Você está na página 1de 108

Sistema Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

Instituto Euvaldo Lodi


Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos Eletrônicos e
Similares do Vale da Eletrônica

Diagnóstico
do Arranjo Produtivo
da Indústria
do Vale da Eletrônica
Mercado, Tecnologia e Inovação

Revisão 2007

Belo Horizonte
Dezembro de 2007
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

FICHA TÉCNICA
Realização
Sistema FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
Presidente: Robson Braga de Andrade
IEL-NRMG – Instituto Euvaldo Lodi
Gestor: Olavo Machado Júnior
Superintendente: Heloisa Regina Guimarães de Menezes
SINDVEL – Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do
Vale da Eletrônica
Presidente: Roberto Souza Pinto

Coordenação
IEL-NRMG/GDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria
Gerente: Sérgio Augusto Lourenço

Responsáveis Técnicos
Árisson Carvalho de Araújo – Coordenador de Projetos (IEL-NRMG/GDRI)
Marcy Regina Martins Soares – Consultora Interna (IEL-NRMG/GDRI)

Consultoria Externa
FITEC – Fundação para Inovações Tecnológicas
ESTUFA Investimentos

Apoio Técnico
Bruno de Castro Rabelo Profeta (IEL Minas/GDRI)
Caroline Medeiros Volpini (IEL Minas/GDRI)
Cristina de Azevedo Guilherme (IEL Minas/GDRI)
Felipe Paschoal de Moura – Bolsista (FAPEMIG- IEL Minas/GDRI)
Pedro Arthur Rodrigues Monteiro (IEL Minas/GDRI)
Vanessa Silva da Silva - Bolsista (FAPEMIG- IEL Minas/GDRI)

Capa / Projeto Gráfico:


FIEMG/ACC/Gerência Publicidade e Propaganda

Normalização:
Gizele Maria dos Santos – Centro de Memória do Sistema FIEMG

Diagnóstico do arranjo produtivo da indústria do Vale da Eletrônica: mercado, tec-


nologia e inovação. – Belo Horizonte: FIEMG / IEL Minas / SINDVEL, 2007.

110p.
Conteúdo: Revisão 2007.

1.Indústria eletrônica – Minas Gerais – Diagnóstico do setor.


Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

AGRADECIMENTOS
Com satisfação, o Sistema FIEMG, através do Instituto Euvaldo Lodi – IEL Minas, empre-
endeu esforços para elaboração deste estudo, que será um importante instrumento para
análise da evolução econômica e social do Vale da Eletrônica.

Agradecemos, em especial, o comprometimento dos empresários do setor eletroeletrô-


nico, ao disponibilizarem informações primordiais sobre as suas empresas, contribuindo
de forma maciça para concretização deste trabalho. Estendemos, ainda, nosso reconhe-
cimento, às Incubadoras de Empresas – Inatel e incubadoras municipais de Santa Rita
do Sapucaí e Itajubá – e instituições de ensino locais – Inatel, Fai, Senai e ETE – que,
como vetores de desenvolvimento regional, fizeram parte de nossa análise.

Este trabalho não seria possível sem a participação conjunta das instituições parceiras,
que contribuíram efetivamente para a elaboração deste diagnóstico. Entre estas, desta-
camos:

AISRS – Associação Industrial de Santa Rita do Sapucaí;


BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais;
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CEGEIT – Centro Gerador de Empresas de Itajubá;
ETE – Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa;
FAI – Faculdade de Administração e Informática;
FAPEMIG – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais;
FINATEL – Fundação Instituto Nacional de Telecomunicações;
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos;
Governo do Estado de Minas Gerais:
• INDI – Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais;
• SECTES – Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais;
• SEDE – Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais;
INATEL – Instituto Nacional de Telecomunicações;
INCIT – Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá;
Incubadora de Empresas e Projetos do INATEL;
PROINTEC – Incubadora Municipal de Empresas de Santa Rita do Sapucaí;
SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas;
SINDVEL – Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale
da Eletrônica;
FIEMG – Regional Sul.
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Tecnologia mundial .................................................................................................... 14
Figura 2 - Apple.......................................................................................................................... 17
Figura 3 - Laboratório de pesquisas da WTC ............................................................................. 17
Figura 4 - Fábrica Samsung Austin ............................................................................................ 18
Figura 5 - Electronics City .......................................................................................................... 20
Figura 6 - Fábrica da Samsung na Coréia do Sul........................................................................ 21
Figura 7 - Instalações da fábrica de semicondutores CEITEC – RS ............................................ 25
Figura 8 - Prédio da Ci&T – Unicamp ......................................................................................... 31
Figura 9 - Porto Digital ............................................................................................................... 33
Figura 10 - Fábrica da Bridgestone em Camaçari – BA .............................................................. 35
Figura 11 - Terminal 2 - Zona Franca de Manaus ....................................................................... 37
Figura 12 – Localização estratégica do APL ............................................................................... 40
Figura 13 - Vista aérea de Santa Rita do Sapucaí ....................................................................... 41
Figura 14 - Centro Empresarial .................................................................................................. 42
Figura 15 - Treinamento técnico – SENAI................................................................................... 44
Figura 16 - Montagem de placa de circuito ................................................................................ 47
Figura 17 - Montagem de produto ............................................................................................. 50
Figura 18 - Produto do APL ....................................................................................................... 51
Figura 19 - Laboratório da Faculdade de Administração e Informática – FAI ............................. 55
Figura 20 - Linha de produção ................................................................................................... 57
Figura 21 - Placas coloridas CCI ................................................................................................ 58
Figura 22 - Partes e peças – Metalmecânica .............................................................................. 59
Figura 23 - TV Digital: Conversor de sinais digitais em analógicos - Set-top Box ...................... 60
Figura 24 - Produto do APL ....................................................................................................... 63
Figura 25 - Laboratório de Desenvolvimento de Software do Inatel - Competence Center ......... 64
Figura 26 – INATEL .................................................................................................................... 70
Figura 27 - Laboratório de TV Digital do INATEL ........................................................................ 70
Figura 28 - Laboratório de Prototipagem – SENAI ..................................................................... 70
Figura 29 - Aula prática – Laboratório SENAI ............................................................................. 70
Figura 30 – FAI .......................................................................................................................... 71
Figura 31 - Laboratório da FAI ................................................................................................... 71
Figura 32 - ETE .......................................................................................................................... 72
Figura 33 - Aula prática – Laboratório ETE ................................................................................. 72
Figura 34 - Incubadora de Empresas e Projetos – NATEL .......................................................... 73
Figura 35 - Treinamento – Incubadora INATEL........................................................................... 73
Figura 36 - Incubadora Municipal de Empresas POINTEC.......................................................... 74
Figura 37 - Empresa incubada na PROINTEC ............................................................................. 74
Figura 38 - Incubadoras de empresas de Itajubá – CEGEIT e INCIT ........................................... 74
Figura 39 - Sala de reuniões – CEGEIT e INCIT .......................................................................... 74
Figura 40 - Estande coletivo das empresas do APL - FIEE 2007 ................................................ 76
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Gráfico 1 - Evolução de preços nos EUA – Commodities e eletrônicos (2003 – 2007) .............. 13
Gráfico 2 - Número de empregados no Brasil ............................................................................ 27
Gráfico 3 - Exportações de materiais elétricos e eletrônicos de Minas Gerais............................ 29
Gráfico 4 - Porte das empresas.................................................................................................. 43
Gráfico 5 - Principal modalidade de capacitação utilizada pelas empresas ................................ 43
Gráfico 6 - Faturamento anual total das empresas ..................................................................... 45
Gráfico 7 - Dificuldades encontradas pela empresa para buscar recursos ................................. 46
Gráfico 8 - Tempo de instalação no APL .................................................................................... 47
Gráfico 9 - Principal ramo de atividade ...................................................................................... 49
Gráfico 10 - Principal destino da produção ................................................................................ 50
Gráfico 11 - Destino das exportações ........................................................................................ 51
Gráfico 12 - Como é estabelecido o preço do produto/serviço .................................................. 52
Gráfico 13 - Principal meio pelo qual o cliente fica sabendo dos
produtos/preços prestados pelas empresas .............................................................................. 53
Gráfico 14 - Ferramentas de controle de versão de software e documentos utilizadas .............. 55
Gráfico 15 - Modalidade de produção ........................................................................................ 56
Gráfico 16 - Índice de nacionalização ......................................................................................... 58
Gráfico 17 - Percentual médio do faturamento investido em pesquisa e desenvolvimento
entre 2004 - 2007 ...................................................................................................................... 60
Gráfico 18 - Tecnologia de montagem de componentes ............................................................ 62
Gráfico 19 - Classes de componentes digitais utilizadas ............................................................ 62
Gráfico 20 - Número de componentes eletrônicos nos projetos de hardware ............................ 63
Gráfico 21 - Classes de materiais de componentes utilizadas .................................................... 64
Gráfico 22 - Modelo de qualidade de processo de software utilizado......................................... 65
Gráfico 23 - Linhas de produtos de software ............................................................................. 66
Gráfico 24 - Quantidade média de linhas de código desenvolvidas por produtos da empresa ... 67
Gráfico 25 - Principal linguagem de programação utilizada ....................................................... 67
Gráfico 26 - Principal razão que levou a empresa a adotar procedimento gerencial
associado à gestão ambiental .................................................................................................... 69
Gráfico 27 - Principal recurso utilizado nas instituições de ensino pelas empresas ................... 72

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Faturamento total por área......................................................................................... 26
Tabela 2 - Principais indicadores da indústria eletroeletrônica entre 2002 e 2007 ..................... 27
Tabela 3 - Produtos mais exportados ......................................................................................... 28
Tabela 4 - Destino das exportações e importações em 2006 (US$ milhões).............................. 28
Tabela 5 - Exportações por região de Minas Gerais, 2006.......................................................... 30
Tabela 6 - Como a empresa avalia os recursos que possui para desenvolver seus
produtos e serviços ................................................................................................................... 48
Tabela 7 - Controles utilizados nos processos de gestão pelas empresas.................................. 54
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

SUMÁRIO
Apresentação ............................................................................................................................... 7
Prefácio ...................................................................................................................................... 8
Terminologia, definições e abreviações ........................................................................................ 9
1 PANORAMA INTERNACIONAL .................................................................................... 11
1.1 Pólo do setor eletroeletrônico no mundo .................................................................... 16
1.1.1 Vale do Silício – Califórnia (EUA) ................................................................................ 16
1.1.2 Washington Technology Center – Washington (EUA) .................................................. 17
1.1.3 Austin – Texas (EUA) ................................................................................................... 18
1.1.4 Electronics City – Bangalore (Índia) ............................................................................ 19
1.1.5 Pólo Sul-Coreano ........................................................................................................ 20
2 PANORAMA NACIONAL .............................................................................................. 23
2.1 Pólo eletroeletrônico no Brasil .................................................................................... 30
2.1.1 Pólo eletroeletrônico de Campinas - SP ...................................................................... 31
2.1.2 APL de Campina Grande - PB ...................................................................................... 32
2.1.3 APL da Grande Recife - PE .......................................................................................... 33
2.1.4 Pólo eletroeletrônico da Grande Salvador - BA............................................................ 34
2.1.5 Pólo eletroeletrônico de Ilhéus - BA ............................................................................ 36
2.1.6 Pólo industrial da Zona Franca de Manaus .................................................................. 37
3 O ARRANJO PRODUTIVO DE SANTA RITA DO SAPUCAÍ ............................................ 39
3.1 Caracterização do Arranjo Produtivo ........................................................................... 40
3.2 Detalhamento do Arranjo Produtivo – O Vale da Eletrônica ......................................... 42
3.2.1 Recursos humanos e capacitação ............................................................................... 42
3.2.2 Econômico-financeiro ................................................................................................. 44
3.2.3 Mercado e imagem ...................................................................................................... 48
3.2.4 Tecnologia e processos de gestão ............................................................................... 52
3.2.5 Produção ..................................................................................................................... 56
3.2.6 Produtos ..................................................................................................................... 57
3.2.7 Inovação...................................................................................................................... 59
3.2.8 Domínio tecnológico de hardware e de software ......................................................... 61
3.2.9 Design ......................................................................................................................... 68
3.2.10 Meio ambiente e responsabilidade social .................................................................... 68
3.2.11 Relacionamento com instituições de ensino e institutos de pesquisa ......................... 69
3.2.12 As incubadoras de empresas no APL .......................................................................... 73
3.3 O Sindvel ..................................................................................................................... 76
4 SÍNTESE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 77
Referências ................................................................................................................................ 81
Fonte de dados........................................................................................................................... 82
Anexo A .................................................................................................................................... 84
Anexo B .................................................................................................................................... 96
Anexo C .................................................................................................................................. 101
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

APRESENTAÇÃO

Com satisfação, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) edita
este Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica, fruto de uma
saudável e produtiva parceria entre o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), instituição integrante
do Sistema FIEMG, e o SINDVEL – Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Ele-
trônicos e Similares do Vale da Eletrônica.

Ficam claros, com este documento, os importantes avanços registrados nos últimos
anos e, em especial, a partir de 2004, quando realizamos o primeiro diagnóstico do APL
da Indústria do Vale da Eletrônica. Hoje, as 120 empresas cadastradas apenas em Santa
Rita do Sapucaí geram mais de oito mil empregos e, com os seus produtos, estão pre-
sentes nos principais mercados do Brasil e também no exterior, sobretudo nos países
do Mercosul.

É gratificante constatar, igualmente, o compromisso prioritário dessas empresas – pre-


dominantemente de micro, pequeno e médio porte – com a inovação tecnológica, o que,
por certo, explica o seu sucesso em um mercado de alta tecnologia e grande concorrên-
cia, inclusive com empresas globais.

Ao entregar este Diagnóstico ao público, e muito especialmente aos empresários de


Santa Rita do Sapucaí, Itajubá e Pouso Alegre, reafirmamos a nossa convicção de que o
Vale da Eletrônica continuará avançando e escrevendo novas páginas de sucesso nesta
história de que tanto nos orgulhamos.

Robson Braga de Andrade


Presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

– 7–
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

PREFÁCIO

A atualização do Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica vem


reafirmar a importância do setor na economia mineira, sua representatividade no cenário
nacional, a capacidade empreendedora das empresas locais e, em especial, o seu ex-
pressivo potencial de crescimento. Cumprindo o seu objetivo principal, este documento
analisa os avanços registrados pelo Arranjo, tendo como base o primeiro diagnóstico,
editado em 2004, e que cumpriu a missão fundamental de nortear as estratégias de de-
senvolvimento do setor.

Minucioso em sua metodologia, este Diagnóstico descreve as principais características


das empresas que integram o APL, bem como a profunda relação que mantêm com as
instituições de ensino e incubadoras de empresas da região, o seu processo de adap-
tação às novas tecnologias e produtos e sua presença nos mercados interno e externo.
Os avanços obtidos são um reflexo da atuação da governança do Arranjo e da efetiva
participação dos empresários locais e das entidades que o apóiam.

Ao observar os aspectos econômicos, tecnológicos e mercadológicos presentes neste


trabalho, será possível definir novas diretrizes para balizar o crescimento sustentado do
APL, fundamentando-o em conceitos básicos e vitais – como a inovação, o desenvolvi-
mento de tecnologia, a conquista de novos mercados e o aprimoramento do seu sistema
gerencial. Assim, com certeza, será possível criar um ambiente propício ao desenvolvi-
mento econômico e social da região.

Roberto Souza Pinto


Presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos
Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica

– 8–
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

TERMINOLOGIA, DEFINIÇÕES E ABREVIAÇÕES

ABINEE Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica


ACSRS Associação Comercial de Santa Rita do Sapucaí
AGILE Metodologia de desenvolvimento de software
ALADI Associação Latino-Americana de Integração
ALC Área de Livre Comércio
APEX Agência de Promoção de Exportação e Investimentos
APL Arranjo Produtivo Local
ASSEMBLY Linguagem de programação no nível de máquina
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
C Linguagem de programação
C++ Linguagem de programação
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Informática e
CEPEDI
Eletroeletrônicos de Ilhéus
CESAR Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife
CEITEC Centro de Excelência em Tecnologia de Eletrônica Avançada
CIDE Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial
CMM Capability Maturity Model
CMMi Capability Maturity Model Integration
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONCITE Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia
CPLD Complex Programmable Logic Device
CTPS Curso de Capacitação do Trabalhador para os Processos Seletivos
DESENVOLVE Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica
DFM Design For Manufacturing
DFS Design For Serviceability
DFT Design For Testability
DSP Digital Signal Processing
ETE Escola Técnica de Eletrônica
FAI Faculdade de Administração e Informática
FAIN Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba
FAPEMIG Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
FIEMG Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
FITec Fundação para Inovações Tecnológicas
FUNCET Fundo Estadual de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
FUNDIEST Fundo de Desenvolvimento a Indústrias Estratégicas
GTD Geração, Transmissão e Distribuição
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

– 9–
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

IEL Instituto Euvaldo Lodi


IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano
ISS Imposto Sobre Serviços
ITPO Investment and Technology Promotion Office
JAVA Linguagem de programação
LEADFREE Componentes eletrônicos sem chumbo
MPS.BR Melhoria de Processos do Software Brasileiro
MTE Ministério de Trabalho e Emprego
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PIM Pólo Industrial de Manaus
PMI Project Management Institute
PITCE Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior
PPB Processo Produtivo Básico
PRAXIS Processo de desenvolvimento de software
PRODEPE Programa de Desenvolvimento de Pernambuco
Programa de Apoio às Empresas de Informática, de Eletrônica e de
PROE-ELETRÔNICA
Telecomunicações
PROIM Programa de Indução à Modernização Industrial
PROMO Centro Internacional de Negócios da Bahia
PROTRABALHO Programa de Promoção do Emprego e do Trabalhador
PTH Pin-Through Hole
RER Reed Electronics Research Group
RoHS Restriction of Hazardous Substances
RUP Rational Unified Process
SDE Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SECTMA Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco
Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do
SINDVEL
Vale da Eletrônica
SINPEC Sindicato das Indústrias de Informática e Eletroeletrônicos de Ilhéus
SMT Surface Mount Technology
SOFTEX Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro
SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus
TI Tecnologia da Informação
VALE DA ELETRÔNICA Termo como é conhecido o APL de Santa Rita do Sapucaí
VoIP Voice over IP
WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave Access
WTC Washington Technology Center
ZFM Zona Franca de Manaus

– 10 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

PANORAMA
INTERNACIONAL
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

1 PANORAMA INTERNACIONAL
O setor eletroeletrônico é um dos mais importantes da realidade econômica atual. Sinô-
nimo de tecnologia, permeia todos os setores industriais, fundamenta todos os serviços
modernos, reestrutura a vida pessoal, profissional e familiar, sendo o principal difusor
de inovações, da produtividade, de redução de custos e de preços, constituindo a base
da chamada “sociedade da informação”.

De acordo com o Reed Electronics Research Group – RER, maior centro de pesquisas
sobre a indústria eletrônica no mundo, são vários os segmentos de mercado envolvidos:
equipamentos para processamento eletrônico de dados, como sistemas de computador
e acessórios; equipamentos de escritório, como fotocopiadoras; controle e instrumenta-
ção, em geral ligados a sistemas produtivos; equipamento médico e industrial; comuni-
cações e radar; telecomunicações; bens de consumo, entre eles os equipamentos de áu-
dio e vídeo; componentes, subdivididos em ativos (tubos, diodos, transistores e outros),
passivos (capacitores, resistores, conectores e outros); e alguns sem subclassificação,
como amplificadores e semelhantes.

Dois segmentos de produtos eletrônicos já se destacavam dos demais na economia


mundial em 2002:

• equipamentos de processamento de dados (30,1%);


• componentes (27,7%).

Contudo, as inovações e os novos padrões tecnológicos são realidade em todos os


segmentos. As mudanças no setor de telecomunicações, por exemplo, resultaram no
surgimento de novas tecnologias e serviços que moldam ações cotidianas. Podem ser
destacados os serviços de telefonia celular, que vêm se expandindo rapidamente em pa-
íses desenvolvidos e em desenvolvimento, e os de banda larga, que têm tido menor ve-
locidade de difusão, devido aos ainda altos custos. Estes últimos se transformam, cada
vez mais, em um dos focos das operadoras. Além desses, a tecnologia VoIP mostra-se
como boa alternativa para concorrer com os tradicionais serviços de voz. O mercado de
WiMAX, uma das tecnologias de transmissão sem fio, também tem demonstrado cres-
cimento bastante expressivo. Segundo dados da Infonetics Research, a receita total em
2006 foi de 549,2 milhões de dólares, com uma progressão anual de 286%.

Houve grande crescimento no mercado de bens eletrônicos de consumo nas últimas


décadas, em meio aos avanços tecnológicos do setor, uma das características marcan-
tes na economia mundial. Esse fenômeno se intensificou desde meados dos anos 90,
quando a globalização popularizou o consumo de bens eletrônicos, com as reduções de
custos decorrentes da forte elevação das escalas de produção e do aumento da especia-
lização produtiva dos grandes atores globais da indústria.

A imediata conseqüência dessas mudanças estruturais, que caracterizam não só os ele-


trônicos de consumo, mas todo o setor eletrônico, é a constante queda dos preços que
o distingue claramente de outros setores econômicos. O gráfico 1 compara, a partir
de uma base, a evolução de preços de produtos eletrônicos e de commodities, setores
distintos, em um dos maiores mercados de eletrônicos do mundo, os EUA. Confirma-se
assim a tendência estrutural à queda de preços dos eletrônicos. A intensa depreciação
tecnológica a que estão submetidos, com a constante inserção de novos produtos e ba-
rateamento dos obsoletos, é igualmente responsável por tamanha distinção.

– 12 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Gráfico 1
Gráfico 1
Evolução deEvolução
preços nos EUA – Commodities e eletrônicos (2003 – 2007)
de Preços nos EUA – Commodities e Eletrônicos (2003 – 2007)

140

120

100

80

60
COMMODITES

COMMODITES INDUSTRIAIS

40 ACESSÓRIOS E COMPONENTES ELETRÔNICOS

PRODUTOS PRIMÁRIOS NA FABRICAÇÃO DE


COMPUTADORES

20
03

04

05

06

07
20

20

20

20

20
Fonte: U.S. Bureau of Labor and Statistics - 2007

Fonte: U.S. Bureau of Labor and Statistics - 2007

Há alguns anos, o mercado eletrônico dos EUA era o maior em todo o mundo. O Japão
assumia a segunda posição, seguido da China. No mercado europeu, Alemanha, Rei-
no Unido, França e Itália eram respectivamente quarto, quinto, sétimo e nono maiores
mercados mundiais em eletrônicos. O Canadá ocupava a oitava posição. Se observadas
as sete principais economias mundiais, o G7, formado por Alemanha, Canadá, Estados
Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, nota-se que as composições do mercado
eletrônico desses países não apresentavam muitas diferenças. Em todos, exceto Japão,
o segmento de equipamentos de processamento de dados era o de maior destaque. O
segmento de componentes aparecia como o principal para o Japão e segundo para os
demais.
Além deles, os mercados asiáticos já se destacavam no setor eletrônico. A Coréia do Sul
ocupava a sexta posição. Os outros Tigres Asiáticos – Taiwan, Cingapura e Hong Kong
– detinham, respectivamente, a 11ª, a 13ª e a 20ª posição no mercado global do setor.
México e Brasil eram os maiores representantes latino-americanos; o México era o déci-
mo maior mercado mundial e o Brasil o 12º. O mercado mexicano de telecomunicações
era bem menor (4%), comparado com Brasil ou Venezuela (11%). Em compensação,
o mercado de componentes destacava-se, consideravelmente, no México. Os maiores
mercados no Brasil e na Venezuela eram também os de equipamentos de processamento
de dados. Ainda assim, somando o mercado de equipamentos de processamento de da-
dos e bens eletrônicos de consumo do Brasil, era indiscutível a sua liderança na América
Latina.
Atualmente, a indústria norte-americana de eletrônicos continua como líder em vários
segmentos de mercado. Porém, de fato, perdeu espaço no cenário internacional, desta-
cadamente para países asiáticos que, principalmente a partir de imitação, tornaram-se
importantes players mundiais em certos segmentos, em especial o de componentes, de
grande importância na cadeia produtiva do setor.
Apesar de constatados recorrentes deficits na balança comercial dos EUA, além da falta
de mão-de-obra qualificada em áreas como desenvolvimento de softwares, o setor de
alta tecnologia foi o de maior representatividade nas exportações daquele país, compre-
endendo 21% do total das exportações de bens em 2006. De 2005, quando somaram
US$ 199 bilhões, a 2006, com as exportações da indústria de alta tecnologia chegando a
US$ 220 bilhões, houve crescimento de mais de 10%. Em contrapartida, as importações
passaram de US$ 295 bilhões para US$ 322 bilhões nos mesmos anos, o que ilustra,
apesar da menor variação nas importações, a grande disparidade na balança comercial.
Os setores de eletrônicos industriais e equipamentos de comunicação foram os de maior
destaque, com 16% e 13% de aumento, respectivamente.

– 13 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Em alguns estados norte-americanos, as exportações de tecnologia, em grande parte li-


gada aos eletroeletrônicos, chegam a concentrar mais de 70% do total exportado. Um re-
latório de 2007 que analisa a indústria da tecnologia em todos os estados conclui que ela
é destacadamente importante para a economia dos EUA, e de cada um dos seus estados,
e considera essencial a conquista de novos mercados e a expansão dos existentes para
manter a competitividade do país no mercado global (Trade in the cyberstates, 2007).

Figura 1 - Tecnologia mundial


Fonte: wwwasic.kip.uni-heidelberg.de/lhcb/

Acompanhando o movimento do mercado dos EUA, o México surge como um dos emer-
gentes produtores de eletrônicos e, apesar de quedas em 2001 e 2002, a proximidade
com o maior mercado do mundo, para o RER, deve mantê-lo como um centro produtor
nos dias atuais.
Juntas, as Américas, a Ásia e a Oceania representam mais de 63% do mercado de eletrô-
nicos e 67% da produção mundial, mas, analisados isoladamente, os números de alguns
países asiáticos e ilhas do pacífico surpreendem: a produção de eletrônicos liderada por
esses países chegou em 2005 a mais de 38% da mundial, enquanto dez anos antes não
passava dos 20%.
A China é o atual destaque da indústria eletrônica global. Em 2004, já era o segundo
maior produtor de eletrônicos do mundo, com crescimento na produção superior a 30%
em alguns anos. Em 2006, 18% da produção global de eletrônicos era chinesa, maior di-
ferença em face dos 4% em 1997. De acordo com o RER, o crescimento nas exportações
tem sido a chave para tal desempenho. Em 2005, as exportações chinesas cresceram
27% e chegaram aos US$ 230 bilhões, maiores que o número dos EUA. A série histórica
de crescimento, com recordes recentes de até 53%, em 2003, reitera o argumento do
RER. Em relação ao mercado doméstico chinês, um dos pilares para sustentar alto de-
sempenho, estima-se que representará por si só 16% do mercado global em 2009.
Além da China, outros países da região também figuram entre os dez maiores produtores
do mundo: Coréia do Sul, Malásia, Cingapura e Tailândia. Se analisados por segmento,
em 2006 o setor eletroeletrônico tinha a Coréia do Sul como terceiro maior produtor de
componentes, a Malásia como terceiro maior produtor de eletrônicos para consumo
e, também, Taiwan, como o quarto maior produtor de computadores e periféricos do
mundo.
Para alcançar tais posições, as empresas desses países atuaram sob estratégias e sis-
temas de governança diversos. Empresas de Cingapura e Malásia, com orientação go-
vernamental, atualmente concentraram-se em produtos de alto valor agregado e não
mais na produção padronizada de baixo custo. Com orientação semelhante e menos
recente, empresas taiwanesas e sul-coreanas conseguiram destaque na indústria eletrô-

– 14 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

nica mundial. Para o RER, Tailândia, Indonésia e Filipinas vão atrair mais investimentos
estrangeiros, não só em busca dos baixos custos de produção e de seus fortes mercados
domésticos, mas também como resultado de uma tendência atual de empresas investi-
rem fora da China para diversificar riscos.

Apesar de gargalos, como necessidade de infra-estrutura e falta de uma base fornecedo-


ra de componentes, estima-se que a Índia tenha grande potencial e que seu mercado ele-
trônico deverá estar entre os de mais rápido crescimento, não só na Ásia mas no mundo.
O Reed electronics group estima que a produção da Índia alcance US$ 35 bilhões em
2010, considerados os US$ 10.8 bilhões em 2005.

Na Europa, coexistem duas realidades complementares da indústria eletroeletrônica. O


oeste, com taxas recentes de crescimento menores, mas fortes e consolidadas empresas,
e o leste, com maior potencial para crescimento e custos menores para as empresas.

O mercado de eletrônicos do oeste da Europa é representado atualmente por 22% do


consumo e 17% da produção mundial. De acordo com o RER, tais países deverão man-
ter significante posição no mercado de eletrônicos e market share perto de 20% em
relação ao mundo, dada a estrutura empresarial e sistemas de governança já consolida-
dos. Em 2004, a produção da região era de €192 bilhões e equivalia a 19% da global, o
que significa queda de representatividade como produtor mundial. As maiores quedas,
entre 2000 e 2003, já podiam ser vistas como resultado da pressão sobre preços e para
a redução de custos, reconhecida a concorrência externa. Apesar desse cenário, a partir
de 2004 a produção na Europa ocidental esboçou recuperação e naquele ano caiu apenas
0,7% em termos reais.

