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Embora o controle de qualidade e o uso de normas para qualificação sejam algo que
nas ultimas décadas tornaram-se de grande importância para a sociedade moderna,
historicamente o assunto é muito antigo. Neste trabalho será traçado de maneira sucinta, a
evolução temporal do aspecto “qual idade” nas organizações, desde os primórdios do sistema
produtivo até os dias atuais.
As primeiros normas de qualificação datam de mais de quatro mil anos atrás, quando
os egípcios estabeleceram um padrão de medida de comprimento chamada cúbito que
correspondia à medida do comprimento do braço do faro que reinava na época. As
construções eram realizadas utilizando esta medida e a cada lua cheia o responsável fazia a
comparação entre o padrão usado e o padrão real. O erro implicaria em pena de morte ( Jioan
e Gryna, 1998).
Mesmo não dispondo de instrumentos de precisão ou técnicas sofisticadas a qualidade
pode ser percebida nos templos construídos na Grécia e Roma antigas, como também nas
catedrais medievais e nas técnicas de navegação do século XVI. Segundo Vicente (2004), “na
França os construtores de catedrais utilizavam simples compassos e cordas com nós com
intervalos para construir edifícios.”
Com o advento da Revolução Industrial, associado às mudanças econômicas e sociais,
principalmente relacionadas ao consumo verifica-se um grande salto na questão da qualidade.
A concorrência gerada entre as empresas, desencadeou um processo e melhoria continua que
perdura ate hoje.
No século XX, mais especificamente na década de 20 surge o controle estatístico da
produção. Com a ascensão das empresas industriais e da produção massificada, torna difícil
inspecionar todos os produtos que saíam aos milhares das linhas de montagem, foi preciso
recorrer estatística para solucionar o problema e o pioneiro da aplicação da estatística ao
controle da qual idade foi Walter A. Shewwhart conferiu um caráter científico à qualidade,
utilizando os princípios da probabilidade e da estatística
À medida que as empresas industriais tornavam- se mais sofisticadas, a
responsabilidade pela qualidade foi diluindo-se tornando-se necessario criar um departamento
para cuidar exclusivamente da qualidade idéia defendida por Armand V. Feigenbaun.
FEIGENBAUM apresentou em 1961 uma versão evoluída das propos ições publ icadas 10
anos antes, à qual deu o nome de Cont role da Qual idade Total (TQC – Total Qual i ty Cont
rol ) , com a atenção voltada ao interesse do cliente, como demonstra FEIGENBAUM
(2003):
Nesse sentido, a qual idade passava a abranger todos os estágios da produção nas
industrias. Na década de 40 do mesmo século começaram a surgir vários organismos ligados á
qualidade como a ASQC (American Society for Quality Control), a ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) e, ainda, a ISO (International Standardization Organization).
A Segunda Guerra Mundial também contribuiu com o processo, quando as técnicas de
manufatura foram aprimoradas para fabricação de material bélico. A reconstrução do Japão
exigia um intenso programa de desenvolvimento continuo da qualidade que foi inspirado nos
americanos, Edward Deming e Joseph Juran. Os produtos japoneses estavam longe da
competitividade na qualidade e confiabilidade e por isso eram vendidos a baixos preços.
Então, trabalhando com altos administradores no Japão, Deming e Juran, utilizando o controle
estatístico da qualidade, tornaram os produtos japoneses mais competitivos e com isso o Japão
liderou os programas de controle total da qualidade, tornando-se fonte de inspiração de muitas
nações (Vieira, 1995).
O uso dos computadores já se fazia presente , entretanto restritos sobretudo a meios
militares e acadêmicos. Alguns anos mais tarde, quando o acesso atinge um maior número de
pessoas as utilizava, a qualidade dos softwares começou a se mostrar um objetivo
importante.Nas décadas de 1960 e 1970 ocorreram mudanças tecnológicas importantes que
afetaram a construção dos computadores e, em conseqüência, a de software.
O período é conhecido como “crise de software” e as repercussões são sentidas até hoje
[Pressman, 2002].
Por volta da década de 1950 acreditava-se em uma relação chamada lei de Grosch
[Pick et al., 1986]: o desempenho de um computador seria proporcional ao quadrado
de seu preço. Nessa época – e de acordo com essa lei – uma idéia interessante era reunir um
grupo de usuários para adquirir um computador de grande porte. Num breve período de
tempo, os recursos de hardware aumentaram muito e permitiram que produtos mais
complexos fossem criados. [Dijkstra, 1972]:
“A maior causa da crise do software é que as máquinas tornaramse
várias ordens de magnitude mais potentes! Em termos diretos,
enquanto não havia máquinas, programar não era um problema;
quando tivemos computadores fracos, isso se tornou um problema
pequeno e agora que temos computadores gigantescos, programar
tornou-se um problema gigantesco.”