fale!

passaram-se 3 dias, hoje recebo um email dizendo que terminaremos assim, antes de
começar, pois a agencia não quer mais que ele volte para o Brasil por agora.

Claro que estou chateado, parece que as pessoas que se aproximam de mim servem
só para me machucar, que eu não tenho direito de amar, de conhecer alguém bacana
(o que já é muito dificil naturalmente, ainda mais para um soropositivo) eu realmente
gostei de conhecer ele, mesmo sendo como foi, meio por acaso...

Fonte: http://piadacosmica.blogspot.com/
As crianças e a SIDA
"Em 1984, Patricia e Loren Broadbent adoptaram uma menina de nome Hydeia,
que tinha sido abandonada no hospital aquando do nascimento, por uma mãe
viciada em drogas. Patricia e Loren estavam certos que podiam dar lhe uma vida
melhor e principalmente o amor, a protecção e a orientação que todas as
crianças necessitam e merecem. Decorria 1988, Hydeia tinha então quatro anos,
quando se soube que estava infectada com HIV desde o nascimento. O
prognóstico era o pior, não viveria após seu quinto aniversário. Esta menina ,
tinha 8 anos quando junto de Michael Johnson, também portador do vírus,
confessou “Só queria ter uma vida normal”.
Agora doze anos mais tarde, não só Hydeia ainda está entre nós, como foi uma
activista internacional no congresso da SIDA em Toronto, ao lado de Kofi Annan,
e ainda mais notável, é uma teenager típica. Nesse mesmo congresso pediu a
todos :
“Não rebentem com os meus sonhos. Eu sou o Futuro. E tenho SIDA!
É entre a primeira geração das crianças com SIDA para quem a ciência mudou
as probabilidades - a primeira geração para quem Viver é uma possibilidade e
não apenas um sonho. Esta é a história de uma doença para que não há ainda
nenhuma cura. Mas é também a história de uma família que vive com SIDA e de
uma mãe que fez e faz tudo que está na sua mão para dar, o que era então
impossível, uma vida normal a Hydeia. Querem prova de amor maior??"

Fonte: http://velasardemsempreateaofim.blogspot.com/2006/12/as-crianas-e-sida.html

SIDA: Casa Sol sobrelotada, com 21 crianças num espaço para 11

** Sílvia Maia (textos) e António Cotrim (fotos), Agência Lusa **

Lisboa, 17 Mar (Lusa) - A Casa Sol, onde vivem crianças seropositivas, está
sobrelotada. Num espaço construído para onze vivem 21. A direcção vê-se obrigada a
recusar novos meninos, carregando o peso de saber que pelo menos dois estavam a
prostituir-se nas ruas da capital.

Inaugurada em 1998, a casa excedeu a sua capacidade logo no ano seguinte, altura
em que era já ocupada por 15 crianças. "Estavam infectadas, eram órfãs de pais com
Sida e muitas estavam doentes. Ninguém as queria", lembra a presidente da Sol,
Teresa D´Almeida.
Talvez por isso, a única instituição em Portugal especificamente criada para acolher
crianças seropositivas tenha tido sempre uma "interminável" lista de espera. A
presidente reconhece que "já não existem sequer condições para as crianças
estudarem", mas admite ser difícil recusar novas entradas.

A história de Filipa (nome fictício) é exemplificativa da situação. Abandonada à


nascença, viveu até aos sete anos num hospital algarvio, porque "ninguém a queria".
Quando soube do caso, a direcção da Sol não conseguiu voltar as costas e acabou
por recebê-la. "Quando cá chegou assustava-se com tudo, com o movimento e com a
confusão normal de uma casa, porque estava habituada àquele silêncio dos hospitais",
lembra Teresa D`Almeida. Hoje, Filipa tem 12 anos e está completamente integrada.

Mas nem todos os casos tiveram desfechos felizes. Teresa recorda dois: "Sei de pelo
menos duas crianças a quem recusámos a entrada e que depois se estavam a
prostituir na rua: uma rapariga, que ao ser violada ficou infectada com o vírus, e um
rapaz de oito anos que também se andava a prostituir. Não há dia nenhum que não
pense nessas crianças".

"Quando surge um caso complicado, puxamos uma cama para aqui outra para acolá,
juntamos mais um colchão e acabamos por aceitar a criança", explica a directora da
casa Inês Gonçalves. Mas, agora, a instituição atingiu o limite. Num espaço para 11
vivem 21.

Preocupado com a situação, o presidente do Instituto de Segurança Social (ISS)


apresentou recentemente uma solução a Teresa D´Almeida: a cedência de um prédio
na Lapa. Mas primeiro, o imóvel tem de ser libertado, o que poderá "acontecer já nos
próximos dias", e depois terá de ser alvo de obras de requalificação para poder
receber as crianças, explicou à Lusa o responsável do instituto, Edmundo Martinho.

Até lá, a presidente da associação tem de lidar com os problemas de sobrelotação,


que reconhece "já não tem condições nem para as crianças estudarem". Apesar disso,
admite ser difícil recusar novas entradas.

As crianças da Sol são ali colocadas por decisão dos Tribunais de Menores ou acordo
com a Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco. Na casa
vivem órfãos infectados com VIH e meninos com familiares doentes sem capacidade
para os educar. Apenas quatro estão em condições de serem adoptados. Apesar de
ter conhecimento que ali vivem muito mais meninos, o ISS só apoia financeiramente
11 crianças.

A assessora do instituto explicou à Lusa que este apoio resulta de um protocolo


celebrado em 2004 entre a Sol e o ISS que definiu a atribuição de um subsídio "tendo
em conta a capacidade da casa, construída para 11 crianças". Os anos passaram e o
protocolo nunca chegou a ser alterado. No entanto, a assessora disse à Lusa que está
previsto o alargamento do apoio às restantes crianças assim que a instituição tenha
um novo espaço capaz de albergar todos os meninos.

Os inspectores que regularmente visitam a instituição já alertaram para a


sobrelotação, mas há serviços do Estado que continuam a pedir à instituição para que
receba mais, alerta Teresa D´Almeida.

A última entrada aconteceu há menos de um ano. Miguel (nome fictício) tinha dois
meses, estava hospitalizado e não tinha para onde ir. "Quando nos fizeram o primeiro
pedido avisámos que estava lotado. Mas depois disseram-nos que não havia
alternativa e que a criança ficaria no hospital", recorda a directora da casa Inês
Gonçalves. Nesse momento, Miguel passou a fazer parte da família.

Hoje, com um ano, partilha o berçário, uma divisão minúscula e colorida, com outras
quatro crianças. E é precisamente o futuro próximo destes bebés que mais preocupa a
instituição, uma vez que não há espaço para os instalar quando crescerem. "Quando
tiverem de sair do berço, não vamos ter onde pôr uma única cama", diz preocupada
Inês Gonçalves.

Desde que abriu as suas portas, a Casa Sol já acompanhou o processo de adopção
de 10 crianças e viu 12 meninos morrerem vítimas do vírus.

Teresa D´Almeida não consegue perceber como é que crianças órfãs ou com graves
problemas familiares relacionados com o VIH continuam a ser esquecidas pelos
governantes: "A vida é muito dura para elas. São as crianças do nada".

Fonte: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=333776&visual=26&rss=0

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