Destaca-se atualmente, nesse cenário, o setor de eletrônicos industriais, que aumentou


sua participação de 18% em 2000 para mais de 23% da produção total em 2005, e torna-
se cada vez mais importante. Ao mesmo tempo, o setor de comunicações, que detinha a
maior fatia da produção de eletrônicos em 2000, manteve a liderança após 2004, apesar
do declínio na participação de 31% para 28%. O RER argumenta que o movimento das
empresas na procura por menores custos é marcante na região e a conseqüente pressão
nos preços dos produtos atinge todas as áreas dessa indústria, em especial a de com-
ponentes.

O acentuado declínio nos setores de comunicação e tecnologia da informação impacta-


ram significativamente a indústria eletrônica do lado oeste, em especial França e Reino
Unido, onde a procura por menores custos aliou-se à baixa demanda, resultando em
maior queda da produção. Já a Alemanha, que guarda grande representatividade nos
setores de eletrônica automotiva e industrial, não foi tão fortemente atingida e apresen-
tou modesto crescimento desde 2003, apesar de dificilmente alcançar o patamar do ano
2000. Alemanha, França e Reino Unido são, nesta ordem, os três maiores mercados de
eletrônicos na Europa. A Itália, apesar do fraco desempenho nos últimos anos, continua
como o quarto mercado de eletrônicos no oeste europeu. De qualquer forma, o RER es-
tima que a região deverá continuar como grande produtora, em especial na área de ele-
trônicos industriais, dado o grande número de pequenas e médias empresas de diversos
setores que utilizam soluções eletrônicas e representam, por isto, um enorme mercado
para a crescente quantidade de produtos eletrônicos.

A migração de empresas para regiões com custos de produção mais baixos, a exemplo
do que já ocorre em relação à China e ao leste europeu, continua como uma tendên-
cia. De fato, a proximidade com a Europa ocidental fez grandes companhias globais
de eletrônica transferirem sua produção para a Europa central e oriental em busca dos
menores custos. Atualmente observa-se o mesmo movimento para médias empresas do
lado ocidental.

– 15 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

1.1 Pólo do setor eletroeletrônico no mundo

Os clusters, aglomerações produtivas com características peculiares de concentração de


setores e cooperação para o crescimento, designados também como Arranjos Produti-
vos Locais (APL), espalharam-se pelo mundo na mesma velocidade com que o conheci-
mento se tornou, mais e mais, a matéria-prima da competitividade. A importância cres-
cente da inovação levou muitos países ou cidades a se organizarem para criar estruturas
de fomento a esta interatividade, em especial entre setores com grande necessidade de
inovações constantes. Essa busca resultou, por exemplo, na criação de vários parques
tecnológicos pelo mundo. Atualmente, há no mínimo 81 parques nos EUA, 64 na China,
23 na Finlândia e 25 na Espanha. As grandes somas investidas deram a esses países re-
torno altamente compensador. Cada cluster tem contornos específicos, mas são sempre
ponto de encontro entre empresas interessadas em inovar para crescer e profissionais
bem-formados capazes de descobrir como fazê-lo.

Para análise comparativa entre as diferentes características e processos de desenvolvi-


mento dos clusters pelo mundo, são citados alguns exemplos, todos de grande impor-
tância nos últimos anos: Vale do Silício, Washington Technology Center e Austin, nos
EUA, Bangalore, na Índia, e a estrutura da Coréia do Sul.

1.1.1 Vale do Silício – Califórnia (EUA)

O Vale do Silício, que abrange várias cidades do estado da Califórnia, ao sul de São Fran-
cisco, como Palo Alto e Santa Clara, estendendo-se até San Jose, é talvez o mais famoso
cluster do mundo, entre as centenas ou milhares hoje formados. Muito bem-sucedido
em seu objetivo principal – gerar empregos e riqueza por meio da aplicação de conheci-
mento a produtos e serviços – está diretamente ligado à força da economia da Califórnia,
que detém a maior renda nacional entre os estados norte-americanos.

Possui um conjunto de empresas criadas a partir da década de 1950, com o objetivo de


inovar nas áreas científica e tecnológica, com destaque para eletrônica, informática e
produção de circuitos integrados. Muitas empresas que hoje estão entre as maiores do
mundo pertencem ou pertenceram à região. Entre elas destacam-se: Apple, Altera, Goo-
gle, NVIDIA, Electronic Arts, Symantec, Advanced Micro Devices (AMD), eBay, Maxtor,
Yahoo!, Hewlett-Packard (HP), Microsoft, Adobe Systems, Cisco Systems, Hitachi Data
Systems, IBM, Intel, Netscape Communications, etc. O impulso para o desenvolvimento
dessa região se deu com a Segunda Guerra Mundial e, principalmente, durante a Guerra
Fria, devido à corrida armamentista e aeroespacial. Seus principais produtos são compu-
tadores, periféricos, circuitos integrados e desenvolvimento de softwares.

– 16 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 2 - Apple
Fonte: giga.vozdipovo-online.com/categoria/multimedia/20/20/

Como importantes agentes locais, está presente um consolidado conjunto de universida-


des, entre as quais citam-se a Northwestern Polytechnic University (Fremont), Carnegie
Mellon University (West Coast Campus), San Jose State University (San Jose), Santa
Clara University (Santa Clara) e Stanford University (Palo Alto).

1.1.2 Washington Technology Center – Washington (EUA)

O objetivo do Washington Technology Center (WTC) é afetar, de forma positiva, toda


a criação e retenção de trabalho em empresas com base em Washington, através do
aumento da eficácia e capacitação dessas empresas para se adaptarem e desenvolve-
rem tecnologias que alavanquem os investimentos realizados em pesquisa nas univer-
sidades.

Figura 3 - Laboratório de pesquisas da WTC


Fonte: www.watechcenter.org/?p=Microfabrication+Lab&s=6

O WTC conta com 40 empresas e 52 grupos de pesquisa associados a ele, utilizando


suas instalações fabris. Possui as seguintes universidades, entre outras: Central Wa-
shington University, Eastern Washington University e University of Washington. Seus
principais produtos são: equipamentos médicos, sistemas de telecomunicação, incluin-
do comunicação sem fio, equipamentos para aeronaves, semicondutores, biotecnologia,
energia e nanotecnologia.

Investimentos federais de centenas de milhares de dólares são feitos para dar suporte
às empresas que têm por objetivo comercializar novas tecnologias. Dois programas para
empresas de pequeno porte, o Small Business Innovation Research – SBIR, para pesqui-
sas de inovação, e o Small Business Technology Transfer – STTR, para transferência de
tecnologia, são especialmente projetados para alavancar pesquisas nas universidades e
empresas de inovação, beneficiando operações comerciais e governamentais.

A cada ano, o WTC utiliza uma parte do fundo que recebe do Poder Legislativo do estado
de Washington para investir em Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico. Esse inves-
timento financia projetos desenvolvidos por empresas de Washington, que trabalham

– 17 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

com cientistas e coordenadores nas universidades e em centros de pesquisa sem fins lu-
crativos. No ano fiscal de 2007, WTC recebeu 52 propostas de projetos no valor de mais
de U$ 4 milhões de dólares. Os fundos concedidos para Pesquisa e Desenvolvimento
totalizam U$1.326.138,00 para 18 empresas de pesquisa. Essas empresas estimam que
esse suporte financeiro irá resultar em mais de 350 novos empregos na área de tecno-
logia, os quais serão adicionados à força de trabalho de Washington nos próximos dois
a cinco anos.

1.1.3 Austin – Texas (EUA)

Austin é a capital do estado americano do Texas e encontra-se entre as cidades ameri-


canas de crescimento mais rápido. Em 1960, a população de Austin era de aproximada-
mente 200 mil pessoas e seus maiores empregadores eram a Universidade do Texas e o
governo do estado. Atualmente é uma das regiões de alta tecnologia mais importantes
dos EUA, com população de quase um milhão. Austin é sede de muitas companhias de
alta tecnologia, o que dá à cidade o cognome de “Colinas do Silício”.

Figura 4 - Fábrica Samsung Austin


Fonte: www.itmweb.com/cgi-bin/blog/weblog.pl?trackback=299

Em 1999, mais de 1800 empresas de alta tecnologia já se encontravam em Austin e,


juntas, geraram mais de 115 mil empregos diretos. Estão instaladas na região aproxima-
damente 200 empresas de serviços profissionais voltadas para a área de alta tecnologia,
empregando mais de 10 mil pessoas. Atuam em Austin, na área de software e alta tec-
nologia, empresas como Samsung, Motorola, IBM, 3M, Dell. Seus principais produtos
são equipamentos eletrônicos (fabricação e venda de computadores para o atacado,
fabricação de semicondutores e componentes eletrônicos e fabricação de maquinário
para semicondutores); serviços de computação (programação, projetos de sistemas) e
desenvolvimento de software; pesquisa técnica e assistência (pesquisa científica, servi-
ços de consultoria técnica e testes em laboratórios).

A criação e o desenvolvimento de empreendimentos em Austin são também facilitados


por vários mecanismos de apoio: Austin Multimedia Incubator – incubadora de apoio no
desenvolvimento de empresas na área de multimídia; Capital Network (TCN) – instituição
de investimento na forma de capital de risco; Centro de investigação de microeletrô-
nica – unidades de ensino e pesquisa dentro das instituições de ensino, atuando com
semicondutores; Conselho de Software de Austin – instituição não-lucrativa para lidar
principalmente com as necessidades das pequenas empresas de software; Incubadora
Tecnológica de Austin – criada para apoiar o surgimento de novas empresas focadas em
tecnologias avançadas; Microelectronics and Computer Technology Corp. – consórcio
que apóia o desenvolvimento de soluções para tecnologias de informação, comunica-

– 18 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

ção e interconectividade, design embarcado, supercondutividade e outras tecnologias


avançadas; Pickle Research Center – unidades envolvidas no desenvolvimento conjunto
de pesquisa e produtos; Sematech – consórcio para desenvolvimento de tecnologia de
semicondutores e novos processos industriais; Southwestern Bell Technology Resour-
ces Inc. – desenvolvimento conjunto de P&D em redes de broadband, redes inteligentes,
informática, wireless e outras.

Entre 1990 e 2000, o crescimento da economia de Austin foi fortemente influenciado


pelos setores de tecnologia. Em 2000, no auge da atividade econômica regional, esses
setores contabilizaram mais de dois terços dos rendimentos dos comerciais. Entretanto,
seu rápido declínio entre 2000 e 2003 resultou em queda de 25% no rendimento do setor
comercial regional e queda de 13% nos empregos. Com o fechamento de instalações de
semicondutores e o movimento dos trabalhos da Dell para o Tennessee (EUA) e Índia,
Austin não conseguiu voltar ao nível anterior de crescimento. Além disso, apresenta uma
economia não-diversificada, focada na indústria de tecnologia da informação, o que a
torna vulnerável em épocas de queda nos negócios.

Quanto à política de incentivos do governo, não existe incidência de imposto sobre os


rendimentos da pessoa jurídica, pessoa física ou impostos sobre a propriedade. A ar-
recadação é decorrente do imposto de franquia e do imposto sobre as vendas (6,25%).
Nas concessões estatais de vendas, há isenções tributárias para máquinas e equipa-
mentos utilizados no processo industrial. O Estado do Texas também oferece vários
programas de incentivo para expansão empresarial e recolocação, como os chamados
“Smart Jobs Found”, que dão concessões aos empregadores que se comprometem a
treinar seus empregados.

Outros programas de incentivo operados pelo Estado merecem destaque, entre eles o
Capital Access Fund, que prevê o financiamento para negócios que enfrentam barreiras
para ter acesso a capital de giro; o Texas Enterprise Zone Program, que promove a
criação de trabalho e investimento de capital em áreas economicamente pobres; o Re-
venue Bonds, que permite a isenção de emissão de imposto hipotecário para financiar
áreas e propriedades para instalações industriais, e o Emerging Technology Fund - ETF
criado pela assembléia legislativa do Texas, em 2005, que prioriza o desenvolvimento e
a comercialização de novas tecnologias e funciona através de parcerias entre o Estado,
instituições de ensino superior e indústrias privadas.

1.1.4 Electronics City – Bangalore (Índia)

Electronics City é um parque industrial de eletroeletrônicos espalhado nas vilas de Kona-


ppana Agrahara e Doddathogur, ao redor de Bangalore, na Índia. A cidade de Bangalore,
centro científico e criador do país, tanto em termos de pesquisa e treinamento quanto em
manufatura, é uma das que mais crescem na Índia.

Muito do recente sucesso da indústria de alta tecnologia de Bangalore é relacionado di-


retamente à redução dos gargalos que existem entre os vários tipos de empresas, sejam
elas grandes, médias ou pequenas, e sua estreita relação com uma gama de tecnologias
voltadas a suas indústrias, assim como à quantidade de especialistas envolvidos com
pesquisa residentes na cidade. Bangalore é mais que um agrupamento de empresas e
produtos, pois tem uma densa e interconectada rede de empresas de alta tecnologia
voltadas para as áreas de eletrônica, defesa, máquinas e ferramentas, aeronáutica, enge-
nharias, telecomunicações e computação (hardware e software).

– 19 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

A cidade tem atraído empresas como IBM, Philips, Motorola, Hewlett Packard, Siemens,
3M, Novell e Britânico Aeroespacial, que abriram suas próprias instalações na região
ou novos empreendimentos em sociedade com empresas da Índia. Existe também uma
estrutura auxiliar, formada por pequenas e médias empresas de serviços empresariais,
industriais e especializados (design, processos, consultorias técnicas e gerenciais), além
de larga estrutura de consórcios produtivos. Em Electronics City, existe uma rede de
instituições de suporte formada por institutos de treinamento em geral (Instituto Cientí-
fico, de Treinamento Industrial, de Serviços a Pequenas Indústrias, Formação de Coor-
denadores Industriais e Treinamento de Ambientes de Ferramentas); pela fundação de
treinamento técnico e por institutos focados nos setores (Instituto Central de Máquinas
e Ferramentas, Laboratório Espacial Nacional, Centro de Desenvolvimento e Testes Ele-
trônicos), além do Organismo de Consultoria Tecnológica e órgão de certificação. As
universidades e as escolas de negócios também dão suporte ao desenvolvimento do
APL de Bangalore.

Figura 5 - Electronics City


Fonte: images.businessweek.com/ss/07/03/0308_india_infrastructure/
source/2.htm

O grande crescimento tecnológico de Bangalore é conseqüência de ações planejadas,


que envolveram vários especialistas e técnicos de diversas instituições e que resultaram
na atração de investimentos públicos e privados para a região.

1.1.5 Pólo Sul-Coreano

O Pólo Sul-Coreano utiliza estratégias inovadoras para o desenvolvimento das pequenas


e médias empresas, por meio da aproximação com grandes empresas, sob importante
papel regulador do governo como pano de fundo. Seu modelo de desenvolvimento é
considerado original entre os países recentemente industrializados que utilizaram estra-
tégia de aglomeração para o desenvolvimento econômico.

O avanço obtido pelos coreanos na educação foi fundamental para o êxito do país, inves-
tindo não apenas nas universidades, mas principalmente no ensino fundamental. Enquan-
to em 1960 o percentual de jovens na universidade era de 7%, atualmente esse índice
é de 82%. Como complemento, a orientação do sistema produtivo foi responsável pela
aplicação prática para desenvolvimento local. Os principais conglomerados empresariais
desse pólo são Hyundai, Samsung, Daewoo, Goldstar (LG), que são grandes produtores
globais de eletrônica e estão entre as 50 maiores empresas do mundo. Empresas como
Asus e iRiver também se encontram no pólo sul-coreano. Os principais produtos desse
pólo são componentes, semicondutores, tecnologia da informação e bens eletrônicos de
consumo, como telefones celulares, televisores, entre outros.

– 20 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 6 - Fábrica da Samsung na Coréia do Sul


Fonte: binitprads.wordpress.com/2006/11/

Suas grandes empresas se concentram no projeto e no desenvolvimento do produto,


enquanto as pequenas e médias empresas se concentram na produção, com base no
domínio tecnológico criado. As empresas maiores beneficiam-se da flexibilidade, espe-
cialmente em termos de custos e serviços, habilidades e conhecimentos especializados
das pequenas empresas. Já as pequenas e médias empresas se capacitam através da
sustentação financeira e técnica oferecida pelas grandes empresas.

O crescimento econômico da Coréia do Sul nos últimos 30 anos foi notável. A renda per
capita, que era a metade da do Brasil em 1960, alcançou a de países europeus. Atual-
mente, a Coréia do Sul está entre as dez maiores economias do mundo. O sucesso eco-
nômico do país se deve a um sistema de desenvolvimento entre o governo e a iniciativa
privada, que inclui crédito facilitado, restrição a importações, subsídios a determinados
setores e incentivo ao trabalho. Na década de 1960, o governo criou reformas econômi-
cas com ênfase na exportação e desenvolvimento de indústrias leves. O governo também
promoveu uma reforma financeira, ajustando as instituições, e introduziu planos econô-
micos flexíveis.

Na década de 1970, a Coréia do Sul começou a destinar recursos para a indústria pesada
e indústria química, bem como as indústrias eletrônicas e de automóveis. Elas tiveram
rápido desenvolvimento na década de 1980 e começo da década seguinte. No início do
século XXI, a tecnologia sul-coreana ultrapassou a do Japão e de Taiwan, passando a
dominar internacionalmente o setor de semicondutores e tecnologia da informação. Nos
últimos anos, a economia da Coréia do Sul tem se distanciado do modelo de planificação
centralizada, investimentos governamentais diretos, para um modelo mais orientado ao
mercado.

A história coreana ressalta a importância de compreender o papel potencial do governo


em incentivar a colaboração técnica e utilizar a legislação para proteger as pequenas e
médias empresas da exploração das grandes e de dar sustentação às grandes para parti-
cipar em arranjos colaborativos com as menores. A influência do governo inclui medidas
legais a respeito da duração mínima dos contratos, proibição de mudanças arbitrárias de
custos de unidade, termos de pagamento e outros aspectos correlatos.

– 21 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

– 22 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

PANORAMA
NACIONAL

– 23 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

2 PANORAMA NACIONAL
O setor eletroeletrônico é um dos mais dinâmicos e de maior crescimento no Brasil.
Apresenta grandes volumes de importação, mas níveis de exportações e emprego em
ascensão, faturamento crescente ao longo dos anos, além de contar com importantes
incentivos do governo.

Por sua importância para o desenvolvimento econômico nacional, o setor é abordado


nos três eixos da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior – PITCE, que
fornece as diretrizes de ações e incentivos do governo federal. Com caráter de longo
prazo, a política visa a maior competitividade da base industrial brasileira por meio do
diálogo entre setor público e iniciativa privada, estabelecidos como pilares: o aumento
da capacidade de inovação e a agregação de valor aos processos, produtos e serviços
da indústria nacional. Um dos eixos – as linhas de ação horizontais – estabelece instru-
mentos para o fortalecimento de todo o setor industrial, aproximando-se invariavelmente
do eletroeletrônico, por focar justamente alguns fatores também fundamentais para o
desenvolvimento desse setor em particular, entre eles: fomento à inovação e ao desen-
volvimento tecnológico ou a contribuição para a modernização industrial.

Como segundo eixo, a política estabelece as opções estratégicas para apoio com base
em alguns critérios, que incluem o grau de dinamismo e sustentabilidade, promoção de
novas oportunidades de negócios, envolvimento direto com inovação, capacidade de
adensamento do tecido produtivo e importância para o futuro do país. Três das quatro
opções estão relacionadas com o setor eletroeletrônico e com o conseqüente aumento
da eficiência de vários outros setores econômicos, dada a interdependência de todas as
atividades de produção industrial com pelo menos uma das opções estratégicas abor-
dadas a seguir.

A primeira delas refere-se aos semicondutores, segmento com taxas de crescimento


continuamente acima das próprias economias nacionais, que é essencial para todo o
complexo eletrônico e beneficia inúmeras atividades – neste contexto, está prevista para
2008 a inauguração da primeira fábrica de semicondutores do Brasil, em Porto Alegre
(RS), com investimentos de R$ 200 milhões do governo federal e cooperação de outros
agentes, o que possibilitará diminuição dos recorrentes deficits na balança comercial por
conta da importação de chips.

Em seguida vem o software, que impulsiona a evolução da tecnologia da informação,


item para o qual o Brasil, apesar de ainda não ser visto como país produtor no cenário
internacional, possui um dos maiores mercados potenciais, com crescimento médio de
11% ao ano de 1995 a 2000 e presença de empresas mais flexíveis, que usam a experi-
mentação e já lançaram modernos produtos para influentes setores, como o financeiro e
a supercomputação. Outra opção estratégica trata-se dos bens de capital, responsáveis
diretos pelo progresso tecnológico nas indústrias, cujo apoio pode levar a crescentes
avanços da indústria eletrônica nacional como criadora das novas soluções para moder-
nização desses bens.

– 24 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 7 - Instalações da fábrica de semicondutores CEITEC (RS)


Fonte: Assessoria de Imprensa – CEITEC

O terceiro eixo refere-se às atividades portadoras de futuro, creditadas pelo potencial


para transformar produtos, processos e mesmo o modo de vida atual. Algumas dessas
atividades, como nanotecnologia, guardam estreita relação com o setor eletroeletrônico.
A partir do conhecimento científico já existente, as empresas de alta tecnologia e seus
extensos vínculos com produtos e serviços eletroeletrônicos podem levar a grandes me-
lhorias. O desenvolvimento dessas atividades no Brasil conta com qualificação e infra-
estrutura para pesquisas e inovações, o que já atrai grandes investimentos.
Algumas medidas de incentivo estão previstas no Programa de Aceleração do Cres-
cimento – PAC, lançado pelo governo federal em 2007, entre elas a desoneração dos
setores de equipamentos para transmissão digital, os semicondutores e computadores.
Os grandes investimentos previstos em infra-estrutura e logística afetarão a eficiência
econômica do setor eletroeletrônico nacional, trazendo boas perspectivas. Importantes
agências de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico, como Finep, e bancos
de desenvolvimento, como o BNDES, estão alinhadas nos mesmos propósitos e têm
destacado papel no desenvolvimento do setor.
A Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica – Pintec realizada pelo IBGE em 2003
revelou que cerca de 20% do total de indústrias instaladas no país são do setor eletro-
eletrônico. Mais de 56% das indústrias de material eletrônico básico e equipamentos
de comunicações implementaram alguma atividade de inovação tecnológica, proporção
superior à média. Como indicador de inovação de todos os setores, destaca-se que o
índice de empresas que conseguem transformar suas inovações em patentes é maior no
eletroeletrônico.
A indústria eletroeletrônica no Brasil já tem faturamento superior a R$ 104 bilhões. De
acordo com a Tabela 1, seu crescimento nominal no ano de 2006 foi de 12%, um au-
mento real de 4%. Os segmentos que se destacaram e elevaram o faturamento foram
informática e transmissão e distribuição de energia elétrica. O faturamento dessas áreas
foi impulsionado por recentes medidas e incentivos dos governos, como o Programa
Luz para Todos, gerador de novos negócios em 2006, os leilões de energia e a Lei de

– 25 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Informática, a qual reduziu a carga tributária sobre vários produtos e criou condições
favoráveis para financiamento e expansão desse mercado.
Ao mesmo tempo, a maior fiscalização no mercado de informática e os benefícios de-
correntes do aumento de vendas de desktops, notebooks e impressoras potencializaram
o crescimento do mercado formal, com recorde de produção dos fabricantes oficiais.
Como os computadores ainda estão presentes em menos de 20% dos lares brasileiros e
há expectativas de maior crescimento em 2008, dada a queda de preços a partir da me-
dida do PAC que ampliou para R$ 4 mil a faixa de benefícios fiscais, a qual antes era de
até R$ 3 mil para notebooks e R$ 2.500 para desktops, afirma-se que o país tem grande
mercado potencial, em plena expansão.

O faturamento da indústria de componentes elétricos e eletrônicos elevou-se 9% em


2006, com maior crescimento de componentes elétricos do que eletrônicos. As áreas de
automação industrial e equipamentos industriais tiveram o comportamento influenciado
por demandas dos setores de petróleo e gás, mineração, siderurgia, açúcar e álcool,
papel e celulose.

Tabela 1
Faturamento total por área

Faturamento total por área


2004 2005 2006 Variação
(R$ milhões a preços correntes)
Automação Industrial 2.090 2.330 2.708 16%
Componentes Elétricos e Eletrônicos 8.697 8.653 9.409 9%
Equipamentos Industriais 10.319 11.814 13.322 13%
GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de
5.581 6.557 9.169 40%
Energia
Informática 20.624 24.437 29.418 20%
Material Elétrico de Instalação 5.947 6.392 6.755 6%
Telecomunicações 13.006 16.451 16.742 2%
Utilidades Domésticas Eletroeletrônicas 15.338 16.180 16.560 2%
Total 81.601 92.814 104.083 12%

Fonte: ABINEE - 2007

Dados do 1º trimestre de 2007 em relação ao 1º trimestre de 2006 confirmam a tendên-


cia de crescimento, com aumento de 6% no faturamento nominal. As áreas de automa-
ção industrial e equipamentos industriais, ligadas aos bens de capital, permaneceram
com bons negócios por causa de novos investimentos de setores ligados aos biocom-
bustíveis. O crescimento do mercado de aparelhos domésticos, dos eletroportáteis e
da indústria automobilística fez o segmento de componentes elétricos aumentar 20%,
mas a retração do mercado de bens de consumo eletrônicos levou a pequena queda no
faturamento da indústria de componentes eletrônicos. A área de informática foi influen-
ciada pelo Programa Computador para Todos e as vendas de PCs, incluindo desktops e
notebooks, atingiram dois milhões de unidades só no primeiro trimestre de 2007, 21%
acima do primeiro trimestre do ano anterior. O mercado de telecomunicações mantém-
se em ritmo lento, aguardando a liberação das novas tecnologias 3G e WiMAX para que
os investimentos sejam retomados.

O número de empregados é influenciado pelas tendências de crescimento da indústria


eletroeletrônica, e chegou a quase 143 mil em 2006. Observado o Gráfico 2, são quase
10 mil empregados a mais do que em 2005 e há expectativas de novos aumentos. As
áreas de informática, transmissão e distribuição de energia, e equipamentos industriais
foram responsáveis por cerca de 80% dos novos empregos gerados.

– 26 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Gráfico 2
Gráfico 2
Número de empregados no Brasil
Número de empregados no Brasil

Mar/07 146,6

2006 142,9

2005 133,1

2004 132,9

2003 122,6
Ano Base
2002 123,3

2001 131,1

2000 139,9

1999 134,2

1998 142,8

110 115 120 125 130 135 140 145 150

Empregados (em mil)

Fonte: ABINEE
Fonte: ABINEE

O desequilíbrio da balança comercial ainda é um desafio para o setor. Em 2006, a in-


dústria eletroeletrônica apresentou deficit comercial de US$ 9,7 bilhões, 32% superior
ao de 2005 (US$ 7,4 bilhões). As exportações cresceram 15% e alcançaram US$ 9,0
bilhões, mas o crescimento das importações foi ainda maior, 23%, alcançando US$ 18,7
bilhões. Isoladamente, apenas as importações dos componentes elétricos e eletrônicos
representaram 63% do total, ou US$ 11,76 bilhões. O aquecimento dos negócios em
vários segmentos eletroeletrônicos gerou também aumento relativo do deficit na balança
comercial de janeiro a julho de 2007 que, 28% superior ao do mesmo período de 2006,
atingiu US$ 7,66 bilhões. Aliado ao baixo desempenho das exportações nos mesmos
meses, com crescimento de 0,5%, a conjuntura indica possível aumento do deficit em
projeções para 2007, com estimativas de US$ 12,5 bilhões.

A Tabela 2 enumera vários indicadores do setor nos últimos anos e as projeções para
2007.

Tabela 2
Principais indicadores da indústria eletroeletrônica entre 2002 e 2007

Principais indicadores 2005 2006 2007*


Faturamento (R$ bilhões) 92,8 104,1 116,9
Investimento (R$ bilhões) 2,8 3,1 3,5
Utilização da Capacidade Instalada exceto bens de consumo (%) 88,0 88,0 88,0
Número de Empregados (mil) 133,1 142,9 153,0
Participação do Faturamento no PIB (%) 4,3 4,5 4,5
Exportações (US$ milhões) 7767,0 8955,0 9000,0
Importações (US$ milhões) 15135,0 18684,0 21500,0
Deficit Comercial Setorial (US$ milhões) -7368,0 -9729,0 -12500,0
Participação das Exportações no Faturamento (%) 20,4 18,7 15,6
Participação das Importações no Faturamento (%) 39,7 39,1 37,3
Exportações do Setor / Total das Exportações do País (%) 6,6 6,5 5,8
Importações do Setor / Total das Importações do País (%) 20,6 20,4 19,0

Fonte: ABINEE – 2007 (*2007 – previsão)

– 27 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Os principais produtos exportados pelo setor eletroeletrônico em 2006 foram telefone


celular, motocompressores herméticos, eletrônica embarcada e componentes para equi-
pamentos industriais, de acordo com os dados da Tabela 3.

Tabela 3
Produtos mais exportados

Produtos mais exportados (US$ milhões) 2005 2006 Variação


Telefones Celulares 2.409 2.663 11%
Motocompressor Hermético 549 643 17%
Eletrônica Embarcada 553 623 13%
Componentes para Equipamentos Industriais 426 590 38%
Motores e Geradores 349 431 24%
Refrigeradores 253 254 0%
Transformadores 133 202 52%
Grupo Motogerador 91 191 109%
Componentes para Telecomunicações 207 189 -9%
Outros Mat. Elet. Instalação 118 152 29%

Fonte: ABINEE - 2007

Países próximos continuam como principais compradores do Brasil e os asiáticos como


os grandes fornecedores. As exportações para a Aladi representaram 53% do mercado
de exportação, com aumento de 31% em relação a 2005, enquanto as exportações para
Estados Unidos e União Européia diminuíram. Já as importações do Sudeste Asiático,
com crescimento de 36% em relação a 2005, representaram 62% do mercado de im-
portação. As importações de produtos das demais áreas também tiveram crescimentos
significativos, com exceção da União Européia.

Tabela 4
Destino das exportações e importações em 2006 (US$ milhões)

Exportação Importação Saldo


Estados Unidos 1.877 2.707 -830
ALADI 4.735 660 4.075
-Argentina 1.820 214 1.606
-Outros ALADI 2.915 446 2.469
União Européia 984 3.063 -2.079
Sudeste da Ásia 408 11.687 -11.279
Resto do mundo 951 567 384
Total 8.955 18.684 -9.729

Fonte: ABINEE - 2007

O estado de Minas Gerais, com 853 municípios e quase 20 milhões de habitantes, é um


grande mercado para produtos eletroeletrônicos. De acordo com a Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios – PNAD de 2005, pelo IBGE, 98,1% dos domicílios mineiros
têm energia elétrica, 71,5% têm telefone, 90,5% possuem rádio, 92,3% televisão, 16,8%
têm computador, 18,8% dos residentes no estado com 10 anos ou mais disseram utilizar
internet nos últimos três meses e 35,9% com 10 anos ou mais possuíam celular.

Minas Gerais é responsável por 11,4 % do valor total das exportações brasileiras. De
acordo com relatório da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas

– 28 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Gerais – SEDE – Exportaminas, as operações de exportação e importação de Minas Ge-


rais duplicaram entre 2003 e 2006. É interessante observar que o estado respondeu por
mais de 40% do total de exportações brasileiras para a Ásia, 23% só para China, Hong
Kong e Taiwan. Por outro lado, União européia, EUA, Porto Rico e Canadá são as origens
de quase 50% das importações.

Eletroeletrônicos não figuram na lista dos dez produtos mais exportados pelo estado,
mas observa-se no Gráfico 3 o grande crescimento das exportações de materiais elé-
tricos e eletrônicos de Minas. Em contrapartida, apenas uma empresa figurou entre as
principais importadoras de Minas Gerais no setor de eletroeletrônicos em 2006, e nenhu-
ma como exportadora. As exportações mineiras de material de escritório e informática
representaram 0,5% do total do estado, mas cresceram 82% em relação a 2005, para
mais de US$ 84 milhões. No entanto, as importações representaram 3,5% do total e tive-
ram crescimento de mais de 120%, passando os US$ 169 milhões (FOB), apresentando
as maiores variações entre segmentos eletrônicos.

Gráfico
Gráfico 3 3
Exportações dedemateriais
Exportações elétricos
Materiais Elétricos e eletrônicos
e Eletrônicos de Gerais
de Minas Minas Gerais

300

240

215
196

150
125

0
2003 2004 2005 2006

Fonte: SEDE/ CentralFonte: SEDE/ Central- Exportaminas


Exportaminas 2007 - 2007

As exportações de Minas continuam fortemente concentradas nas regiões Central e Sul,


que representam 67,9% do valor exportado por todo o estado pelos números de 2006.
Destaca-se que o valor exportado só pela região Sul, onde está o Vale da Eletrônica, cres-
ceu 12% em 2006 e alcançou US$ 2,11 bilhões, a segunda maior região exportadora no
estado. Ressalta-se, neste caso, que a região Central compreende a Zona Metropolitana
de Belo Horizonte e sua indiscutível representatividade na dinâmica econômica, com
grandes exportadores como Nova Lima e Betim. O Sul de Minas, mesmo sem cidades de
grande porte, aumentou sua importância relativa como região exportadora.

– 29 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Tabela 5
Exportações por região de Minas Gerais, 2006

Nº. de
US$ FOB Part. (%) Var. (%) Nº. municípios
Ranking Regiões exportadores
milhões MG 2006/2005 exportadores
(CNPJs e CPFs)
1 Central 8.003 53,70% 16,60% 56 613
2 Sul de Minas 2.117 14,20% 12% 53 242
3 Rio Doce 1.546 10,40% 15,40% 15 84
4 Mata 797 5,40% 82,10% 24 85
5 Triângulo 743 5,00% 8,20% 12 89
6 Alto Parnaíba 651 4,40% 22,40% 12 43
7 Centro-Oeste de Minas 454 3,00% -9,40% 30 158
8 Norte de Minas 361 2,40% 20,50% 13 36
9 Noroeste de Minas 176 1,20% 12,60% 5 9
10 Jequitinhonha 45 0,30% 107,40% 11 73
TOTAL – REGIÕES* 4.892 100,00% 17,00% 231 1432

*de acordo com critério de domicílio fiscal da empresa exportadora


Fonte: SEDE/ Central Exportaminas - 2007

A região Sul, com seus 155 municípios, tinha 2,55 milhões de habitantes em 2005 e
PIB regional, em 2004, de R$ 20,17 bilhões de reais, que representava 12,1 % do PIB
do estado. Entre 2005 e 2006 o número de municípios exportadores viveu expansão de
quase 10%, chegando a 53. Nenhum dos municípios que já exportava em 2005 deixou
de fazê-lo (SEDE).

A infra-estrutura de transportes da região é destaque no estado. O porto seco de Vargi-


nha, também no Sul de Minas, é líder no desembaraço de exportações entre as unidades
aduaneiras do estado e representa 43,9% do total das nove unidades existentes. As
exportações por modais em 2006 confirmaram, sobretudo, tendência de crescimento
do uso do modal aéreo e mantiveram o transporte marítimo como destacadamente mais
usado, com mais de 90% da participação total. Os portos de Vitória, Santos, Rio de Ja-
neiro e Sepetiba foram, nesta ordem, os mais utilizados para tal fim. O modal marítimo
também foi o mais representativo nas importações do estado.

Porém, produtos eletroeletrônicos são exportados principalmente por via aérea, em que
se destacam o aeroporto de Confins, no qual esses produtos representaram mais de
50% do total em 2006, e o aeroporto de Guarulhos (SP), para exportação de circuito
impresso montado para caixa registradora. Quanto às importações, os eletroeletrônicos
dominam a lista dos principais produtos que chegam pelo aeroporto de Confins, com
destaque para circuitos integrados, microcontroladores, conectores para circuito im-
presso e circuito impresso (Central Exportaminas, 2007).

2.1 Pólo eletroeletrônico no Brasil

Importantes APLs e pólos industriais de eletroeletrônicos do Brasil são mencionados


como contraponto ao estudo mais extenso do APL de Santa Rita do Sapucaí, em Minas
Gerais, além de servirem como referência para possíveis ações com foco na competitivi-
dade, uma das bases deste diagnóstico. Escolhidos por sua representatividade no país,
são descritos, sumariamente, o APL de Campinas - SP, de Campina Grande – PB, Recife
– PE, de Salvador e Ilhéus – BA, além do pólo industrial da Zona Franca de Manaus.

– 30 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

2.1.1 Pólo eletroeletrônico de Campinas - SP

O pólo de eletroeletrônicos de Campinas é um pólo mundial em soluções inovadoras.


Além da própria Campinas, abrange mais 11 municípios vizinhos e está inserido no
terceiro maior mercado consumidor do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Rio de Ja-
neiro.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Campinas concentra 808 empresas


no segmento eletroeletrônico, entre elas algumas de renome, como General Electric,
Hewlett-Packard (HP), IBM, Motorola, Promon e Samsung, e sua influência econômica
alcança Limeira, Piracicaba, Rio Claro, São Carlos, Araraguara, Jundiaí, Itu e Sorocaba. A
edição especial da Revista Exame de julho de 2003 traz uma pesquisa sobre o desempe-
nho das empresas durante o ano de 2002 e mostra que entre as 500 maiores empresas
brasileiras, que venderam acima de US$ 153 milhões, 17 possuem sede na região de
Campinas e 71 estão instaladas com filiais ou representantes nessa região.

No pólo estão duas grandes universidades, a Unicamp e a Puccamp, as faculdades Po-


licamp e Metrocamp e institutos de pesquisa como IAC (Instituto Agronômico de Cam-
pinas), ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), CTI (Centro de Tecnologia de Infor-
mática), CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) e LNLS (Laboratório Nacional
de Luz Síncrotron).

Campinas destaca-se em algumas áreas de atuação: consultoria e desenvolvimento de


softwares; fabricação de aparelhos e equipamentos ópticos, fotográficos e cinematográ-
ficos; fabricação de equipamentos para uso médico e hospitalar; fabricação de equipa-
mentos transmissores de rádio, televisão e de equipamentos para estações telefônicas,
radiotelefonia, radiotelegrafia, inclusive de microondas e repetidoras; fabricação de má-
quinas e aparelhos de refrigeração e ventilação; fabricação de máquinas e equipamentos
de uso específico e de uso geral; fabricação de motores elétricos; fabricação de subes-
tações, quadros de comando, reguladores de tensão e outros aparelhos para controle e
distribuição de energia elétrica; processamento de dados.

Figura 8 – Prédio da CI&T – Unicamp


Fonte: www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2006/ju339pag10.html

Incentivos municipais são tidos como estratégicos por possibilitarem a criação de políticas
fiscais competitivas, políticas de incentivos não-fiscais, programas e instrumentos finan-
ceiros, com o intuito de impulsionar o desenvolvimento e estimular os investimentos priva-
dos. Destaca-se a Lei nº 9.903 de 1998, que estabelece concessão de incentivos fiscais às
empresas que se instalarem no município de Campinas, entre outras providências.

– 31 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Das políticas de incentivo do estado que beneficiam o pólo podem-se destacar: o “São
Paulo Competitivo”, entidade que tem como objetivo entender, junto ao setor privado,
os problemas encontrados por cada empresa e definir contribuições para incentivar em-
preendimentos privados na capital e no interior do estado de São Paulo; o Concite, que
elaborou um documento definindo a nova lei de inovação tecnológica no estado de São
Paulo; o Funcet, um fundo para empresas que exercem atividades na área de tecnologia
no estado.

Também são destaque na criação e desenvolvimento de empreendimentos em Campinas


o Centro Tecnológico para Informática - desenvolve pesquisas estratégicas na área de
informática com universidades, com o objetivo de prestar serviços às empresas locais;
Softex Campinas - contribui para a excelência do software brasileiro e a consolidação
de Campinas e região como Pólo de Alta Tecnologia, oferece serviços especializados e
viabiliza recursos e incentivos para as empresas da região, possuindo cerca de 65 em-
presas associadas; a Secretaria de Cooperação Internacional - fornece informações para
empresas que queiram se instalar na cidade, mas, na prática, tem se limitado à atração
de empresas multinacionais; e o Techno Park Campinas - espaço empresarial que con-
grega ambientes para desenvolvimento e compartilhamento de serviços.

2.1.2 APL de Campina Grande - PB

O APL de Campina Grande está localizado a 120 km de João Pessoa. Sua configuração é,
em grande parte, fundamentada pela existência de recursos humanos capacitados e pela
importante ação da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba. Campina Grande também
é referência nacional por sua capacidade científica e tecnológica, com centros de pesqui-
sa em vários segmentos, entre eles eletroeletrônica, informática e desenvolvimento de
softwares. O APL possui 83 empresas no segmento de eletroeletrônicos, entre elas algu-
mas criadas por ex-alunos das universidades, a partir de projetos próprios, ou com mão-
de-obra especializada formada na região. Algumas das principais empresas de Campina
Grande são: Insiel Tecnologia, Light Infocon, New Ink, Phoebus e Zênite Tecnologia.

Campina Grande conta com duas universidades públicas – Universidade Federal de Cam-
pina Grande e Universidade Estadual da Paraíba – duas faculdades privadas, cerca de
160 escolas da rede municipal, 60 estaduais e 143 escolas privadas. Possui uma das
maiores densidades de doutores por habitante do país, em média um phD para cada 669
habitantes. O pólo conta com ações para difusão da tecnologia e da competitividade das
empresas, com foco em melhoria de processos e produtos, capacitação de gestores,
promoção e acesso a novos mercados, disseminação de novas experiências em João
Pessoa, Campina Grande e Sertão, criação de áreas destinadas à formação de empresas
de TI e integração do meio acadêmico com o empresarial.

O APL movimenta, anualmente, cerca de US$ 30 milhões em empresas de pequeno,


médio e grande porte. O PIB per capita do município está duas vezes acima da média da
região Nordeste, principalmente devido ao dinamismo econômico da região, e à área de
informática, que registrou um crescimento de mais de 80% nos últimos cinco anos.

A prefeitura municipal concede incentivos fiscais e econômicos a empresas que se es-


tabelecem e iniciam atividades no município, bem como às empresas já existentes que
ampliam sua capacidade de produção e demanda de mão-de-obra. Já o governo pa-
raibano estimulou a criação da Fundação Parque Tecnológico, doando terreno, conce-
dendo incentivos fiscais e fazendo a articulação com a universidade. Como políticas de
incentivo, cita-se também o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba,

– 32 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

que concede incentivo financeiro para implantação, relocalização, revitalização e amplia-


ção de empreendimentos industriais que sejam declarados de relevante interesse para
o desenvolvimento do Estado, além de concessões do governo federal relacionadas à
redução do valor do imposto de renda pelo prazo de até 10 anos para empreendimentos
prioritários para o desenvolvimento da região compreendida pela antiga Sudene, e o
Protrabalho, que promove a geração de emprego e a melhoria nas condições de vida do
trabalhador, mediante apoio financeiro a atividades industriais, comerciais, turísticas,
prestação de serviços e de infra-estrutura.

2.1.3 APL da Grande Recife - PE

Recife é cidade pólo da Tecnologia da Informação e de Comunicação, com foco no de-


senvolvimento de softwares, conhecido como Porto Digital. A grande Recife vem, nos
últimos anos, obtendo relativo crescimento no setor de informática, com as progressivas
melhorias em infra-estrutura física e educacional. A região é considerada um importan-
te ponto de intermediação comercial nos fluxos internacionais. Grande parte do Porto
Digital é composta por pequenas e médias empresas, como InForma Software, Radix
e Vanguard, porém multinacionais, como IBM, Motorola, Philips e Microsoft também
estão presentes; a sede regional da IBM transferiu-se para a região e a Motorola tem
uma parceria com o Cesar, entidade de estruturação de negócios associada ao Centro
de Informática da UFPE - CIN, para desenvolvimento de softwares embarcados para
celular. Destaca-se que o CIN é um dos melhores centros acadêmicos de informática da
América Latina, com 30 anos de funcionamento e tem forte atuação na transferência de
tecnologias inovadoras.

Figura 9 - Porto Digital


Fonte: www.sectma.pe.gov.br/galeria/grande.asp?foto=377

Atualmente, a região possui cerca de nove instituições de ensino e 26 cursos superiores


em áreas de interesse do APL, entre elas o Centro Federal de Educação Tecnológica de
Pernambuco - Cefet/PE, Faculdade Boa Viagem – FBV, Faculdade de Informática – Fu-
nij, Faculdade de Tecnologia Ibratec – Unibratec, Faculdade Integrada do Recife – FIR,
Faculdade Maurício de Nassau – FMN, Universidade Católica de Pernambuco – Unicap,
Universidade de Pernambuco – UPE e Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

O pólo de tecnologia de Recife possui mais de 300 clientes com diversas característi-
cas, desde bancos, comércio, comunicação, energia, governo, indústria, saúde a teleco-

– 33 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

municações. Sua especialização tecnológica é na área de software, com destaque para


produções de softwares para gestão, soluções para o sistema financeiro e de saúde,
games, softwares para o setor de segurança, sistemas para gerenciamento de tráfego e
transporte, usabilidade de software, soluções integradas para desenvolvimento de por-
tais, extranets e intranets.

Recife apresenta um programa de incentivos fiscais para beneficiar as empresas de in-


formática e de tecnologia instaladas no Porto Digital. Este programa prevê, através de
norma legal, que quanto maior for o faturamento e, conseqüentemente, a arrecadação
de tributos, menor será o percentual do ISS a ser pago para a prefeitura. De 5%, alíquota
integral, o imposto pode chegar ao limite de 2%, caso todas as metas de faturamento
sejam alcançadas pelas empresas do Porto Digital. Essas metas são estabelecidas, a
cada trimestre, por um comitê bilateral, formado por integrantes da prefeitura e das
empresas. A criação de vagas de emprego também pode ser incluída nas metas a serem
estabelecidas. A lei municipal nº 16.731, de 2001, também beneficia as empresas com
um incentivo financeiro que permite a redução de até 60% do ISS.

Quanto aos incentivos estaduais, cita-se o Prodepe, que fornece incentivos financeiros,
cessão de terrenos e execução de obras de infra-estrutura e de instalação; a redução de
ICMS para o setor de software através de norma legal, e, em alguns casos, a alíquota
pode cair de 17% para 1%; a Lei nº 11.672, de 2000, que permite ao governo de Pernam-
buco investir em fundos de capital de risco que estejam baseados no estado, regulamen-
tados pela instrução CVM 209; o Fundo de Capital Humano, com foco na capacitação
profissional; e o Fundo de Aval, que oferece garantia de até 70% em operações de crédito
em bancos públicos, para empresas de software.

Como outras formas de apoio, são importantes o ITPO, Escritório de Promoção de In-
vestimentos e Tecnologia do Recife, que pertence à rede de promoção de negócios da
Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial; o NGPD - Núcleo de
Gestão do Porto Digital – associação civil sem fins lucrativos, qualificada como Organiza-
ção Social, cujas ações são baseadas na governança, na busca de novos investimentos,
na viabilização de espaços físicos e de infra-estrutura e na disponibilidade de criação e
crescimento para empresas baseadas na inovação; e as ações da Sectma – Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente – órgão do governo do estado de Pernambuco res-
ponsável pela definição e desenvolvimento da Política Estadual de Ciência e Tecnologia.

2.1.4 Pólo eletroeletrônico da Grande Salvador - BA

O município de Camaçari, situado a 52 km de Salvador, teve seu surgimento em torno


da Ford, que se estabeleceu junto a mais 33 empresas, basicamente de micro e pequeno
porte, compondo um grande sistema produtivo automobilístico no país.

Neste pólo, não é característica a busca por maior competitividade pelas micro e peque-
nas empresas envolvidas, uma vez que elas estão na condição de fornecedores. É baixo
o desempenho na área de P&D, que geralmente parte da matriz da Ford no exterior. Esta,
por sua vez, desempenha um papel como empresa âncora, coordenando localmente,
condicionando e induzindo o surgimento e a organização de aglomerações de empresas
ao seu redor, além de governar as relações econômicas e tecnológicas.

Entre os fornecedores da Ford em Camaçari estão Autometal, Benteler, Colauto, DDOC,


Dow, Lear, Mapri-Textron, Metagal, Pelzer, Pilkington, Pirelli, SaarGummi, Siebe e Valeo.
Outros fornecedores, como Borlem, Krupp, Siemens, Bridgestone Firestone e TWE, ins-
talaram-se em outros municípios do estado da Bahia.

– 34 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 10 – Fábrica da Bridgestone em Camaçari – BA


Fonte: www.noticiasautomotivas.com.br/bridgestone-inaugura-hoje-2-de-
fevereiro-fabrica-de-160-milhoes-de-dolares-em-camacariba/

Entre as instituições de ensino da região, destacam-se a Faculdade Metropolitana de


Camaçari, Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia, Faculdade de Tecnologia e
Ciências, Universidade Federal da Bahia – UFBA, Universidade do Estado da Bahia, Uni-
versidade Católica de Salvador e o Centro da Indústria Automobilística do Senai–BA .

Segundo informações do Promo, órgão vinculado ao governo da Bahia, o complexo


industrial Ford Nordeste representa o maior investimento feito atualmente pela Ford no
mundo. A produção utiliza o conceito de condomínio industrial, em que a participação
de fornecedores ocorre diretamente na linha de montagem e no processo de produ-
ção, compartilhando instalações e responsabilidades, e não apenas no fornecimento dos
componentes do veículo. O impacto no emprego vai além da fronteira do estado e alcan-
ça as unidades que fornecem os bens de investimentos que estão sendo adquiridos ou
fazem parte da cadeia produtiva do setor.

Ciente das exigências específicas de cada empresa, a prefeitura concentra esforços para
facilitar o ingresso da população de Camaçari no mercado de trabalho. Várias iniciativas
foram adotadas. Uma que merece destaque é o CTPS, Curso de Capacitação do Traba-
lhador para os Processos Seletivos. Através de convênios com Sebrae, Senai e Senac, a
prefeitura também investe em cursos profissionalizantes. Só no primeiro semestre, mais
de seis mil pessoas foram capacitadas.

O apoio do Estado da Bahia foi fundamental para a decisão de instalação da montadora


Ford. Entre os compromissos assumidos pelo governo estão investimentos na infra-es-
trutura da região; instalações portuárias e de rede ferro-rodoviária, para recebimento de
matéria-prima e escoamento da produção; infra-estrutura social, como educação, saúde,
transporte e segurança pública. A política de incentivos para a atração da Ford incluiu
também o empréstimo do BNDES de cerca de R$ 700 milhões a juros subsidiados. O
governo do estado da Bahia deu isenção total de ICMS e comprometeu-se a financiar
até 12% do faturamento bruto da empresa como capital de giro. Também se encarregou
de financiar investimentos fixos e despesas com a implantação do projeto pelo prazo de
15 anos, com taxa de juros de 6% ao ano, sem atualização monetária, e despesas com
pesquisa e desenvolvimento de produtos.

– 35 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Na década de 90, o governo federal adotou uma série de medidas para ampliar a partici-
pação da indústria automobilística no país, como redução de alíquota de impostos (ICMS
e IPI), acordos emergenciais e o Regime Automotivo. Este regime, criado em 1995, e
reformulado em 1997 para inclusão dos estados menos desenvolvidos, é um conjunto
de incentivos fiscais para a implantação de empresas do setor, com incentivos mais
generosos para as unidades que se implantassem em regiões menos desenvolvidas. O
governo também estabeleceu uma redução de 50% do imposto de importação de veí-
culos, no período 1996 a 1999, para as montadoras que já produzissem ou estivessem
em vias de produzir no país. O setor de autopeças, inicialmente, teve redução de 85%
no imposto de importação, diminuído, gradativamente até atingir 40% em 1999. Tais
incentivos significam crescimento indireto da indústria eletrônica.

2.1.5 Pólo eletroeletrônico de Ilhéus – BA

Ilhéus é uma cidade pólo que reúne a infra-estrutura de transporte já implantada, aero-
porto, porto e rodovias, e com bons serviços de telecomunicações. Contudo, a estrutura
educacional voltada à área de interesse do pólo ainda é incipiente. Há baixa interação
entre a iniciativa privada e os centros de pesquisa e desenvolvimento, e ainda algumas
desvantagens locacionais oriundas da distância dos consumidores e fornecedores.

Entre as empresas de eletroeletrônicos localizadas no pólo de Ilhéus estão Login Infor-


mática, Dynatech Eletrônica, Cmos Drake, Tecvan Informática, Skytech Telecom, Brastec
Tecnologia e Informática, Waytec Tecnologia em Comunicação. Computadores e equipa-
mentos periféricos para máquinas eletrônicas, tais como placas-mãe, placas de vídeo,
placas de som, placas de rede, fax modem, monitores, gabinetes e teclados são os prin-
cipais produtos desenvolvidos na região.

O pólo de informática de Ilhéus, estrategicamente, dispõe do Cepedi, fruto da parceria


entre Sinpec, SDE de Ilhéus, Sebrae e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), man-
tido através da Lei de Informática para treinamento e capacitação de recursos humanos,
desenvolvimento de softwares e produtos eletrônicos para as empresas do pólo. As
próprias empresas direcionam mensalmente para a entidade 2,5% do seu faturamento
bruto. As instituições de ensino mais importantes da região são a Universidade Estadual
de Santa Cruz, Faculdade Madre Thaís e o Centro Federal de Educação tecnológica da
Bahia.

Segundo levantamento da Secretaria da Fazenda, o pólo movimentou mais de R$ 1,9


bilhão, beneficiado principalmente pela venda de computadores pessoais. As empresas
do pólo de Informática investiram mais de R$ 60 milhões em suas plantas industriais,
ampliando suas linhas de produção e adquirindo equipamentos de última tecnologia.
Algumas indústrias ampliaram suas unidades e investiram na distribuição para aumen-
tar vendas para o Sudeste e outras regiões do país. Em 2006 foram fabricados mais de
1,2 milhão de computadores em Ilhéus e a expectativa para 2007 é de dois milhões de
máquinas.

Os incentivos municipais têm grande importância para o crescimento do pólo. Citam-se


a isenção do ICMS até 2009, a suspensão do pagamento do IPTU ou do ISS por dez anos
e o pagamento de uma taxa menor do IPI até 2009. A prefeitura de Ilhéus tem estudado
formas de garantir maior atratividade e lucros às empresas instaladas no município e
infra-estrutura que possa assegurar novos empreendimentos no pólo. O governo baiano,
por meio do Decreto nº 4316, de 1995, criou a lei estadual de incentivos às indústrias de
informática, eletrônica e telecomunicações, válidos até final de 2003 e posteriormente
prorrogados até 2009. Entre os incentivos oferecidos está um Programa de Informática,

– 36 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Eletrônica e Comunicação. O programa “Desenvolve”, também do estado, possui incenti-


vos que objetivam estimular a instalação de novas indústrias e a expansão, reativação ou
modernização de empreendimentos industriais já instalados, gerando novos produtos
ou processos, aperfeiçoando características tecnológicas e reduzindo custos de produ-
tos ou processos já existentes. Ilhéus valeu-se de incentivos fiscais federais concedidos
pela Sudene e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, pelos quais as empresas contam
com isenção de 75% do Imposto de Renda até 2009.

2.1.6 Pólo industrial da Zona Franca de Manaus

A Zona Franca de Manaus (ZFM) foi instituída pelo Decreto-Lei nº 288, de 1967, com
o objetivo de estabelecer um pólo de desenvolvimento industrial, comercial e agrope-
cuário. Esse decreto-lei colocou a ZFM como área de livre comércio de importação e
exportação, além de estabelecer incentivos fiscais especiais, e alguns deles vêm sendo
prorrogados pelo governo federal.

Figura 11 – Terminal 2 - Zona Franca de Manaus


Fonte: tomiasi.amazonida.com/novo/

A ZFM firmou-se como pólo industrial de eletroeletrônicos do Brasil, tem grande número
de empresas instaladas, diversificada linha de produtos produzidos e gera muitos em-
pregos. Estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas sobre competência tecnológica
na indústria eletroeletrônica de Manaus comprova que as empresas do pólo industrial
de Manaus superam as atividades de rotina e apresentam níveis elevados de inovação
tecnológica, o que contribui de forma decisiva para a competitividade no mercado inter-
no e externo.

Entre as empresas de eletroeletrônicos localizadas na ZFM, podemos destacar: Alcatel-


Lucent Telecomunicações, Benq Eletroeletrônica, Brastemp, CCE, Elgin, Flextronics, Fu-
jifilm, Jabil, Kodak, LG, LG.Philips Displays, Nokia, Panasonic, Philips, Samsung, Sanyo,
Semp Toshiba, Siemens e Sony. Seus principais produtos, segundo a Suframa, são home
theater, aparelho de ar-condicionado, aparelhos de barbear, transmissores / receptores,
auto-rádio, aparelhos reprodutores de áudio, câmera fotográfica digital, cinescópio para
televisor, compact disc (CD), DVD player, DVD record/player, forno de microondas, com-
putadores (desktops e notebooks), monitores com tela de cinescópio, monitores com
tela LCD, rádio gravador tape deck, rádios e aparelhos reprodutores, gravadores de áudio

– 37 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

(não portátil), receptor e decodificador de sinal digital, telefone celular, televisor com tela
de plasma e LCD.

A ZFM possui suporte educacional e tecnológico proporcionado por 18 instituições de


ensino e pesquisa, com cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado
em diversas áreas estratégicas. As principais são Universidade Federal do Amazonas
– Ufam, Universidade do Estado do Amazonas - UEA, Instituto de Tecnologia da Ama-
zônia – Utam, Instituto de Ensino Superior Fucapi – CESF e Centro Federal de Educação
Tecnológica do Amazonas – Cefet/AM.

A primeira incubadora tecnológica do estado, a CIDE, conta com um conselho adminis-


trativo, um representante das empresas incubadas, um conselho fiscal, comitês técnicos
para análise dos planos de negócios de empreendimentos interessados no processo de
incubação e um diretor-executivo. Possui cerca de 14 empresas na área de eletroeletrô-
nicos, entre associadas, graduadas e residentes.

Segundo dados do Coise/CGPRO/SAP, o faturamento do Pólo Industrial de Manaus (PIM)


alcançou US$ 22,8 bilhões em 2006 e cresceu 30,22% em relação a 2005. O faturamento
dos segmentos de eletroeletrônicos e bens de informática, até julho de 2007, represen-
tou a participação de 45,5% no faturamento do PIM. Em 2006, o PIM apresentou deficit
comercial de US$ 4,4 bilhões, com queda nas exportações de produtos eletroeletrônicos,
de US$ 1,48 bilhões.

A concessão dos incentivos fiscais e extrafiscais requer o cumprimento de uma legisla-


ção rígida e abrangente, com exigência de cumprimento do PPB (Processo Produtivo Bá-
sico); análise e aprovação de projetos técnico-econômicos realizadas pelo Conselho de
Administração da Suframa (CAS); exigência do cumprimento das legislações tributária,
trabalhista, previdenciária e ambiental, comuns à atividade produtiva em todo território
nacional. Os projetos incentivados são fiscalizados pela Secretaria da Receita Federal,
Secretaria de Fazenda do Estado do Amazonas (Sefaz–AM), Suframa, Secretaria de Pla-
nejamento do Amazonas (Seplan-AM), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas
(IPAAM) e Ibama. Entre os incentivos estaduais, o Pexpam – Programa Especial de Ex-
portação da Amazônia Ocidental – permite a importação de matérias-primas, insumos
e componentes para industrialização de bens destinados exclusivamente à exportação e
concede, entre outros benefícios, isenção do Imposto de Importação, do Imposto sobre
Exportação, do ICMS e do pagamento de taxas, preços públicos e emolumentos devidos
a quaisquer órgãos da Administração Pública.

Outros incentivos dão suporte ainda maior à região: o Entreposto Internacional da ZFM,
dotado de um regime aduaneiro especial com o objetivo de armazenar mercadorias em
suspensão tributária, é forte instrumento de apoio para competitividade da ZFM, com
vantagens diversas como diferenciamento do pagamento dos tributos incidentes sobre
as mercadorias para o momento da efetiva utilização, admissão de mercadorias com ou
sem cobertura cambial; isenção do IPI e do ICMS sobre as compras das empresas da
ZFM; isenção do IPI e do ICMS sobre as vendas de produtos da ZFM ao exterior e ao
restante do país; isenção por 10 anos do IPTU, da taxa de serviço de limpeza e conserva-
ção pública, da taxa de licença para funcionamento, entre outros; além da redução pelo
governo federal do Imposto de Importação na fabricação de bens de informática, condi-
cionada à aplicação de um coeficiente de redução proporcional à maior participação de
mão-de-obra e insumos nacionais.

– 38 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

O ARRANJO PRODUTIVO
DE SANTA RITA
DO SAPUCAÍ

– 39 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

3 O ARRANJO PRODUTIVO DE SANTA RITA DO SAPUCAÍ


3.1 Caracterização do Arranjo Produtivo

Santa Rita do Sapucaí é uma pequena cidade de 34.920 habitantes, localizada na região
Sul de Minas Gerais. Sua localização estratégica proporciona à sua economia, e mais
especificamente ao APL, uma grande vantagem competitiva. A região conta com infra-
estrutura muito boa, com a presença de malha rodoviária bem-estruturada, portos secos
e aeroportos próximos à região (Varginha e Campinas) e está próxima às principais
capitais do País (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte).

Figura 12 – Localização estratégica do APL


Fonte: Sindvel - 2007

O PIB de Santa Rita do Sapucaí, calculado em 2004, foi de R$ 446.560.000,00, com um


PIB per capita de R$ 13.211.000,00, 21% maior do que Belo Horizonte e cerca de 50%
maior do que o estado de Minas Gerais.

A cidade possui um alto índice de desenvolvimento humano (IDH), considerando o cená-


rio em que se enquadra. Este índice, que leva em consideração a renda per capita, o nível
educacional e a longevidade, representa bem o desenvolvimento econômico e social
de uma cidade. No ranking de Minas Gerais, a cidade ocupa a 77ª colocação, tendo um
crescimento de 10%, passando de 0,716, em 1991, para 0,789, em 2000.

O principal propulsor da economia da região, e em boa parte responsável pelo desen-


volvimento observado nos últimos anos, são as indústrias do complexo eletroeletrônico,
localizadas em Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e Itajubá. São ao todo 120 empresas
intensivas em tecnologia, que formam uma estrutura produtiva com uma forte interação
e apresentam um alto grau de especialização que, ao todo, geram aproximadamente
8.000 empregos diretos e indiretos. As possibilidades de crescimento sustentado so-
brepõem-se aos riscos de uma concorrência mais acirrada, na medida em que se torna
possível a troca de informações e experiências entre os empresários, gerando um ciclo
virtuoso de crescimento.

– 40 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 13 – Vista aérea de Santa Rita do Sapucaí


Fonte: Sindvel - 2007

Pode-se considerar como um dos principais motivos para o aparecimento e desenvol-


vimento de empresas de alta tecnologia na região a presença de um conjunto de insti-
tuições de ensino e pesquisa. O Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações, a FAI
– Faculdade de Administração e Informática e a ETE – Escola Técnica de Eletrônica são,
em conjunto, um grande centro formador de mão-de-obra altamente qualificada, que é
absorvida pelas indústrias da região, e de onde saem os novos empresários do APL.

Atendendo 70% do mercado nacional de radiodifusão e sendo um dos pioneiros nas


pesquisas, produção de conversores (set-top Box) e na transmissão de sinal no contex-
to do sistema da TV Digital, tão discutido atualmente, o APL demonstra seu potencial e
reafirma sua importância no país.

Além da presença no mercado interno, a microrregião de Santa Rita do Sapucaí exportou


US$ 5 milhões em 2006. Os produtos mais exportados foram aparelhos de transmissão,
aparelhos para telefonia, antenas, conversores, microprocessadores, circuitos impres-
sos, acessórios para câmeras cinematográficas, transistores, câmeras de vídeo e apare-
lho para telecomunicação, sendo os quatro últimos exportados pela primeira vez.

À medida que o setor eletroeletrônico ganha força no estado de Minas, fica cada vez
mais clara a importância da região de Santa Rita do Sapucaí neste contexto. O governo
do estado tem apoiado o setor e beneficia a região através de ações e incentivos, como o
Programa de Indução à Modernização Industrial – Proim e o Programa de Apoio às Em-
presas de Eletrônica, Informática e de Telecomunicações – Proe-Eletrônica, com recur-
sos do Fundiest (Fundo de desenvolvimento de indústrias estratégicas), além da atuação
da Rede Mineira de Tecnologia para substituição competitiva das importações.

São também importantes destaques a Lei nº 16.296, de 2006, que estrutura a política es-
tadual de apoio aos Arranjos Produtivos Locais e a concessão de diferimento do ICMS na
importação de matéria-prima e venda de produto acabado. De acordo com a emenda da
constituição estadual nº 17, o governo cumpre, em 2007, a previsão do repasse integral
de 1% da receita orçamentária corrente do Estado, excluída a parcela de arrecadação de
impostos transferida aos municípios, para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de Minas Gerais – Fapemig, permitindo a aplicação de parte desses recursos em projetos
de desenvolvimento do setor industrial do estado, inclusive em inovação tecnológica.

– 41 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

3.2 Detalhamento do Arranjo Produtivo – O Vale da Eletrônica

Com o objetivo de captar mudanças no perfil das indústrias de eletroeletrônicos que


fazem parte do chamado “Arranjo Produtivo Local (APL) de Santa Rita do Sapucaí”, e de
conhecer com mais detalhes o nível tecnológico e sistema de governança atual, o Ins-
tituto Euvaldo Lodi (IEL Minas – FIEMG) realizou ampla pesquisa com 82 empresas da
região e apresenta aqui resultados e análises que possam indicar ações para a constante
melhoria da competitividade dessas indústrias. Além desta, duas pesquisas complemen-
tares foram realizadas, uma em instituições de ensino locais e outra em incubadoras de
empresas no APL, para análise detalhada da importante relação das empresas com esses
agentes locais.

Deve-se observar que a classificação de porte das empresas utilizada como padrão na
pesquisa é a mesma de meios estatísticos oficiais, a exemplo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE, que estabelece porte a partir de uma escala pelo número
de funcionários: até 19 funcionários, microempresas; de 20 a 99, pequenas; de 100 a
499, médias; e acima de 500 funcionários, grandes. Contudo, para conhecimento, exis-
tem outras formas de classificação do porte que usam critérios diferentes, e portanto
não excluem o uso da forma anterior, geralmente relacionadas ao faturamento.

Figura 14 – Centro Empresarial


Fonte: Sindvel - 2007

3.2.1 Recursos humanos e capacitação

É conhecido que as empresas do APL de Santa Rita do Sapucaí nascem, em geral, com
pequeno número de funcionários, a partir da iniciativa de empreendedores que estuda-
ram na própria região. Isto parece influenciar o alto grau de integração entre essas em-
presas, o que, por sua vez, estimula seu crescimento conjunto. O Gráfico 4 demonstra
quanto as empresas amadureceram nos últimos anos, com grande diminuição das micro
e considerável crescimento do número de empresas dos outros portes. As microem-
presas ainda são as mais representativas do APL eletroeletrônico, mas a diferença para
o número de pequenas é muito menor, comparando-se com dados de 2004. Destaca-
se que médias empresas já somam cerca de 11% do total. Grandes empresas, antes
sem representatividade, também nasceram na própria região e aumentam o potencial de
crescimento de toda a cadeia produtiva, com maior espaço para fornecedores e clientes

– 42 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

locais. Entre os ramos de atividade do APL, informática é o único em que o número de


médias empresas é maior do que o de micro e pequenas.
Gráfico 4
TamanhoGráfico
das Empresas
4
Porte das empresas
100%

69,70%
2004 2007
53,66%

50%

32,93%

22,40%

7,90% 10,98%
2,43%
0%
Grande Média Pequena Micro

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria


Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Mais de 84% das empresas do APL mostraram importar-se com a capacitação de seus
funcionários de várias formas. O treinamento técnico, que já era o destaque entre as
diferentes formas, continua muito importante. Em 2007, mais de 42% das empresas
consideraram essa modalidade como a principal para capacitação, o que pode ilustrar
a constante procura do setor por novas capacidades técnicas. O treinamento gerencial,
que estava presente em 61% das empresas em 2004, figura como mais importante
para apenas 14% delas (Gráfico 5) e não evolui com a mesma velocidade da necessária
atualização técnica do setor de eletrônicos. O treinamento em Gestão da Qualidade se
apresenta como uma das mais importantes capacitações, em especial para o ramo de
informática, no qual dois terços das empresas a vêem como mais importante.
A preocupação com qualidade tem aumentado nos últimos anos, fazendo-a ser vista,
mais do que antes, como um critério para a competitividade. O estabelecimento de um
Sistema de Garantia da Qualidade é uma das ações desenvolvidas em um projeto do APL
que surgiu da parceria entre o SINDVEL e vários outros agentes, entre eles o IEL Minas
e o Sebrae-MG.

Gráfico 5
Gráfico 5
Principal modalidade de capacitaçãoutilizada pelas empresas
Principal Modalidade de Capacitação Utilizada pelas Empresas

Treinamento Técnico 42,86%

Treinamento em Qualidade 17,14%

Treinamento Gerencial 14,29%

Treinamento em Processos 11,43%

Pós-Graduação 5,71%

Curso de Línguas Estrangeiras 4,29%

Graduação 1,43%

Outros 2,85%

0% 25% 50%

Fonte: IELFonte:
Minas –IEL Minas
Gerência – Gerência de
de Desenvolvimento Desenvolvimento
Regional da Indústria Regional da Indústria

– 43 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Não são muitas as empresas que consideram treinamento em processos o mais impor-
tante, mas deve-se dizer que em 2004 menos de 30% das pesquisadas o aplicavam. No
entanto, o tipo apropriado de capacitação dependerá sempre do ramo de atividade, e não
se pode dizer que o grau de importância atribuído pelas empresas na amostra possa ser
usado como padrão para medidas, sem considerar as especificidades em questão.

Figura 15 – Treinamento técnico – SENAI


Fonte: SENAI - SRS - 2007

Formas de capacitação ligadas diretamente ao desenvolvimento das pessoas, como for-


mação profissional ou cursos de línguas estrangeiras, são muito importantes na capaci-
tação dos funcionários para mais de 10% das empresas, que aproveitam a reconhecida
estrutura educacional da região para investir em melhor preparo das pessoas, não só
para as atividades especializadas, mas para novas oportunidades de desenvolvimento a
partir de idéias próprias. O desenvolvimento de novos produtos é uma das marcas das
empresas do APL, que só em 2006 requereram 12 patentes.

Para transformar a busca por maior capacitação em realidade, mais de 50% das empre-
sas dizem investir até 1% do seu faturamento anual em treinamento dos funcionários,
sendo os mais comuns os investimentos acima de 0,5%. Mais de 7% delas, seja por
recorrerem a diferentes especializações e capacidades, ou por crença de seus líderes,
investem mais de 5% do seu faturamento nessas atividades. Outros 26% investem entre
1% e 3% do seu faturamento. De qualquer forma, esse percentual diminui na mesma
medida do porte, dado que nenhuma grande empresa investe mais de 1% do seu fatu-
ramento e nenhuma média investe mais de 3%. Já entre as micro e pequenas, quase
10% investe mais de 5% em capacitação. No ramo de eletroeletrônica, quase todas as
empresas investem em capacitação, com destaque para o treinamento técnico.

Como esperado, todas as formas apresentadas mostraram-se estritamente relacionadas


com as inovações no APL. Todas as empresas que registraram patentes, um indicador
da capacidade de inovar, disseram investir em capacitação.

3.2.2 Econômico-financeiro

A análise do faturamento, fonte de renda com a qual a empresa paga suas despesas,
dada a venda de produtos ou prestação de serviços, revela que o poder econômico das
empresas do APL cresceu nos últimos anos. Comparados com os de 2004, os resulta-
dos apontados no Gráfico 6 mostram, por um lado, grande redução do percentual de
empresas cujo faturamento anual não ultrapassa R$ 200 mil, que representavam 44%.
Se antes a maioria das empresas (22,7%) tinha faturamento anual inferior a R$ 50 mil,

– 44 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

geralmente associadas àqueles profissionais ligados às instituições locais que iniciam o


seu negócio com pouco capital, as faixas prevalecentes em 2007 englobam empresas
que declaram faturar de R$ 400 mil a R$ 2 milhões, o que pode confirmar o salto de
várias empresas do APL a situações economicamente superiores, com maiores escalas
de produção ou valor agregado e conquista de novos mercados. Empresas dos ramos
de automação, telecomunicações e eletroeletrônica são as de maior faturamento no APL,
que, como um todo, já ultrapassou os R$ 700 milhões de faturamento anual.

Gráfico
Gráfico 66
Faturamento
Faturamento anual
Anual total
Total das
das empresas
Empresas

Maior que R$ 10.000.001,00 10,98%

De R$ 5.000.001,00 a R$ 10.000.000,00 4,88%

De R$ 2.000.001,00 a R$ 5.000.000,00 13,41%

De R$ 800.001,00 a R$ 2.000.000,00 18,29%

De R$400.001,00 a R$ 800.000,00 18,29%

De R$ 200.001,00 a R$ 400.000,00 10,98%

De R$ 50.001,00 a R$ 200.000,00 8,54%

Até R$ 50.000,00 13,41%

NS/NR 1,22%

0% 10% 20%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria


Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Dado o perfil de prevalência de micro e pequenas empresas, examina-se também a ade-


quação aos critérios previstos na nova Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, regime
diferenciado com vários benefícios previstos, acessíveis a mais de 32% das empresas da
região que se enquadram como micro (receita bruta anual de até R$ 240 mil), pelo crité-
rio de classificação da lei, e também a cerca de 47% que aparecem como pequenas (de
R$ 240 mil a R$ 2,4 milhões), o que significa que 79% das empresas da região podem
beneficiar-se de incentivo do governo para aumento de sua competitividade.

A caracterização da estrutura de financiamento das empresas revela, a princípio, a im-


portância de instituições financeiras para várias delas, pois mais de 56% dizem ter re-
corrido a algum tipo de financiamento ou linha de crédito. No entanto, como é alta a
porcentagem que não recorreu, ainda tem destaque o uso de capital próprio. Atualmente,
o número de empresas que possuem financiamento contratado é o menor, justamente
entre as empresas que faturam até R$ 50 mil por ano. Como cerca de 40% das entrevis-
tadas relataram problemas para buscar recursos, é significativo o estudo das dificulda-
des que enfrentam, entre elas as apontadas no Gráfico 7, que deverão direcionar futuras
ações para desenvolvimento local. Apesar desse cenário, pequena parcela (27,5%) das
empresas da região já abandonou um projeto por falta de financiamento, situação muito
melhor do que a de 2004, quando mais de 53% chegaram a abandonar projetos por
esse motivo. Esta melhora reforça a constatação de aumento do poder econômico das
empresas nos últimos anos.

– 45 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Gráfico
Gráfico 7 7
Dificuldades
Dificuldadesencontradas pela
Encontradas Pela empresa
Empresa para buscar
Para Buscar Recursos recursos

20

14 14

10
8

0
Custos dos Falta de Suporte Insuficiência de Dificuldades Cadastrais
Fianciamentos Elevados Técnico para Elaborar Garantias
P rojetos

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria


Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Detalhadamente, mais de 54% das empresas já buscaram financiamento em bancos e


apenas 42,5% delas já recorreram a recursos de agências de fomento, das quais se des-
tacam Finep, Fapemig, Sebrae e IEL Minas (através de programas como o Amitec – em
parceria com Sebrae e Fapemig). Além disso, 70% das empresas dizem conhecer linhas
de financiamento de bancos de fomento como BDMG e BNDES, formas de crédito cla-
ramente mais barato ligado aos setores estratégicos para o desenvolvimento, nos quais
se insere o eletroeletrônico. Com destaque, é pequena a participação de investidores
privados na região, pois apenas 7,5% das empresas já buscaram tal fonte de recursos
para capitalizar-se, enquanto mais de 57% disseram aceitar ceder espaço na parte ad-
ministrativo-financeira para potenciais investidores, diferença considerável que aponta
novas possibilidades para atração de recursos financeiros pelo APL.

É fato que as empresas devem adaptar-se às exigências atuais para captar recursos
externamente. O Plano de Negócios, um dos requisitos mais comuns para apresenta-
ção da empresa em busca de apoio, não é ainda realidade difundida no APL, dado que
pouco mais de 62% das pesquisadas dizem tê-lo. Porém, entre estas, a prática parece
consideravelmente adequada, com revisões semestrais em mais de 35% e anuais em
quase 40%. Pequenas parcelas revisam seu plano de dois em dois anos ou três em três
anos. Mesmo assim, quase 14% dizem não revisar seu Plano de Negócios, para as quais
a oferta de apoio institucional também pode gerar bons resultados, assim como gerará
para aquelas que ainda não possuem um plano. É notável que, entre aquelas que faturam
até R$ 50 mil, mais de 90% já possui Plano de Negócios, em contraposição àquelas que
faturam entre R$ 50 mil e R$ 200 mil, para as quais a prática ainda é menos comum.

– 46 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 16 – Montagem de placa de circuito


Fonte: Sindvel - 2007

Para análise do perfil em relação a outra tendência atual, a de terceirização, destaca-se


que o processo contábil é totalmente terceirizado em mais de 84% das empresas. As úni-
cas empresas para as quais a contabilidade interna é predominante são as que faturam
mais de R$ 10 milhões por ano.
O Gráfico 8 permite analisar as tendências atuais em relação às estratégias de atuação
econômica na região, além de melhorar a percepção da evolução de interação entre as
empresas e da ação do SINDVEL liderando o sistema de governança do APL eletroeletrô-
nico de Santa Rita do Sapucaí, ao lado de vários parceiros que cooperam localmente para
atendimento a um objetivo comum: o desenvolvimento da região pelo desenvolvimento
do APL. Um grande grupo, 22,8% das entrevistadas, vê-se instalado no APL há mais de
15 anos, experientes na participação dentro dessa estrutura econômica, que é tendência
atual para que empresas de um mesmo setor ou cadeia produtiva, geograficamente con-
centradas, trabalhem para crescimento conjunto.
Como conseqüência desse trabalho contínuo, mais de 55% daquelas empresas com
mais de R$ 10 milhões de faturamento (significativos 11%) estão entre as instaladas há
mais de 15 anos. A ação atual do sindicato para interação das empresas também gera
resultados, confirmados pelos mais de 32% que se vêem no APL há mais de dois e me-
nos de cinco anos, a maioria com faturamento de até R$ 400 mil, em busca de melhor
desempenho e futuro, para as quais a história das mais antigas no APL pode servir como
exemplo.

Gráfico 8
Tempo deGráfico 8
instalação no APL
Tempo de Instalação no APL

Mais de 15 anos 22,08%

11 a 15 anos 12,98%

6 a 10 anos 18,18%

2 a 5 anos 32,47%

Menos de 2 Anos 14,29%

0% 25% 50%

Fonte:IEL
Fonte: IEL Minas
Minas – Gerência de Desenvolvimento
– Gerência Regional da Indústria
de Desenvolvimento Regional da Indústria

– 47 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

3.2.3 Mercado e imagem

A realidade econômica atual das empresas cria um clima de otimismo que se expres-
sa em expectativas de novos crescimentos. Mais de 47% das empresas esperam um
crescimento do faturamento superior a 40% para os próximos dois anos em relação
aos últimos 12 meses, e 17% esperam até 20% de crescimento. Apenas 6% esperam
crescimento menor ou igual ao dos 12 últimos meses. Entre as mais otimistas estão as
empresas de automação, em que mais de 66% esperam crescimento superior a 40% no
curto prazo em relação aos 12 últimos meses.

O otimismo é coerente com a imagem das empresas sobre os recursos que possuem
atualmente para desenvolver seus produtos ou realizar serviços. De forma geral, relatam
dificuldades em relação a alguns critérios financeiros, mas contam com boa adequação
de infra-estrutura e recursos humanos. A Tabela 6 revela, com detalhes, o grau de ade-
quação para alguns desdobramentos de cada critério, que serão importantes orientações
estratégicas e possibilidades de novos investimentos na macrodinâmica do APL eletroe-
letrônico, além de permitirem verificar resultados de investimentos anteriores.

Tabela 6
Como a empresa avalia os recursos que possui para desenvolver seus produtos e serviços

Regularmente Ade- Pouco Adequado


Recursos Adequado (%)
quado (%) (%)
Operacional 54 36 10
Recursos Comercial 52 33 15
Humanos Gerencial 62 27 11
Adminstrativo 67 23 10
Instalações Físicas 63 23 14
Sistema de Telefonia 77 15 08
Infra- Acesso à WEB 75 16 09
Estrutura Laboratórios 46 32 22
Equipamentos 57 32 11
Informática 67 25 08
Capital de Giro 43 32 25
Recursos para
35 33 32
Investimento em Máquinas
Financeiro
Recursos para
37 31 32
Investimento em P&D
Rentabilidade 42 40 18

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

As condições de estrutura interna, por conseguinte, não são apontadas por muitas em-
presas como principal dificuldade para vender seus produtos e serviços no Brasil. Variá-
veis externas, como concorrência desleal, e parcialmente externas, como dificuldade de
penetração comercial e efetividade de marketing são, na opinião das empresas, as maio-
res barreiras para as vendas nos vários segmentos no mercado interno. As empresas
têm boa noção sobre sua concorrência direta, destacadamente nacional e concentrada
em estados do sudeste e do sul do país, além de citarem a Zona Franca de Manaus.

A definição desses segmentos de mercado no setor eletroeletrônico nacional ou interna-


cional é complexa. Não existem bases tecnológicas difundidas e a produção é bastante
diversificada, redefinida pelas constantes inovações que podem aumentar as correlações

– 48 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

na própria cadeia produtiva do setor ou de novas respostas a necessidades específicas


também de outras indústrias. Os principais ramos de atividade do setor eletroeletrônico
de Santa Rita do Sapucaí estão ordenados no Gráfico 9. A maioria das empresas está
ligada ao segmento de telecomunicações (quase 22%) e eletroeletrônica (mais de 18%),
que se apóiam na já mencionada estrutura de ensino e pesquisa da região nessas áreas.
Por outro lado, o ramo da informática mostrou-se relativamente pequeno, apesar de
guardar grande potencial de crescimento como conseqüência de sua posição estratégica
e políticas atuais de incentivo ao setor.

Gráfico 9
PrincipalGráfico
ramo 9de atividade
Principal Ramo de Atividade

Telecomunicações 21,95%

Eletroeletrônica 18,29%

Segurança 12,20%

Automação 10,98%

Tecnologia de Informação 10,98%

Outros 8,54%

Matéria Prima 7,32%

Eletromecânica 6,10%

Informática 3,66%

0% 25% 50%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria


Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Assim como os ramos de atividade, os destinos da produção apresentam-se de forma


difusa, divididos em alguns públicos-alvo com participações semelhantes, que acompa-
nham a diversidade de produção das empresas. O consumidor final é o principal destino
(quase 30% da produção), mas está bem próximo das vendas para empresas da cadeia
produtiva fora do APL e para distribuidores, o que, por sinal, denota que a produção da
região não está centrada no abastecimento local e seu destino é de difícil determinação.
Em contrapartida, empresas da cadeia produtiva do próprio APL são o destino de quase
15% da produção e reforçam o papel do próprio APL como fornecedor dentro da cadeia
produtiva. As mudanças em relação a 2004 são grandes, com queda da produção ao con-
sumidor final e proporcional crescimento dos outros mercados. A maioria das empresas
que vendem no próprio APL têm faturamento médio. Aquelas com maior faturamento,
superior a R$ 10 milhões, têm como clientes os consumidores finais e empresas fora do
APL, com desconcentração de vendas já esperada. Com perfil de vendas concentrado, o
ramo de segurança tem como maior foco os distribuidores.

– 49 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Gráfico 10
Gráfico
Principal Destino da 10
Produção
Principal destino da produção

Revenda 6,10%

Empresas da Cadeia
14,63%
Produtiva do APL

Distribuidor 23,17%

Outras Empresas Da Cadeia


26,83%
Produtiva Fora do APL

Consumidor Final 29,27%

0% 25% 50%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Como consumidoras, as empresas do APL compram, com maior freqüência, de São


Paulo, principal fornecedor no Brasil, e da China e EUA, em especial para as importações
de componentes eletrônicos. No entanto, é notável o fornecimento a partir de empresas
locais dentro da própria cadeia produtiva, outro indicador da interação entre elas, com
possível dinamização da economia da região. Em relação à venda de produtos, o Brasil
é o mercado- chave para várias delas e é visto na maioria das observações como em ex-
pansão. Especificamente, é grande o peso de São Paulo na compra de vários produtos.

O mercado externo é opção de venda para as empresas do APL, o qual vem sendo in-
centivado tanto por políticas do governo do estado de Minas Gerais quanto por agentes
de apoio ao desenvolvimento local. Neste contexto, devem ser citados projetos como o
Núcleo de exportações, parceria entre SINDVEL, FIEMG e APEX. Como resultado, cerca
de 33% das empresas do APL já exportam e número cada vez maior prepara-se para
exportar. Não à toa, mais de 67% das empresas que não exportam têm interesse em
fazê-lo. Destaca-se que são as empresas com faixas médias de faturamento as que mais
exportam. Além disso, nenhuma com faturamento entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões
está fora do comércio internacional, concentrando exportações apenas para países do
Mercosul.

Figura 17 – Montagem de produto


Fonte: Sindvel - 2007

– 50 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

O Mercosul é notadamente o principal destino das exportações do APL, como visto no


Gráfico 11, mas de 2004 até 2007 sua participação quase dobrou, enquanto a de outras
regiões, como Europa e América do Norte, diminuiu, apontando novas tendências de
vendas externas. São os ramos de telecomunicações e segurança os que mais concen-
tram exportações no Mercosul, que é também o grande mercado potencial para mais de
56% das empresas que têm interesse em exportar. Além dele, outros países da América
do Sul são a opção de mais de 8% e Europa e América do Norte não representam mais
de 3%. Quase 30% não têm conhecimento sobre o mercado que escolheriam.

Gráfico 11
Destino das exportações

M er co sul 6 2 ,9 6 %

A mér ica C ent r al 11, 11%

O ut r o s Paí ses d a A mér i ca d o


7, 4 1%
Sul

A mér ica d o N o r t e 7, 4 1%

A f r i ca 7, 4 1%

Eur o p a 3 ,70 %

0% 40% 80%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Entre todas as empresas que não exportam (67% do total), quase 43% dizem que não
estão preparadas, e mais de 33% priorizam outros mercados. Deve-se observar que a
inviabilidade de produtos, considerada outro grande obstáculo às exportações na pes-
quisa de 2004, atualmente tornou-se um dos menos representativos, enquanto a falta
de recursos financeiros, principal bloqueio para 50% das que não exportavam em 2004,
não foi significativo nesta nova pesquisa. Mais de 11% colocam objetivamente a falta de
interesse como motivo para não exportarem.

A prioridade das empresas não é exportar, mas os países próximos ao Brasil, em es-
pecial os do Mercosul, deverão ser os mais procurados para vendas, como se viu, e
também para aumento do volume de exportações. O quadro do faturamento, por sua
vez, representa os montantes ainda pequenos do resultado das exportações. Mais de
53% das exportadoras ainda faturam montante inferior a US$ 50 mil por ano, e outros
20% faturam entre US$ 50 mil e US$ 100 mil. Porém, quase 4% vendem mais de US$
6 milhões por ano e aproveitam boas perspectivas. Para aquelas com faturamento entre
R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, que só exportam para o Mercosul, o volume de vendas
ainda é baixo, de até US$ 50 mil por ano em 75% delas.

Figura 18 – Produto do APL


Fonte: Sindvel - 2007

– 51 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

A identificação de parcerias aparece como a principal ação necessária para se adequar


ao mercado de exportação para quase 30% de todas as empresas, tornando-se por isso
importante foco para apoio institucional do APL. Boa parte relata dificuldades para adap-
tar-se a normas técnicas e homologação externa. Participação em feiras internacionais e
auxílio na customização de produtos são também mencionados como ações necessárias
para alcançar o mercado externo.

3.2.4 Tecnologia e processos de gestão

A gestão das empresas do APL está centrada em processos tradicionais, mas em con-
trapartida, algumas já aplicam modernas tecnologias. Com esses investimentos, podem
aumentar significativamente sua competitividade através, por exemplo, da descoberta de
novas potencialidades ou diminuição de custos desnecessários.

O processo de gestão econômico-financeira está em evolução. Mais de 70% das empre-


sas do APL têm o hábito de acompanhar quanto precisam faturar para cobrir no mínimo
seus custos fixos, importante indicador da viabilidade do negócio. Para os critérios de
estabelecimento do preço do produto ou serviço, nota-se predominância de tipos mais
simples, dados 39% das empresas que usam os preços de mercado para determinar
os seus. Proporção semelhante, 33%, utiliza custos mais impostos e margem de lucro,
critérios para os quais é necessária melhor noção da realidade da empresa. Aquelas que
utilizam modelos de precificação, de acordo com o Gráfico 12, incluem análises mais
elaboradas, que muitas vezes unem critérios de avaliação do mercado com outros da
realidade de custos e previsões de margem de lucro, inclusive com apoio de sistemas
informatizados.
Gráfico 12
Como é EstabelecidoGráfico
o Preço12do Produto/Serviço
Como é estabelecido o preço do produto/serviço

De acordo com o preço de


39,02%
mercado

Custos mais impostos e


32,93%
margem de lucro

Modelos de precificação 18,29%

Considerando o valor
6,10%
agregado para o cliente

NS/NR 3,66%

0% 25% 50%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

A gestão de recursos humanos, relacionamento com os próprios funcionários, ainda


é pouco elaborada; mais de 69% das empresas do APL não têm políticas estruturadas
de remuneração, como plano de cargos e salários, por exemplo. Entre as demais, mais
de 13% estão implantando alguma política, o que significa que apenas 17% já contam,
neste contexto, com processo estruturado para gestão de seus funcionários. Tais polí-
ticas ainda são pouco comuns em todos os ramos, mas eletromecânica é o único sem

– 52 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

qualquer empresa que as apresente. Mesmo que essas políticas possam representar
incentivos a melhor desempenho, sua análise será produtiva quando em conjunto com a
situação dos outros processos em questão, seja de relacionamento interno ou externo.

Das formas de relacionamento com cliente e divulgação de produtos e serviços, também


predominam aquelas com menor grau de formalidade, mas com grande funcionalidade
na região. Cerca de 39% das empresas não utilizam nenhum ou algum tipo informal de
CRM, gerenciamento de relacionamento com cliente, e mais de 18% utilizam algum tipo
formal sem apoio de sistemas informatizados. No entanto, são 33% as que fazem uso de
tipos formais com apoio de sistemas informatizados e quase 10% as que têm inclusive
apoio de sistemas on-line, revelando boas perspectivas de atualização. As formas mais
relevantes de divulgação de produtos e serviços, por sua vez, são aquelas que remetem
a contato direto entre pessoas, seja pelo repasse de informações (boca a boca), em
especial para o ramo de eletromecânica, ou pela participação das empresas em eventos,
como visto no Gráfico 13. Entre outros meios, excluindo aquelas empresas que traba-
lham com revendas ou em que a matriz seja responsável pela divulgação, foram citadas
as visitas técnicas, equipes de vendas e propaganda na mídia.

Gráfico
Gráfico 1313
Principal meiopelo
Principal Meio peloQual
qualooCliente
clientefica
fica sabendo
Sabendo dosdos produtos/preços
Produtos/Preços prestados
Prestados pelas
pelas empresas
Empresas

Boca a boca 31,71%

Participação em feiras/eventos do setor 30,49%

Internet 13,41%

Outros 9,76%

Propaganda em revistas especializadas 6,10%

Mala direta 3,66%

Telemarketing 2,44%

Catálago 1,22%

NS/NR 1,21%

0% 25% 50%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indús-


tria

Sob a liderança do SINDVEL, à frente do projeto de desenvolvimento do APL, as em-


presas já participaram e planejam várias missões empresariais e rodadas de negócios
para identificar parcerias e abrir novos mercados, além de aumentarem sua presença
em feiras e eventos nacionais e internacionais, em que se inclui seu importante papel na
Feira Industrial de Santa Rita do Sapucaí. A participação de membros do SINDVEL em
missões internacionais estratégicas também é uma realidade e torna-se mais freqüente.

Reforçam as boas perspectivas de atualização dos vários controles administrativos in-


formatizados na maioria das empresas, que aumentam a possibilidade de ganhos com
melhor gestão interna, de acordo com a Tabela 7.

– 53 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Tabela 7
Controles utilizados nos processos de gestão pelas empresas

Empresas que Empresas com o


Processos
controlam (%) controle informatizado (%)
Contas a pagar 100 82
Contas a receber 100 84
Faturamento 100 83
Compras 95 65
Custos 93 61
Formação de preço de venda 93 51
Estoque 90 65
Processo produtivo 80 43
Gestão de Projetos 70 34
Licença de Software 70 30
Índice de desempenho 52 22
Produção média por funcionário 50 18

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

É importante ressaltar que os controles citados, exceto os de contas a pagar e a receber,


não são considerados por todas as empresas. Alguns deles, inclusive, não se aplicam a
relativo número das entrevistadas, como produção média por funcionário, item para o
qual 21% delas disseram não se aplicar, gestão de projetos (19,5%) e índice de desem-
penho (17%).

A análise do uso de ferramentas de controle de versão de software e documentos indica


que um percentual pequeno, somente 9% delas, utiliza ferramentas padrão no mercado,
conforme Gráfico 14. Ademais, 46% não utilizam qualquer forma de controle e 33% uti-
lizam controle próprio, que, deve-se dizer, nem sempre assegura os níveis de qualidade
desejáveis para esta importante etapa de desenvolvimento de projetos e produtos. Esse
cenário denota possíveis gastos com retrabalhos em produtos, devido ao controle e ras-
treio pobres das mudanças de projeto e, eventualmente, de produtos em campo.

Uma ação de treinamento e implantação de ferramentas de controle apresenta-se opor-


tuna para as empresas do APL. Há ferramentas de controle baseadas em software livre
que poderiam ser usadas, melhorando a qualidade de seus produtos e minimizando os
custos com retrabalho, com um investimento mínimo. O uso de ferramentas de controle
de versão tidas como padrão de mercado tem maior incidência em empresas do ramo de
tecnologia da informação do APL, sendo praticamente inexistente nos demais ramos de
atividade. Nos ramos de telecomunicação, automação e segurança, há maior incidência
de empresas que usam ferramentas de controle próprias, bem como daquelas que não
utilizam qualquer ferramenta de controle de versão.

– 54 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 19 – Laboratório da Faculdade de Administração e Informática – FAI


Fonte: FAI - 2007

Gráfico 14
Ferramentas de controle de versão de software e documentos utilizadas

� �� � �� ���� � � � �� � �

� �� � ����� �� � � � � � �� � � �� � �

� � �� � � � � � ��� ��� � �

��� ��� ��� � � �� � �

��� � �� � ��� �

� �� � � � �� � �

�� � �� �� �

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

O projeto de desenvolvimento do APL tem, realizadas e previstas, algumas ações rela-


cionadas ao uso de ferramentas de gestão nas empresas capazes de coordenar vários
processos abordados. Entre elas estão a realização do programa de certificação em ISO
9000 e auditoria interna do projeto Rumo à ISO 9000, com cursos para difundir funda-
mentos da norma e formar auditores, além do planejamento para implantação de siste-
ma de gestão empresarial ERP. A realidade das empresas quanto à gestão de projetos,
captada pela pesquisa, é de domínio dos programas e planilhas próprias, inclusive com
uso de software local, que integra gestão fiscal, financeira e estoques. Além desses,
que representam quase 30% das empresas, o sistema ERP (23%) e a certificação ISO
(22%) são também bastante usados, para os quais as ações citadas já representam bons
resultados comparados a 2004, quando menos de 16% tinham certificação ISO. Fluxo
de caixa, planejamento estratégico e plano de negócios são citados, apesar de serem
principais ferramentas para menor número de empresas.
Em 57% das entrevistadas, a metodologia de gestão de projetos – que diz respeito a um
conjunto de práticas utilizadas no controle da execução das diversas etapas necessárias
ao desenvolvimento de um projeto – é criada pela própria empresa no APL. Existem
práticas comuns que independem do tipo de projeto e são utilizadas para controlar os
de pequeno, médio ou grande porte, seja na área de siderurgia, na medicina ou em

– 55 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

eletroeletrônica. Tais metodologias, ditas próprias, são desenvolvidas a partir da expe-


riência acumulada e sistematizada em um conjunto de procedimentos, mas por vezes a
metodologia própria não abrange todos os aspectos necessários, como gestão de riscos,
relacionamento com o cliente, gestão de recursos técnicos e humanos, como o fazem as
metodologias baseadas em melhores práticas, por exemplo, as estabelecidas pelo PMI
(Project Management Institute).

Somente 12% das empresas utilizam práticas do PMI e 28% não utilizam nenhuma
metodologia. Isso indica grande potencial para desenvolvimento de metodologias, base-
adas em práticas consagradas mundialmente ou melhoradas internamente para possibi-
litar o aprimoramento da gestão nas empresas, com melhorias no controle de atividades,
gestão de recursos, de riscos, de atualizações e de custos, relacionamento com clientes
e fornecedores, entre outras. As empresas do ramo de tecnologia da informação são
também as que mais investem no uso de metodologia de gestão de projetos baseadas no
PMI. A opção pelo uso de metodologia própria independe de porte e faturamento, mas
aquelas que não utilizam qualquer metodologia têm, em geral, faturamento abaixo de R$
2 milhões. Os investimentos necessários para implantar tais metodologias podem repre-
sentar valores consideráveis, sobretudo para empresas de menor porte, e seu retorno é
de médio e longo prazo, com minimização de retrabalhos, riscos e desgastes da imagem
perante o mercado e seus clientes.

3.2.5 Produção

A produção das empresas do APL é predominantemente por encomenda, como visto no


Gráfico 15. Porém, a diferença em relação à produção em série também encomendada,
de apenas 23% em 2004 e mais de 36% em 2007, e a conseqüente diminuição dos qua-
se 55% da produção por encomenda para os atuais 40%, denotam mudança de perfil
produtivo, com surgimento de várias séries de produção, mesmo que sem linha definida.
Somente cerca de 23%, parcela não muito diferente de 2004, utilizam a modalidade de
produção seriada com produtos de prateleira, em geral determinada pela própria empre-
sa, a partir de uma demanda média mensal do mercado.

Gráfico 15
Gráfico de
Modalidade 15 produção
Modalidade de produção

Por encomenda 40,00%

Em série (por encomenda) 36,25%

Em série (linha própria) 23,75%

0% 25% 50%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

– 56 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

A terceirização da produção, ou de etapas do processo produtivo, não alcança os níveis


que poderia, pois fases importantes no processo, mas não determinantes da qualidade
do produto final, como montagem de protótipo, lote piloto e montagem mecânica, po-
deriam ter um nível de terceirização maior, inclusive como oportunidades para empresas
incubadas, com o correspondente ganho na redução do custo operacional das empresas
do APL relacionado a essas atividades, tais como mão-de-obra, infra-estrutura e esto-
que. Destaca-se que a terceirização da atividade de montagem mecânica aumentou nos
últimos anos e chegou a 40%, assim como a de injeção de plástico, que, após grande
crescimento, já é terceirizada por mais de 42% das empresas. A etapa de montagem de
placa de circuito impresso, com pouca mudança, é terceirizada por 44% e o cabeamento,
em queda, por cerca de 23% delas. Cerca de 12% terceirizam outras etapas, como com-
pra de componentes, importação de insumos, ensaios e testes, entre outros itens.

Figura 20 – Linha de produção


Fonte: Sindvel - 2007

Cerca de 23% das empresas terceirizam entre 50% e 100% da produção em outras
empresas da cadeia no próprio APL. Somente 12% terceirizam de 10% a 70% de sua
produção em outras empresas do estado de Minas Gerais, 14% em São Paulo, para no
máximo 30% da produção, e somente 3,7% para o total da sua produção terceirizada.
Pequena parcela terceiriza produção em empresas da região Sul, 6% em empresas chi-
nesas e 2% nos EUA.

O controle de qualidade é fase cada vez mais importante no processo produtivo. Cerca de
57% das empresas já o aplicam em todas as etapas da produção, mais de 25% apenas
no final da produção, quase 15% no decorrer da produção e parcela reduzida das empre-
sas, menos de 3%, realiza o controle de qualidade somente na concepção do projeto.

3.2.6 Produtos

O APL do Vale da Eletrônica reúne indústrias de produtos elétricos e eletrônicos, entre


eles os destinados para telecomunicações (alarmes rastreadores para veículos, antenas
para VHF/UHF/FM e microondas, PABX digital para pequeno e médio porte) e informática
(nobreak, estabilizador de tensão, acessórios para sistema VOIP), de desenvolvimento
de software (software embarcado, software de gestão – ERP) e prestação de serviços
especializados (desenvolvimento de software e hardware customizado). Empresas de
outros setores, instaladas no local, tornaram-se clientes exigentes do APL, contribuindo
para o crescimento da região e o desenvolvimento das empresas, sobretudo em relação
à qualidade e à inovação dos produtos.

– 57 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 21 – Placas coloridas CCI


Fonte: Sindvel - 2007

O índice de nacionalização dos vários produtos, que mede a relação entre os custos
referentes a componentes importados e o custo total dos componentes de um produto,
fornecendo um indicador associado ao processo produtivo básico do produto no Brasil,
guarda certas peculiaridades. Cerca de 38% das empresas do APL produzem com um
índice de nacionalização maior que 80%. Esse índice é bom, porém o percentual de
empresas que o apresentam é mediano, indicando que há espaço para ações e projetos
de substituição de componentes importados nos produtos do APL. Mais de 39% das
empresas têm índice de nacionalização menor que 50%, portanto, grande parte ainda
importa mais da metade de suas matérias-primas.

Gráfico 16
Índice Gráfico 16
de nacionalização
Índice de Nacionalização

Maior que 80% 38,27%

Entre 50 e 80% 22,22%

Entre 20 e 50% 20,99%

Entre 10 e 20% 6,17%

Menor que 10% 12,35%

0% 25% 50%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Em geral, as empresas do APL verticalizam seu processo de desenvolvimento de produ-


tos, internalizando a maioria dos custos e terceirizando pequena parcela. A especificação
técnica, em 66% das empresas, é feita por sua própria equipe técnica, e somente 10%
terceirizam essa etapa. O projeto de software é desenvolvido internamente em 46% das
empresas e terceirizado em 14% delas. Já o projeto mecânico é terceirizado em 25%
das empresas e feito por equipe interna em 40% delas. Essa mesma tendência se dá nas
etapas de projeto de hardware, projeto mecânico, compra de componentes, montagem
de placas, integração de protótipos, design, engenharia de produtos, engenharia de tes-

– 58 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

tes, projeto de gigas de teste e produção de lote piloto. Entre 40% e 70% das empresas
implementaram essas atividades com desenvolvimento próprio e somente 5% a 30% as
terceirizam. Para as atividades de controle de qualidade e documentação de produto, o
percentual de desenvolvimento interno é ainda maior, em torno de 80%. Algumas em-
presas, menos de 10%, desenvolvem parte dessas atividades em parceria com outras
empresas, aproveitando a proximidade no APL.

Figura 22 – Partes e peças – Metalmecânica


Fonte: Sindvel – 2007

A inovação de produtos merece maior detalhamento, por sua importância no setor ele-
trônico, tendo como um dos indicadores a situação em relação a patentes. Cerca de 84%
das empresas do APL nunca registraram patente e apenas 38% têm interesse em regis-
trar alguma. Cerca de 90% não possuem depósito de registro de patente, denotando não
ser este um procedimento usual.

3.2.7 Inovação

A avaliação da capacidade de inovação das empresas torna-se cada vez mais importante
por sua relação com o nível de desenvolvimento tecnológico e novas oportunidades no
mercado, que podem redefinir o perfil da empresa. Engajadas quanto à dinâmica do setor
eletrônico, 63% das empresas implementaram alguma atividade de Pesquisa, Desen-
volvimento & Inovação (PD&I) entre 2004 e 2007. Em 53% delas, tais atividades incluí-
ram produto e processo, enquanto os 47% restantes focaram apenas em produto. Para
mais de 54%, um departamento interno de PD&I é o principal local para realizar essas
atividades e outros 33% o fazem dentro da empresa sem um departamento específico.
Sobremaneira, a maioria recorre a recursos da própria empresa. Já são perceptíveis,
porém, as inter-relações entre as empresas nesse contexto, afinal, quase 6% consideram
as empresas parceiras do APL como o principal local para atividades de inovação. Os
ramos de automação e de tecnologia da informação são destaque, nos quais quase todas
as empresas implementaram alguma atividade de PD&I. Por outro lado, os ramos de
eletromecânica e matéria-prima ainda têm pequena parcela de empresas com esse perfil
e precisam de maior apoio no trajeto para a inovação.

– 59 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 23 – TV Digital: Conversor de sinais digitais em analógicos - Set-top Box


Fonte: Sindvel - 2007

O volume de recursos investido em pesquisa e desenvolvimento no mesmo período


também foi alto, observados os números do Gráfico 17. Além do maior número das que
investem em inovação, as empresas de tecnologia da informação são também as que
investem maiores quantias nessas atividades, acompanhadas por eletroeletrônica e tele-
comunicações, não por acaso ramos de alta capacidade inovativa na região.

Gráfico 17
Gráfico 17
Percentual médio do faturamento investido em pesquisa e desenvolvimento entre 2004 – 2007
Percentual Médio do Faturamento Investido em Pesquisa e Desenvolvimento entre 2004 - 2007

Mais de 10% 31,48%

Entre 5 e 10% 27,78%

Entre 3 e 5% 9,26%

Entre 1 e 3% 14,81%

Menos de 1% 11,11%

NS/NR 5,56%

0% 25% 50%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Enfaticamente, 92% das empresas que registraram patente atualmente, um indicador


para inovação, investiram em P&D entre 2004 e 2007. A estrutura de financiamento des-
se investimento e os incentivos fiscais para inovação são bem específicos. Quase metade
daquelas empresas que implementaram ações com propósito de inovar disseram usar
algum benefício fiscal, em larga medida relacionado ao Protocolo ICMS e benefícios pre-
vistos na Lei de Informática, tais como o programa Processo Produtivo Básico (empre-
sas com ligação ao mercado de informática), que oferece redução de impostos indiretos
condicionada ao cumprimento de regras básicas de processo industrial e aplicação de
recurso em P&D.

Já as principais linhas de financiamento para projetos de P&D da região estão relacio-


nadas a instituições ou programas com foco no desenvolvimento das micro e pequenas

– 60 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

empresas ou vinculados a programas estaduais, como o Sebraetec e o programa Amitec,


criado pelo IEL Minas, além da agência de fomento à pesquisa do estado, a Fapemig,
que sozinha financiou projetos de mais de 33% daquelas empresas do APL com ações
de P&D. Agências e bancos de fomento federais, como BNDES, CNPq e FINEP, além do
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG, também são representativos.

Destaca-se que de quase 150 projetos apresentados pelas empresas participantes da


pesquisa nos três últimos anos a instituições de fomento, mais de 67% foram aprova-
dos para financiamento. As pequenas empresas tiveram maior percentual de projetos
aprovados, apesar do número de propostas muito menor que o das microempresas.
Entre os ramos de atividade, eletroeletrônica teve o maior número de projetos de P&D
apresentados e a área de telecomunicações a maior proporção de projetos aprovados,
representando iniciativa de inovação das áreas apoiada pela força do ensino local. Além
disso, o ramo de automação, mesmo com poucas propostas apresentadas, mostra-se
valorizado nesse contexto atual, dada a aprovação de todos os projetos.

As empresas que procuram inovar demonstraram boa auto-imagem em relação ao seu


nível de desenvolvimento tecnológico, fator para o qual mais de 58% consideram-se
atualizadas e quase 30% com nível tecnológico de ponta, enquanto 12% ainda se vêem
pouco atualizadas. De alguma forma, o desempenho futuro parece relacionado a tipos
de inovação. Nos próximos cinco anos, a maioria das empresas acredita que seu suces-
so dependerá muito intensamente de novos produtos ou linhas de produção, e inves-
timentos em P&D e engenharia, além de depender intensamente de novos mercados,
novos processos de produção, de estratégia de marketing e expansão da capacidade
produtiva.

Por outro lado, cerca de 30% das que investem em P&D dizem que dependerão pouco
ou não dependerão de investimentos em design e novos modelos organizacionais. Em
2004 a principal estratégia das empresas tinha desenho semelhante, com prioridade
para novos mercados, estratégias de marketing e novos produtos ou linhas de produção.
Essa análise revela expectativas gerais sobre próximas mudanças e pode ser usada para
direcionar esforços. Todos os ramos disseram depender de novos produtos ou linhas
de produção com constância, mas foi o ramo de automação o grande interessado nesse
foco.

3.2.8 Domínio tecnológico de hardware e de software

O uso de componentes PTH (Pin-Through Hole) é um indício de tecnologia antiga, exceto


para circuitos eletrônicos que requerem componentes de alta potência, em que não são
disponíveis componentes SMT (Surface Mount Tecnology). A tecnologia SMT é moder-
na, sendo indício de maior atualização tecnológica. Das 55 empresas entrevistadas que
produzem hardware no APL de Santa Rita do Sapucaí, cerca de 40,7% utilizam tecno-
logia mista PTH e SMT, como exposto no Gráfico 18. Somente 14,8% utilizam, exclu-
sivamente, tecnologia PTH e 24% utilizam somente componentes SMT. Isso indica que
as empresas do APL, no que se refere à tecnologia de montagem de componentes, está
bem atualizada e utiliza processo automatizado de fabricação de módulos de hardware.
Em 18% dessas empresas a montagem de componentes em placas não é realizada. Isto
sugere que essas empresas fabricam hardware por meio do processo de integração de
partes e módulos produzidos por terceiros, disponíveis comercialmente, e não pela mon-
tagem de componentes diretamente em placas de circuito impresso.

– 61 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Gráfico 18
Tecnologia de montagem
Gráficode18componentes
Tecnologia de montagem de componentes

Misto 40,74%

SMT 24,07%

PTH 14,81%

Não se aplica 18,52%

NS/NR 1,86%

0% 30% 60%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Outro indício de atualização das empresas do APL é o fato de cerca de 50% delas utili-
zarem componentes da classe dos microprocessadores e microcontroladores, e 9,2%
utilizarem DSP (Digital Signal Processing) como principal componente do projeto de
hardware, ilustrado no Gráfico 19.

Gráfico 19
Gráfico 19 digitais utilizadas
Classes de componentes
Classes de Componentes Digitais Utilizadas

Microcontroladores /
50,00%
microprocessadores

Discretos 27,78%

DSP 9,26%

CPLD/EPLD/FPGA 3,70%

Não aplicável 5,56%

NS/NR 3,70%

0% 30% 60%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Os projetos de hardware desenvolvidos no APL são, em geral, de baixa e média com-


plexidade: mais de 64% deles são baseados em placas de circuito impresso dupla-face
e somente 18% utilizam placas com mais de quatro camadas. Além disso, o número de
componentes por placa é menor do que 500 em mais de 70% dos projetos, conforme
exposto no Gráfico 20.

– 62 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Gráfico 20
Número de componentes Gráfico 20
eletrônicos nos projetos de hardware
Número de componentes eletrônicos nos projetos de hardware

Mais que 10.000 7,40%

Entre 2.000 e 10.000 5,54%

Entre 500 e 2.000 5,59%

Entre 300 e 500 9,29%

Entre 200 e 300 9,21%

Entre 100 e 200 18,54%

Entre 50 e 100 12,96%

Menos de 50 22,22%

Não aplicável 5,56%

NS/NR 3,69%

0% 15% 30%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

A pesquisa também aponta que pequeno número de empresas utiliza técnicas de projeto
orientado para manufatura (Design For Manufacturing - DFM), cerca de 20% daquelas
que desenvolvem hardware no APL. Da mesma forma, menos de 10% desenvolvem
projetos orientados para testabilidade (Design For Testability – DTF). Isso se dá indepen-
dentemente do ramo de atuação e do porte da empresa. O uso dessas técnicas permite a
implementação de processos produtivos mais otimizados e com menor custo total, prin-
cipalmente no caso de produção em larga escala. O processo de produção automática,
com o mínimo de intervenção manual, tanto nas etapas de montagem como nas etapas
de teste (Lean Manufacturing) pode ser melhor aplicado, com possíveis melhorias de
processo e projeto nas empresas do APL.

Figura 24 – Produto do APL


Fonte: Sindvel - 2007

Observa-se também que as empresas ainda não estão sendo demandadas pelo uso de
componentes voltados para compatibilidade ambiental, como os desprovidos de chum-
bo (Leadfree) e demais substâncias nocivas (RoHS - Restriction of Hazardous Substan-
ces), uma vez que, conforme visto no Gráfico 21, somente 11% das empresas utilizam
componentes Leadfree e pouco mais de 9% utilizam componentes RoHS. Essa realidade

– 63 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

também se aplica às empresas do APL, independentemente do ramo de atividade ou do


seu porte. O uso desses tipos de componentes é uma exigência para importação em
diversos países da Europa, fazendo-se oportuno, após análise de viabilidade atual para
aplicação nas empresas, um treinamento acerca dessas novas tecnologias.

Gráfico 21
Gráfico
Classes de materiais 21
de componentes utilizadas
Classes de Materiais de Componentes Utilizadas

Comum 57,41%

LeadFree 11,11%

RoHS 9,26%

Não aplicável 14,81%

NS/NR 7,41%

0% 50% 100%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

O desenvolvimento de software é mais específico, aplicável a pouco mais de 42% das


empresas do APL. Portanto, mais da metade das empresas locais geram produtos que
não utilizam processadores ou, se os utilizam, são desenvolvidos por terceiros e agrega-
dos ao produto como um componente não-programável.

Figura 25
Laboratório de Desenvolvimento de Software do Inatel - Competence Center
Fonte: Inatel - 2007

– 64 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

A maturidade das empresas em relação a aspectos de qualidade indica o grau de ade-


rência das empresas a modelos de referência estabelecidos. Entre as que desenvolvem
software, 35% não utilizam modelos de qualidade e 47% utilizam metodologia própria.
Isso indica uma baixa aderência a modelos de referência como CMM-I (Capability Matu-
rity Model Integration) ou MPS.BR (Melhoria de Processos do Software Brasileiro), ou
seja, 82% não oferecem referência de comparação com outras empresas. Apenas cerca
de 5,9% podem ser comparadas utilizando referências reconhecidas pelo mercado. O
fato de 47% das empresas afirmarem que utilizam metodologia própria pode indicar que
nessas empresas existe uma cultura de qualidade de software e que elas já estariam pre-
paradas para aderir a algum programa de qualidade reconhecido. A baixa preocupação
com a aderência a modelos de referência parece ter relação com o porte das empresas,
uma vez que a adesão a esses modelos implica custos adicionais, e ainda com o fato de
os produtos de software não serem o foco principal das empresas do APL.

Gráfico 22
Gráfico
Modelo de qualidade de 22
processo de software utilizado
Modelo de qualidade de processo de software utilizado

Metodologia própria 47,06%

CMM / CMMi 2,94%

Outro 2,95%

Não utiliza 35,29%

Não aplicável 5,86%

NS/NR 5,90%

0% 30% 60%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

A análise da metodologia de desenvolvimento de software, a partir do Gráfico 22, pode


fornecer indícios sobre vários fatores: a complexidade dos softwares desenvolvidos, a
preocupação das empresas com a produtividade do desenvolvimento, a preocupação
com aderência a metodologias de mercado, entre outros. Mais de 17% das que produ-
zem software não utilizam nenhuma metodologia. Isso é indício de que essas empresas
produzem software de complexidade muito baixa e com ciclo de vida pouco dinâmico (o
que requer pouco controle). Provavelmente ainda não existe nelas a preocupação com
questões relativas a produtividade, manutenibilidade, controle de versão de software, ro-
tatividade de pessoal, entre outros aspectos que a adoção de uma metodologia procura
resolver.

Cerca de 64% das empresas usam metodologia própria, ou seja, mais da metade das
empresas utilizam soluções desenvolvidas por elas mesmas para controlar o ciclo de
desenvolvimento de seus produtos de software. Geralmente, esse tipo de solução é ado-
tado quando a complexidade do processo de desenvolvimento não justifica a adoção de
uma metodologia definida externamente, ou quando a demanda por organização não
é identificada no planejamento do primeiro produto, e a metodologia vai sendo criada
internamente, por demanda. Entre as metodologias conhecidas, a RUP e a Praxis se
destacam nas empresas analisadas, apesar de serem usadas apenas por cerca de 6% e
3% delas, respectivamente.

– 65 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

O ambiente-alvo do sistema indica em que tipo de plataforma o produto de software é


utilizado, seja em sistemas embutidos, em Desktop, na Web, em ambiente Cliente-Ser-
vidor, ou outro. Conforme indicado no Gráfico 23, cerca de 58% das linhas de produtos
têm sistemas embutidos como ambiente-alvo. Esse resultado pode ser considerado pre-
visível, pois no setor eletroeletrônico o software é muitas vezes utilizado para permitir
flexibilidade aos projetos de hardware e/ou para adicionar algum nível de automação a
um produto de hardware.

Gráfico 23
Linhas de Gráfico
produtos23 de Software
Linhas de produtos de Software

Sistemas embutidos 58,33%

Desktop 14,58%

Cliente-Servidor 10,42%

Web 14,58%

Não aplicável 2,09%

0% 50% 100%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

O número de linhas de código, por sua vez, é uma das formas utilizadas para quantificar
o tamanho de um software para efeito de estimativa e acompanhamento de esforço de
desenvolvimento. Conforme pode ser visto no Gráfico 24, 38% das empresas fazem, em
média, produtos com menos de 10.000 linhas de código, que é considerado o tamanho
de um software pequeno. Apenas 14,7% das empresas produzem, em média, produtos
com mais de 100.000 linhas de código. Os dados relativos a tamanho são coerentes com
os dados de ambiente-alvo do sistema, pois em geral os sistemas embutidos utilizam
processadores de baixo custo, dedicados para funções especializadas, requerendo, em
geral, softwares menores.

Gráfico 24
Gráfico 24
Quantidade média de linhas de código desenvolvidas por produtos da empresa
Quantidade média de linhas de código desenvolvidas por produtos da empresa

Menos de 10.000 38,24%

Entre 10.000 e 50.000 23,53%

Mais de 100.000 14,71%

Entre 50.000 e 100.000 8,82%

Não se aplica 2,94%

NS/NR 11,76%

0% 25% 50%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

– 66 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Com relação à linguagem de programação, o dado mais relevante é que cerca de 23%
das empresas consideram o Assembly como a principal linguagem de programação uti-
lizada, como visto no Gráfico 25. Esse número é muito significativo se comparado com
o da indústria de software em geral. Por outro lado, reforça mais uma vez a utilização de
softwares de tamanho pequeno em sistemas embutidos, já que o Assembly não é utiliza-
do no desenvolvimento de softwares médios e grandes. A linguagem C, usada em 23,5%
das pesquisadas, também tem posição de destaque. No entanto, se o Assembly não for
considerado – já que ele tem uso bastante específico – pode-se notar que as linguagens
orientadas a objeto, somados os percentuais, predominam sobre as linguagens procedi-
mentais, com destaque para C++ (20,6%), seguido por Java (14,7%) e Delphi (11,7%).

Gráfico2525
Gráfico
Principal linguagem dedeprogramação
Principal linguagem programação utilizada
utilizada

C 23,55%

Assembly 23,51%

C++ 20,59%

Java 14,71%

Outros 2,94%

SQL 2,94%

Delphi 11,76%

0% 25% 50%

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

Cerca de 33% das empresas que desenvolvem software não associaram nenhuma tecno-
logia específica aos produtos de software que desenvolvem. Esse número é significativo,
e pode ser associado às empresas que desenvolvem pequenos softwares em Assembly
para sistemas embutidos e que não utilizam nenhum processo de desenvolvimento, o
que reforça a hipótese de que as empresas locais não o vêem como atividade-fim. A
tecnologia Java, com 33,3%, é mais utilizada do que a NET, com 12,1%. As duas tecno-
logias concorrem no desenvolvimento de aplicações Web e são mais representativas que
Web Service, usada em menos de 10% das empresas.

Em relação ao sistema operacional utilizado, existe uma grande predominância do Win-


dows, com 73,5% de utilização, seguido pelo Linux, com apenas 14,7%. A predominân-
cia do Windows se deve, provavelmente, a fatores como disponibilidade de aplicações
requeridas compatíveis com o sistema, facilidade de aquisição desse sistema operacio-
nal junto com os computadores, maior disponibilidade de pessoal treinado e a tendência
de homogeneização de sistemas operacionais nas empresas.

Cerca de 64% das empresas já utilizam software livre no desenvolvimento de seus pro-
jetos. Em geral, como as plataformas de desenvolvimento de software pagas têm custo
relevante, sempre que possível, as empresas buscam alternativas de custo zero. É inte-
ressante observar que o mesmo não acontece com a opção pelo sistema operacional.
Apesar da média complexidade dos hardwares e softwares produzidos pelas empresas

– 67 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

do APL, a governança já adota algumas estratégias em busca de aprimoramento con-


tínuo junto às referências mundiais, como, por exemplo, o Projeto Silicon Valley, que
prevê, além do “Programa de Negócios e Educação entre a Califórnia e o Brasil”, com
intercâmbios entre estudantes das instituições de ensino do APL e do Vale do Silício
– EUA, já em andamento, a criação e manutenção do “Núcleo de Informações Estratégi-
cas e Promoção Comercial”, no Silicon Valley Center, responsável por desenvolvimento
de novos negócios e relacionamento acadêmico entre as instituições mineiras e norte-
americanas.

3.2.9 Design

As atividades de desenvolvimento de design estão presentes em 46% das empresas do


APL. Em 50% dessas empresas o desenvolvimento é feito por equipes próprias, sendo
terceirizado em mais de 23 %, e parcialmente terceirizado em outros 26,3%.

Em cerca de 66% dessas empresas são desenvolvidas atividades de design relaciona-


das à estrutura visual dos produtos, em 81,5%, à concepção de novos produtos para o
mercado e em 10%, a novas tecnologias de implantação. Não excludentes, 29% desen-
volvem atividades de design em praticidade dos produtos, 50% em acabamento, 21%
em processo produtivo, 23% no desenvolvimento de equipamentos de testes e 10,5%
na durabilidade de produtos.

No processo de desenvolvimento de design, as empresas do APL apontaram como prin-


cipais entraves o alto custo dos projetos, a pouca disponibilidade de profissionais capa-
citados e a pouca adaptação da equipe de desenvolvimento às atividades demandadas.
Também foram indicados como fatores restritivos o suprimento de materiais no merca-
do local, a baixa receptividade do mercado e dificuldades em acompanhar a velocidade
de mudanças da concorrência. Algumas dessas dificuldades podem ser trabalhadas em
conjunto, para benefício de todas as empresas locais. Parece oportuno, como uma das
ações, que se promova a incubação de empresas especializadas em design. Para que
isto seja viável, será necessário que as empresas do APL se disponham a terceirizar um
percentual maior dessas atividades, não só nas empresas incubadas, mas como tendên-
cia geral.

3.2.10 Meio ambiente e responsabilidade social

A produção do setor eletroeletrônico, com exceção de poucos casos, como grandes


obras energéticas ou elevado uso de produtos químicos, não é geralmente associada a
características potencialmente poluidoras ou de impacto ambiental. No entanto, dada a
diversidade de produtos e diferentes processos, além da presença de substâncias pos-
sivelmente danosas, encontram-se cada vez mais restrições que serão importantes para
proteção do meio ambiente. Como 77% das empresas do APL de Santa Rita do Sapucaí
dizem possuir licenciamento ou autorização ambiental, e quase 4% já iniciaram esse
processo, nota-se que sua adaptação às novas condições e exigências desse contexto é
rápida. Entre os 18% que não possuem, estão empresas que, dada a natureza da presta-
ção de serviços, não passam pelo mesmo processo.

Em relação a 2004, quando perto de 6% das empresas disseram possuir qualquer tipo
de certificação ou licenciamento ambiental, a evolução é considerável, mesmo que a
comparação não se refira exatamente aos mesmos processos e não especificamente

– 68 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

ao licenciamento. O número de empresas que não informou sua situação é muito pe-
queno. Todas as empresas de informática e eletromecânica, e a maioria das empresas
de automação, disseram possuir licenciamento ou autorização ambiental, à frente neste
importante processo.
Deve-se destacar que, apesar de condições mais avançadas, como as do licenciamento
ambiental, não serem necessárias para parte das entrevistadas pela natureza de suas
atividades, somente cerca de 16% das empresas disseram não adotar qualquer procedi-
mento gerencial em relação à gestão ambiental. Como mostra o Gráfico 26, a maioria das
que adotaram revelam como principal motivo o atendimento a exigências legais. Entre
outros motivos estão, principalmente, a consciência ambiental e resposta à exigência de
clientes. Neste sentido, a elaboração de projetos conjuntos para licenciamento ambien-
tal é uma das importantes ações do projeto de desenvolvimento do APL, liderado pelo
SINDVEL.

Gráfico 26
Principal razão que levou a empresa a adotar procedimento gerencial associado à gestão ambiental

�������� ����������� ������ ������

�������� ����������� ��� ������������ ����������� ��� ��� ������� �����

�������� ������� ���� ���������� ����������� �����

��������� �� ���������������� ���� ����������� �����

������ �����

���� ������ ������

���� ����� �� ���� ��������� �����

�� ��� ����

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento


Regional da Indústria

Responsabilidade social é uma tendência atual que nasce de valores mais humanos que
os da gestão convencional, pelos quais a empresa se organiza para interagir e influenciar
positivamente a sociedade no espaço em que atua. As empresas do APL respondem
relativamente bem a essa questão e mais de 30% já a vêem não só sob a ótica pessoal,
mas também corporativa. Mais de 57% delas investem até 0,5% do seu faturamento
anual em ações voltadas para responsabilidade social, cerca de 19%, entre 0,5% e 1%,
e 15%, mais de 1% do faturamento. Nenhuma delas investe mais de 3%, mas de fato
a maioria das empresas tem pequeno porte financeiro e tais investimentos dependerão
consideravelmente dos valores organizacionais em cada uma. Por certo, os ramos de
eletromecânica, com forte ligação à economia local, e de informática são os únicos em
que mais da metade das empresas têm ações de responsabilidade social.

3.2.11 Relacionamento com instituições de ensino e institutos de pesquisa

Um grande diferencial competitivo do APL do Vale da Eletrônica é a relação direta com


a bem-conceituada estrutura de ensino e pesquisa da região. Nas décadas de 50 e 60,
Santa Rita do Sapucaí recebeu a Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa
- ETE, primeira da América do Sul e quinta no mundo, e o Instituto Nacional de Te-

– 69 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

lecomunicações - Inatel, pioneiro no ensino superior em telecomunicações no país e


destaque em pesquisas de grande importância nacional, como as de TV Digital. Logo
surgiram outras instituições, como a Faculdade de Administração e Informática - FAI e
o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, que tornaram ainda mais forte
o desenvolvimento empresarial e técnico nas áreas de maior potencial da região. Essas
instituições geraram um desenvolvimento natural da capacitação local em elétrica, me-
cânica, eletrônica, informática e telecomunicações, atraindo indústrias e incentivando os
próprios profissionais ao empreendedorismo.

Figura 26 - Inatel Figura 27 - Laboratório de TV Digital do Inatel


Fonte: Inatel - 2007 Fonte: Inatel – 2007

A partir de questionário aplicado nas instituições de ensino, foi possível captar detalha-
damente a relação dessas com as empresas do APL. Destaca-se a alta média anual de
projetos e pesquisas desenvolvidos pelas instituições locais, que chega a 20 por ano em
algumas. A maioria deles, em certos casos todos eles, são voltados para as empresas do
próprio APL e alcançam todos os portes, com maior atenção às micro e às médias em-
presas. Entre os relacionados com empresas do APL, as instituições avaliam como mais
importantes os que envolvem cursos e treinamentos, desenvolvimento de software ou
de protótipos e, em menor grau, pesquisa científica e novas técnicas ou instrumentos.

Figura 28 - Figura 29 -
Laboratório de Prototipagem – Senai Aula prática – Laboratório Senai
Fonte: Senai – SRS - 2007 Fonte: Senai – SRS – 2007

Com duração de dois a três anos, os projetos e pesquisas em cooperação com as em-
presas do APL, por vezes tidos como um objetivo institucional, são bem vistos pelas
instituições de ensino. É consenso entre elas que a interação traz benefícios, como a
capacitação de professores e alunos pelo contato com a indústria, integração entre te-
oria e prática, além do envolvimento destes na realidade da transferência de tecnologia,
permitindo sua dedicação em tempo integral. Representa, ainda, novas parcerias que
possibilitam captação de recursos para P&D, busca de novas tecnologias e manutenção

– 70 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

dos laboratórios. Os principais instrumentos ou formas para o relacionamento entre es-


ses agentes são a troca informal de informações e os projetos de P&D conjuntos, além
de conferências públicas, consultorias e intercâmbio temporário de pessoal.

As principais linhas de pesquisa para o desenvolvimento de projetos com empresas do


APL são eletrônica, informática e telecomunicações, com influência também de sistemas
de informação, engenharias de controle e automação, elétrica e biomedicina. Os recursos
para desenvolvê-los vêm de instituições de fomento ou, em alguma medida, de benefício
previsto na Lei de Informática. Em menor proporção, as empresas e instituições de en-
sino também investem recursos próprios para remunerar as pesquisas e projetos. Como
resultado, quase todos os projetos geraram produtos, processos ou novas tecnologias e,
para metade das instituições, alguns depósitos para tentar registrar patentes.

Os egressos das instituições, apesar das distintas formações consideradas, inserem-se


em geral nas empresas do próprio APL, outras regiões de Minas Gerais ou mesmo ou-
tros estados, em proporções semelhantes, ainda que existam alguns casos de empresas
no exterior. Pequena parcela segue carreira em outras instituições de ensino e pesquisa
nacionais, porém, fora da região. Não é comum a inserção em outras instituições da pró-
pria região. Considera-se também que boa parte dos alunos de nível técnico segue para o
nível superior e, nesse contexto, a estrutura local mostra-se inter-relacionada.

Figura 30 - FAI Figura 31 - Laboratório da FAI


Fonte: FAI – 2007 Fonte: FAI - 2007

No entanto, a interação entre as empresas do APL e as instituições de ensino e pesquisa


ainda pode ser melhorada. As instituições apresentam como dificuldades para aprofun-
dar a interação a complicada continuidade das relações pós-projeto, limitação de recur-
sos dos órgãos de fomento, a falta de incentivos e a burocracia para escolas de nível
técnico, além do difícil atendimento às expectativas do microempresário. Por outro lado,
as instituições entrevistadas avaliam a atuação do SINDVEL como positiva na liderança
do APL pela procura dos agentes locais para maior participação e busca constante de
recursos para as empresas, corroborada pelo já real crescimento do pólo.

Sugerem como útil um planejamento integrado de longo prazo, que sistematize a partici-
pação dos agentes para desenvolvimento do APL, com ações conjuntas para surgimen-
to de mais projetos inovadores e instalação de centros de pesquisa cooperativos, com
capacitação de empresários e funcionários para envolvimento em todos os projetos. O
SINDVEL pode ainda pleitear bolsas para pesquisadores com recursos de órgãos de
fomento.

– 71 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Figura 32 - ETE Figura 33 - Aula prática – Laboratório ETE


Fonte: ETE – 2007 Fonte: ETE – 2007

A pesquisa nas empresas, por sua vez, revelou que ainda há espaço para maior interação
com instituições de ensino dentro e fora do APL. Apenas metade das empresas mantém
convênio com tais instituições. Em pequena parcela dessa metade, pouco mais de 37%,
há programas de treinamento que envolvem a estrutura de ensino local. Entre 2004 e
2007, a parceria com instituições de ensino locais resultou em quase 80 projetos, e em
cerca de 20 com instituições de fora do APL. A interação fora do APL inclui departamen-
tos de projetos, informática, TV Digital, educação e engenharia elétrica de instituições
como UFMS, UFPE, UFPB, UNB, USP, Cefet Fortaleza, Unicamp e Mackenzie, além do IEL
Minas.
O principal recurso utilizado nas instituições de ensino, como demonstra o Gráfico 27, é
o laboratório de desenvolvimento. O uso de outros recursos refere-se em larga medida a
alunos das instituições em estágios nas empresas.

Gráfico 27
Principal recurso utilizado nas instituições de ensino pelas empresas

������������ ��� ��������������� ������

������ ������

����������� ������

������������ ��� ������ ������

������������� ������

������������ �����

����� �����

�� ��� ���

Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria

O convênio com instituições de ensino parece manter relação direta com a apresentação
de projetos de P&D a agências, bancos e programas de fomento e financiamento discu-
tidos anteriormente, pois grande número desses projetos nos últimos três anos partiu
das empresas que procuram parcerias com as instituições locais.

– 72 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

3.2.12 As incubadoras de empresas no APL

Incubadoras cumprem importante papel no APL pelo suporte às empresas que nascem
na região e têm pequena disposição de capital no início do negócio, limitando-as em
vários sentidos. Destaca-se que algumas instituições gestoras são essenciais na coor-
denação das incubadoras da região, entre elas a Prefeitura de Santa Rita do Sapucaí, a
Fundação Instituto Nacional de Telecomunicações - Finatel e a Fundação de Apoio ao
Ensino, Pesquisa e Extensão de Itajubá – Fapepe.

Para análise da relação com empresas do APL do Vale da eletrônica, as incubadoras


da região participaram de pesquisa específica que aponta suas características e dificul-
dades. A maioria delas declarou-se privada sem fins lucrativos, havendo uma pública
municipal, todas com vínculos formais com universidades ou centros de pesquisa, em
que prevalecem as universidades privadas. Enquanto as incubadoras em Santa Rita do
Sapucaí se classificam como sistemas de promoção de empreendimentos inovadores
para uso intensivo de tecnologias e promoção da cultura empreendedora, com foco de
atuação estritamente tecnológico, as de Itajubá consideram-se de promoção de empre-
endimentos inovadores orientados para desenvolvimento local e regional, com foco,
em alguma medida, não só tecnológico mas tradicional. Contudo, o desenvolvimento
tecnológico e incentivo ao empreendedorismo são objetivos para todas, assim como o
desenvolvimento econômico regional e a geração de empregos para algumas. Em todas
elas há algum incentivo à disseminação da cultura empreendedora, seja com programas
educacionais dos quais faça parte também a incubadora, ou pela própria divulgação de
sua ação, já empreendedora, no município.

O espaço físico das incubadoras é, em geral, de cerca de 1.000 m2 de área construída e


a taxa de ocupação para todas nos últimos 12 meses variou de 90% a 100%, um bom
índice para uso do espaço. Os critérios comuns para seleção das empresas que o ocu-
pam incluem análise do perfil dos empreendedores, aplicação de novas tecnologias e
possibilidade de contribuição para o desenvolvimento local e setorial. Para algumas são
importantes, ainda, a viabilidade econômica da candidata e o número de empregos que
criará.

A Incubadora de Empresas e Projetos do Inatel, que existe há 15 anos em Santa Rita do


Sapucaí, tem 11 empresas incubadas que geram 50 empregos, 70% deles pagos com
recursos próprios das empresas, e já graduou 32, que geraram 300 empregos. Entre
administração, apoio e serviços gerais, emprega cinco pessoas e recebe recursos de
sua entidade gestora, do Sebrae, CNPq, Finep, Fapemig e BDMG, além de usar recursos
próprios de fontes como aluguéis. A Incubadora tem cerca de R$ 300 mil por ano só para
desenvolver projetos e pesquisas.

Figura 34 Figura 35
Incubadora de Empresas e Projetos - Inatel Treinamento – Incubadora Inatel
Fonte: Inatel – 2007 Fonte: Inatel – 2007

– 73 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

O Programa Municipal de Empresas – Prointec é uma iniciativa da Prefeitura de Santa


Rita e existe há oito anos. Tem 12 empresas incubadas, que geram 50 empregos, na
maior parte funcionários, pagos em sua maioria com recursos próprios das empresas,
e 16 graduadas e 180 empregos. São seis pessoas trabalhando, em especial no apoio à
administração da incubadora. O Sebrae é sua principal fonte de recursos, acompanhado
por sua entidade gestora, CNPq, Finep e Fapemig. Dispõe em média de R$ 100 mil por
ano para desenvolver projetos e pesquisas.

Figura 36 Figura 37
Incubadora Municipal de Empresas Prointec
Empresa Incubada na Prointec
Fonte: Sindvel – 2007 Fonte: Prointec – 2007

O Centro Gerador de Empresas de Itajubá – Cegeit, a mais nova entre as entrevistadas,


com apenas três anos e meio, graduou duas empresas, que geraram 15 empregos, pa-
gos com recursos próprios das empresas, e tem três incubadas, com capacidade para
cinco, que geram 12 empregos pagos integralmente com recursos próprios pelas em-
presas. Nela trabalham 10 pessoas, a maior parte na administração. Seus recursos vêm
em larga medida da entidade gestora, à qual soma-se alguma fonte de recursos próprios.
Dispõe de cerca de R$ 40 mil por ano para seus projetos e pesquisas específicos.

Figura 38 - Incubadoras de empresas Figura 39 – Sala de reuniões – Cegeit e INCIT


de Itajubá – Cegeit e INCIT
Fonte: CEGEIT - 2007 Fonte: CEGEIT - 2007

A mesma entidade gestora apóia também a Incubadora de Empresas de Base Tecnoló-


gica de Itajubá – INCIT, que já tem sete anos e meio de existência, cinco empresas gra-
duadas que geraram 23 empregos, uma atualmente associada, e nove incubadas, com
capacidade para 10, gerando mais 53 empregos pagos tanto com recursos de convênios
das empresas quanto com recursos próprios. Conta com o mesmo grupo que trabalha
na Cegeit e a maioria de seus recursos também vem da entidade gestora, somados a
partes da Finep, Sebrae, recursos próprios, BDMG e Fapemig, em ordem decrescente de
participação.
De todas as empresas graduadas pelas incubadoras, a maioria permaneceu no APL,

– 74 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

pequena parte migrou para outros estados ou não permaneceu no mercado e apenas 5%
delas estabeleceram-se no estado, porém, fora do APL.
O número médio de projetos e pesquisas desenvolvidos pelas incubadoras varia de acor-
do com a natureza jurídica e o tempo de existência, mas está em torno de três por ano.
Nas incubadoras de Santa Rita, 20% a 30% desses projetos e pesquisas estão voltados
para empresas do APL, em geral a micro e pequenas, com pouca participação de mé-
dias empresas e duração inferior a seis meses. Já em Itajubá todos estão voltados a
microempresas do APL e duram de um a dois anos. O desenvolvimento dos projetos e
pesquisas é financiado em grande medida por instituições de fomento (de 75% a 100%)
e, em menor proporção, pela gestora, com recursos próprios da incubadora, pelas uni-
versidades ou clientes, nessa ordem. Destaca-se que nenhuma das incubadoras citou
participação das empresas na composição do orçamento dos projetos.
A natureza ou tipo desses projetos com empresas do APL é variável, cursos e treinamen-
tos são considerados muito importantes pela maioria das incubadoras, assim como pro-
jetos de novas técnicas e instrumentos, enquanto atividades de pesquisa científica são
importantes para todas. Os projetos de desenvolvimento de software e de protótipos são
muito importantes apenas para metade das incubadoras. As principais áreas de pesqui-
sa para desenvolvimento desses projetos são sistemas de informação, administração,
informática, eletrônica e engenharia mecânica, com algum destaque também para enge-
nharias elétrica, de produção e telecomunicações. Algumas outras, como biomedicina,
engenharias de energia, hídrica ou da computação são citadas como muito importantes
em casos específicos.
Conferências públicas e consultorias são os principais instrumentos para o relaciona-
mento das incubadoras com as empresas do APL, ao passo que a troca informal de in-
formações e o intercâmbio temporário de pessoal são muito importantes para algumas.
Com menor destaque, projetos conjuntos de P&D, publicações, relatórios e pesquisa
contratada são também considerados importantes. As incubadoras argumentam que os
projetos em cooperação com as empresas do APL trazem benefícios como fortalecimen-
to da rede de contatos e inserção em outros mercados que incluem novas práticas de
marketing e vendas, conhecimento de competências e maior capacitação, além de novas
parcerias com a maior troca de informações. A maioria dos projetos transformou-se em
novos produtos ou processos nas empresas dentro do APL. Apenas em uma incubadora
a proporção dos que resultaram em novas tecnologias é a mesma para empresas dentro
e fora do APL. Como indicador para inovação, cada incubadora, exceto uma, gerou de
quatro a oito depósitos para registro de patente, dos quais grande parte transformou-se
em patentes.
Na realidade, a interação entre incubadoras e empresas do APL ainda é dificultada pela
falta de constância do relacionamento entre os dois agentes, em especial para empre-
sas que não passaram pelas incubadoras, e pela falta de disponibilidade permanente de
recursos. As incubadoras de Santa Rita vêem como necessária maior troca de informa-
ções, com participação ativa do sindicato, das empresas e delas próprias na discussão
de questões estratégicas para o APL, para que todos conheçam as demandas dos ou-
tros, além de estímulo às incubadas para aproveitarem oportunidades da aproximação
com o SINDVEL e empresários. Já as incubadoras de Itajubá, com outro foco, pretendem
intensificar a oferta de serviços e soluções para as empresas, captar outros tipos de re-
cursos (capital semente e de risco, por exemplo) em busca de auto-suficiência. A INCIT
mostra interesse também em criar um programa de pós-incubação no APL.
Todas as incubadoras avaliam positivamente a atuação do SINDVEL à frente do APL, de
grande representatividade como promotor dos interesses das empresas para dar forças
ao desenvolvimento da região, cada vez mais conhecido. Elas têm boas expectativas

– 75 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

quanto ao aumento da participação e interação entre os agentes envolvidos, inclusive as


próprias incubadoras, com o desenvolvimento tecnológico para impacto regional.

3.3 O SINDVEL

O APL é caracterizado pela cooperação entre empresas para superar barreiras ao avanço
tecnológico, estratégico no setor eletroeletrônico, e aproveitar os benefícios de ações
como marketing, centrais de compra e distribuição, centros de pesquisa e desenvol-
vimento de projetos e de design, entre outros geralmente inviáveis para a empresa in-
dividual, como resultado das ações conjuntas, através da troca de informações e or-
ganização em torno de um objetivo principal: maior competitividade. O Sindicato das
indústrias de aparelhos elétricos, eletrônicos e similares do Vale da eletrônica – SINDVEL
é a associação de classe que lidera este processo no APL eletroeletrônico de Santa Rita
do Sapucaí, com o apoio de vários agentes locais, estaduais e federais.

Figura 40 – Estande coletivo das empresas do APL - FIEE 2007


Fonte: Sindvel - 2007

Esta pesquisa conseguiu, de forma proporcional, representar tanto as associadas ao


SINDVEL, que possui índice de associativismo de 85%, quanto as empresas ainda não-
associadas. Na amostra, 77% são associadas ao Sindicato, guardando grande seme-
lhança com a situação real. Destaca-se também que 31,5% daquelas que ainda não se
associaram disseram ter interesse em fazê-lo, em geral atraídas pela inserção local para
troca de informações. Entre elas, algumas já iniciaram o processo para isto, outras já são
associadas a sindicatos ou, especificamente empresas de desenvolvimento de software,
consideram o SINDVEL ainda pouco representativo. Esses dados mostram progresso da
participação sindical na região nesses últimos anos, pois em 2004 pouco mais de 58%
eram associadas ao SINDVEL, enquanto mais de 77% das não-associadas até então
estavam interessadas.

Cerca de 78% das empresas entrevistadas já utilizou algum serviço do SINDVEL. Entre
os serviços, as melhores avaliações gerais são dos eventos e das missões nacionais e
internacionais. O serviço de cursos, palestras e treinamentos também foi muito bem ava-
liado, apesar de pequena parte considerá-lo ainda regular. A assistência jurídica recebeu
boa avaliação por mais da metade das empresas, mas 20% delas consideram que ainda
necessita de melhorias. Já o Núcleo de Exportações foi avaliado como ótimo por quase
50% das empresas participantes.

– 76 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

SÍNTESE DOS
RESULTADOS
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

4 SÍNTESE DOS RESULTADOS


A região de Santa Rita do Sapucaí é considerada um importante pólo nacional de ele-
trônica, informática e telecomunicações. Tem como características marcantes o intenso
contato entre instituições públicas e privadas, a atenção e participação das instituições
de ensino locais, referências na formação de pessoas nas áreas relacionadas, o incentivo
ao empreendedorismo e à interação entre empresas nesses segmentos de alta tecnolo-
gia, em grande medida beneficiados pelas políticas públicas nacionais e estaduais.

Este conjunto de características levou ao amadurecimento das empresas locais nos últi-
mos anos, com destacado aumento do porte, empregos e do faturamento. Isso significa
que, além de gerar maior renda para a região, as empresas de eletroeletrônicos conse-
guiram aumentar seu poder econômico, gerando ciclo positivo de novos crescimentos
para toda a cadeia produtiva. Ainda que o perfil esteja mudando, deve-se destacar o
predomínio das microempresas em todos os ramos, exceto informática.

A indústria eletroeletrônica tornou-se mais diversificada na região, mesmo predominan-


do o segmento de telecomunicações, que tem como principais desafios: a tecnologia
da TV digital, já bem difundida no APL, e a do rádio digital, a qual, apesar de se tratar
de uma tecnologia muito nova, as empresas devem começar a desenvolver em breve.
Segmentos de eletroeletrônica e segurança aumentaram sua participação. Essa diversi-
ficação provoca mudanças também no perfil de vendas, que já não é tão concentrado
nos consumidores finais, exceto para as maiores empresas, e inclui mais distribuidores
e empresas fora do APL, que representam conquista de novos clientes e mercados.
Apesar da maior participação das empresas no mercado externo, com grande destaque
das vendas para o Mercosul, é o mercado interno dentro da própria cadeia o foco das
empresas do APL.

O perfil da produção tem se modificado nos últimos anos, com diminuição da produção
por encomenda e o surgimento de várias séries de produção sem linha definida, deno-
tando maior capacidade das empresas à adequação aos critérios do cliente. Porém, o
processo de produção automática, tanto nas etapas de montagem como nas etapas de
teste, pode ser melhor empregado, com possíveis melhorias de processo e projeto nas
empresas do APL. O controle da qualidade é um destaque do novo perfil produtivo.

As empresas têm ciência da grande necessidade de atualização de conhecimentos e pro-


dutos para o setor, sendo comuns os investimentos em capacitação de seus funcionários
e em atividades de P&D na maioria delas, práticas que se mostraram muito relevantes
para o desenvolvimento tecnológico da região. Os recursos financeiros para esses e
outros investimentos, afinal, são predominantemente próprios, e pouco mais da meta-
de das empresas recorreu a financiamento ou linha de crédito. Além disso, apesar de
pequena a participação de investidores privados na região, é considerável a quantidade
de empresas que declaram aceitar ceder espaço na parte administrativo-financeira para
potenciais investidores.

As boas perspectivas em relação ao crescimento futuro apóiam-se na considerável ade-


quação dos recursos humanos e da infra-estrutura na visão dos empresários. É em
relação à disposição de recursos financeiros que o cenário, apesar de bom, é menos
adequado, revelando possíveis dificuldades que guardam relação com a mencionada
predominância de recursos próprios. Surgem como oportunidades a ainda restrita bus-
ca por recursos de agências e bancos de fomento ou de investidores privados, além
do apoio para capacitação técnica na elaboração de projetos e planos de negócios para
busca de recursos externos.

– 78 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Quanto à nacionalização de produtos visando a substituição da importação, o índice é


bom, porém o percentual de empresas com esse índice é mediano, indicando que há
espaço para ações e projetos com o objetivo de aumentar esse percentual.

Na gestão empresarial, os processos tradicionais como a divulgação boca a boca con-


vivem com a crescente incorporação de tecnologias consagradas e sistemas informa-
tizados, úteis para evitar retrabalhos, diminuir custos e ajudar na tomada de decisões.
Ainda não há grande divulgação de sistemas de gestão mais elaborados, seja para re-
lacionamento com clientes ou atualizações de softwares, mas vários controles já são
informatizados e o sistema de gestão é sempre foco de programas bem-sucedidos no
APL, como os de adequação às normas ISO. Por vezes as ferramentas e metodologias
são desenvolvidas nas próprias empresas e mostram capacidade e interesse na melhoria
dessa gestão.

Mais da metade das empresas do APL utilizam metodologias próprias de gestão de pro-
jetos, porém, por vezes, a metodologia própria não abrange todos os aspectos neces-
sários, como gestão de riscos, relacionamento com o cliente, gestão de recursos téc-
nicos e humanos, como o fazem as metodologias baseadas em melhores práticas, por
exemplo, as estabelecidas pelo PMI (Project Management Institute). Isso indica grande
potencial para desenvolvimento de metodologias, baseadas em práticas consagradas
mundialmente ou melhoradas internamente para possibilitar o aprimoramento da gestão
nas empresas, com melhorias no controle de atividades, gestão de recursos, de riscos,
de atualizações e de custos, relacionamento com clientes e fornecedores, entre outras.

Processos de desenvolvimento de produtos são, em geral, internos à empresa, e ainda


não é forte o compartilhamento dos projetos e atividades de design entre as empresas.
Nesse sentido, é oportuna a viabilização de estrutura para o desenvolvimento próprio e
conjunto de atividades relacionadas a novos projetos de design de produtos, bem como
de componentes eletrônicos no APL.

Apesar de não ser relacionado como um dos setores de maior impacto ambiental, o setor
eletroeletrônico também deve seguir regras ambientais para produção. Em Santa Rita e
região as empresas adaptam-se rapidamente às novas exigências e mostram-se dispos-
tas a incorporar práticas de gestão ambiental. Comprovando seu engajamento, mais da
metade delas já investe também em Responsabilidade Social. Porém, as empresas ainda
não estão sendo demandadas pelo uso de componentes voltados para compatibilidade
ambiental, como os desprovidos de chumbo (leadfree) e outras substâncias nocivas
(RoHs – Restriction of Hazardous Substances). O uso desse tipo de componente é uma
exigência para importação em diversos países da Europa. Por isso, após análise de via-
bilidade atual para aplicação nas empresas, seria oportuno dar maior atenção a essas
tecnologias.

O intenso contato com as conceituadas instituições de ensino locais, em especial pelo


uso dos laboratórios de pesquisa e da inserção dos alunos na prática empresarial, conti-
nua como diferencial competitivo da região e deve ser constantemente renovado. Como
as instituições sugerem, é sempre importante o convite à participação de outros agentes
locais no planejamento do APL.

A presença das incubadoras, que por si só já incentiva o empreendedorismo, reforça


a capacidade inovadora e cria ambiente favorável à competitividade das empresas na
região. Elas se mostram abertas ao diálogo com as empresas locais em busca de novas
possibilidades para o desenvolvimento regional. Uma estratégia de incubação identifica-
da foi a possibilidade de terceirização de fases importantes no processo produtivo das

– 79 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

empresas do APL, mas não determinantes da qualidade do produto final, como monta-
gem de protótipo, lote piloto e montagem mecânica. Isso corresponderia como ganho na
redução de custo operacional das empresas relacionado a essas atividades.

Essas instituições locais e as empresas avaliam como positiva a atuação do SINDVEL à


frente do planejamento do APL e demonstram-se satisfeitas com os serviços prestados.
No entanto, a divulgação desses serviços ainda não é suficiente e pequena parcela das
empresas acaba não os conhecendo. Com alto índice de associativismo, o SINDVEL
mostra-se atuante e vem liderando várias missões e rodadas de negócios para aumentar
a presença das empresas do APL em outros mercados. Muitas empresas já se vêem no
APL há mais de quinze anos e várias outras, em parte por influência do sistema de go-
vernança local, passaram a fazer parte dessa estrutura recentemente.

– 80 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

REFERÊNCIAS
ADVANCING THE BUSINESS OF TECHNOLOGY. Trade in the cyberstates, 2007. Disponível em:
<www.aeanet.org/publications/idjj_TCS_2007_overview.asp>. Acesso em: 24 set. 2007.
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL – BNDES. Governança e cooperação: o caso do
porto digital em Recife. Disponível em: <www.bndes.gov.br>. Acesso em 13 ago. 2007.
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Linhas de financiamentos dos bancos oficiais. Disponí-
vel em: <http://ftp.mct.gov.br>. Acesso em: 7 ago. 2007.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Condomínio industrial: o
caso do complexo Ford Nordeste. Disponível em: <www.mdic.gov.br>. Acesso em: 13 set. 2007.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Indicadores e estatísticas de
comércio exterior do DEPLA. Disponível em: <www.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 10 set.
2007.
DIAGNÓSTICO do arranjo produtivo da indústria eletrônica de Santa Rita do Sapucaí . Belo Horizon-
te, 2004. Disponível em: <www.fiemg.org.br/admin/BibliotecaDeArquivos/Image.aspx?ImgId=7499
&TabId=1627> . Acesso em: 03 ago. 2007.
ESTUDO de casos de Arranjos Produtivos Locais relacionados ao setor de eletroeletrônicos e microe-
letrônicos no Brasil – Parte 1.
Disponível em: <http://soo.sdr.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_
download&gid=156 >. Acesso em: 13 ago. 2007.
ESTUDO de casos de Arranjos Produtivos Locais relacionados ao setor de eletroeletrônicos e microe-
letrônicos no Brasil – Parte 2.
Disponível em: <http://soo.sdr.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_
download&gid=157>.
Acesso em: 13 ago. 2007.
ESTUDO de pólos eletroeletrônicos e microeletrônicos no Brasil – Parte 1.
Disponível em: < http://soo.sdr.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_
download&gid=158 >. Acesso em: 28 ago. 2007.
ESTUDO de pólos eletroeletrônicos e microeletrônicos no Brasil.
Disponível em: < http://soo.sdr.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_
download&gid=159 >. Acesso em: 28 ago. 2007.
ESTUDO de pólos eletroeletrônicos e microeletrônicos internacionais. Disponível em: <http://soo.
sdr.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=129&Itemid=138>.
Acesso em: 10 set. 2007.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. APL eletroeletrônico de Santa Rita do Sapucaí. Disponível em:
<www.fiemg.org.br/Default.aspx?tabid=3080>. Acesso em: 06 ago. 2007.
MAPEAMENTO das Exportações de Minas Gerais. Belo Horizonte: Secretaria de Desenvolvimento
Econômico do Estado de Minas Gerais / Central Exportaminas, 2007.
PANORAMA do Comércio Exterior de Minas Gerais. Belo Horizonte: Secretaria de Desenvolvimento
Econômico do Estado de Minas Gerais / Central Exportaminas, 2007.
PRADO, João. O chip é nosso: construção da primeira fábrica de semicondutores no Brasil é o passo
inicial para reduzir o bilionário déficit comercial do setor eletroeletrônico. Isto É Dinheiro. Revista
E-Commerce. 17 ago. 2007. Disponível em: <www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/517/arti-
go58908-1.htm>. Acesso em: 21 ago. 2007.
SÁ, Mauro Thury de Vieira. A indústria de bens eletrônicos de consumo frente a uma nova rodada
de abertura. 2004. Tese (Doutorado em Ciências Econômicas) – Instituto de Economia, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2004. Disponível em: <www.eco.unicamp.br/neit/download/te-
ses/tesemaurothury.pdf>. Acesso em: 03 set. 2007.
SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS - SUFRAMA. Indicadores do PIM. Disponível
em: <www.suframa.gov.br>. Acesso em: 10 set. 2007.
SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS - SUFRAMA. Projeto Amazonas Competitivo:
análise da competitividade do PIM relacionada à manufatura de equipamentos demandados pelo
Sistema Brasileiro de TV Digital – ISDTV. Disponível em: <www.suframa.gov.br>. Acesso em: 10
set. 2007.
SZAPIRO, Marina Honório de Souza. Reestruturação do setor de telecomunicações na década de
noventa: um estudo comparativo dos impactos sobre o sistema de inovação no Brasil e na Espanha.
2005. 336f. Tese (Doutorado em Economia) - Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.
THESIS Tecnologia e Negócios. Perspectivas de mercado: especial WiMAX estatísticas . Disponível
em: <www.e-thesis.inf.br>. Acesso em: 10 set. 2007.
WASHINGTON TECHNOLOGY CENTER. WTC annual report 2007. Disponível em: <www.watechcen-
ter.org>. Acesso em: 01 out. 2007.
WEINBERG, Monica. 7 lições da Coréia para o Brasil. Revista Veja, Rio de Janeiro, n. 1892, 16.
fev. 2005. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/160205/p_060.html>. Acesso em: 10 set. 2007.

– 81 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

FONTE DE DADOS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELETRICA E ELETRÔNICA – ABINEE. Disponível em: <www.
abinee.org.br>. Acesso em: 04 set. 2007.

THE AUSTIN CHAMBER OF COMMERCE. Economic & Demographic Profile. Disponível em: <www.
austin-chamber.org>. Acesso em: 02 out. 2007.

BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL – BNDES. Disponível em: <www.bndes.gov.br>.


Acesso em: 10 set. 2007.

BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. Disponível em: <www.aneel.gov.br>. Aces-
so em: 14 set. 2008.

BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. FINEP. Disponível em: <www.finep.gov.br>. Acesso


em: 14 set. 2007.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – PITCE. Disponível em:


<www.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 17 set. 2007.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: <www.mte.gov.br>. Acesso em: 10 set.
2007.

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Disponível em: <www.fjp.gov.br.. Acesso em: 10 set. 2007.

GLOBAL Education Program. Disponível em: <www.gepworld.com>. Acesso em: 10 set. 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Disponível em: <www.ibge.gov.br>.


Acesso em: 17 set. 2007.

INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Disponível em: < www.inatel.br>. Acesso em: 13


ago. 2007.

PORTO DIGITAL. Disponível em: <www.portodigital.org.br>. Acesso em 14 ago. 2007.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO - PNUD. Disponível em: <www.pnud.
org.br>. Acesso em: 12 set. 2007.

REED ELECTRONICS RESEARCH GROUP. Disponível em: <www.rer.co.uk>. Acesso em: 12 set.
2007.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE. Disponível em:


<www.sebrae.com.br>. Acesso em: 03 set. 2007.

THE SILICONVALLEY Gateway. Disponível em: <www.siliconvalley-usa.com>. Acesso em: 13 set.


2007.

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE APARELHOS ELÉTRICOS, ELETRÔNICOS E SIMILARES DO VALE DA


ELETRÔNICA. Disponível em: <www.sindvel.com.br>. Acesso em: 10 ago. 2007.

SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS. Disponível em: <www.suframa.gov.br>. Aces-


so em: 03 set. 2007.

TEXAS WIDE OPEN FOR BUSINESS. Emerging Technology Fund (ETF). Disponível em: <www.texaso-
ne.us>. Acesso em: 24 set. 2007.

US DEPARTAMENT OF LABOR. Bureau of Labor and Statistics. Disponível em: <www.bls.gov>. Aces-
so em: 12 set. 2007.

WASHINGTON TECHNOLOGY CENTER. Disponível em: <www.watechcenter.org>. Acesso em: 17


set. 2007.

– 82 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

ANEXOS

– 83 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

ANEXO A

DIAGNÓSTICO DAS INDÚSTRIAS DE ELETROELETRÔNICA DO VALE DA ELETRÔNICA

QUESTIONÁRIO Nº

Apresentação do entrevistador: Bom Dia / Boa Tarde, meu nome é..., sou entrevistador do ..., contratado para realização de entrevista junto
às empresas do Arranjo Produtivo da Indústria Eletroeletrônica de Santa Rita do Sapucaí. O questionário deverá ser respondido por algum
sócio da empresa ou pelo responsável hierárquico da mesma.

Parte I – Identificação da Empresa

Nome Fantasia _________________________________________ CNPJ____________________


Razão Social ____________________________________________________________________
Nome do Entrevistado ________________________________ Cargo ______________________
Endereço ______________________________________________________________________
___________________________________________ Nº_________
Bairro _________________________ Complemento _______________ CEP________________
Cidade ________________________
E-mail _________________________________________
Tempo de Existência ____________

Parte II - CAPACITAÇÃO & RH

1. Número de Funcionários:

1. Até 19 funcionários
2. De 20 a 99 funcionários
3. De 100 a 499 funcionários
4. Acima de 500 funcionários
80. NS/NR

1.1 Quantidade de Estagiários: ______

2. Grau de Escolaridade dos Funcionários (percentualmente %):

1. 1º Grau 2. 1º Grau 3. 2º Grau 4. 2º Grau 5. Superior 6. Superior 7. Pós-


Grau de Instrução Incompleto Completo Incompleto Completo Incompleto Completo Graduação 8. Mestrado 9. Doutorado
Número de
Funcionários

3. a) Sua empresa investe na capacitação de seus funcionários?

1. Sim 2. Não (saltar para a questão 4)


b) Quais as 3 principais modalidades de capacitação? (1 a mais utilizada e 3 a menos utilizada)

1.Treinamento Técnico 4 Treinamento Gerencial 6. Treinamento em Processos 8 Treinamento em Qualidade

– 84 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

2. Curso de línguas Estrangeiras 5. Formação Profissional 7. Graduação 9. Pós-Graduação


3. Outros (especificar): _________________________________________________________________________
80. NS/NR

C) Qual percentual médio do faturamento anual foi investida em atividades de treinamento 12 meses?

1. Menos de 0,5% 2. Entre 0,5 e 1% 3. Entre 1 e 3% 4. Entre 3 e 5% 5. Maior que 5%

80. NS/NR

Parte III - ECONÔMICO-FINANCEIRO

4. Qual foi o faturamento anual total da empresa em 2006? (Escolha a melhor opção – assinale somente uma)
1. Até R$ 50.000,00 5. De R$800.001,00 a R$2.000.000,00
2. De R$ 50.001,00 a R$200.000,00 6. De R$2.000.001,00 a R$5.000.000,00
3. De R$200.001,00 a R$400.000,00 7. De R$5.000.001,00 a R$10.000.000,00
4. De R$400.001,00 a R$800.000,00 8. Maior que R$10.000.001,00
80. NS/NR

5. Realizou algum financiamento ou recorreu a algum tipo de linha de crédito ?

1. Sim 2. Não 80. NS/NR

(OBS: Nas opções abaixo se a resposta for SIM, preencher com código 1, caso seja NÃO, preencher com o código 2. Não
deixar nenhum local destinado à resposta em branco)

A. Sua empresa já buscou financiamentos em bancos? B.1 Capital de Giro (cheque especial, crédito rotativo, etc)

B. Sua empresa possui financiamento contratado? B.2 Investimento fixo (máquinas, equipamentos, instalações)
C. Sua empresa conhece as linhas de financiamento de bancos como BDMG e
B.3 Linha mista
BNDES?

D. Sua empresa já buscou recursos em agências de fomento?


D.1 - Especificar:________________________________________
E. Sua empresa já buscou um investidor privado como alternativa de
capitalização? E.1 Conseqüências:_________________________________
F. Tem problemas para buscar recursos? F.1 Custos dos financiamentos elevados

G. Já teve que abandonar um projeto por falta de financiamento? F.2 Falta de suporte técnico para elaborar projetos

F.3 Insuficiência de garantias

F.4 Dificuldades cadastrais

6. Como é feita a Contabilidade em sua empresa? (Escolher a melhor opção)

1. De forma totalmente terceirizada 2. Internamente na empresa

7. a) A empresa possui plano de negócios?

1. Sim 2. Não (Saltar para questão 8)


b) Qual o horizonte? _________________________

c) Com que regularidade o plano é revisado?


1. Não é revisado 4. De 2 em 2 anos
2. Semestralmente 5. De 3 em 3 anos
3. De ano em ano 6. De 4 em 4 anos

– 85 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

8. Há quanto tempo sua empresa está instalada no APL? (APL formalizado em 1986).
1. Menos de 2 anos 4. 11 a 15 anos
2. 2 e 5 anos 5. Mais de 15 anos
3. 6 a 10 anos 80. NS/NR

9. Aceitaria ceder espaço na parte administrativa / financeira para um potencial investidor?

1. Sim 2. Não

Parte IV - MERCADO E IMAGEM

10. Qual é o Ramo de Atividade da sua empresa? (Marcar até três opções correspondentes, sendo 1 o principal, 2 o
segundo mais importante e 3 o terceiro)

1. Automação 4. Telecomunicações 7. Outros (Especificar): _________________________________

2. Eletromecânica 5. Tecnologia da Informação

3. Eletrodomésticos 6. Segurança

11. Quais os 3 principais destinos da produção de sua empresa (1 o mais importante e 3 o menos importante)?

1. Consumidor Final 4. Distribuidor


2. Empresas da cadeia produtiva do APL 5. Outras Empresas da Cadeia Produtiva fora do APL
3. Revenda 80. NS/NR

12. Quais são os principais insumos (no máximo 5) que sua empresa utiliza? Qual a participação de cada um deles no
total de seus custos e qual a sua origem? Quantificar fornecedores: abundantes, poucos ou apenas um.

Consumo/mês Unidade
N° Insumos % Custos Origem (Cidade e UF ou País) Quantidade
Unidade Física medida
1
2
3
4
5

13. Quais são os principais produtos / serviços (até 5) que sua empresa produz? Qual a participação de cada um deles em
sua receita e qual o seu destino? Analisar o mercado dos produtos para os próximos 5 anos, como em retração, em
expansão, estável ou não sabe opinar.

Volume/mês Unidade
N° Produto / Serviço % Venda Destino (Cidade e UF ou País) Mercado
Unidade Física medida
1
2
3
4
5

14. Quais são os principais concorrentes para os produtos / serviços (até 5) que sua empresa produz? (por ordem
crescente de importância)

N° Nome da Empresa Origem (Cidade e UF ou País)


1
2

– 86 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

3
4
5

15. Sua empresa exporta?

1. Sim (responder a) Mercado? 1. África 4. Ásia 7. Oceania


os itens a e b e 2. América Central e Caribe 5. Europa
8. Outros países da
saltar para América do Sul

questão 17) 3. América do Norte 6. Mercosul

b) Qual o montante
1. até US$ 50 mil 3. entre US$ 100 mil e US$ 500 mil 5. entre US$ 2 milhões e 6 milhões
anual?
2. entre US$ 50 mil e US$ 100 mil 4. entre US$ 500 mil e 2 milhões 6. mais de US$ 6 milhões

80. NS/NR

1. Não tenho interesse 4. Falta de conhecimento 7. Falta de Apoio Financeiro


2. Não
2.1 Por quê?
2. Defasagem Tecnológica 5. Inviabilidade dos Produtos 8. Não está preparado
3. Priorização de outro
6. Outro (especificar): __________________________________________
mercado

80. NS/NR

16. a) Caso não exporte, tem interesse?

1. Sim 2. Não (saltar para questão 17)


b) Mercado 1. América do Norte 4. Mercosul 7. África
2. América Central e Caribe 5. Outros países da América do Sul 8. Oceania
9. Não tenho conhecimento
de qual mercado seria o
3. Europa 6. Ásia mais adequado
17. Quais são os 3 principais itens necessários para se adequar para a exportação (1º mais importante e 3º menos importante):

1. Identificação de parcerias 5. Auxílio na customização de produtos


2. Pesquisa de Mercado Internacional 6. Outros. Especificar: _____________________________________
3. Participação em Feiras Internacionais 80. NS/NR
4. Participação em Missões Internacionais

Parte V – TECNOLOGIA E PROCESSOS


Gestão

17. Qual é a expectativa de crescimento no faturamento da empresa para os próximos dois anos?
1. Menor do que nos últimos 12 meses 5. Até 30% a mais do que nos últimos 12 meses
2. Igual aos últimos 12 meses 6. Até 40% a mais do que nos últimos 12 meses
3. Até 10% a mais do que nos últimos 12 meses 7. Mais do que 40% em relação aos últimos 12 meses
4. Até 20% a mais do que nos últimos 12 meses 80. NS/NR

18. Existe, na empresa, alguma política estruturada e documentada de remuneração (plano de cargo e salários)?
1. Sim

– 87 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

2. Sim, mas está em fase de implantação


3. Não
80. NS/NR

19. A sua empresa tem o hábito de acompanhar quanto ela precisa faturar para cobrir seus custos fixos (ponto de
equilíbrio financeiro)?

1. Não
2. Sim. Em média, quanto a sua empresa precisa faturar por mês para cobrir os custos fixos? __________________________________

80. NS/NR

20. Como é estabelecido o preço do seu produto / serviço?

1. De acordo com o preço de mercado 5. Não existe critério para estabelecimento de preço
2. Considerando o valor agregado para o cliente 80. NS/NR
3. Custos mais impostos e margem de lucro
4. Modelos de precificação. Qual? ________________________________________________________________________________

21. Que tipo de CRM (Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente) sua empresa possui?

1. Nenhum / Informal 4. Formal com apoio de sistemas on-line


2. Formal sem apoio de sistemas 80. NS/NR
3. Formal com apoio de sistemas

22. Quais os 3 principais meios pelos quais seu cliente fica sabendo dos produtos / serviços prestados por sua empresa?
(1 o mais relevante e 3 o menos relevante)

1. Boca a boca 6. Propagandas em meio de massa


2. Propaganda em revistas especializadas 7. Telemarketing
3. Participação em feiras/eventos do setor 8. Catálogo
4. Mala direta 9. Outros (especificar): ______________________________

5. Internet / sites / e-mail 80. NS/NR

24. Como você avalia os recursos que a empresa possui para desenvolver seus produtos e serviços (Classifique conforme
legenda abaixo - anotar no campo de códigos os números na ordem cronológica)?

4. Pouco adequado
1. Otimamente adequado
2. Bem adequado 5. Pessimamente adequado
3. Regularmente adequado 80. NS/NR

24.1 - Recursos Humanos (Mão-de-Obra)

1. Operacional 3. Gerencial
2. Comercial 4. Administrativo

24.2 - Infra-estrutura

1. Instalações físicas 4. Laboratórios


2. Sistema de telefonia 5. Equipamentos
3. Acesso à Web 6. Informática
24.3 – Financeiro

– 88 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

1. Capital de Giro 3. Recursos para investimento em P&D


2. Recursos para investimento em maquinas 4. Rentabilidade

25. Quais as 3 principais dificuldades que sua empresa enfrenta para vender seus produtos/serviços no Brasil?
(1 a principal, 2 a segunda mais importante e 3, a terceira)
1. Dificuldade de penetração (efetivação) comercial / marketing 8. Centro de produção pouco conhecido no mercado nacional
2. Logística de venda e suporte tecnológico 9. Desconhecimento de informações sobre o mercado
3. Qualidade deficiente do produto 10. Concorrência Desleal
4. Dificuldades de financiamento 11. Redução do Lead Time

5. Falta de estrutura interna 12. Outros. Qual?

6. Exigência do mercado com certificação 80. NS/NR

7. Pouca credibilidade dos produtores do Vale da Eletrônica

26. Marque entres as opções abaixo 3 ferramentas que sua empresa utiliza no processo de gestão (utilize a numeração 1,
2 e 3, conforme o grau de importância da ferramenta, sendo 1 a mais importante e 3 a menos importante):

1. Planejamento Estratégico 16. Fabricação Just-in-Time


2. Just-in-Time externo 17. Kanban
3. Células de Manufatura 18. Círculos de Controle de Qualidade (CCQ)
4. Fluxo de Caixa 19. Controle de Qualidade Total (CQT)
5. Grupos de Trabalho 20. Redução do Lead Time
6. Controle Estatístico do Processo (CEP) 21. Manutenção Preventiva / Corretiva
7. Manutenção Preventiva Total (TPM) 22. Manufatura Assistida por Computador (CAM)

8. Projeto Assistido por Computador (CAD) 23. ERP

9. Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP) 24. Programa de Conservação de Energia

10. Uso de Mini-fábricas / Rearranjo em Células 25. Programa de Cooperação com Clientes

11. Programa de Cooperação com Fornecedores 26. Aplicação do 5S

12. Programa de Cooperação com Empresas Concorrentes 27. Benchmarking

13. Kaisen 28. PDCA

14. BSC 29. Certificação ISO

15. Plano de Negócios 30. Outros (especificar): ____________________________________

27. Indique os controles utilizados pela empresa:


Informatizado – A Manual – B Não Controla – C Não se aplica - D NS/NR - 80
1. Contas a Pagar 5. Produção média por funcionários 9. Índice de desempenho
2. Contas a receber 6. Estoques 10. Custos
3. Faturamento 7. Compras 11. Licenças de software
4. Gestão de projetos 8. Processo Produtivo 12. Formação do preço de venda
13. Outros (especificar): ________________________

28. Qual é a metodologia principal de gestão de projetos utilizada em sua empresa? (Escolher a melhor opção)

3. Outra (especificar):
1. Não utiliza 3. Metodologia baseada no PMI
________________________________

2. Metodologia própria 80. NS/NR

29. Qual ferramenta principal de controle de versão de documentos e software sua empresa utiliza?
1. Não utiliza 3. Ferramenta própria 5. Rational ClearCase 7. Outras (especificar): ___________________

– 89 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

2.Visual SourceSafe 4. CVS /Tortoise 6. Subversion 80. NS/NR


_________________________________________________________________________________
Parte VI - Domínio Tecnológico de Hardware

30. A sua empresa desenvolve e/ou produz HARDWARE?


1. Sim 2. Não (Saltar para questão 38)
31. Qual a principal tecnologia de montagem de componentes eletrônicos é utilizada em sua empresa?

1. PTH 2. SMT 3. Misto 4. Não aplicável 80. NS/NR

32. Quais principais classes de componentes digitais é utilizada? (utilize a numeração 1, 2 e 3, conforme o grau de
importância das classes, sendo 1 a mais importante e 3 a menos importante)

1. Não aplicável 3. Discretos 5. ASIC


2. DSP 4. CPLD/EPLD/FPGA 6. Microcontroladores/microprocessadores
80. NS/NR

33. Qual principal classe de materiais dos componentes eletrônicos é utilizada?

1. Não
2. Comum 3. LeadFree 4. RoHS 80. NS/NR
aplicável

34. Os produtos de Hardware tem seus projetos implementados segundo quais técnicas DFx? (marcar todos que se
aplicam)
1. Não aplicável 2. DFM 3. DFT 4. DFS 5. Outro (especificar):__________________________________
80. NS/NR

35. Qual é a quantidade típica de camadas (layers) utilizada nas placas de circuito impresso de seus produtos de
Hardware?

1. Não aplicável 2. 2 3. 4 4. 8 5. Maior que 8 80. NS/NR

36. Qual é a quantidade típica de componentes eletrônicos utilizadas nos produtos da Empresa?

1. Não aplicável 3. Entre 50 e 100 5. Entre 200 e 300 7. Entre 500 e 2.000 9. Mais 10.000
2. Menos de 50 4. Entre 100 e 200 6. Entre 300 e 500 8. Entre 2.000 e 10.000 80. NS/NR

37. Indique o número de novos produtos de hardware desenvolvidos no último ano: ___________
____________________________________________________________________________________
Parte VII - Domínio Tecnológico de Software
38. A sua empresa desenvolve e/ou produz SOFTWARE?

1. Sim 2. Não (Saltar para questão 47)


39. a) Qual é o modelo de qualidade de processo de software utilizado em sua empresa? (Escolher a melhor opção)

1. Não aplicável 3. Modelo próprio 5. MPS.BR


2. Não utiliza 4. CMM / CMMi 6. Outro (especificar): _______________________________
80. NS/NR

b) Se CMM/CMMI ou MPS.BR , qual o nível de maturidade?___________________________________________________

40. Qual é a metodologia de desenvolvimento de software utilizada em sua empresa? (Escolher a melhor opção)

– 90 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

1. Não aplicável 3. Metodologia própria 5. Praxis 7. Outro (especificar): ___________________


2. Não utiliza 4. RUP 6. Agile 80. NS/NR

41. Quais são as linhas de produtos de software da sua Empresa? (marcar todos que se aplicam)

1. Não aplicável 2. Sistemas Embutidos 3. Web 4. Cliente-Servidor 5. Desktop


6. Outro (especificar): _____________ 80. NS/NR

42. Quais são as 3 principais linguagens de programação utilizadas na sua Empresa? (sendo 1 a mais importante)

1. Não aplicável 4. C# (sharp) 6. VB 8. JAVA 10. C++


2. PHP 5. PERL 7. SQL 9. Assembly 11. C
3. Delphi 12. Outro (especificar): ________________________

43. Quais são as 3 principais tecnologias de software utilizadas na sua Empresa? (sendo 1 a mais utilizada)

1. Não aplicável 2.NET 3. JAVA 4. XML 5. Web Service


6. Outro (especificar): ___________________________________________________________________________________
80. NS/NR

44. Quais são os 3 principais sistemas operacionais utilizados nos produtos de software da Empresa? (sendo 1 o mais
utilizado)
1. Não aplicável 3. Proprietário 5. Windows 6. Windows CE 7. Linux
2. Unix 4. Outro (especificar): ______________________ 80. NS/NR

45. No desenvolvimento dos projetos é utilizado software livre?

1. Sim 2. Não 80. NS/NR

46. Qual é a quantidade média de linhas de código desenvolvidas por produtos da Empresa

1. Não se aplica 2. Menos de 10.000 3. Entre 10.000 e 50.000 4. Entre 50.000 e 100.000 5. Mais 100.000
80. NS/NR
______________________________________________________________________________
Parte VIII - Design

47. A sua empresa desenvolve atividades de Design?

1. Sim 2. Não (Saltar para questão 51)


48. Qual o procedimento adotado pela empresa para o desenvolvimento do design ou dos projetos dos seus produtos?

1. Desenvolve na empresa 3. Terceiriza 4. Desenvolve na empresa e terceiriza 5. Copia de outras empresas


2. Não desenvolve 80. NS/NR

49. Em quais áreas foram desenvolvidos projetos de design nos últimos anos?

1. Estrutura Visual 4. Praticidade dos produtos 7. Equipamentos / Gigas de Teste


2. Novos produtos para o mercado 5. Acabamento 8.Durabilidade
3. Novas tecnologias de implantação 6. Processo produtivo 9. Outras (especificar): ________________
80. NS/NR

– 91 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

50. Quais as 3 principais dificuldades encontradas pela empresa no desenvolvimento de projeto de design?

1. Pouca disponibilidade de suprimento no mercado local 5. Pouca adaptação da equipe de desenvolvimento


2. O mercado não é receptivo 6. Poucos profissionais disponíveis no mercado
3. Não acompanha a velocidade da concorrência 7. Alto custo
4. Não considera importante 8. Outros (especificar): __________________________________
80. NS/NR
_______________________________________________________________________________
Parte IX – Produtos

51. Qual é o índice de nacionalização dos produtos da empresa? (Marcar somente uma opção)

1. Menor do 10% 3. Entre 20 e 50% 5. Maior do 80%


2. Entre 10 e 20% 4. Entre 50 e 80% 80. NS/NR

52. Quanto ao desenvolvimento de produtos, marque nas opções abaixo: 1 para desenvolvimento na própria empresa, 2
para desenvolvimento terceirizado, 3 para desenvolvimento em parceria e 4 para não se aplica (anotar no campo de
códigos na ordem cronológica os números 1, 2, 3, 4).

1. Especificação Técnica 6. Montagem final 11. Projeto de Gigas de Teste


2. Projeto de Software 7. Design 12. Prototipação (montagem)
3. Projeto Mecânico 8. Engenharia de Produto 13. Lote piloto
4. Compra de componentes 9. Engenharia de Testes 14. Documentação de produto
5. Montagem de componentes 10. Controle de Qualidade 80. NS/NR

53. Em relação a patente, a sua empresa: (ler para o entrevistado as alternativas e preencher quando SIM com o código 1,
quando NÃO com o código 2)

1. Já registrou alguma. Quantas _____________ 4. Tem depositado para registro. Quantas _______________________
2. Paga por direitos de Patente 5. Já pagou por direitos de Patente/Acordo de royalties
3. Comercializa Patente 6. Tem interesse e potencial de registrar
80. NS/NR
_______________________________________________________________________________
Parte X - Produção

54. Qual é o principal tipo de produção adotado pela empresa:

1. Por encomenda 2. Em série (por encomenda) 3. Em série (linha própria)


80. NS/NR

55. Quais etapas do processo produtivo a empresa terceiriza? (Marcar todos que se aplicam e anotar o número que se
encontra na frente da alternativa no campo de códigos:

1. Compra 4. Cabeamento
2. Testes 5. Injeção Plástica
3. Montagem de PCI 6. Outros: Especificar:
4. Mecânica 80. NS/NR

56. Do total de terceirização da produção, marque percentualmente a origem: (preencher com percentual todos que se
aplicam / o total deve ser igual a 100% - anotar no campo códigos conforme orientações da questão anterior):

– 92 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

1. Empresas do APL 5. Empresas na Zona Franca 9. Empresas dos EUA


2. Empresas em Minas Gerais 6. Empresas na Bahia 10. Empresas Chinesas (incluindo Formosa)
3. Empresas em São Paulo 7. Empresas na Região Sul 11. Outra (especificar): __________________
4. Empresas no Rio de Janeiro 8. Outras Empresas Nacionais 80. NS/NR

57. Como é realizado o controle de qualidade do(s) produto(s): (responder uma questão, a principal)
1. Na concepção do projeto 3. No decorrer da produção 4. Do início ao fim da produção 5. No final da produção
2. Não é realizado 80. NS/NR
_____________________________________________________________________________
Parte XI - Meio Ambiente

58. Sua empresa tem licenciamento/Autorização Ambiental?


1. Sim 2. Não 3. Está em processo
80. NS/NR

59. Caso sua empresa tenha adotado procedimentos gerenciais associados à gestão ambiental, assinale as principais
razões que levaram a essa decisão (assinale até 3 opções):
1. Não adotou 5. Aumentar a qualidade dos produtos
2. Atender exigências legais 6. Aumentar a competitividade das exportações
3. Atender exigências de instituição financeira ou de fomento 7. Outros (especificar):__________________________________
4. Reduzir custos dos processos industriais 80. NS/NR

Parte XII - Responsabilidade Social

60. A empresa possui algum programa de ações voltadas para responsabilidade social?

1. Sim 2. Não (saltar para questão 62) 80. NS/NR (saltar para questão 62)
61. Caso a resposta seja afirmativa, qual o percentual anual aproximado do faturamento foi investido em programas de
ações voltadas para responsabilidade social, no período entre 2004 e 2007?

1. Menos de 0,5% 3. Entre 1 e 3% 5. Mais de 5%


2. Entre 0,5 e 1% 4. Entre 3 e 5% 80. NS/NR
______________________________________________________________________________
Parte XIII - Inovação

62. a) Sua empresa implementou alguma atividade de P,D&I no período entre 2004 e 2007?

1. Sim 2. Não (Saltar para a questão 69)

b) Caso afirmativo, indique:

1. Produto 2. Processo 3. Produto e Processo 80. NS/NR

63. Sua empresa utiliza linhas de financiamento de projetos de P&D? Caso negativo, saltar para questão 65. (marcar
todas que se aplicam)

1. FINEP 3. ANEEL 5. CNPq 80. NS/NR


2. FAPEMIG 4. BNDES 6. Outro (especificar): ____________________________

64. Qual o número de projetos apresentados e aprovados no período compreendido entre 2004 e 2007? (Inserir valor
numérico)

10

– 93 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

1. Apresentados 2. Aprovados 80. NS/NR

65. Qual o percentual anual médio do faturamento foi investido em pesquisa e desenvolvimento no período compreendido
entre 2004 e 2007?

1. Menos de 1% 2. Entre 1 e 3% 3. Entre 3 e 5% 4. Entre 5 e 10% 5. Mais de 10%


80. NS/NR

66. A empresa faz uso dos benefícios de algum incentivo fiscal (sem contar com o SIMPLES)?

1. Não 2.Sim (especificar): _____________________________________

67. Os 3 principais locais onde são realizadas as atividades de P,D&I da sua empresa? (sendo 1 a mais utilizada, 2 a
segunda mais utilizada e 3 a terceira mais utilizada)
1. Departamento interno de P,D&I 5. SENAI SRS
2. Dentro da empresa, sem um departamento específico 6. Universidades e Centros de Pesquisa (especificar) _______________
3. Empresas parceiras do APL 7. Outras (especificar): ________________
4. Empresas fora do APL 80. NS/NR

68. a) Qual o número de pessoas atualmente ocupadas em atividades de P,D&I? _____________


b) Destas, quantas são (indique o % das pessoas para cada opção):

1. Pós-graduados 2. Graduados 3. Nível Médio 4. Outros 80. NS/NR

69. Do ponto de vista de atualização tecnológica, como a Empresa se classifica perante o mercado? (Ler as opções para o
entrevistado e marcar somente uma opção)

1. Desatualizada 2. Pouco atualizada 3. Atualizada 4. Tecnologia de ponta 80. NS/NR

70. Nos itens abaixo, assinale de que o sucesso da empresa dependerá nos próximos 5 anos (marcar para cada item
apenas uma opção):
1. 2. 3. 6.
4.
Novos Novos Novos 5. Investimentos 7. Expansão 8. 9. Cooperação
Estratégia
Respostas produtos / processos modelos Investimentos em P&D e da capacidade Novos com outras
de
linhas de de organizaci- em Design engenharia / produtiva mercados empresas
Marketing
produção produção onais Tecnologia
A - Não
dependerá
B - Dependerá
pouco
C - Dependerá
intensamente
D - Muito
intensamente
____________________________________________________________________________________
Parte XIV - Relacionamento com Instituições de Ensino e Institutos de Pesquisa
71. a) Sua empresa mantém convênio com Instituições de Ensino localizadas dentro e fora do APL?

1. Sim 2. Não (Saltar para a questão 75)


b) Quais instituições dentro do APL? ______________________Qual Departamento?_______________________

C) Quais instituições fora do APL? ________________________Qual Departamento?_______________________

72. Quantos projetos foram desenvolvidos, entre 2004 e 2007, em parceria com Instituições de Ensino localizadas no
APL? ____________

11

– 94 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

73. Quantos projetos foram desenvolvidos, entre 2004 e 2007, em parceria com Instituições de Ensino localizadas fora do
APL? ____________

74. Quais os 3 principais recursos utilizados nas Instituições de Ensino?


1. Laboratório de desenvolvimento 3. Professores 5. Equipamentos
2. Laboratório de Ensaio 4. Pesquisadores 80. NS/NR
6. Outros (especificar) ______________________________________

75. Há programas de treinamento que envolvem as Instituições de Ensino locais?

1. Sim 2. Não

Parte XV - SINDVEL
76. Sua empresa é associada ao SINDVEL?

1. Sim (Saltar para a questão 78 ) 2. Não

77. a) Tem interesse em associar ao SINDVEL?

1. Sim 2. Não

b) Por quê?
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________

78. a) A empresa já utilizou os serviços do SINDVEL?

1. Sim 2. Não

b) Se já utilizou, como o classifica? (Parte 1 do quadro)


Se ainda não o utilizou, justifique a resposta (parte 2 do quadro).
(As opções de serviços deverão ser lidas para entrevistado e classificadas conforme as alternativas existentes no
quadro)

Parte 1 - Sim - Avaliação Parte 2 - Não - Por quê?

Serviços B - Não
A- B- C- D- A- C- D-
tem
Ótimo Bom Regular Ruim Desconhece Custos Outros
interesse

1. Cursos, palestras e treinamentos


2. Assistência Jurídica
3. Núcleo de Exportação
4. Missões Nacionais/Internacionais
5. Eventos
6. Outros: ________________

c) Indique suas expectativas e sugestões a respeito do que o SINDVEL e o Arranjo Produtivo poderiam fazer para
ajudar a sua empresa (relato livre):

12

DADOS DO ENTREVISTADOR PARA CHECAGEM

Entrevistador: ___________________________________________________
Data: _______/_______ / 2007

Muito Obrigado(a)!

– 95 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

ANEXO B

RELACIONAMENTO ENTRE UNIVERSIDADES/CENTROS DE PESQUISA E


EMPRESAS DO APL ELETROELETRÔNICO DE SANTA RITA DO SAPUCAÍ

QUESTIONÁRIO Nº

Apresentação do entrevistador: Bom Dia / Boa Tarde, meu nome é..., sou entrevistador do ...,
contratado para realização de entrevista junto às Instituições de Ensino do Arranjo Produtivo da
Indústria Eletroeletrônica de Santa Rita do Sapucaí. O questionário deverá ser respondido por algum
diretor da instituição ou pelo responsável hierárquico da mesma.

Identificação da Instituição de Ensino/Pesquisa

Nome da Instituição
_____________________________________________________________
Nome do Entrevistado ________________________________ Cargo
______________________
Endereço
______________________________________________________________________
___________________________________________ Nº_________
Bairro _________________________ Complemento _______________
CEP________________
Cidade ________________________
E-mail _________________________________________
Tempo de Existência ____________

1. Com relação aos projetos e pesquisas desenvolvidos por esta instituição:

A. Qual o número médio anual?____________

B. Qual percentual deste número está voltado para as empresas do APL?____________

C. Das empresas do APL atendidas pela instituição, qual o percentual de:

Micro Empresa Pequena Empresa Média Empresa Grande Empresa

2. Indique a importância da natureza dos projetos com as empresas do APL: (O


entrevistador deverá ler as opções para o entrevistado e preencher apenas um campo
em cada alternativa)

1- Não importante 2- Pouco importante 3- Importante 4- Muito importante

1 2 3 4
a) Desenvolvimento de protótipos

– 96 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

b) Atividades de pesquisa científica

c) Desenvolvimento de Software

d) Cursos e treinamentos

e) Novas técnicas/instrumentos

3. Indique a importância dos instrumentos listados para o relacionamento com as


empresas do APL:
(O entrevistador deverá ler as opções para o entrevistado e preencher apenas um campo
em cada alternativa)

1- Não importante 2- Pouco importante 3- Importante 4- Muito importante

1 2 3 4
a) Publicações e relatório

b) Conferências públicas e encontros

c) Troca informal de informações

d) Projetos de P&D conjuntos ou cooperativos

e) Pesquisa contratada

f) Consultoria

g) Intercâmbio temporário de pessoal

4. Qual a duração média dos projetos com as empresas do APL?

a) Menos de 6 meses

b) 6 meses a 1 ano

c) Entre 1 e 2 anos

d) Mais de 2 anos

5. Indique os três principais benefícios dos projetos em cooperação com as empresas do


APL:

a)
b)
c)

– 97 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

6. Indique as três principais dificuldades na interação entre a universidade e as


empresas do APL:

a)
b)
c)

7. De maneira geral e em percentual, como é a composição da remuneração dos projetos


e pesquisas? (o entrevistador deverá esperar a resposta espontânea e preencher com
percentual todos que se aplicam / o total deve ser igual a 100%)

a) Instituições de fomento

b) Empresa

c) Universidade

d) Clientes

e) Outros:_______________________

8. Vocês têm alguma informação, quantitativa ou qualitativa, a respeito da inserção no


mercado de trabalho dos egressos desta instituição?

1. Sim 2. Não (saltar para a questão 10)

9. Diga em percentual, qual o destino dos egressos desta instituição de ensino superior /
técnico de Santa Rita do Sapucaí: (O entrevistador deverá ler as opções para o
entrevistado previamente e preencher com percentual todas as alternativas que se
aplicarem / o total deve ser igual a 100%)

a) Universidade (graduação)
a) Continuam na universidade (pós-graduação/pesquisa)
b) Empresas do APL
c) Outra Instituição de Ensino e Pesquisa do APL
d) Empresas em MG
e) Instituição de Ensino e Pesquisa em MG
f) Empresas em outros estados do Brasil
g) Instituição de Ensino e Pesquisa em outros estados do
Brasil

h) Empresas no exterior
i) Instituição de Ensino e Pesquisa no exterior

– 98 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

10. Conforme as áreas destacadas abaixo, qual a importância das pesquisas conduzidas
pela instituição para o desenvolvimento de projetos com empresas do APL? (O
entrevistador deverá ler as opções para o entrevistado previamente).

1- Não aplicável 2- Não importante 3- Pouco importante 4- Importante 5- Muito


importante

1 2 3 4
a) Engenharia Ambiental

b) Engenharia da Computação

c) Engenharia de Controle e Automação

d) Engenharia Elétrica

e) Engenharia Hídrica

f) Engenharia Mecânica

g) Engenharia de Produção

h) Física

i) Engenharia de Energia

j) Sistemas de Informação

k) Administração

l) Telecomunicações

m) Informática

n) Eletrônica

o) Outros:________________________

11- Qual o percentual de projetos de pesquisa que se transformaram em geração de


produtos / processos ou novas tecnologias?

Nas empresas do APL Em outras empresas

– 99 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

11.1 – a) Destes projetos, houve algum registro de patente?

1. Sim 2. Não (saltar para a questão 11.2)

b) Quantas?___________

11. 2 – a) Geraram algum depósito para registro?

1. Sim 2. Não

b) Quantos?___________

12 – Como sua instituição avalia a atuação do SINDVEL na liderança do APL:

1. Ótimo
2. Bom
3. Regular
4. Ruim
5. Não conhece

13- Indique suas expectativas e sugestões a respeito do que o SINDVEL e sua instituição
poderiam fazer para potencializar o APL (relato livre):

DADOS DO ENTREVISTADOR PARA CHECAGEM

Entrevistador: ___________________________________________________
Data: _______/_______ / 2007

Muito Obrigado(a)!

– 100 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

ANEXO C

RELACIONAMENTO ENTRE INCUBADORAS E EMPRESAS DO APL ELETROELETRÔNICO DE SANTA


RITA DO SAPUCAÍ

QUESTIONÁRIO Nº

Apresentação do entrevistador: Bom Dia / Boa Tarde, meu nome é..., sou entrevistador do ..., contratado para
realização de entrevista junto às Instituições de Ensino do Arranjo Produtivo da Indústria Eletroeletrônica de
Santa Rita do Sapucaí. O questionário deverá ser respondido por algum diretor da instituição ou pelo
responsável hierárquico da mesma.

Identificação da Incubadora

Nome da Incubadora ____________________________________________________________


Nome do Entrevistado ___________________________________________________________
Cargo_________________________________________________________________________
Endereço______________________________________________________________________
Bairro ___________________________________ Complemento ________________________
CEP__________________ Cidade _________________________________________________
E-mail _______________________________________________________________________
Tempo de Existência ____________

Nome da Instituição Gestora: ______________________________________________________

1. Natureza jurídica da Instituição:

( ) privada sem fins lucrativos


( ) privada com fins lucrativos
( ) pública municipal
( ) pública estadual
( ) pública federal
( ) outra: ______________________________________________________

2. Vínculo com Universidade / Centro de Pesquisa:

( ) formal ( ) informal ( )inexistente

3. Caso haja vínculo com a Universidade: qual a natureza jurídica da Instituição?

( ) universidade privada ( ) universidade pública


( ) centro de pesquisas privado ( ) centro de pesquisas público

4. Foco de atuação:

Mista Cultural (arte, música, cinema...)

– 101 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Tecnológica Social (cooperativas...)

Tradicional Serviços (consultoria, design...)

Agroindustrial Outra:__________________________________

5. Classificação:

Sistemas de promoção de empreendimentos inovadores orientados para o desenvolvimento local e


regional

Sistemas de promoção de empreendimentos inovadores orientados para o uso intensivo de tecnologias

Sistemas de promoção de cultura do empreendedorismo inovadores

Sistemas de promoção de habitats de inovação sustentáveis

6. Número de empresas:
A. Atualmente incubadas: __________
B. Atualmente graduadas: __________

7. Número de pessoas:
A. Que trabalham na administração da Incubadora: _________
B. Que trabalham no apoio da Incubadora (estagiários, bolsistas e secretariado): _________
C. Que trabalham com serviços gerais na Incubadora (segurança, limpeza,...):_________

8. Espaço Físico (marque apenas uma opção):


A. Área construída:

Até 1.000m2 de 1.000 a 5.000m2 de 5.000 a 10.000m2

acima de 10.000m2

B. Capacidade de incubação (no. máximo de empresas que podem ser incubadas ao mesmo tempo):
_________

C. Taxa de ocupação média nos últimos 12 meses: _________

9. Quais os objetivos da Incubadora (questão de múltipla escolha):

Desenvolvimento econômico regional

Incentivo ao empreendedorismo

Transferência de Tecnologia

– 102 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

Lucro para a Incubadora

Desenvolvimento Tecnológico

Geração de empregos

Outros (especificar):_________________________________________________________

10. Número de empregos gerados pela Incubadora:


A. Incubadas (sócios inclusive): _________
Desses, quantos são:
- Funcionários/Celetistas/Contatados: _________
- Bolsistas: _________
Fonte pagadora com recursos próprios: _________ %
Fonte pagadora com recursos vindos de convênios/projetos: _________ %

B. Graduadas (sócios inclusive): _________


Desses, quantos são:
- Funcionários: _________
- Bolsistas: _________
Fonte pagadora com recursos próprios: _________ %
Fonte pagadora com recursos vindos de convênios/projetos: _________ %
11. Com relação aos projetos e pesquisas desenvolvidos pela incubadora:

A. Qual o número médio anual de projetos?____________


B. Qual percentual deste número está voltado para as empresas do APL?____________
C. Qual o valor anual de recursos financeiros aportados na Incubadora oriundos dos projetos?

D. Das empresas do APL atendidas pela Incubadora, qual o percentual de:

Micro Empresa Pequena Empresa Média Empresa Grande Empresa

12. Indique a importância da natureza dos projetos com as empresas do APL: (O entrevistador deverá
ler as opções para o entrevistado e preencher apenas um campo em cada alternativa)

1- Não importante 2- Pouco importante 3- Importante 4- Muito importante

1 2 3 4
a) Desenvolvimento de protótipos

b) Atividades de pesquisa científica

– 103 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

c) Desenvolvimento de Software

d) Cursos e treinamentos

e) Novas técnicas/instrumentos

13. Indique a importância dos instrumentos listados para o relacionamento com as empresas do APL:
(O entrevistador deverá ler as opções para o entrevistado e preencher apenas um campo em cada
alternativa)

1- Não importante 2- Pouco importante 3- Importante 4- Muito importante

1 2 3 4
a) Publicações e relatório

b) Conferências públicas e encontros

c) Troca informal de informações

d) Projetos de P&D conjuntos ou cooperativos

e) Pesquisa contratada

f) Consultoria

g) Intercâmbio temporário de pessoal

14. Qual a duração média dos projetos com as empresas do APL?

a) Menos de 6 meses

b) 6 meses a 1 ano

c) Entre 1 e 2 anos

d) Mais de 2 anos

15. Indique os três principais benefícios dos projetos em cooperação com as empresas do APL:

a)
b)
c)

– 104 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

16. Indique as três principais dificuldades na interação entre a incubadora e as empresas do APL:

a)
b)
c)

16.1. Apresente sugestões para as dificuldades listadas:


________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________

17. De maneira geral, como é a composição orçamentária, em percentual, dos projetos e pesquisas
desenvolvidos? (o entrevistador deverá esperar a resposta espontânea e preencher com
percentual todos que se aplicam / o total deve ser igual a 100%)

a) Instituições de fomento

b) Empresa

c) Universidade

d) Clientes

e) Outros:_____________________

18. De maneira geral, em percentual, como é a composição do montante recebido pela Incubadora das
seguintes fontes? (o entrevistador deverá esperar a resposta espontânea e preencher com
percentual todos que se aplicam / o total deve ser igual a 100%)

a) Recursos próprios (locação de espaço, consultorias, participação


no faturamento das empresas, cursos, etc)

b) Entidade gestora

c) Sebrae

d) CNPq

e) Finep

f) FAPEMIG

e) Outras:____________________________________

– 105 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

19. Vocês têm alguma informação, quantitativa ou qualitativa, a respeito das empresas graduadas
desta incubadora?

1. Sim 2. Não (saltar para a questão 10)

20. Diga em percentual, qual o destino das empresas graduadas desta Incubadora: (O entrevistador
deverá ler as opções para o entrevistado previamente e preencher com percentual todas as
alternativas que se aplicarem / o total deve ser igual a 100%)

a) Graduadas que permanceram no APL


b) Graduadas que ficaram em MG fora do APL
c) Graduadas que migraram para outros estados
d) Graduadas que não permaneceram no mercado

21. Conforme as áreas destacadas abaixo, qual a importância das pesquisas conduzidas para o
desenvolvimento de projetos com empresas do APL? (O entrevistador deverá ler as opções para o
entrevistado previamente).

1- Não aplicável 2- Não importante 3- Pouco importante 4- Importante 5- Muito importante

1 2 3 4 5
a) Engenharia Ambiental

b) Engenharia da Computação

c) Engenharia de Controle e Automação

d) Engenharia Elétrica

e) Engenharia Hídrica

f) Engenharia Mecânica

g) Engenharia de Produção

h) Física

i) Engenharia de Energia

j) Sistemas de Informação

k) Administração

l) Telecomunicações

m) Informática

– 106 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

n) Eletrônica

o) Outros:________________________

22. Qual o percentual de projetos de pesquisa que se transformaram em geração de


produtos / processos ou novas tecnologias?

Nas empresas do APL Em outras empresas

22.1 – a) Destes projetos, houve algum registro de patente?

1. Sim 2. Não (saltar para a questão 11.2)

b) Quantas?___________

22. 2 – a) Geraram algum depósito para registro?

1. Sim 2. Não

b) Quantos?___________

23. Quais critérios são adotados pela Incubadora para a seleção de empresas? (Questão de múltipla
escolha)

Possibilidade de interação com universidades / centros de pesquisas

Viabilidade econômica

Aplicação de novas tecnologias

Potencial para rápido crescimento

Número de empregos criados

Perfil dos empreendedores

Possibilidade de contribuição com o desenvolvimento local e setorial

Outros (especificar): ______________________________________________________

24. A Incubadora tem algum programa de disseminação da cultura empreendedora?

Sim. Especifique: _________________________________________________________

Não

– 107 –
Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica

25. A Incubadora tem algum programa de pré-incubação?

Sim. Especifique: _________________________________________________________

Não

26. Como sua instituição avalia a atuação do SINDVEL na liderança do APL?


______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

27. Indique suas expectativas e sugestões a respeito do que o SINDVEL e sua instituição poderiam fazer
para potencializar o APL (relato livre):
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_____________________________________________

DADOS DO ENTREVISTADOR PARA CHECAGEM

Entrevistador: ___________________________________________________
Data: _______/_______ / 2007

– 108 –

Você também pode gostar